Alanna O’Shier & John Casablancas
- Demora muito, quase o dia todo, devemos chegar em Hogwarts só a noite – Explicou October sem tirar os olhos do livro que tentava ler.
– Não se preocupem, ele é assim mesmo, nada social... – Consolou July com um sorriso meigo no rosto.
November se mantinha contanto as pilastras que podia ver ainda no interior do galpão aonde a locomotiva permanecia estacionada, embora com o motor ligado.
– Vocês querem chocolate? – Perguntou May encantado em poder dividir o que tinha. – Pode pegar Yam... – Disse o menino esticando a mão com um pequeno sapinho de chocolate para o amigo invisível. Nenhum dos irmãos de May davam mais atenção a aquela esquisitice, July já estava acostumada com aquilo e negou os chocolates. Da mão de May que antes havia um chocolate, já não havia mais, era como se tivesse desaparecido em questão de milissegundos.
– Está fazendo aquele truque de novo... por que não se convence logo que você é louco! Você já tem dez anos, passou da idade de ter amigos imaginários...
October era sempre muito duro em suas palavras, mas talvez não fosse por mal, apenas fosse o jeito dele de se expressar, o que quase sempre não era muito bem-vindo.
– Chega vocês dois... – Ralhou July prevendo uma briga – May, pare de assustar as pessoas... E October, se vai ler o seu livro, pare de prestar a atenção nos outros e cuide do que está lendo!
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Daemon Griffiths & William Phelpps
Graham apoderou-se da carta dada por Phelpps, olhando-a cuidadosamente. Até imaginou que muito provavelmente fosse alguma pegadinha, alguma espécie de carta “surpresa”, que ao abrir pudesse ser desagradável, mas Daemon Griffiths era novato e não parecia conhecer ninguém ali. A carta estava magicamente selada e com uma magia superior a de qualquer aluno ali, nem mesmo ele conseguiria produzir um “cadeado” tão forte daquela forma, embora ele conseguisse sentir.
– Isso é realmente muito estranho... – Murmurou ainda perdido em seus pensamentos, tentando entender o que era aquela carta. – Se a carta possui o teu nome, então ela pertence a você, mas duvido que consiga abri-la com facilidade, mas você pode tentar... – Explicou Bornhöffer, estendendo a mãos com a carta oferecendo-a ao seu possível dono. – Se não conseguir abrir a carta, fale com o professor Dwelrf, ele certamente tem a magia necessária para essas coisas, vocês terão aula com ele de “História da Magia”. Agora sentem, o trem já deve começar a viagem...
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Cassandra Blackheart & Clemént Vaganay
Ewgol se sentiu estranho quando tocado por Cassandra, de certo ela se atreveu a invadir um limite que ninguém o fazia, nem mesmo seus pais, era difícil de explicar sobre aquilo. O pequeno contraio as pernas como se temesse sentir dor, mas relaxou, após alguns segundos, ainda se sentindo estranho. Não estava incomodado com a garota, mas a situação lhe era nova.
Mesmo tímido, Ewgol ficara profundamente interessado no animal que nunca pode ver antes, era a primeira vez que via uma criatura tão fascinante, mas não ousaria se aproximar muito ou tocá-lo, pelo menos não naquele momento. Não por que não gostasse, pelo contrário, embora tivesse sido criado em um ambiente completamente contra animais, ele sempre tivera o sonho de possuir um amiguinho do tipo, já que suas relações e lembranças com outros “humanos” não eram nada boas.
- Fa-fa-si- NÁn-te-teh... – Gaguejou ele, o que era normal ele fazer quando suas emoções chegavam a um nível considerável. – Eu acho que cairei na Lufa-lufa, minha família é de lá... – Disse, entre uma tentativa falha de sorrir.
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Annabelle Hooper & Melissa Vaughan
O elfo-doméstico continuava imóvel, a sono profundo no interior da cabine e não parecia perceber a presença das duas alunas, nem mesmo pareceu despertar quando as malas eram encaixadas no maleiro.
O corredor era realmente estreito o que era surpreendente caber tanta gente naquele lugar, indo e vindo em direção aos seus próprios destinos, mas naquele momento estava completamente vazio. Era possível escutar alguns barulhos, mas eram apenas conversas que vinham do interior de outras cabines e não era possível entende-las com clareza, exceto quando um ou outro gritavam. Não era possível também enxergar os demais vagões. Um vulto capaz de congelar a espinha passou tão ligeiro por elas que, até mesmo um aluno mais velho se sentiria incomodado. Não possível ver o que era, talvez fosse algo da cabeça delas, talvez pelo silêncio, as luzes apagadas e como não podiam enxergar os demais vagões e por estarem sozinhas, quem sabe?
Naquele vagão em si, era possível ver cinco outras portinholas, mas todas fechadas. Havia também um uma pequena mesinha retangular tão estreita e encaixada no canto que não atrapalhava as pessoas de passarem e nem ao menos era notada. Sobre a mesa uma espécie de caixinha de música fora deixada lá, era um objeto pequeno e redondo, muito bonito. Cravejado com várias pedras preciosas, inclusive sua base era o ouro. Uma pequena musiquinha soava do interior do objeto fechado, e era possível ouvir como se fosse um gemido suave.
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Andrew Montbeel
Uma cabine sozinha era quase impossível de se encontrar visto o número de alunos que voltavam e ingressavam a Hogwarts naquele ano. Mas, parece que o expresso atendera aos desejos do pequeno Montbeel, reservando-o uma cabine inteira só para si. Era possível até mesmo esticar-se ocupando três lugares e descansar por toda a viagem, sem imaginar que poderia ser importunado, isso seria fantástico, não?
Estar sozinho era um momento mágico, aquele momento que você pode se sentir confortável com sua própria companhia, inclusive se atrever a conversar consigo mesmo, sem ser julgado ou chamado de esquizofrênico ou qualquer outra coisa que se remetesse a “falar sozinho”. Os únicos barulhos que era possível ouvir tratava-se do motor do expresso que ainda parecia se esquentar para partir. Os alunos em outras cabines pareciam ansiosos e agitados, mas era difícil entender o que falavam, mesmo quando diziam em voz alta.
Talvez você estivesse ficando sonolento, os barulhos finalmente pareciam ficar menores, quase que inaudíveis, até finalmente você não escutar nada, exceto o silêncio que transpassava uma calma, seus sentidos se tranquilizavam e a única coisa que você sentia e ouvia eram os batimentos frágeis de seu coração que, batia tão devagar que era possível conta-los. O sono veio sem avisar e finalmente, a luz que iluminava a cabine se apagara, um breu total, a própria escuridão, falta de luz, invadiu o lugar. De repente estava frio, a temperatura parecia cair gradativamente.
(sonho)
- An...D...rew... – Uma voz feminina soava ao longe, era preciso focar para entender o que dizia, mas só repetia pausadamente o seu nome, até que finalmente parou de falar.
- Ele está vindo! – Gritava uma mulher aos prantos. Ela tremia de uma maneira perturbadora. Seu rosto estava borrado, e ela segurava sua varinha quase a deixando cair de tanto tremer. De repente a imagem mudou, agora uma “criatura’ encapuzada que escondia todo o seu corpo, emanava uma energia assustadora, segurava um homem, idoso, pelo pescoço, levantando-o pelo menos alguns palmos do chão.
– A profecia... Ela termina aqui... Junto com Evelyn...! – Disse uma voz estridente que ecoava para além daquele recinto, diretamente para a sua mente. Finalmente um grito da mesma mulher desesperada, um lance de luzes esverdeadas e só o que você ouvir, de volta a escuridão total, fora o barulho de um corpo desabando em um chão de madeira. Alguém perdera a vida ali, mas quem?
(fim do Sonho)
Ao despertar, provavelmente gritando ou se aguentando, como preferir, percebeu que tudo era um sonho. Você continuava em uma cabine solitária.
***** TODOS
Uma voz masculina ecoou por todos os vagões, como se saíssem de invisíveis caixas de som.
– Discentes! – chamou uma voz que se propagava da mesma forma como se tivesse com um microfone nas mãos. Ele mantinha sua varinha apontada para a garganta que provavelmente era a magia que produzia sua voz daquela forma. – Atenção, Por favor... O Expresso Hogwarts deve iniciar sua viagem neste momento. Quero lembra-los que não é permitido o uso de magia durante a viagem e, somente em casos específicos ou emergenciais será permitido alunos perambulando pelo corredor – Avisou ele de forma educada e calma.
Uma outra bruxinha gorda e baixinha, com cara de quem chupou um limão azedo aproximou-se dele cochichando algo em seus ouvidos. O Bruxo pigarreou e voltou a se pronunciar para todos. - Ah, sim, é... – Gaguejou – Lembrem-se, não existe vagões exclusivos por casa, os alunos podem sentar-se aonde melhor desejarem, com exceção dos vagões principais, são eles: Vagões da Monitoria, aonde só é permitido aos monitores e chefes de casa e o vagão dos professores. Devemos chegar a Hogwarts por volta das seis horas da noite. Obrigado!
Finalmente a locomotiva começou a se mexer, ganhando força e consequentemente velocidade, fazendo os menores afundarem em seus acentos. Não demorou nem segundos para que o expresso fizesse uma curva fechada, balançando seu interior, e desaparecesse do galpão, correndo os trilhos em alta velocidade. Os campos verdes abertos logo viraram uma realidade e Londres fora deixava para trás.
Era possível ver apenas animais não-mágicos, como vacas, bois e outros animais de fazenda que bruxos em sua grande maioria não estavam muito acostumados, o que causava um grande alvoroço para ver aqueles animais estranhos através das janelas das cabines. Não demorou muito para os campos abertos serem substituídos por uma região montanhosa, cobrindo quase que totalmente a visão de todos. Era possível ver ao longe uma grande subida nos trilhos que levaria o expresso a alguns quilômetros acima do nível da terra e lá percorreriam por algum tempo.
OFF - AVISO escreveu:Galera, acho que está acontecendo algum problema de interpretação. Vi alguns descreverem que o trem já havia partido e em momento algum eu citei que ele havia partido, somente que ele estava se "preparando para o ato", motor ligado, vibrações características nos vagões e cabines. @Luxi, vou esperar o post do @isaac-sky e atualizo para vocês o// PS: Leiam o Mural de Avisosquaisquer dúvidas, estamos ae! |
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