Quando Sienna finalmente se sentou na garupa do Fianna, ele riu de leve e baixinho, movendo a cabeça levemente em negativo. Para alguém acostumado à estrada por tanto tempo, ficava claro que Sienna não tinha o menor jeito para andar de moto. Mas ele também não parecia se importar muito. Pôs os óculos escuros e ligou a moto, usando as pernas para manobrá-la para fora da vaga. Quando finalmente virou na direção desejada, ele acelerou e tirou os pés do chão. Coisa interessante que talvez Sienna observasse: Eve ia na frente, Donova tinha se posto atrás dela e atrás deles, quase ao lado ia o terceiro sujeito. Como se um tomasse conta do outro. A viagem seria um pouco longa, ele estavam deixando Bray para trás e seguindo na direção de Little Newtown, Sienna conhecia brevemente aquele lugar. Era uma pequena área nobre da cidade, ainda que não tão nobre quanto a de sua própria família. O caminho ali era cercado por árvores, a pista se tornava extremamente interessante graças a isso e as casas fechadas por muros grandes de pedras. Eles rodaram por alguns momentos na "pista principal" de Little, até dobrarem e uma esquina. Logo pode ver um portal de ferro tão parecido com todos os outros, alguém o abriu quando eles se aproximaram e assim as três motos passaram. À frente Sienna pode ver uma casa, ela parecia antiga e deixada no tempo para morrer. A vegetação tinha tomado a maior parte das estruturas, talvez tivesse sido muito bonita em seus "dias de glória".
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[Dancing With Myself] - Sienna
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[Dancing With Myself] - Sienna
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Re: [Dancing With Myself] - Sienna
O gesto de Donovan não passou despercebido por Sienna, mas ela não achou por mal. Não tinha vergonha em admitir que nunca havia andado numa moto antes. Porém, em questão de equilíbrio, ela cavalgava e era uma amazona razoável. Com a diferença da velocidade, achou que não fosse ter tantos problemas em seguir. O constrangimento maior - se é que podia chamar assim - era segurar de modo tão próximo alguém que nem ao menos conhecia. Era uma forma de confiança que ela não costumava demonstrar com as pessoas. Desligou a mente disso, preferindo focar que aquele contato era só para que não caísse. E assim conseguiu "relaxar" um pouco mais ao seu modo. Enquanto partiam de Bray, Sienna pôde prestar atenção em algo interessante envolvendo o trio. A mulher ia na frente do filho e o terceiro sujeito atrás deles. Outro fator que ela percebeu e foi quase um alívio: seu tio tinha dito que Eve estava hospedada ao lado do PUB, porém, eles estavam partindo de Bray. Talvez o hotel fosse apenas um dos lugares que ela tinha acesso, mas preferia discutir seus assuntos longe dos ouvidos dos donos de Bray. Apesar de Sienna não ter problemas em andar naquele território - era o local comercial mais próximo, afinal, como poderia evitar? - ela não gostava do ar que aquele lugar tinha. Era como se todos os passos dela fossem vigiados. Tinha sentido isso da primeira vez quando foi buscar Aimee; na segunda vez quando foi conversar com a Smirnov; e agora enquanto caminhava com Dimitri. No último caso, tinha achado que poderiam ser mais discretos ou, quem sabe, demonstrarem força e união entre os Pratas. Porém, ela estava ciente de que não tinham passado isso. Não sabia como contornar aquela situação. E enquanto a mente dela viajava por lugares um pouco mais tumultuados, Donovan sentiria que ela pressionava a pele dele. Não era como se sentisse desejo ou coisas do tipo, ela nem se lembrava mais que estava em contato com alguém. Era mais como se ela estivesse tentando esganar uma pessoa, mas estivesse apertando o travesseiro ou descontando sua frustração em algum objeto. Ao perceber o que estava fazendo, ela afrouxou e pediu desculpas, ainda que não verbalmente. Quando percebeu o caminho que tomavam, se deu conta em que estava num lugar que visitou algumas vezes. Little Newton ou algo assim. Achou curioso e gostou do que viu e sentiu. Sentia-se mais à vontade ali, porque parecia mais acolhedor...Não sentia tantos olhares quanto antes. De todo modo, não demorou para que o trio parasse diante de uma construção antiga, onde a vegetação reinvindicava o lugar. A jovem Presas de Prata saiu da moto, entregando o capacete a Donovan e agradecendo com um sutil aceno. Olhou na direção do terceiro sujeito e tirou as duvidas. Não era um Garou e nem se parecia com os dois. Quem podia ser, afinal? Seguiu o grupo sem fazer perguntas e tentando manter a postura correta. Não tinha medo deles, mas também não sabia até onde poderia confiar. O grupo chegou até a casa aos fundos e, diferente da frente, parecia mais conservada...e quente, Sienna constantou ao adentrar. A jovem olhava o ambiente sem julgar nada e viu que o terceiro sujeito saiu depois que Eve mandou. Eis que aquela mulher ganhou toda a sua atenção. Não era apenas o fato de ser uma Garou, era o porte, a postura, a energia, a confiança que habitava dela. De muitas e muitas formas, Sienna a achou admirável à primeira vista. Achava que se sua mãe ainda estivesse viva, ela seria como essa mulher. Com exceção dos cabelos, pois sua mãe tinha cabelos platinados como a lua, mesmo jovem, assim como Aimee e ela. "Fale", Eve disse. Uma ordem ou pedido, dependendo do tom, tão simples, porém tão...difícil para Sienna. Por onde deveria começar? Falando que sua família tinha errado em primeiro plano? Que os Smirnov estavam acabando com o nome deles? Que sua mãe não merecia que o legado dela fosse resumido a isso? Será que ela queria mesmo resolver ou simplesmente...mandar tudo pelos ares? A garota não conseguiu falar, muito embora Eve estivesse ali esperando por isso. A Garou veria, diante de si, uma menina que tentava ser muito madura. Podia ser esperta, mas não tinha tanto conhecimento da vida para ser afrontosa, de verdade. Sienna...Sentia medo, embora mascarasse isso muito bem. Para Eve, contudo, seria fácil perceber o medo dela. Chegou a abrir a boca umas duas vezes, mas as palavras não saíram. Os olhos ficaram um pouco marejados, mas ela fechou a boca e engoliu o choro de modo decidido. Viu a água que o outro Garou trouxe de volta e se aproximou. Quando segurou o copo, percebeu que a mão tremia muito. Ficou um tempo vendo isso até que firmou o tato e se serviu de água. Não conseguia falar porque nem conseguia enviar comandos certos ao corpo. Precisava de um tempo. |
Dados: 1 , 5 , 3 , 4 , 7 , 2 , 8 , 2 , 1