Quando acordou naquela manhã depois de um sonho - não tinha sido um pesadelo, por mais incrível que aquilo fosse - estranho, Jebediah tinha incertezas do que tinha visto: ele tinha visto neve, muita, muita neve e uma mulher bonita de pele clara - tão pálida que parecia quase uma boneca de porcelana - e olhos cristalizados, não pareciam íris e sim feitos de gelo. E ela lhe estendia a mão e Jebediah pegava sua mão fria, então a neve caia e foi quando ele acordou.
Aquelas imagens o perseguiram praticamente por toda a manhã, sem que ele entendesse muito bem o que estava se passando. O dia, porém, tinha sido bastante corriqueiro: Bray era um lugar de merda, como a maior parte da Irlanda parecia ser. Após sua mudança e suas instruções a respeito da Sociedade Garou, Jebediah soube quem mandava naquela cidade: os Senhores das Sombras estavam com as patas sobre a maior parte da politicagem do lugar, eles mantinham um relacionamento... Amistoso com os Roedores, mas não podiam dizer que estavam realmente trabalhando juntos.
Enquanto eles não fodiam com os Roedores, os Roedores não fodiam com eles. Era um bom acordo.
Jebediah também estava ciente da velha e estúpida disputa entre os Senhores e os Pratas e das recentes fofocas de que um dos Senhores das Sombras havia "invadido território Prateado" - era assim que estavam falando sobre a suposta Parente Presas de Prata que tinha dormido com um dos Smirnov -, as fofocas corriam rápido, entre os Roedores, corriam como uma peste. Eles, mais que a maioria, precisavam se informar rápido.
Amy também ficou na sua cabeça, ela talvez soubesse algo sobre aquele sonho maluco. Mas ele tinha coisas para fazer praticamente durante todo o dia - era a merda de ser um 'saído das fraldas' como os mais velhos falavam - eles te mandavam de um lado para o outro. Mas ali, entre os Roedores, Jebediah talvez sentisse o que não tivesse sentido antes, depois da morte da mãe e de seu período no orfanato e nas ruas: ele se sentia em casa. Se sentia numa grande e fodida família, mas uma família. Um ajudava o outro, um segurava a peteca do outro e assim eles iam vivendo.
Quando ele chegou no refugio dos Roedores na cidade, uma instalação de tuneis antigos e abandonados, as conversas pairavam em torno da possível intriga política prestes a explodir entre as duas Tribos rivais. A preocupação não era que os dois lados se matassem numa disputa idiota de ego, a maior preocupação era o que seria pego no raio de explosão. Os Senhores das Sombras jogavam sujo, os Roedores sabiam e não os julgavam por isso, o problema era o que acontecia com os demais quando eles começavam a mover as peças...
-... Eu não quero ser babá desses filhos da puta. - Aquela era Omelete, Jebediah sabia. Uma Ahroun baixinha (defeito) que 'gerenciava' o refugiu e 'mandava' no lugar. Era com ela que a maioria resolvia seus problemas com os Roedores e era com ela que a maioria comprava um problema quando mexia com os Roedores. Ela estava sentada num caixote, com uma bituca de cigarro velho nos lábios, observando os demais a sua volta, Amy estava lá também e isso era bom, porque aquele sonho estranho ainda estava incomodando e Amy talvez fosse quem pudesse dar a ele alguma luz naquele túnel escuro.
- Mas a gente tem que ficar de olho no que vai acontecer. Não podemos nos foder porque uma Pratinha não conseguiu manter as calcinhas no lugar...
- Off:
- Tentei dar uma resumida em alguns acontecimentos para seu personagem não estar tão 'por fora', qualquer dúvida só falar