Job 03

As coisas aconteceram rápido. Yura, no Armadillo, pegou a Minigun e começou a dispará-la freneticamente enquanto um dos motoqueiros se aproximava. A saraivada de tiros foi imensa e, se o primeiro motoqueiro havia sido abatido por Cheza com um tiro preciso, o segundo caiu no chão tão esburacado quanto um queijo suíço por conta dos tiros de Yura. Decerto aquela gangue não esperava por aquilo e todos estavam num certo estado de choque quando Saito mirou com precisão o tanque de combustível de uma das motos. O tiro certeiro foi atroz. A moto explodiu e incendiou de imediato, fazendo com que os dois motoqueiros, em chamas, rolassem pelo chão tentando apagar o fogo que os queimava.

Dentro do caminhão, Cheza e Yura viam o fogo que subia alto. - Puta merda! Isso passou todos os limites. - Um barulho característico chamou atenção da cantora: Um VTOL aterrissava logo diante do Armadillo. Dali, dois homens saltaram. Eram os seguranças que Yura havia acionado momentos antes. O motoqueiro com a mão mecânica e o outro que estava montado numa das motos - a que não explodiu, obviamente - levantaram os braços se rendendo.

Um dos seguranças da cantora se aproximou do caminhão, procurando-a. - Yura-sama?! Você está bem? - O outro seguia para render o motoqueiro que ainda estava sobre a moto. A situação parecia ter ficado sobre controle, mas Yura e Saito visualizaram em seus TAP's a nova notificação do aplicativo.

dream inscription: Status - Saito Benes 2/3.

Com os homens rendidos, Saito tentava voltar ao controle da situação. Cheza desceu do Armadillo e quando o olhar dos dois se cruzaram, faltaram palavras para justificar tudo aquilo. - Você vai precisar me explicar isso depois. - Ela falou com certa severidade. O agente ainda tinha a mão sobre o local que foi alvejado. Certamente ficaria roxo por alguns dias devido ao impacto, nada mais que isso. Até lá suas costelas estariam doloridas como o diabo.

Os seguranças de Yura tentavam acordá-la. Um deles tirou um pequeno aparelho de uma bolsa e com ele verificou os sinais vitais da cantora, tudo parecia bem. A forte emoção a tirara de jogo por alguns momentos. - Yura-sama? Yura-sama? Me escuta?! - Ela sentiu um odor mentolado entrar por suas narinas, trazendo-a de volta à consciência. O segurança mantinha uma máscara sobre seu nariz e boca, fazendo-a inalar aquele remédio, que servia para normalizar a respiração e trazer de volta os desfalecidos.

Sem responder à Cheza e sem querer pedir nova ajuda, Saito passou a procurar o localizador. Porém, a adrenalina ainda corria forte em suas veias e sua visão parecia estar ainda embaçada por toda aquela situação. Um certo sentimento de frustração começava a crescer dentro dele enquanto o insucesso de sua procura parecia cada vez mais patente. Já praguejava mentalmente quando passando os dedos na lataria sentiu um  relevo. Puxou como podia e o localizador se soltou, acendendo uma luzinha vermelha. Cheza apareceu do seu lado esticando a mão. - Ande, me dê isso, antes que a polícia chegue aqui depois dessa pirotecnia toda. - Ela pegaria o localizador e poria em seu carro, seguindo para o caminho indicado por Saito. Por fim ela falou: num tom claramente desgostoso. - Vamos tomar um café amanhã.

dream inscription: Yura já voltou do desmaio, @shamps
Status - Saito Benes 1/3.

O carro de Cheza partiu e Saito tratou de falar com os motoqueiros que haviam sobrado. Um dos seguranças de Yura permanecia com ele. O agente viu o olhar irado do motoqueiro se apagar até olhar para o chão. Ele não disse mais nada. Saito sabia que eles haviam sido enxotados de volta para seus lugares. Falando com a cantora, eles decidiram dar prosseguimento ao job. Um dos seguranças que estava com ela, disse-lhes: - Iremos segui-los com o VTOL. - Subiram no Armadillo e colocaram-no novamente em movimento.

Só restava agora aos dois terminar de cruzar aquele setor e deixarem o caminhão no endereço dado. O trajeto final foi tranquilo. De longe, o VTOL de segurança de Yura os seguia, o tempo todo no retrovisor de Saito. A cantora estava de certa forma ainda com o estômago embrulhado, fosse pela situação de estresse, fosse pelo convite estranho que seu companheiro havia feito para aqueles meliantes. Ela respirou aliviada quando notou que estavam chegando. O aplicativo notificou. O endereço de entrega era tinha um grande portão metálico, daqueles de rolo. Ao lado desse portão, uma tela grande o bastante para apoiar uma mão servia de interface de segurança. Parando o Armadillo diante do portão, ambos desceram. Aquele trabalho parecia chegar ao fim, contudo, era estranho que as impressões deles estivessem cadastradas para abrir o portão.

dream inscription: Espero ter deixado claro, é preciso que ambos ponham a mão na tela para abrir o portão. Esse será o post final de vocês no job. Podem trocar as informações que acharem relevantes. Quando puserem os dois as mãos, um depois o outro, o portão se abrirá e será uma espécie de depósito, grande o bastante para deixar o Armadillo. O aplicativo manda que se afastem de imediato do local depois. Bom último post
Status - Saito Benes 1/3.

O agente estava desconfiado daquela situação e com razão. Como assim estavam cadastradas as impressões? Buscou em seu TAP alguma informação sobre como abrir sem precisar colocar a mão ali. Encontrou algumas informações de como hackear esse tipo de dispositivo, porém, naquela situação, tarde da noite e fazer uma pesquisa rápida, Saito não conseguiu seguir bem as instruções. Yura, por sua vez, não entendia exatamente a problemática de pôr as mâos ali, mas tentava ser colaborativa. Passou então a procurar junto com o agente uma forma de entrar que não fosse por ali.

À primeira olhada, aquele galpão parecia bem fechado. Os dois quase desanimaram após aquele banho de água fria. Saito voltou a ficar de pé diante da tela de acesso enquanto relia como fazer o hacking enquanto Yura se afastou um pouco. O galpão ocupava todo o lote, como quase todas as construções dentro da cidade. Ela já voltava para o Armadillo, para sentar-se e proteger-se, pois já temia por sua segurança diante daquele dilema estranho, quando recebeu uma chamada de um dos seus empregados:   - Yura-sama, estamos sobrevoando a área do galpão. Ele parece ser da mesma altura dos galpões ao lado, mas o do lado direito é mais baixo da metade pro fim. Há janelas que podem servir de entrada. - Finalmente eles haviam sido úteis naquela história toda.

dream inscription: Já que fugiram do último post, segue jogo
Status - Saito Benes 1/3.

Yura parecia se empolgar com a descoberta trazida por seus seguranças e, embora Saito estivesse preocupado e tenso, ela estava bastante confiante. Ela seguiu até o agente até a frente do lote vizinho. Saito pegou seu arpéu e atirou-o em direção à platibanda do prédio. Sem dificuldade ele se prende e logo o agente está escalando a fachada. Yura torce por ele e simula os golpes de uma luta fictícia que se passava em sua imaginação. Decerto eles eram a dupla mais improvável possível para aquele job.

Enquanto Saito subia no lote vizinho, Yura se encaminhou para o Armadillo, assumindo a direção dele. Afinal, em sua cabeça, bastava que Saito entrasse e abrisse o portão por dentro. No teto do galpão, ele procurava sensores na janela que os seguranças indicaram. Sua procura não só revelou que não haviam sensores naquela esquadria, como ele encontrou, vendo de cima, o painel de energia elétrica, próximo ao leitor biométrico, bem como a manivela de acionamento manual. Estavam no Japão e terremotos eram algo para o qual estavam preparados: no caso de queda de energia, as saídas emergenciais eram todas preparadas para serem acionadas manualmente. E pelo jeito, aquele portão era também a saída de emergência.

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Status - Saito Benes 1/3.