“Compreendo perfeitamente sua posição, sir”, diz Flynn, já adotando uma postura corporal de quem está se despedindo. “Passarei em sua casa amanhã a caminho daqui. É mais fácil que marcar um horário, porque não sei o que será decidido.”
Ele então parte apressado deixando-o com sua esposa.
Ela está bastante calada, com um olhar muito impressionado. Te faz lembrar um pouco a primeira vez em que você a encantou e ela pode enxergar o seu mundo.
As ruas estão bem mais desertas agora, exceto pelos kithain que assim como vocês acabam de deixar a festa e se dispersam rapidamente. Há um certo clima de medo generalizado no ar. A maioria parece ainda estar processando os acontecimentos.
“Taxi”, diz sua esposa, caminhando a passos largos em direção a um ponto de taxi e puxando-o pela mão. Você subitamente se dá conta da roupa de gala que estão trajando e da sua rapieira na cintura. O taxista, entretanto, os recebe sem demonstrar muita surpresa.
“Festa a fantasia, não?”, ele pergunta. “Não é a primeira vez que vejo festa a fantasia nesse velho hotel. Sempre dá bastante passageiro.”
Não há nada que lhe chame atenção no trajeto para casa, mas há uma tensão constante mesmo assim. “Estamos em guerra?”, pergunta Cor, franzindo as sobrancelhas. O taxista olha para você pelo retrovisor.
Logo vocês chegam em casa. Cor segue direto para os quartos, deixando-o para lidar com a babá, que está na sala. Ela já está sonolenta e você consegue dispensá-la rapidamente.
Passando pelo quarto de Vera você a vê dormindo tranquilamente. Sua esposa está se desarrumando no quarto de casal.
Você começa a se despir e no processo retira do bolso a pequena ampulheta. Mais uma vez se vê examinando o objeto, que por algum motivo faz sua percepção do tempo mudar, como ocorreu anteriormente.
“Não sei se vou conseguir dormir”, diz Cor, deitando-se na cama. Ela não parece assustada, mas está claramente à mil rotações por minuto. “Não está um pouco frio aqui dentro?”, ela pergunta.
E então você se lembra que a calefação precisava ser ajustada. Bom… talvez isso possa esperar até amanhã.
OFF:
Fim da noite. Vou dar instruções no Magic Mushroom
"Poucas coisas foram tão agitadas quanto esse dia. Já fazia algum tempo que eu estava afastado do Sonho Próximo e das outras fadas... Isso havia mesmo enrijecido meus ossos e músculos. Hoje porém ajeitei uma bicicleta e isso pareceu ser o início de algo completamente novo. O Rei Lothar já era velho, isso é verdade, mas hoje mesmo ele faleceu. Tudo isso dentro de sua festa particular. Ele parecia muito mais velho do que de manhã. Será que havia alguma espécie de poder... ou de Arte profunda... o que permitiu viver tanto tempo?
Além do mais, ele tinha a pequena ampulheta. Talvez esteja relacionado a isso sua longevidade: a ampulheta estava quebrada. Quando a toquei, senti viajar no tempo de certa forma. Talvez seja um objeto quimérico ou algo ainda mais poderoso... A nova rainha, Delilah, teve sua primeira vitória. Não deixou de ser um golpe, de certa forma, mas ela recebeu a coroa do Rei Lothar e a manteve ante à corte Unselie. Ela também deveria - supostamente - estar preparada, pois tinha um barco, mesmo mal feito, preparado para uma ocasião como aquela. Agora, algo havia de estranho com o seu nome. Sansão... Delilah traiu Sansão na história bíblica. Teria alguém feito um barco propositalmente ruim para trair Delilah? Há jogos estranhos em curso. Não seu qual meu lugar neles, mas estou implicado. Amanhã mesmo Flynn virá e me porá em dia com as decisões do Conselho. Preciso ser cauteloso para não implicar minha família nisso. Preciso protegê-las, Cor e Vera..."
Você se arruma para deitar, mas não está com sono, então decide resolver o problema com o aquecedor. Trata-se de um desajuste banal do termostato e você não leva nem 5 minutos na tarefa. Por algum motivo toda essa facilidade chega a ser um pouco frustrante para você.
Quando retorna ao quarto, encontra Cor já adormecida – a excitação dela parece ter esvaído rápido enquanto você estava longe. Você se deita, mas custa a dormir. Quando dorme cai num sono profundo, cheio de sonhos muito vívidos, que você acaba esquecendo ao despertar, exceto pela vaga ideia de espadas se cruzando em navios num rio em cuja margem há um grande e imponente relógio de sol, com talvez dez ou doze metros de altura.
Você acorda sozinho às dez para as seis da manhã, sentindo-se totalmente desperto. Cor permanece adormecida e o apartamento está aquecido da maneira mais ideal possível. Você não consegue ficar na cama, por mais aconchegante que ela seja.
Você tem algum tempo livre, que ocupa de acordo com sua preferência, deixando uma parte dele para se arrumar, tomar café da manhã e etc.
Por volta das sete e meia seu interfone toca e você verifica que é Sir Flynn quem está na porta, com olheiras bem fundas, mas finamente vestido com trajes de guerra. Você vai encontrá-lo na rua e percebe que ele está acompanhado de um troll com uma aparência péssima e um pungente cheiro de álcool.
“Bom dia, Sir Basil, espero que tenha conseguido descansar um pouco. Este é Uthred”, ele diz, introduzindo o troll. “Não vai estar conosco no conselho, mas tem outras coisas para resolver no palácio e está nos acompanhando.”
Uthred o cumprimenta com alguma coisa entre uma saudação e um soluço, com uma cara nada simpática.
Ao redor de vocês a cidade tem a movimentação normal de uma quarta-feira nesse horário, com todos vivendo suas costumeiras vidas, alheios a tudo que acontece eu seu mundo.
OFF:
Sinta-se livre para descrever ações de membros da sua família pela manhã, se o desejar. E aproveite esse tempo para se organizar.
Abriu os olhos e sentiu-se confortável em sua cama. Estava aquecida. Ele havia dado um jeito no aquecedor na noite anterior. Quis voltar a dormir. Mas a tentativa foi vã. Estava inquieto. Cor dormia. Ela era linda. O sentimento ruim de tê-la posto em perigo estava ainda por ali. Talvez por isso não voltava a dormir. Resolveu levantar. Outra coisa lhe martelava na cabeça. A ampulheta quebrada. De pé e ainda de pijamas, o rezingão foi até sua mesa de trabalho que tinha ali por casa. Não tinha as ferramentas todas completas, como tinha em seu ateliê, mas iria bastar para dar a primeira olhada.
Na roupa da noite anterior pegou a peça que tirara das cinzas do Rei Lothar e levou-a até debaixo da luz e do seu monóculo de aumento. - O que você tem para mim? - Virou de um lado e de outro e com algumas ferramentas mexeu um pouco, sem entretanto desmontá-la [Teste Inteligência + Ofícios]. Lhe interessava saber como foi feito e qual era seu objetivo primordial. Aquela lembrança de uma visão ao tocá-lo ainda era forte em sua mente. Isso o fez notar que talvez aquele objeto tivesse algo de relevante para o porvir. Deixou o Glamour escorrer mais uma vez em suas veias e esforçou-se por ver a tapeçaria do Dan: encontrar de que modo aquela ampulheta influenciaria a troca de majestades [Truque Presságio: Inteligência + Acessório].
- ... - Girou a ampulheta em suas mãos e guardou-a no bolso do pijama. Tinha que se arrumar. Fez aquela coisa sem graça do dia a dia de banho, roupa, café e bom dias. Beijou Vera com afeto e a mandou para escola com Cor. O interfone tocou. Desceu e viu Sr. Flynn com terríveis olheiras e roupa de guerra. - Bom dia, eu descansei, mas pelo visto você não... - Olhou-o de cima para baixo e para Uthred que fedia a aguardente. - Devo pegar minha rapieira? - Buscá-la-ia se Flynn dissesse que sim. Já trazia consigo a ampulheta, achando melhor não deixá-la em casa. Uma sombra de preocupação lhe cobria.
Você se levanta e se põe a estudar a pequena ampulheta. Mais uma vez você tem a sensação de que o tempo se comporta de maneira diferente quando você interage com ela. Você examina o objeto, mas não consegue descobrir qualquer coisa sobre como foi confeccionado ou para que serve, a não ser, é claro, para medir a passagem do tempo da mesma maneira que qualquer ampulheta ordinária. Você nota, entretanto, que a parte que não era de vidro é feita de uma peça única, de prata muito pura, com pequenas pedras preciosas encrustadas, sendo que a parte de cima possuí uma pequena argola que permita que seja usada como pingente. Se assemelha ao trabalho de alguns dos maiores joalheiros que você já viu. Você não consegue entender como a parte de vidro poderia girar quando a areia se esgotasse na parte de cima, permitindo que o ciclo se reiniciasse. Talvez houvesse uma outra pecinha giratória para dar conta dessa função, mas você não vê nenhum lugar onde ela pudesse se encaixar. Ao mesmo tempo em que te dá a impressão de ser muito antiga, a ampulheta certamente foi fabricada com uma técnica muito apurada e possui um design arrojado que parece vindo do futuro.
Você então se concentra e tenta vislumbrar o destino da peça. Você respira fundo e começa a enxergar os fios da trama da realidade enquanto olha para a ampulheta. Subitamente você a vê restaurada, não da maneira idêntica a que era na noite anterior, mas com um novo vidro cheio de areia correndo de cima para baixo. Você também vê Delilah com uma expressão surpresa dizendo “Mas esse objeto já cumpriu sua finalidade? Ou não?”
Você se vê trazido de volta à realidade e começa a se preparar para partir, interagindo com sua família no processo, e desce para encontrar sir Flynn. Ele apenas sorri com uma expressão conformada quando você comenta sobre ele não ter descansado. “Sim”, respondem ele e Uthred ao mesmo tempo quando você questiona sobre a rapieira. “Nunca se sabe”, complementa Flynn.
Você se apressa em buscar a arma e em seguida estão os três a caminho do palácio. No trajeto você nota que quase todos os changelings que você vê estão armados. Nunca há muitos deles, mas hoje há ainda menos que o habitual pelas ruas.
“Nos movimentamos durante a noite para garantir a segurança de toda essa área próxima ao palácio”, diz Flynn. “Sorte a sua viver dentro do perímetro. Eu não sei quando vou voltar em casa; a corte unseelie está fazendo a mesma coisa no entorno do palácio ducal”, ele continua. “Delilah deve enviar emissários a Apoc agora cedo para tentar resolver as coisas diplomaticamente. Mas como não acredito que nenhum dos dois esteja disposto a ceder, estou pouco otimista de que isso seja frutífero.”
Vocês chegam ao Palácio Real e há um forte esquema de segurança na porta, ainda que metade dos guardas seja formada por kinain e mortais encantados. Após uma breve troca de palavras entre Flynn e o porteiro vocês são admitidos e seguem por corredores e escadarias até o salão reservado da rainha. Uthred se separa de vocês no caminho.
Há uma enorme mesa redonda no aposento, riquíssimamente decorado e com uma bela iluminação natural. Ao redor da mesa estão sentados vários kithain, com a rainha Delilah numa cadeira de espaldar mais alto usando a coroa real. A maioria dos presentes tem o mesmo aspecto exausto de Flynn, mas nenhum parece tão abatido quando Delilah, que tem olheiras escuras e parece até mesmo mais magra.
Ela interrompe a discussão no momento da sua chegada dizendo “Bem vindos, sir Flynn e sir Basil. Por favor, sentem-se. É muito bom que vocês tenham chegado, pois o barão Dragomyr ap Dougal estava prestes a falar sobre o andamento da construção de nosso navio de guerra Sansão.”
Flynn troca com você um olhar de cumplicidade nesse momento. Dragomyr pigarreia e começa a falar. “Como eu ia dizendo, ainda vamos precisar de alguns dias, mas o projeto está se encaminhando muito bem e em breve teremos um dos melhores barcos de guerra já feito no Reino das Flores. Preciso apenas que deem mais algum tempo para que minha equipe possa concluir o trabalho. Eu mostrei pessoalmente o barco a Sir Gerald ontem pela manhã.”
Gerald, que está sentado ao lado da rainha, mantém sua expressão impenetrável, mas ele olha diretamente para você assim que Dragomyr termina sua fala e diz. “É verdade. Estive com o barão a bordo do Sansão ontem pela manhã. Aproveitei a ocasião do baile e levei sir Flynn e sir Basil para darem também uma olhada. Flynn afirmou que pode comandar o navio, se necessário. E todos sabemos que Basil é um dos grandes artesãos do reino. Sir Basil, se importaria de compartilhar aqui a sua opinião, conforme conversamos ontem?”
Todos os rostos se voltam para você. Delilah esboça um sorriso muito sutil e você tem a sensação de que ela já ouviu sua opinião através de Gerald ou Flynn e preparou esse momento.
A situação que se encontrava era delicada... Logo a primeira coisa falada naquela reunião seria sobre aquele barco mal acabado? Os olhares de Flyn, Gerald e Delilah pareciam ser cúmplices, mas em sua cabeça eram também de certa forma olhares de raposas. - Bem...- Mas Basil não conseguia resistir. - Há várias coisas a serem reconsideradas naquele barco. A primeira delas é o peso e a resistência da madeira. Veja, quando se faz um relógio é preciso saber quanto pesa cada peça, senão, pelo próprio peso dela, acabará atrasando. E aí teremos um relógio que parece muito bom, mas que sempre irá atrasar.
Endireitou-se na cadeira e ergueu um pouco a coluna que já teimava em ficar curvada. - A madeira do barco é muito pesada, o que o fará lento. Não seria um problema se, por outro lado, fosse resistente. Porém, não o é. - Tamborilou seus dedos ágeis no tampo da mesa. Esse era o problema número um, mas que, na opinião do nocker, era o menos importante.
- Tem o fato do aço também não ser de tão boa qualidade. Se é que é aço. A ferrugem dirá. - Ou o tempo dirá. - Mas o grande problema é o nome. Sansão parece um nome ótimo, de alguém forte. Contudo, nossa prin... Rainha se chama Delilah. Nas histórias bíblicas, Delilah traia Sansão e ele ficava escravo. Sabemos que a gramática mágica é subversiva e irônica. Quem sabe se o barco Sansão não trairá a Rainha nessa nossa história aqui? Ou ficará sem forças? - Preparou para aquele momento seu olhar mais penetrante e duro. Não era um grande orador, mas falar de coisas feitas com as próprias mãos? Oh, Deus... Basil sabia. - Esse nome não presta para ser um barco da Rainha Delilah. Urge encontrar outro. - Com os dois dedos indicadores traçou duas linhas paralelas invisíveis no tampo da mesa, que se encontraram num ponto central, unindo os dedos, no exato momento que ele terminava sua fala.
Você tem uma vaga lembrança de outros conselhos de guerra e reuniões solenes das quais você participou em outras vidas. Você tem a sensação de que seu habito de dizer a verdade nunca o deixou em maus lençóis nestas ocasiões, ainda que eventualmente outros kithain possam se aborrecer ou se ofender com suas opiniões. De fato, você tem a impressão de que já lidou com Dragomyr muitas vezes, às vezes trabalhando com ele, mas na maioria das vezes contra ele.
Você inicia seu relatório sobre o barco. Delilah e seus conselheiros mais próximos mantém uma expressão bastante séria, quase impenetrável, enquanto você fala, enquanto Dragomyr tenta disfarçar o constrangimento.
A sobrancelha de Delilah se arqueia levemente quando você comenta que sua preocupação principal é o nome.
"É uma preocupação pitoresca, sir Basil", ela comenta com um tom ligeiramente divertido, "mas muito pertinente. Vou seguir o seu conselho e escolher um outro nome para o barco. Quanto aos seus demais apontamentos...", ela lança um olhar misterioso para Dragomyr, "eu não posso deixar de notar que contrastam muito com o parecer de Dragomyr. Eu tenho certeza de que você não disse nada disso levianamente, então me pergunto o porquê de eu não ter sabido dessas coisas pelo engenheiro responsável pela construção do barco."
Ela para de falar e todos os olhos se voltam para Dragomyr. Ele engole em seco, com uma expressão muito preocupada.
"Senhora...", ele começa a dizer, vacilante, "Quer dizer, majestade... eu... eu pretendo corrigir todos esses defeitos que sir Basil mencionou, eu apenas... não queria preocupa-los com questões tão... técnicas..."
Então Delilah o interrompe dizendo "Você não vai terminar nada. Estou encarregando sir Basil dessa tarefa a partir de agora. Você deve assisti-lo com o que ele precisar."
Dragomyr, um lorde Sidhe, fica vermelho como um pimentão, mas há algo no semblante dele que você poderia jurar que é alívio.
"Senhora... sua majestade... como preferir.", ele responde.
"Basta desse assunto. Sir Gerald, por favor, explique aos senhores presentes como a cidade está atualmente divida e as medidas que estamos tomando."
Você não consegue deixar de se impressionar com a postura de Delilah, que parece ter se transformado em outra pessoa. Repara também que há uma única borboleta voando pelo ambiente, em contraste com a profusão que viu durante a procissão do dia anterior.
Sir Gerald começa então a falar sobre como a cidade está dividida pela guerra civil. Para sua sorte, tanto sua casa quando sua oficina se encontram nas áreas controladas pelas forças seelie. Ele avisa que há um esforço conjunto para abrigar os kithain leais à rainha que estão desabrigados por ter suas casas na área dominada atualmente pelo duque e pede a ajuda de todos os presentes para que recebam essas pessoas em suas casas, dentro das possibilidades e limitações de cada um. Também precisamos de voluntários que se revezem com a segurança do perímetro seelie, tanto no mundo outonal, quanto no sonho próximo.
"O sonho próximo é nossa maior preocupação, pois faz mais sentido que qualquer combate se de por lá, onde não precisamos nos preocupar com a banalidade ou com os olhos humanos", ele diz. "Também devo informa-los que há alguns kithain unseelie querendo se juntar a causa da rainha legítima. Isso é muito bom, mas também significa que podem haver membros da corte seelie se bandeando para o lado de Apoc. Devemos ficar muito atentos a qualquer comportamento suspeito."
Ao fim da fala de seu protetor, Delilah pergunta se alguém tem alguma dúvida ou comentário.
Dizer exatamente o que pensava e o que sabia que era verdade era uma prática que nunca o havia posto em situações ruins. Quer dizer, algumas vezes sim, mas não em situações piores do que se tivesse tentado esconder alguma coisa. O ar voltou a lhe circular pelos pulmões quando a Rainha Delilah agradeceu-o e o nomeou como responsável pelo barco, que agora não se chamaria mais Sansão. - Agradeço, Vossa Majestade, pela confiança em meu testemunho e trabalho. - Fez uma mesura e ficou aguardando o fim da reunião. Tinham que tomar cuidado com o Sonho Próximo e a sorte é que sua casa e oficina estavam dentro da área controlada pelos Seelie. Lembrou-se de sua filha e de sua esposa e uma certa angústia bateu-lhe no peito e na garganta. Era tudo que ele tinha de mais precioso. Nem parecia que havia as deixado em segurança há apenas algumas horas em casa.
Deveria começar os trabalhos com o barco, afinal agora era um trabalho dele. Antes disso e quando as reunião já estava se desfazendo, Basil aproximou-se da Rainha e se muito jeito a cumprimentou. - Majestade, queria perguntar-lhe algo em particular... - Aguardou que estivessem um pouco afastados dos demais para continuar: - Ontem, entre os vários acontecimentos, peguei essa pequena ampulheta, que pertencia a Lothar. Está quebrada, mas creio ser possível consertá-la. Ainda não sei como... Talvez você possa me dizer algo que ajude, talvez queira ficar com ela para si... - Tirou a pequena ampulheta de dentro de sua roupa e mostrou-a para Delilah.
- Obviamente, se achar que isso não é importante, seguirei imediatamente para os reparos do barco. - Disse com simplicidade e olhando o chão.
Delilah começa te escutando com uma expressão atenta e séria, mas quando você lhe mostra a ampulheta, seu rosto se transforma, surpreso, revelando uma criança ingenua e inocente.
“Sir Basil!...”, ela se detém boquiaberta. “Mas esse objeto já cumpriu sua finalidade. Ou não?”
Ela recupera a expressão mais austera e olha ao redor, antes de te pegar delicadamente pela mão e conduzi-lo pelos corredores, palácio adentro.
“Venha”, ela diz enquanto caminham. “Na confusão de ontem eu cheguei a esquecer desse objeto. É curioso que você o tenha recuperado.”
Ela abre uma porta e vocês entram no que é um enorme quarto, maior que muitas quitinetes, lindamente mobiliado. Seguramente são os aposentos íntimos de Delilah. Ela se senta em uma poltrona, indicando uma adjacente para você.
“Essa é a Fhionnuisce den am. Um artefato do tempo do Verão. Estava perdido há séculos até ser encontrado pelo Rei Lothar em uma peregrinação pelo sonhar. O que sabe é que foi construído por um lendário artesão conhecido apenas pela alcunha de Gnomonista. Não é uma ampulheta comum, pois o conteúdo corre de acordo com o tempo de vida restante de quem utiliza o pingente. O tempo alimenta uma quimera em forma de fênix que foi o que você viu ontem.”
Ela se cala por alguns segundos, ordenando as ideias.
“Ao que parece meu pai encontrou uma maneira de fazer com que o tempo dele corresse mais rapidamente que o normal. A ideia dele era que eu tivesse essa arma secreta quando ele não estivesse mais aqui. Eu a tenho escondida agora. Não sei se há algum meio de consertar ela… mas não vejo qualquer problema se você quiser fazer isso. Pode ficar com ela.”
Ela faz uma pausa, como se esperando que você tenha dúvidas. Você pode falar com ela aqui, se quiser, mas ela logo vai prosseguir com outro assunto.
“Sobre o nome do barco… o que você acha de Manawydan? Não precisa responder agora, mas pense a respeito. Quero sua opinião nisso”, ela diz.
“E quanto a Dragomyr… quero que fique de olho nele. Algo não está certo no comportamento dele. Talvez esteja atuando como espião… mantenha-se atendo a isso, ok?”
Ela então se levanta. “Se isso é tudo, podemos ir. Há muita coisa que precisa da minha atenção antes que eu possa descansar um pouco. Você está liberado para transitar na parte operacional do palácio, incluindo a área dos barcos. Qualquer problema procure por mim, Sir Gerald, ou Sir Flynn.”
Lembrou-se de imediato da tentativa que fizera de perscrutar o futuro daquele objeto e ali ela se cumpria. - Só por ouvir você dizer essas palavras, penso que não. - Segui Delilah até seus aposentos e sentou-se na cadeira, com certo desconforto por tanta confiança atribuída a ele. - Talvez esse pequeno truque do Rei Lothar tenha forçado o delicado mecanismo dessa ampulheta. - Procurou na memória alguma coisa sobre Gnomonista e seu Fhionnuisce den am, porém, não tinha certeza de nada. - Fico feliz que confie mais essa atribuição à mim, farei o possível para ajeitar, assim poderá você também usá-lo.
O silêncio pairou um pouco entre os dois. Sir Basil não sabia exatamente o que falar. Ele tinha receios quanto toda aquela situação, mas não era adequado externalizar isso. Coçou a cabeça. Algo no fundo dela dizia-o para perguntar mais sobre a ampulheta, pois a curiosidade era como um pequeno comichão. -Talvez... Saber onde e como o Rei Lothar encontrou a ampulheta ajude no processo de ajeitá-la. Se funcionar como eu imagino... Quanto mais tempo, mais potente é a quimera e com vossa majestade, definitivamente seria uma forte arma secreta. -Tamborilou os dedos no apoio do braço da cadeira, enquanto observava a reação de Delilah.
Quando o assuntou voltou para o barco, Basil soube que era o momento de parar. - Bem... Manawydan passou por maus bocados, mas ao fim demonstrou ser mais forte que LLwyd. Me parece um destino melhor, ao fim das contas. - Quando a rainha falou de Dragomyr, alarmou-se. Parecia óbvio agora que ela falava, mas isso havia passado desapercebido por seus olhos acostumados a observar mecanismos e não pessoas. - Farei isso, vossa majestade! - E com a despedida de Delilah, fez uma mesura adequada, mas antes que ela partisse, disse-lhe: - Só mais uma coisa... Quanto a Fhionnuisce den am... Talvez se pudesse gastar algum tempo na biblioteca do palácio pudesse encontrar valiosas informações... É claro, o barco é nossa prioridade... - Sugeriu, sem levantar-se da mesura.
Quando recebesse a resposta de Delilah, seguiria para as docas e observaria o andar dos trabalhos. Com esmero avaliaria cada tarefa executada no barco e, se Dragomyr estivesse ali, o observaria de canto de olho onde quer que ele andasse, intrometendo-se em quaisquer ordens que ele ainda tentasse dar. Daria também uma boa olhada no projeto do barco, a fim de corrigir as más idéias e torná-lo um barco resistente e ágil, o que era o mais importante.
Infelizmente os nomes do Gnomonista e sua ampulheta não lhe soam familiares.
Delilah se detém por alguns momentos pensando nas suas perguntas sobre a ampulheta. Ela tem uma expressão cética.
“Sir, eu não tenho certeza se essa peça chegou a ser produzida para ser utilizada uma segunda vez… realmente não sei se você será capaz de restaurá-la…”, ela coça o queixo erguendo uma sobrancelha. “O que eu sei é que meu pai encontrou a ampulheta a partir de algum livro que ele achou numa biblioteca. A história toda é a de que o rei ficou perdido no sonhar e acabou encontrando uma biblioteca lendária. A Biblioteca de Morpheus”, ela diz. “Segundo ele essa é a maior biblioteca de todos os mundos, em qualquer tempo, porque possui um exemplar de todos os livros, tanto os já escritos, como os ainda por escrever, e até mesmo aqueles que foram apenas sonhados e nunca chegarão a ser escritos. O problema é que depois que se deixa a biblioteca as pessoas começam a esquecer tudo o que leram lá dentro, então tudo que meu pai pode fazer foi achar esse artefato. Eu imagino que ele tivesse muito mais planejado… mas se esqueceu pelo caminho.”
Ela fica satisfeita que você tenha gostado do novo nome para o barco e o autoriza a frequentar a biblioteca real. “Não é a de Morpheus… mas pode ajudar!”, ela brinca, quando se despedem.
Você chega até as docas por volta das 8 horas e a sua equipe está te aguardando para começar. São dois boggans infantes chamados Tom e Teddy, um jovem Nocker chamado Tink, além de Dragomyr, que te apresenta uma prancheta com todas as plantas e projetos do agora Manawydan.
Você verifica os papéis e separa mais da metade deles como lixo, porque precisará ser refeito a seu modo, verifica todas as medidas do barco e constata que a primeira coisa a fazer é arrancar dele tudo o que não presta.
Você pede a Dragomyr e aos dois boggans que comecem a fazer isso, e manda Tink separar todas as ferramentas do seu jeito, para depois ir buscar os materiais ideais para o projeto. Os olhos do nocker brilham com satisfação e ele lança um olhar desdenhoso para Dragomyr.
Enquanto a equipe trabalha você começa a trabalhar na prancheta, revisando tudo e basicamente reprojetando o Manawydan quase do zero.
A manhã avança rápido. O movimento de vai e vem começa a aumentar, o que te incomoda. Por volta das 9:30h acontece alguma algazarra ao longe, com muito falatório, o que o desconcentra das pranchetas. Você observa que os boggans estão trabalhando bem, mas Dragomyr é demasiadamente lento. Tink já arrumou todas as ferramentas e está separando feixes das madeiras e metais que você solicitou.
Um pouco após às 10h a algazarra se torna quase insuportável e você decide se aproximar para perguntar o que está acontecendo afinal.
Um troll rezingão é quem te responde “Thorondomyr, é isso que está acontecendo. Ele causou um belo incêndio há uma hora atrás. Parece que a trégua acabou.”
Pelo que você escuta, o ataque ocorreu muito próximo de onde Cor trabalha e você não consegue conter a preocupação.
“Para piorar, as forças unseelie se aproveitaram a confusão e tomaram toda aquela área para eles”, completa o troll.
Off:
Role inteligência + ofícios e manipulação ou carisma + ofícios (o que for maior)
Inteligência (4) [tenho a especialização Pragmático, não lembro como funciona a regra de especialização] + Ofícios (4) Bravos efetuou 8 lançamento(s) de dados (d10.) :
6 , 6 , 7 , 2 , 9 , 10 , 6 , 5
Carisma (2) + Ofícios (4) Bravos efetuou 6 lançamento(s) de dados (d10.) :
2 , 3 , 10 , 5 , 1 , 7
@Sayd se puder me enviar o livro do changeling de novo, meu computador deu pau e perdi.
Inteligência (4) [tenho a especialização Pragmático, não lembro como funciona a regra de especialização] + Ofícios (4) Sayd efetuou 8 lançamento(s) de dados (d10.) :
3 , 3 , 9 , 5 , 2 , 2 , 9 , 7
Carisma (2) + Ofícios (4) Sayd efetuou 6 lançamento(s) de dados (d10.) :
6 , 9 , 10 , 4 , 9 , 5
@Sayd se puder me enviar o livro do changeling de novo, meu computador deu pau e perdi.
Ok, de casa eu envio o livro. Você pode seguir com sua resposta para o último post de jogo. Obrigado pelas rolagens.
As informações da tal biblioteca eram um tanto quanto desanimadoras. Ele não era o changeling tão talentoso que era o Rei Lothar. Dificilmente conseguiria refazer aquele caminho tão aventuresco. Com um sorriso amarelado, terminou de falar: - Se conheço algo sobre os inventores é que querem que suas invenções funcionem para sempre... Ou ao menos possam ser sempre refeitas. - Guardou consigo a ampulheta, esperando que a frase que dissera fosse capaz de ao menos aquecer seu coração.
O resto da manhã foi de extenuante trabalho. Aliás, nem toda. Estava refazendo o projeto do Manawydan, mas dado momento a balbúrdia e o barulho começaram a atrapalhar demais. Quando foi perguntar o que havia acontecido, soube que a trégua havia acabado. Seu coração quase parou quando percebeu que o local onde o incêndio havia acontecido era próximo do trabalho de Cor. Teve que se segurar no guarda corpo da plataforma de construção do barco quando ouviu que a corte unseelie havia dominado a área. - Eu... Eu... Eu preciso ir agora. Tink! Venha cá. - Esperou o jovem Nocker chegar e levou-o afastado um pouco, para que Dragomyr não os escutasse.
- Pegue o projeto que eu revisei, faça um cópia. Guarde o original com muito cuidado e a cópia consigo. Não deixe que Dragomyr pegue esses papéis... Escutou-me? - Seus olhos de cor esmeralda ardiam com certo ímpeto que seria capaz de fazer hesitar os mais confiantes. Guardar segredo de seus projetos era algo importantíssimo, ainda mais com a possibilidade de um espião. Queria ter certeza que o jovem Nocker não faria nenhuma idiotice e por isso o fulminou com seu olhar. Quando estivesse certo disso, se afastaria e diria em alta voz: - Intervalo até às 15h, verifiquem se precisam ajudar a corte em algo.
Sem esperar questionamentos ou argumentos contra, Basil afastou-se, esperando apenas sair de vista para começar a correr em direção do trabalho de Cor. Logo que saísse do Sonho Próximo iria ligar para ela. A próxima ligação seria para o colégio de Vera, para saber se tudo estava bem.
Você fica nitidamente preocupado após receber a notícia do ataque. Todos na sua equipe percebem que há algo em jogo para você. Você chama Tinker em um canto e passa instruções a ele, frisando que ele deve manter tudo fora do alcance de Dragomyr. Tink ergue uma sobrancelha, claramente curioso, em seguida lança um olhar pensativo para o lado, para finalmente assentir com uma expressão quase militar.
"Compreendo, sir! Conte comigo", em seguida ele lança um olhar disfarçado em direção a Dragomyr e completa. "Vou ficar aguardando no barco e me certificar que ninguém faça nada na sua ausência."
Você não perde mais tempo e parte apressado em direção ao trabalho de Cor. Assim que chega às portas do hotel, já do lado de Amsterdam, você saca seu telefone e começa a ligar para sua esposa. Caixa postal. Uma. Duas. Três vezes. Somente depois disso você percebe que recebeu duas ligações dela alguns minutos depois que o ataque deve ter ocorrido (você não tem sinal no sonho).
Seu coração aperta. Você acelera os passos. Está praticamente correndo pelas ruas. Apesar de estar distraído com pensamentos de catástrofe, você não deixa de notar que a dinamica da cidade está algo diferente. Há ansiedade e confusão nas faces dos desconhecidos. Muita gente reunida em locais onde há televisores, assistindo atentas. Você não para para assistir, mas há fogo nas telas.
Em alguns minutos você já está bem próximo do local. Ambulâncias passam apresadas. Veículos dos bombeiros. Sirenes. E fumaça. Muita fumaça.
Há um troll seelie em uma das pontes do seu caminho, parado, como se montando guarda. Quando você chega a ele você enxerga uma dupla de redcaps unseelie montando guarda em uma segunda ponte, mais adiante. Há um pequeno quarteirão separando ambas as pontes. Um dos redcaps acena para você e faz gestos convidando-o a se aproximar.
"Eles estão ansiosos para lutar", diz o troll, subitamente. "Não tem disciplina. Deveríamos explorar essa fraqueza", ele comenta. "Você está vindo montar guarda?", ele pergunta, olhando para sua rapieira na cintura.
Você então se dá conta de que não vai ser possível chegar até o local do ataque sem entrar em confronto com kithain unseelie. A menos que você pretenda passar desapercebido - um carro com vidros fumê provavelmente daria conta disso.
Alternativamente, você está relativamente próximo à sua casa. Você tenta ligar para Cor novamente e dessa vez o telefone está desligado. O troll te olha confuso, esperando uma resposta.
Basil olhava para os redcaps do outro lado. Sem olhar para o troll ele responde: - Não... Eu preciso ver onde estão minha esposa e filha. - Não adiantaria ir para casa agora, pois Cor não deveria estar lá. Se tivesse... Discou o número do telefone fixo. Era apenas uma tentativa. Quando a ligação caísse, Basil tomaria fôlego e então olharia para o troll.
- Como você se chama? Eu sou Sir Basil Timekeeper, estou cuidando do barco da Rainha Delilah, mas agora preciso chegar do outro lado da ponte. Vou fazer isso evitando conflito, mas gostaria que me ajudasse se algo saísse do controle. - Apertou as mãos um pouco nervoso. - Se um conflito começar, venha por mim, sim? - Depois se afastou, até uma distância e posição segura, onde os redcaps que montavam guarda não o vissem. Ali chamou um táxi, ou pediu uma carona, o que fosse mais rápido. Indicaria uma esquina próxima, depois dos redcaps, onde pudesse seguir seu caminho para o trabalho de Cor à pé, pois imaginava que o fluxo de carros estaria impossibilitado.
Uma vez dentro do carro, sentaria no banco atrás do motorista. Enquanto se aproximavam da primeira ponte, onde estava o troll, tentaria acenar para ele, discretamente e em seguida se cobriria com seu Pano de Mudança, que tirou do bolso.
O troll ergue sua grossa sobrancelha, intrigado com sua resposta. Você liga para o telefone fixo e ele chama pelo que parece ser uma eternidade, mas como você previa, ninguém atende.
Você então começa a falar com o troll, de maneira um tanto abrupta e desconexa, que faz com que ele coçe a cabeça claramente confuso. Ainda assim, ele acena, concordando com suas instruções - mas esquecendo de dizer como se chama.
"Certo... você vai para o outro lado e se houver conflito eu ajudo", ele responde, muito sério. E então abre um largo sorriso, orgulhoso de si mesmo. Você desconfia que ele não é muito inteligente, mas não tem tempo para pensar nesse tipo de coisa.
Após se afastar alguns passos, você se depara com um ponto de táxi com um carro esperando providencialmente por você. Os vidros parecem escuros o bastante, então você embarca.
"Para onde?", pergunta o motorista, sem rodeios, e você o instrui a seguir para o trabalho de Cor. Ele faz uma cara feia. "Não sei se vamos conseguir, porque aconteceu um atentado ali ao lado e muitas ruas estão isoladas, mas vamos lá", ele diz, dando a partida.
Você abre um pouco o vidro quando se aproxima do troll e acena para ele, que te vê e sorri abestalhado. O motorista faz outra careta, mas não fala nada.
Logo em seguida você pega seu pano de mudança e se cobre com ele. Felizmente o motorista não está olhando no retrovisor no momento, então ele não nota quando você simplesmente "desaparece". Ele parece muito desconcertado quando olha pelo espelho para o local onde você estava e não enxerga nada, mas prossegue sem fazer nenhum comentário.
As ruas do outro lado estão bem mais vazias - apesar disso você vê uma boa quantidade de kithain unseelie, entre as pessoas presentes.
Há uma boa quantidade de policiais, bombeiros e jornalistas, pessoas infestadas de banalidade e cuja presença aumentam seu mal estar.
Em poucos minutos vocês chegam a uma barreira policial, há cerca de 40 ou 50 metros do trabalho de Cor, que por sua vez deve estar a uns 100 ou 150 metros do local exato do ataque de Thorondomyr. Você consegue ver o edifício onde ela trabalha e ele parece estar intacto.
"Como eu disse... pelo visto não vamos conseguir chegar até lá", diz o motorista, parando o carro e virando o corpo para trás. Então a expressão dele se torna completamente atonita e confusa quando ele não vê ninguém no carro. (Você está coberto pelo pano de mudança)
"Que diabo é isso?!", ele fala - sozinho.
Ao lado da barreira policial há uma tenda de socorro médico com muitas pessoas sendo atendidas. Você não vê nenhum outro kithain nessa área específica.
- Obrigado, eu desço aqui. Saiu do carro deixando o taxista sozinho. Deixou sobre o banco um dinheiro o bastante para pagar a corrida e uma pequena gorjeta. Não poderia ficar parado naquela barreira policial. Estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Decidiu que primeiro procuraria Cor entre os feridos sendo atendidos. Já que não havia outros kithain por ali, seria mais prudente. Talvez a encontrasse imediatamente e então poderia partir.
Passou entre os guardas, evitando esbarrar em qualquer coisa, para não chamar atenção desnecessária para si. Entre as filas de atendimento, procurou um local que pudesse ver bem a maioria das pessoas e tentou localizar usa esposa. "Cor... Onde você está?!"
Se não a encontrasse, seguiria em direção do seu trabalho, ainda coberto pelo Pano de Mudança, apenas tirando-o quando chegasse diante do trabalho dela. ONde perguntaria se ela havia saído e se o havia feito acompanhada. - Não... Eu preciso ver onde estão minha esposa e filha.
Off - Sobre o Pano de Mudança:
Ele não faz ficar propriamente invisível. Ele faz o truque 'Olhos Velados'. A descrição diz que "o truque não torna um objeto invisível, e sim convence o observador de que o objeto não merece sua atenção". Basil está usando para passar desapercebido.