Lucca ficara sabendo de uma série de lutas que ocorreriam em um local conhecido como “O tridente” nas redondezas de um bairro de classe média-alta de Roma. Trata-se de um restaurante que servia peixes e frutos do mar, típicos da cidade, mas isso era apenas uma fachada.
Alem de lutas ilegais, haviam jogos de azar e rinha de galos. Mas o local tinha o apoio da polícia corrupta local e levantava pouca suspeita. Pessoas que iam ali apenas para se alimentar eram repelidos pela comida ruim e nunca mais voltavam. E era assim que o dono do “Tridente” queria.
Alias, o dono do Tridente era uma figura ímpar. Era um homem de aproximadamente 1,60 de altura, acima do peso e com uma barriga volumosa. Ele usava um cavanhaque e, apesar dos poucos cabelos, estes eram pretos. Mas na maioria das vezes que se via ele, ele estava com trajes de Chef, avental branco e chapéu típicos da profissão. Mas todos sabiam que ele era um mafioso.
Aquela era uma boa oportunidade de Lucca arrumar dinheiro, pois fazia uma semana que ele não via uma cama quente de um bom hotel, apenas casas abandonadas com antigos amigos e conhecidos. O prêmio oferecido aos lutadores era de USD 200,00 por luta.
Ao chegar no lugar, Lucca da de cara com um restaurante simples e pequeno, sem muita frescura. Talvez tivessem ali apenas umas 10 mesas, apenas uma ocupada, mais o balcão. Um homem de jaqueta de couro preta e óculos escuros estava sentado bem no fundo, de olho em quem entrava. Assim que Lucca vai adentrando o estabelecimento, o “chef” o aborda, o olhando de baixo a cima:
- Lutador ne? Fala com o Antonio, diz ele, sinalizando para o homem de jaqueta preta.
Ao dirigir-se a ele, o homem levanta da cadeira, dizendo:
- Levanta as mãos pra cima.
Em seguida ele revista Lucca. – Vai pela portinha ali. Se causa problema..., diz ele, mostrando uma pistola enfiada na calça.
Ao passar pela portinha, com um pesado isolamento acústico, há uma escada sinuosa para o subsolo. Após vários degraus iluminados escassamente por lâmpadas penduradas, ele chega a uma área ampla, também mal iluminada por poucas lâmpadas.
Há dezenas de pessoas aqui, todas de pé e gritando e torcendo para a luta que ocorria no ringue, ao centro da sala e bem iluminado por holofotes. O embate era entre um homem usando um kimono contra uma mulher usando um collant preto. O homem acabara de dar um chute violento nela, mas esta viu o perigo e estava bloqueando o ataque. Então ela pega o homem e o arremeça a uns 4 metros dela, dento do ringue ainda. E assim o combate segue, bem equilibrado.
Um homem com uma prancheta se aproxima de Lucca, ele usava uma boina bege e tinha uns 40 anos. Usava um sobretudo da mesma cor, um tanto chamativo.
- Hey maan, vamu luta hoje? Te coloco na próxima luta se tu quise ganha uns troco rapa! Ah! Sou Frederico Figo, muito prazer! Tu é....?