Prólogo: Jolin, Sorte Dourada

Jolin havia vivido algumas aventuras mas preferiu sair contando nas tavernas seus grandes feitos.
Por motivos óbvios ele ficou conhecido nas cidades em que passou como "sorte dourada", um verdadeiro abençoado por Tymora.

Ele tinha acabado de terminar uma missão simples de resgatar duas crianças quando chegou na vila de Onda Tesh. Ele procurava um lugar calmo para poder desfrutar da sua recompensa e decide por conhecer um pouco o vilarejo, obviamente o primeiro lugar que o clérigo visitou foi o Templo de Tymora que havia no local, mas era simples demais para a deusa da sorte. Não havia grandes decorações e ornamentos como a deusa merecia.

O Clero do Templo estava orando quando o rapaz entrou observando os detalhes. Ao contrário de outros clérigos, este preferia ficar sempre com armadura e espadas. Era novo e muito devoto à deusa.

Spoiler:

Jolin chegou em Onda Tesh e vinha caminhando por suas ruas cantarolando uma canção dos Vales. Não conseguia mais assoviar por causa da situação de seu rosto, mas o clérigo não se importava. Era um agraciado de Tymora. Jolin não tinha nenhuma vergonha de seu rosto e não fazia a menor questão de escondê-lo, ao contrário, prendia o cabeço em um rabo de cavalo ou então numa trança para que o sol pudesse refletir em sua pele a graça da Senhora que Sorri.

Jolin cruza com os moradores com seu meio-sorriso, cumprimentando a todos com um alegre bom dia e, quando entra no modesto templo de Tymora, ele cessa a cantoria em respeito ao clérigo que fazia suas orações. Assim que ele acaba, Jolin ergue a voz.

- Bom dia, Senhor Sacerdote! Que Tymora sorria para você neste belo dia!

Jolin continua adentrando o templo depois que o sacerdote nota sua presença.

- Meu nome é Jolin Abascal. Aventureiro, apreciador de vinhos e sacerdote de Nossa Senhora Sorridente. - Jolin faz uma breve reverência.

O homem leva um imenso susto quando ouve as palavras de Jolin, totalmente desprevenido. Ele cai sentado procurando apoiar-se no muro que estava à seu lado, mas perde o equilíbrio e esbarra em um ferro que tinha, ems eu topo, uma bacia pequena e raza, transparente que continha água com trevos da sorte.
O ferro caí encima do altar, derrubando as velas que ali estavam e, se não fosse pela água na bacia, todo o altar estaria em chamas no momento.

O homem piscava duro a cada barulho, afinal várias coisas haviam caído no chão como um efeito dominó. Muitas coisas de fato se quebraram.

O homem olhou, ainda caído no chão, para Jolin e lhe diz:

- Bom dia... eu sou... sou... - enquanto tentava lembrar de seu nome ele passava os olhos no desastre dentro do templo - Sou Nájillus...

Ele desejava ainda falar alguma coisa, mas perdeu suas palavras diante do que havia feito.

Jolin ajuda o pobre homem a se levantar. Era muito estranho - ao menos curioso - um clérigo de Tymora ter feito tamanho estrago tomando apenas um susto.

- Muito prazer, Nájilus! Você está bem, irmão? Nunca tinha visto antes alguém causar e evitar um incêndio com o mesmo movimento antes! - Jolin ri e esperava que assim o sacerdote ficasse menos envergonhado - - Precisamos arrumar isto aqui.

Depois de erguer o clérigo, Jolin começa a arrumar o altar, retirando as velar e a bacia.

- Este templo é bem... modesto. Você é o único sacerdote aqui?

Nájilus se levanta se recompondo, passa a mão em suas roupas simples, arruma o cabelo e a postura e responde à Jolin:

- Sim! Eu sou o único sacerdote de Tymora desta vila... ha ha ha

Ao terminar de rir um homem mais velho pousa as mãos no ombro do rapaz, apertando de leve. Nájilus faz uma expressão de susto e pavor ao mesmo tempo olhando para Jolin..

- Meu pequeno pupilo da luz da sorte precisa limpar um certo altar... certo Nájin? Sou Arthur, clérigo deste humilde templo de Tymora... acredito que já tenha conhecido meu aprendiz...

Ao dizer isso ouve-se o barulho da bacia de vidro, que antes estava com água, quebrar-se junto ao chão.

Jolin faz outra breve reverência.

- Muito prazer, Senhor Sacerdote. Meu nome é Jolin Abascal, aventureiro e sacerdote de Tymora.

Ao ouvir a bacia de vidro se quebrando, Jolin sorri, acreditando que aquele rapaz não é o melhor candidato para entrar para o clero da Senhora que Sorri.

- Acabei de chegar de uma missão e, andando pela vila, fiquei surpreso ao descobrir este templo. Existem muitos aventureiros nesta região?

Arthur caminha pelo templo e Jolin o acompanhava:

- Sim, muitos aventureiros passam por aqui a procura de serviços, informações, problemas...

Enquanto caminhava Jolin pode ver que as paredes estavam mal acabadas, em algumas faltava reboco nas paredes. Nos cantos haviam teias de aranhas e, até mesmo, as roupas no clérigo eram bem simples e humildes.

- Aventureiros estão sempre atrás de problemas!

Jolin ri e continua andando ao lado de Arthur. Quando o sacerdote percebe as condições do templo, muda seu tom na conversa.

- Vocês estão reformando este templo? Ele não parece ser muito antigo.

Arthur ri junto do clero e então responde à ele:

- Infelizmente não temos muita verba para poder melhorar o nosso templo. Este né um templo consideralemente novo, mas muito acabo, sim... - diz com uma visível tristeza na voz.

O clero responde:

- Simplesmente por muitos aventureiros não acreditarem no poder de um clérigo de um templo tão pequeno e humilde. Julgam nossos poderes pela estrutura do lugar e não pela nossa fé e oração.

Ele faz uma pausa e diz:

- Você veio à procura de quê mesmo, meu filho?

- Acredito que eu não vim a procura de nada, Arthur, mas sim que Tymora me enviou aqui para lhe ajudar!

Jolin sorria de satisfação e empolgação.

- Se as pessoas não acreditam no seu poder apenas por causa da aparência deste templo, temos que fazê-las acreditarem no seu poder com uma demonstração dele! O que você acha?

O clero pára de andar e observa a expressão animada do jovem... pensa por um instante e diz:

- O que tem em mente, meu jovem?

- Onde Tesh têm muitos problemas? Podemos andar pelas ruas hoje ajudando as pessoas, usando nossos poderes para afastar animais, expulsar brigões, recuperar algo para alguém, resgatar alguém... Enfim, nós temos que fazer os moradores dessa vila acreditarem e confiarem no senhor, assim sempre que um grupo de aventureiros chegar na cidade procurando por aventura ou mesmo apenas por alguma cura, as pessoas indicarão este templo para eles.

Jolin espera que a reação de Arthur seja positiva.

- O que você acha?

- Você é sábio, jovem... Nossa deusa sorriu para você, certamente. Sim, podemos fazer isto! Mas estou velho e minha reputação já está talhada aqui (um velho clérigo de um templo abandonado) e, como vê, meu aprendiz não tem o que chamo de "benção", se é que me entende... Poderia ficar uns dias e nos ajudar?

Ele dizia esperançoso, mas não muito. Muitos já o haviam abandonado e Jolin poderia ser apenas mais um ser cheio de grandes ideias sem tempo a perder em um lugar só.

- Mas é claro!

Jolin sorri. Estava feliz por poder ajudar outro sacerdote de Tymora.

- Você deve conhece esta vila muito bem, me diga o que eu devo fazer.

Ele vai até a porta do pequeno templo e então diz, fazendo gestos com as mãos. Estava muito animado com a iniciativa do jovem viajante.

- Poderia começar ajudando as pessoas da rua... Veja vindo por aqui há uma família que tem um parente muito doente e as duas meninas precisam trabalhar para alimentar a casa. Por ali temos um homem que precisa de ajuda com seu comércio... E ah! Na taverna local o Taverneiro sempre precisa de ajudantes sorridentes e simpáticos....


O homem disparou em falar várias coisas. Todas englobavam a ideia de ir ajudar alguém. O jovem Jolin deverá escolher um dos caminhos que o velho indicou.