[A Formação] - A Matilha Nasce

Dimitri sentia-se grato a Gaya por não ter encontrado seu mentor após a troca de palavras dura que tiveram mais cedo. Ele não queria ficar ainda mais frustrado do que se sentira até então. O jovem presa de prata aproveitou o tempo livre que tinha até que chegassem os membros da matilha para colocar os pensamentos no lugar, principalmente seus sentimentos. Ele refletiu um pouco no que Sienna havia lhe dito, e concluiu que sim ele deveria aprender mais sobre a política mas ele não queria ser como os outros e fazer política suja, em manipular os outros às cegas em ter sempre algo para esconder e ficar sempre com medo de alguém descobrir uma maquinação ou jogada por baixo dos panos. Ele não queria ser assim, e acredita que haviam muitos exemplos de líderes que caíram por terem esta postura seja na nação como dentre os humanos. "Sim ele poderia ter sonhos ingênuos e porque não tê-los. Como os ditos adultos estragavam tudo, se embrenhando pelos caminhos da loucura da Weaver. Da ingenuidade se encontra a criatividade e esses são os dons da Wyld, sim precisamos dos padrões da Weaver, mas somos metamorfos e precisamos buscar pela Wyld e não pela Weaver e sua loucura de controle é esta busca que corrompe e aproxima da Wyrm e seu caminho da destruição. Sim sou puro, e devo me manter assim. Não só pela linhagem, mas também em espírito. Esse jogo de manutenção ou conquista de poder pelo poder é o que corrompe. E é este estilo de jogo que eu não posso permitir que me enlace em sua espiral. Se para isso eu tiver de desistir da Siena e de toda a tribo será esse o meu caminho e se isso realmente ocorrer, minha família, minha tribo e meus irmãos estarão realmente fadados a manchar a lembrança dos nossos ancestrais."- concluiu Dimitri.

Dimitri já se sentia mais "leve" quando reconheceu Nimue e Aime. Ao reparar que a Cliath mais antiga reduziu o passo ele gesticulou para ela amistosamente.

- Nimue Voz-dos-Espíritos, fico feliz em recebê-la para nossa jornada. - disse diretamente para a companheira de matilha.- Aine "Antes-Que-Anoiteça", obrigado por estar aqui também. Então Nimue temos bons augúrios para nossa jornada? 

Dimitri estava diferente de quando tinham se separado na noite anterior, ele estava novamente reservado e sério. Mas demonstrava realmente que estava feliz com a chegada da Theurge.

- Garras-do-Falcão! É bom ver você também. - Nimue seguiu mais pensativa e silenciosa depois do fim de seu turno de vigia e da caçada. Ela sabia que a simples reunião dos integrantes ainda não formava um grupo, uma matilha, e estava ansiosa com isso. Ver Dimitri, porém, trouxe alegria genuína para a jovem Fúria, que acompanha o rapaz na forma hominídea.

- Nossos valores alimentar nossos augúrios, amigo. E eu sentir que cada um ter bons valores aqui. - Ela olhava para Aine e esperava que a mentora se aproximasse, apoiando sua mensagem. - Precisamos conversar muito, todos nós, não é? Para formar matilha e caçar totem, muito precisar conversar... Precisamos de liderança, sabe? Precisar também saber o que procurar na Umbra, Dimitri.

De repente, ela se assusta um pouco com um pensamento. - Dimitri, como você estar na Umbra? Como os outros ficar lá? Eles temer mundo dos espíritos? - Em sua lições, Nimue sentia que alguns tratavam a Umbra como algo muito místico, etéreo, e sabia que isso era verdade. Mas para ela, o mundo espiritual não era menos concreto que o mundo dos homens. Ela tinha dúvidas se os demais se sentiriam à vontade entre os espíritos.

Dimitri observa a linguagem corporal da jovem com quem conversava, afinal ele gostaria de liderar esta matilha, isso era óbvio. Então como ele sempre ouviu em sua longa vida militar, se um comandante queria ter o respeito e o apoio de sua tropa ele deveria ouvir o que eles pensavam, seus desejos e seus medos. Dimitri sabia que uma matilha não é uma tropa, é muito mais do que isso, a vida de cada um depende muito um dos outros e o líder é o responsável pela unidade da matilha. Existem muitos tipos de líderes e de todos eles Dimitri queria ser um líder próximo de seu grupo, este seria o único lugar no mundo onde ele poderá ser ele mesmo.  - Sábias palavras Voz-dos-Espíritos, se meu otimismo se concretizar, nossa matilha é muito heterogênea temos praticamente um membro de cada augúrio e além disso cada um de nós é de uma tribo diferente. Possuímos tradições diferentes e isso não poderá ser um fator de desunião. Acredito que deveremos ser apadrinhado por um espírito que ou nos dê sabedoria para tratar nossas diferenças, ou o respeito entre nós.  Dimitri terminava de falar quando reparou que Nimue se assustara com alguma coisa. - Eu dis... - então ele é cortado pela preocupação de Nimue com a viajem da matilha na Umbra. - Muito válido o seu apontamento Nimue, eu já caminhei pelos caminhos da Umbra e minha passagem por ela não foi das melhores. Foi um pouco depois de minha primeira transformação, meus pais... - Dimitri dá uma pausa - Bem quando eu fui encontrado pelo meu mestre "O_Sábio_rhia" e minha amiga "Canto de Luna" para sair da Rússia para cá utilizamos uma antiga Ponte da Lua. Mas sei que caminhos fora da Ponte da Lua podem ser muito perigosos.

Dimitri parou novamente tentando encontrar as palavras melhores para dar aquela notícia.

- Tenho uma má notícia para dar, Maik  Voz-de-Gaia não virá conosco. Ele partiu com A-Dama-da-Guerra-rhya em resposta ao Líder dos Senhores das Sombras na Alemanha.

Dimitri se adiantou observando a Cliath que se aproximava e ouviu atentamente o que ela disse.

- Pois bem Ultimo-Aviso, eu  sou Dimitri Garras-do-Falcão Cliath Ahroun para os Presas de Prata, e idealizador desta matilha. O que as tribos que representa tem a nos oferecer ante a saída de Mail Voz-de-Gaia"?

Dimitri mantinha sua postura séria e orgulhosa dos presas ainda mais quando ele reparou que tinha orgulho daquilo que havia dito sobre ser o idealizador da matilha.

Samuel avistou ao longe as figuras de seus companheiros além de outras que ele não reconheceu imediatamente. Sabia que se entrasse em forma lupina conseguiria chegar mais depressa, mas a ausência de Lailah mostrava que ele ainda não estava atrasado.  
 
Assim que chegou, cumprimentou todos parecendo um pouco distante: 
 
-Coé matilha, tudo encima? E aí Aine, só nas lupinagens? E aí mulher vestida como se tivesse no século passado, bem-vinda ao futuro. 
 
Sentou-se em qualquer pedaço de chão e começou a teclar em seu celular velho, concentrado como se tivesse fazendo algo importante. 
 

se alguém bisbilhotar o celular ou perguntar qualquer coisa:

Masha era uma mulher de negócios, uma Garou de negócios e aquilo era apenas mais um negocio que tinha que fazer. Seus olhos escuros passaram pelos presentes de maneira bastante analitica. Ela cumprimentou Aine com um aceno de cabeça, e a lupina fez o mesmo.

Voltou os olhos para o Presas de Prata e manteve seu pequeno sorriso no rosto, difícil dizer se de sarcasmo ou amigável, era uma Senhora das Sombras, afinal de contas.

Ela tinha aberto a boca para falar, mas foi interrompida pela chegada do Roedor, seu olhar percorreu para ele num breve e rápido momento, sem verter muito interesse pelo sujeito.

Aine moveu a cabeça para Samuel, mas não respondeu. Fazer uma mudança parcial era trabalhosa demais apenas para cumprimentar os recém chegados, ninguém era posto superior, então não precisavam manter tantas pomposidades.

Masha voltou a falar. - Minha... Meia irmã vai se juntar a vocês. - Ela olhou o relógio, com um certo ar de desgosto, antes de continuar. - Na verdade, ela já deveria ter chego por aqui.

Dimitri continuava olhando para a ShL que olhava para o relógio parecendo contrariada por estar ali naquele lugar, ao mesmo tempo ele prestava atenção ao redor em busca dos demais membros da matilha que deveriam estar chegando em breve. A saída de Maik já fora um forte golpe nos sonhos de uma matilha onde os membros pudessem ser o exemplo para a nação, agora com a entrada de um ShL ainda mais filha do líder dos ShL na região. Demonstrava que esta matilha havia chamado a atenção dos Smirnov ou senão porque mandar uma filha que pelo visto desagradava a Masha que enfatizara que era a meio-irmã que substituiria o filho da A-Dama-da-Guerra-rhya.  Os ShL eram perigosos e a presença de um dos membros fazia com que Dimitri agora assumisse uma outra postura, não poderia seguir com a proposta de ter confiança total entre os membros, pelo menos até que a meio-irmã de Masha conquistasse esta confiança. Agora a matilha virava realmente um espelho da sociedade Garou. Enquanto refletia sobre as possibilidades, Dimitri lembrou de Aimee e os O'Shea e que talvez esta Smirnov pudesse vir a ser uma peça importante nesse xadrez maquiavélico que era a Guerra pelo posto de Alpha na sociedade Garou. Se Aimee tivera feito uma besteira imensa se envolvendo com os ShL agora talvez tivesse uma chance de descobrir alguma coisa sobre os ShL que fizesse com que eles freassem a forma com que saciavam a sede por poder.

- Entendo Ultimo-Aviso sempre pode acontecer algum imprevisto que atrasa ou muda os planos de todos não é verdade? Será uma honra ter um membro de sua tribo em nossa matilha, não é verdade Sam? Acredito que ela será bem recebida por todos nós. Um membro de uma família nobre infelizmente não participará, mas acredito que será substituído a altura por sua meio-irmã que também é membro de uma família importante para toda a nação. 

Dimitri falou sem desviar o olhar da ShL por nenhum momento atento a reação dela, mesmo que fosse nenhuma ao que ele falara. Ele põe a mão no bolso da calça onde estava o celular, e então diz:

- Se podem me dar um minuto. 

Dimitri sabia que mais do que nunca ele deveria seguir o conselho de Sienna, e ao lembrar-se dela ele teve um leve pesar por ela. Então pegou o celular e o destravou verificando se havia alguma mensagem seja do tio ou de Siena, mas nada havia. Ele se afasta um pouco e escreve uma mensagem para o tio.

msg para o tio:

Depois ele apagou a mensagem de seu telefone e retornou a atenção para a possível chegada dos membros que faltavam.

A jovem Garou estava agradecida pela gentileza de seu vizinho e também acenou em sua despedida. Estava orgulhosa por ter mantido uma conversa sem gaguejar demais, só não entendeu as implicâncias da irmã com relação ao irmão do vizinho, se mal tinha visto ele.
Como não tinha nada para fazer na fazenda naquela tarde, passou o tempo com seus animais, principalmente Lago, seu melhor amigo e parceiro de aventuras e corridas. Ela tinha que provar para seu cavalo que ainda era a mesma Lailah de antes.
Por fim partiu para sua jornada.

Seu pai havia acompanhando-a até a beira da mata, o resto seria com ela. Despediu-se dele com um forte abraço e adentrou a floresta. Caminhou um bom tempo, temendo perder-se, mas tinha um pouco de treino, então seguiu confiante... até encontrar os Garou ali reunidos. Sua timidez ataca novamente, deixando a jovem pálida, mas ela se aproxima.

- O... olá - ela acena com a mão e volta a ficar quieta. Tinha ido tão bem com Maní pela tarde, por que travou de novo? Ela respirou fundo, era questão de tempo até as coisas entrarem nos eixos. Logo se sentiria mais a vontade perto deles.

Quando Dimitri descreve sua visão sobre a matilha e fala de seu otimismo, Nimue sente satisfação em estar ali. O Garras-do-Falcão representava a fronteira inexplorada pela mente da jovem Fúria até então, e era nele que ela pensava quando perguntada sobre quem ocuparia a posição de liderança do grupo. Sua relação com Lailah e com Samuel era sensivelmente mais forte, ligados pela Lua de seu ritual mais importante. Nimue não pensava tanto sobre isso, mas sentia essas diferenças e sempre respeitou seus sentidos.

A experiência do companheiro em viagens através de Pontes de Lua era, pelo visto, muito maior do que a experiência da própria Theurge no Mundo dos Espíritos. * - Ele aguentará bem, então... mas e os outros? *

Mas a ausência de Maik foi um golpe forte, despertando sérias dúvidas em Nimue. Mudanças imprevistas podem ser perigosas e aquela era uma mudança importante no coração da Matilha.

Nimue não teve tempo para refletir muito sobre isso. Um uivo a colocou em alerta e ela observou a aproximação de uma outra Garou. Ouviu a apresentação de Masha mas, de alguma forma, não se sentiu confortável com a presença daquela figura distinta.

Dimitri assumiu a conversa com a recém chegada e Nimue se posicionou lateralmente a eles, que se encaravam, em um desafio oculto. Ela ofereceu apenas um aceno de cabeça para Masha, e não recebeu nada mais que isso. Havia mais aspectos naquele encontro do que a Lupino parecia entender.

A chegada de Samuel foi uma boa surpresa, ainda insuficiente para melhorar o clima, porém. A postura de Masha não era agradável, mas o jovem Roedor não parecia ligar para isso. O Presas de Prata sim, claramente se importava com a tensão daquele encontro.

Alheia às questões sociais e políticas entre as Tribos, Nimue farejava curiosa e seus olhos mediam todos ao redor. De forma mais inocente do que provocativa, ela passou entre Dimitri e Masha, indo na direção de Samuel e Lailah, sempre olhando para a Garou de aparência nobre. - Sua irmã ser bem vinda aqui, por todos nós, ter certeza. Mas se ser ela que se juntar a nós, por que ser você que aparecer aqui, Último-Aviso? - ela pergunta incapaz de ler o que está nas entrelinhas daquela reunião.

Esperou com respeito alguma resposta, mas acenou e sorriu para Lailah, esperando queos três recém Cliath se aproximem mais.

Samuel olhou para a Filha de Gaia e sorriu. Estava genuinamente feliz em vê-la. Não sabia explicar o porquê. De repente lembrou-se do que precisava urgentemente dizer: 
 
-Meninas, tenho uma coisa para mostrar! Nimue, esse aqui é um celular, é bem comum nas florestas de pedra. Cada celular tem um código de números e se eu apertar esse código, posso falar diretamente com o dono de forma instantânea. Entendeu? Veja, esses são os códigos dos meus amigos. Tem do guarda florestal que me salvou, tem de uma veterinária que é como uma irmã... Mas vejam, isso deixou uma porta aberta para mim! 
 
O ragabash dá uma risada infantil, sem conseguir se conter de ansiedade, começa a apertar as teclas enquanto diz: 
 
- É só eu fazer um código aleatório e vou conseguir falar com alguém aleatório que eu nunca vi na vida! Espere, está chamado... atendeu!  
 
Alô, é do açougue?... Então por que tem uma porca falando? AHUAHUAHU TROLEI! 
 
O garoto deita no chão sem conseguir parar de rir, até que finalmente se controla e diz: 
 
-Entendeu lobinha? Você coloca uma dose de aleatoriedade e tenta quebrar com a rotina das pessoas. Lailah, Dimitri, mulher que tem uma aura de que quer me matar, querem tentar? É divertido!

O garoto Samuel parecia bem animado com seu telefone e Dimitri bem concentrado conversando com Nimue e a mulher estranha.

- M... muito prazer - diz para a estranha.

Samuel começa a brincar e quando Lailah percebe o que ele estava fazendo, ela só arregala os olhos, pasma.

- V... você tá passando t... trote? N... não deveria... - ela respira fundo - isso é errado... - ela olha para os outros e engole seco - o que o faz pensar... que eu faria isso? J... jogue joguinhos... é... é mais saudável - ela logo desvia o olhar.

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O olhar de Masha se direcionou a Dimitri, quando o Presas começou a falar, ela mantinha o sorriso no rosto, quase como se fosse uma boneca de cera e só tivesse aquela expressão para oferecer. Ouviu, os Senhores das Sombras ouviam mais do que falavam, isso era uma das verdades mais cruas a respeito da Tribo. Então ela ouviu, num silêncio incomodo.

- Claro. - Respondeu as palavras de Dimitri, sem dar espaços ou lacunas em suas próprias conjecturas. Masha era... Estranha, não era? E seu nome Garou era sugestivo afinal. Então eles chegavam e Masha começava a xingar mentalmente o próprio irmão incapaz de manter-se atento a um horário, ignorou Lailah por um instante, mas voltou sua atenção para Nimue. Pela primeira vez teve alguma expressão que não aquele sorriso, ao erguer a sobrancelha. - Porque não tínhamos certeza de que ela chegaria a tempo, antes que vocês fossem para a Umbra. - E não tinham mesmo, Masha não fazia ideia se Yuri ia conseguir trazer a garota e agora estava começando a duvidar de que viriam... Mas, ócios do oficio, não?

Estava prestes a dizer mais alguma coisa, quando Samuel se pronunciou, ficou em silêncio e deixou um leve suspiro escapar dos lábios ou ver o que o Roedor fazia.

Que bela matilha, uhn?

Foi então que Masha ouviu o som atrás de si e virou-se para olhar: Yuri era um lobo grande e negro e fez questão de se manter assim, ela podia ver a pelagem do irmão, seus olhos azuis destacando-se na escuridão, porém sua atenção voltou-se a jovem Maeve, Masha não a conhecia e aproveitou o momento para olhá-la com cuidado, estudá-la, ouvi-a falar e achou interessante Maeve não citar seu pai.

Mas não houve muito tempo para que qualquer um respondesse, pois Yuri falou.

- Eu sou Yuri "Ruge-Como-A-Tempestade" Smirnov, Ahroun Adren para os Senhores das Sombras, Alfa da Matilha Festim dos Corvos, filho de Roderick "Verdade-Mal-Intecionada" Ragabash Ancião, Líder do Caern Rotas dos Irmãos, por ordens de meu pai e de A-Dama-da-Guerra, Maeve fará parte da matilha que vocês pretendem assumir hoje, fica transmitido, através de mim que O Rotas dos Irmãos dará suporte total a matilha e que vocês tem livre passagem por nossas terras, desde que respeitem nossas regras. Perguntas?

E aparentemente ele não era um cara muito bem humorado.

Zer0 escreveu:-Meninas, tenho uma coisa para mostrar! Nimue, esse aqui é um celular, é bem comum nas florestas de pedra. Cada celular tem um código de números e se eu apertar esse código, posso falar diretamente com o dono de forma instantânea. Entendeu? Veja, esses são os códigos dos meus amigos. Tem do guarda florestal que me salvou, tem de uma veterinária que é como uma irmã... Mas vejam, isso deixou uma porta aberta para mim! 
 
(...)
 
- É só eu fazer um código aleatório e vou conseguir falar com alguém aleatório que eu nunca vi na vida! Espere, está chamado... atendeu!  
 
Alô, é do açougue?... Então por que tem uma porca falando? AHUAHUAHU TROLEI! 
 
(...)
 
-Entendeu lobinha? Você coloca uma dose de aleatoriedade e tenta quebrar com a rotina das pessoas. Lailah, Dimitri, mulher que tem uma aura de que quer me matar, querem tentar? É divertido!

Nimue tinha tido suas aulas sobre estudos-sociais a sociedade humana e, claro, ficou espantada com muitos recursos modernos, especialmente automóveis e telefones. Aviões também a assustavam, naturalmente. Mesmo com alguma noção, era difícil de acompanhar seu novo mentor, Samuel. O garoto era simplesmente rápido demais e claro de menos. Ela até se esforçava, mas não conseguiu compreender a natureza da brincadeira do garoto e, quando ele explodiu em alegria, ela teve certeza de que não entendeu nada!

Ainda assim, a reação de Lailah alimentou a desconfiança dela de que Samuel estava fazendo alguma coisa errada, uma travessura talvez. Algumas coisas faziam a jovem ruiva se soltar, ela pensou.

Antes disso, porém, viu outra Garou reservada demais. Masha era bastante formal e ela própria desaprovava sua presença ali. Só compareceu àquele encontro por ser guiada por alguém ainda mais importante. Nimue apenas acenou para a resposta da nobre e logo foi distraída pelo Roedor...

A aproximação do grande lobo preto e de outra jovem, suas apresentações e a conversa de Dimitri deixaram a jovem Theurge um pouco nervosa. O ambiente ali era mais tenso do que esperava para a primeira reunião de sua matilha. No entanto, a postura do Garou que vem da terra Rússia agradava Nimue, que se prontificou a apoiá-lo.

- Eu ser Nimue, "Voz-dos-Espíritos", Theurge Cliath para Fúrias Negras. - Nimue falou baixo mas firme, bem pausadamente para não errar, como em suas aulas. Ela estava dois passos atrás de Dimitri e bem próxima da recém chegada, que foi "entregue" por Garous muito imponentes. Ela baixou a cabeça depois de se apresentar, saudando "Ruge-Como-A-Tempestade" e estendeu um braço recebendo Maeve com um sorriso verdadeiro. - Garras-do-Falcão fala por nós, mas eu ter certeza que "Sorriso-de-Luna" ser bem vinda aqui. - Logo ficou em silêncio, próximo aos outros Cliaths reunidos. Nimue não olhava para Aine procurando apoio ou aprovação, como teria feito semanas antes. Cada vez mais se sentia confiante com seu destino e seu papel na sociedade Garou. Ela desejou apenas que os espíritos recebessem bem sua matilha em sua viagem na Umbra e aguardou a resposta do Adren para Dimitri.

Yuri não tinha a intenção de passar mais tempo ali do que o necessário: ele tinha outras coisas para fazer, outros assuntos para resolver e outras pessoas para coagir. O tempo não era seu aliado maior naquele instante.

Houve um silêncio que parecia até ser programado pelo ShL, quando os questionamentos do Dimitri vieram. Se pudesse, naquela forma de lobo, Yuri provavelmente teria revirado os olhos.

Masha e ele trocaram um olhar breve, enquanto Yuri se levantava sob as patas traseiras e começava a fazer a mudança para a forma hominídeo, era mais fácil falar assim: as expressões faciais ajudavam a dar ênfase ao que queria passar. Em poucos minutos, Yuri era um homem de terno escuro, bem arrumado.

- Bom, se você quiser ir até os outros Anciões e tentar se recebido por eles, a vontade. Meu recado foi passado. A respeito das condições, as de sempre: não vamos limpar as merdas que vocês fizerem, não façam merdas, respeitem as leis e regras, não morram. Essas coisas. Mas essas coisas podem e devem ser discutidas quando vocês, efetivamente, formarem a matilha. - Deu de ombros levemente, antes de gesticular.

- Boa sorte a vocês todos. - E fez um gesto leve de despedida, dando as costas para eles e começando a se afastar. Masha fez a mesma coisa, indo atrás do irmão.

Aine tinha assistido a tudo em silêncio, sem tecer opiniões ou qualquer coisa assim, achava que eram coisas que os Cliaths deveriam resolver, ela deu uma olhada breve para Maeve, mas apenas isso, antes de observar a dupla de ShL se afastar.

Samuel ficou cabisbaixo com a resposta de Lailah, esperava ver a garota pelo menos achando graça na sua piada e Nimue não tinha entendido. Era uma pena, ele tinha esperado uma plateia mais divertida. Foi quando Maeve apareceu e surpreendeu o roedor: 
 
-Ahn, Foi mal moça, na real que eu não tenho crédito, mas falaram que tinham pedido pra operadora, então... O garoto percebeu que estava se alongando em uma explicação desnecessária e decidiu se apresentar como os outros faziam. Eu sou Samuel "Pavio-Curto" Khan. Como você pode perceber, eu sou a mente pensante da matilha. 
 
Ouviu as conversas desinteressantes sobre respeito e blá blá blá. Sério? Não fazer merda? Que tipo de regra é essa? Isso era basicamente seu papel no universo. 
 
Quando a dupla de malvadões se afastou, disse: 
 
-Ok, qual é a pira agora? Qual é o ritual maluco dessa vez?

Vendo que Samuel ficou amuado com sua bronca, Lailah não pode ser menos dura com ele, mesmo tendo ficado chateada. Ali tinha a natureza lunar do garoto que ela não podia ir contra, mas podia tentar contornar de alguma forma mais produtiva.

- U... se... não... é... Podemos... aproveitar sua criatividade de outras maneiras... certo?

Depois permaneceu em silêncio com as palavras do Senhor das Sombras ali presente. Suspirou de alívio quando ele foi embora.

- Espero que... não tenha nada maluco dessa vez, Samuel...