3. A new begining - Os sobreviventes

Raymond com a ajuda do doutor e dos dois ajudantes, apagam as chamas e então começa a observar o possível motivo da explosão. Diferente do que ele pensava a causa aparente foi uma sobrecarga na pressão do gás. Algumas das válvulas estava com defeito e não estavam controlando o fluxo de gás que passava para alimentar o motor do gerador da casa de máquinas. Ele então dá um jeito provisório, a famosa gambiarra, que resolveria por hora mas deveriam fazer os reparos necessários o mais rapidamente possível, mas os equipamentos seriam caros e iriam custar uns bons recursos para eles, caso tentassem encontrar alguém para fazer a troca.

Enquanto Raymond procurava o motivo do incêndio, Doc Alexander seguia para o portão. Chegou a tempo de ver Fury se levantar e disparar uma rajada de sua metralhadora. Ele acerta o motoqueiro que vinha na frente e ele cai no chão com o molotov explodindo sobre seu corpo, mas a moto que ele usava continua por um tempo e tomba, sua roda ainda girava e um cascalho atinge o peito de Fury que ao sentir o sangue saindo do machucado no peito começa a rir (estilo o Coringa).

A reação do segundo motoqueiro é recuar refugando o ataque.

Will que buscava uma forma de ler a mente dos inimigos havia seguido para a torre de vigilância que Fury costumava usar. De lá ele também viu quando o parceiro derrubou o motoqueiro e então assim que ele consegue ver a líder do bando ele tenta entrar na mente dela, mas o Maelstron não estava estranhamente acessível e ele não consegue entrar na mente daquela mulher.

- Recuar!!!! - grita a mulher. - Raymond! Eu quero falar com quem manda nesse buraco sujo!

Ray ao ouvir a mulher gritar o nome dele ele corre para o portão.

off - Respostas para o @Bravos:

Fury havia acertado o primeiro motoqueiro, que caíra ao chão e fora abraçado pelas chamas da explosão do molotov que segurava. Sua moto, por outro lado, continuara em pé por mais alguns instantes antes de tombar no chão como o dono. Um cascalho voou direto no peito de Fury, fazendo-o sangrar e gargalhar como louco daquela situação. Ele já havia derramado e manchado o solo com sangue de muita gente, mas era a primeira vez que a própria terra tentava provar o dele. — Vermelho como todos os outros e mais quente do que o normal. — Acostumara-se a dizer depois de tantas feridas e cicatrizes.

Fury estava pronto para uma segunda investida, mas a essa altura o segundo motoqueiro já havia recuado, sob as ordens da mulher que parecia comanda-los, deixando o outro sujeito queimando e agonizando próximo ao portão. A mulher gritava por Raymond e este logo apareceu, chamando a atenção de Fury e pedindo por cobertura. Fury fez um movimento assertivo com a cabeça e pôs se a mirar nos invasores, enquanto olhava ao redor, procurando cobertura em alguma parafernália daquele ferro-velho.

Fury ouviu o Doc fazer alguma piada, mas só conseguia pensar em manda-lo procurar a porra de alguma cobertura. O único que não podia se ferir ali era ele e o maldito caminhava como se estivesse num puteiro, pronto para receber um boquete. — Vai levar uma bala, isso sim. — As palavras lhe vieram a boca, mas não disse nada. Perguntava-se mesmo onde estaria aquela assombração branca quando se precisava dela. — Armando alguma coisa, é certo. Daqui a pouco outra coisa explode e ele aparece, vindo das sombras. Raymond tem que dá um jeito nele ou eu darei.

Alex ajeitava algo que um dia deveria ter sido um capo de carro na frente dos barris de sucata que usava pra se esconder atras. Era só um improviso praticamente inútil, mas tudo ali seria só um improviso inútil. Ele pensa que talvez rezaria se talvez acreditasse que algo fora daquele mundo pudesse ouvi-lo, mas fé era algo das gerações antigas, as gerações novas não sabiam o que era isto, ainda assim ele gostaria de esperar que não tivesse que usar seu patético revolver ali, pois só serviria para ser um alvo poucas horas depois.

- Base? Por que demônios alguém sentiria SAUDADE disto? Se chegamos a este ponto então realmente nós, humanos, fudemos demais o mundo e talvez mereçamos ser varridos da existência!

O mundo não era um lugar para filosofia, mas por mais que estivessem atolados na merda, Alexandre foi treinado desde o berço para ser médico, e goste ou não tinha recebido mais estudo que 90% dos que sobreviviam naquele mundo, não que isto valesse algo naquele mundo, porém ele não conseguia parar de pensar na saudade que tinha de tudo que ainda não viu, num mundo que eles perderam antes de nascer, numa época arruinada por parentes que não sabiam o que tinham... mais uma vez ele percebeu que se perdeu em devaneios.

- É bom falar rápido porque não temos nem uns petiscos para oferecer um bate-papo mais animado! Se quiser podemos no máximo oferecer uma "surpresa de rato" com uma porção de barata frita enquanto você atualiza a fofoca. E não temos nada pra beber. Se algum de vocês tiverem trago alguma cerveja aí sim seria um prazer conversar com calma. Eu trocaria até um pedaço do meu fígado por uma cerveja!

Havia alguma interferência no Maelstron, Will tentava se conectar com a companheira da líder daquela gangue de motoqueiros sem sucesso. A situação parecia tensa, quando a mulher chamou seus homens e logo seguiu chamando pelo dono do ferro velho. Neste momento Raymond chega até o portão e responde a mulher num tom duro como era o seu tom de costume.

Do alto Will consegue ver que muito ao longe havia uma nuvem de fumaça subindo como se um grande número de máquinas estivesse vindo na direção deles a pelo menos 2 ou 3 dias para chegarem. Maus presságios ele pensa. E numa posição intermediária, pela velocidade que se aproximava deveriam chegar em 10 horas, um segundo grupo bem numeroso mas muito inferior ao que vinha mais ao longe.

Doc e Ray trocam algumas palavras e Fury fica em prontidão para o caso de alguma atitude hostil ou suspeita viesse daquele grupo. Por este motivo ele repara que o primeiro motoqueiro (o que morreu ou estava muito perto disso) era na verdade uma mulher.

Todos ali deveriam reconhecer Quassia, afinal ela assim como eles era membro do abrigo. A um pouco mais de um ano quando o antigo Líder do abrigo, um homem que todos chamavam apenas de General (não que ele fosse um militar), decidiu que deveriam partir Quassia era até então apenas uma das várias pessoas que viviam "penduradas" no General. Não esta mulher forte que vinha liderando um grupo de motoqueiros armados.

Doc e Ray eram os que mais ficavam próximos ao General por motivos óbvios, afinal eles juntamente com o Reverendo Jesus eram os responsáveis por manter a saúde física e mental das pessoas que viviam ali, já Ray mantinha o funcionamento das máquinas. Will e Fury chegaram poucos dias após a saída do grupo que deixou para trás Doc, Ray e os dois irmãos.

- Vou me aproximar, diga para o seu Cão de Guarda baixar a arma!

Antes mesmo da resposta, a mulher se aproxima, desmonta da moto a alguns metros do portão. Levanta as mãos demonstrando estar desarmada, sua companheira também deixa o rifle de precisão pendurado no ombro, e sorri para Fury. Ela era ainda mais bonita do que quando estava de longe, apesar da maquiagem pesada ela tinha um rosto angelical e corpo forte.

- O General foi morto. Nosso grupo de colonos se dispersou uma parte resolveu me seguir e resolvemos retornar. Até que passamos por uma fábrica antiga, tinha uma daquelas... Ora Alexander! Você ainda está vivo e por aqui? Na fábrica tinha vários daqueles frascos com o símbolo dos frascos que você tinha e nos dava algumas daquelas bolinhas brancas. Nós carregamos um veículo grande que ainda funcionava. Claro que um dos nossos sabia dirigir aquilo veio dirigindo. Ele chamou de caminhão. Somos um grupo de 20 adultos, a grande maioria mulheres e 30 crianças.

Ela olha em volta vê ao longe os irmãos, Ray acena afirmativamente. E ela sorri. Aqueles dois idiotas eram familiares da mulher, primos se ele não estava enganado.

- Pois bem. Meu grupo está retornando, trazemos um caminhão com o que pudemos pegar da fábrica. Temos algumas peças de motor e uma estação de tratamento de água. Pelo menos eu acho que é uma. Temos também algumas rações e plantas.

Aquilo era realmente uma notícia muito boa, ela trazia tudo o que era preciso para sobreviver, isso era muito e todos sabiam...

Só quando Quassia chega mais perto e fala dele que Doc Alex se lembra dela.

- Ahhh, é você!! Putz, e eu quase pensei que era alguém perigosa! Há quanto tempo heim Quassia, faz o que? Quase um ano? Andou engordando ou só ganhou bunda? Deve ser de andar demais de moto... ...Então o velho Fael bateu as botas? Que pena, vamos sentir saudades.

Alexandre não fala com sarcasmo na voz, mas aquilo era uma mentira. Quando ainda estavam na "base", o "General" Fael iludia os sobreviventes com promessas de uma nova sociedade. Quando foram embora Doc pensou que o General voltaria caso achasse algo melhor para avisar os "amigos" que ficaram, ou pelo menos mandaria alguém com aviso de se acharam ou não algum lugar descente. Se o General estava morto, Doc Alex não sentiria um pingo de saudade. Caso existisse um inferno, que o capeta estivesse enfiando um abacaxi no cu do General.

Alexandre analisa rapidamente o que Quassia diz, se ela achou algo com o símbolo das coisas que ele usava, deveria ser algo da WhitePaper, mesmo se fossem só drogas, aquilo valia um absurdo, e se por alguma sorte elas tivessem encontrado mesmo que um único implante ciber aquilo seria uma fortuna incalculável. Porém é óbvio que elas precisariam de um médico treinado, e isto era algo bem raro no mundo. Claro que haveriam interesses ali, mas Alex, mesmo que buscasse ajudar no possível e sonhasse com um lugar "menos lixão", nunca foi tolo de imaginar que não houvessem interesses em tudo.

Quassia tentava parecer neutra, e ele segue o jogo.

- Então andaram ocupadas, bom ver que se deram bem, mas ainda não entendo porque diabos voltariam pra este fim de mundo. De qualquer forma ainda podemos preparar uma porção de baratas fritas, só não temos bebidas pra acompanhar. Chega mais, quem sabe até apresenta a tchutchuca que tá com você...

Fury manteve-se protegido atrás de algumas placas de ferro enferrujadas, enquanto a mulher se aproximava do portão. Ele reparou que o motoqueiro que ele havia derrubado era, na verdade, uma mulher e, também que, Quassia não pareceu muito preocupada com a mesma. Ele abaixou a arma, um pouco a contragosto, mas manteve-a empunhada, pronto para agir caso fosse necessário. Com desconfiança, ele ouviu o discurso de Quassia.

Ela parecia ter se dado muito bem enquanto esteve fora, o que só fazia Fury se perguntar por que motivos ela voltaria. Ela dizia ter um grupo de 20 adultos e de 30 crianças. Era uma quantidade muito grande para viver no lixão, se for isso que ela pretendia. — E um grupo muito fraco também. Faremos bem em tomar tudo que for útil para nós. — Fury pensou, mas manteve-se quieto, enquanto ouvia Doc trocar algumas palavras com a Quassia. Raymond parecia analisar a situação e Fury esperava que ele não se deixasse levar pelo papo da mulher.

Will se concentra, deixando de lado o que acontecia no portão do refúgio. Ele então entra em contato com as ondas que interligam as mentes das pessoas, um turbilhão de dados sendo processados por frações de milésimos de segundo. Mas havia algo de estranho, Will sempre conseguiu se manter coeso, sempre teve a sua unidade segura. Mas agora ele fazia esforço para não se perder, para não ficar preso na rede.

@Dycleal:

Doc Alex escreveu:- Então andaram ocupadas, bom ver que se deram bem, mas ainda não entendo porque diabos voltariam pra este fim de mundo. De qualquer forma ainda podemos preparar uma porção de baratas fritas, só não temos bebidas pra acompanhar. Chega mais, quem sabe até apresenta a tchutchuca que tá com você...

Quassia apenas ri como resposta a proposta do anjo, quando então Ray fala:

Raymond escreveu: - Por que só voltaram com você mulheres e crianças? Onde foram parar todos os homens que estavam lá? - Gesticulou apontando para a direção de onde elas vieram.

- Como você espera que nós demos conta de proteger tanta gente?

- Ora, ora... Doc você é um anjinho mesmo, mas nós não teremos tempo para isso. - Respondeu Quassia para Alexander, para então continuar para Raymond - Não Ray, o grupo não é formado apenas por mulheres e crianças. Meu grupo de batedoras são formadas por mulheres, mas existem homens que estão vindo com o restante do pessoal. São oito homens, dentre eles o motorista do caminhão. E as mulheres 6 delas são minhas batedoras, as outras 5 cuidam das crianças.

Ela olha para Fury.

- A última seu amigo matou. Mas não... não quero que você nos proteja. O que eu quero é um lugar onde eu possa colocar meu povo em segurança dos guardiões. Forma eles que mataram o Capitão e grande parte do grupo que partiu daqui. Durante o caminho, na fábrica de remédios, resgatamos algumas pessoas pensando que os guardiões estivessem fora do nosso encalço.

NRPG:

Fury ouvia toda a conversa da Quassia, esperando que no final Raymond desse logo um basta e a mandasse de volta para o inferno de onde nunca deveria ter saído. Mas o velho apenas o pediu que aliviasse a guarda e abrisse os portões para que os invasores — agora, convidados — entrassem. — A idade vai chegando bem como a demência. O que Raymond quer abrigando esse pessoal todo? — Fury refletia, enquanto ia em direção ao portão e o abria, contrariado. — Essa maluca vai arrastar a porra dos Guardiões pra cá. — Ele imaginava, quando Quassia passava pelo portão e adentrava no lixão. Ele a encarou uma última vez, desconfiado. Fury havia ouvido muitos boatos sobre os Guardiões e do que eles faziam com as pessoas que eram raptadas. O que quer que seja, ninguém nunca havia voltado vivo de lá para contar.

Will após ver os dois grupos se aproximado, decida tentar entrar na cabeça e nos pensamentos dos visitantes e pescar alguma informação sobre os grupos que logo chegariam e eles deviam estar fugindo deles e por isso ter informações, medos e receios e isso sempre revela algo importante.
 
A alma se desliga do seu entorno e começa a se interligar a rede formada por todas aquelas mentes e começa a ouvir vozes desconectas e sente o medo e a dor que eles sentem ou sentiram e um frio invade o seu corpo e uma energia invade seu corpo em um crescente, até que sua mente se desconecta logicamente do seu corpo e flui com mais intensidade nas diversas cabeças e sente como se habita-se em cada um daqueles corpos, sentindo e vendo o passado, o presente e o futuro, se alternando rapidamente diante dos seus olhos agora incorpóreos.
 
Quando o frio se torna insuportável, uma explosão sonora é subitamente advinda da velocidade com que as vozes se alternam e logo depois vem um silencio como se Will estivesse ficado surdo. Um leve tic tac se faz presente, em nenhum lugar e na verdade em todos os lugares em alternância e um vácuo de luz se forma e depois a escuridão total se instala junto com o silencio. Will pensa que é o fim, que tinha sido consumido pela rede.
 
Nos extremos do seu campo visual, pequenas luzes verdes e azuis vão avançando lentamente em direção ao que seria o seu centro visual e verticalmente, como se marcasse o ponto de encontro, uma luz amarela na forma de um filete, divide o seu campo visual ao meio e como se fosse uma telemetria, daquele novo espaço, as linhas luminosas se tridimensionam e constroem um novo espaço, que não é solido, nem gasoso e nem liquido, apenas um fluido energético que é movido pelo seu próprio pensamento.
 
O scanner se move livremente, porem a sua frente o espaço se reproduz e ele mesmo andando, continua no mesmo lugar, Will percebe que está dentro da rede e que ali ele pode acessar qualquer lugar, qualquer corpo, qualquer som ou pensamento, na verdade, ali, a sua mão, está toda a informação do universo, ele só não sabe como acessar e aquilo o excita a descobrir, tudo e ainda mais.... Está preso naquela dimensão, mas nunca esteve tão livre.

Bravos escreveu:- Tomara que eles tragam remédio o bastante para remendar os que forem arregaçados hoje, pelo menos.

- É, enquanto os arregaçados estiverem do lado deles, tudo bem. E estou mesmo cansado de usa fita isolante como se fosse esparadrapo. Aliás estou cansado de fechar pontos com fita isolante, fazer talas com fita isolante, remendar máquinas com fita isolante, segurar a porta com fita isolante, vedar rosca com fita isolante, fazer a barba com fita isolante...

Doc se aproxima de Quassia:

- Escuta oh tchutchuka, já que o nosso querido e inesquecível amigo Capitão passou desta para uma menos pior, ele pelo menos deixou com você as chaves da base? Tem uma porta no setor sul, aquele que está mais esquecido, que deve ter no mínimo uns trinta centímetro de chumbo, perfeito para enganar as tecnologias de rastreio termal que conheço. Estou há meses tentando abrir aquela joça. Em um caso de emergência podemos nos socar lá dentro e tudo isto parecerá abandonado mesmo para as inteligências artificiais menos obtusas, afinal, segundo os logaritmos de Ranzerof usados na maioria das I.A. da WhitePaper "sem calor, sem vida". E o filho de uma meretriz manca do Capitão também botou senha de seis dígitos em várias partes da base, foi assim que descobrimos que o dador de bunda queria nos deixar aqui para morrer. Espero que os guardiões tenham demorado com ele, embora pelo que saiba eles são programados para execuções rápidas.

Enquanto Raymond diz para os três patetas ajudarem as convidadas se alocar, Doc chega na coisinha linda de batom verde:

- Não temos muito espaço útil por aqui, mas tenho uma enfermaria que ainda é o lugar mais limpinho daqui, e um dos poucos que não precisamos de fita isolante pra fechar a porta, e por sinal cabe exatamente mais uma pessoa lá. Você pode ser minha convidada, provavelmente deve ter alguns machucados precisando de tratamento e terei o maior prazer em lhe atender com muuuita atenção. A propósito sou o "Doc" Alex, e como posso chamar você, além de "coisinha linda do batom gracioso"?

Vai que cola...