A Flor de Nek'Mani - A busca

HAIL ODIN, HAIL VÖKTUN VETRAR

Tinha ficado em silêncio até então, acreditava na velha e boa premissa de que se não tem nada de útil a acrescentar é melhor ficar calado. Porém o assunto tinha mudado drasticamente, em sua visão acampar ali era bobagem e perda de tempo, além é claro de dar ao inimigo a chance necessária para uma nova investida.

Ela suspirou, pretendia ter algum tempo para meditar e realizar suas orações e rituais, mas aparentemente esse tempo não era agora.

- Acho que deveríamos continuar em movimento. - Falou, agora sua voz era calma e baixa novamente, tão distante do Trovão que tornara-se no campo de batalha, ela tinha os olhos fechados e estava sentada, com os joelhos dobrados. - Podemos dormir quando estivermos mortos. - Aquela velha frase era de um dos seus irmãos e nunca fizera tão sentido na vida.

HAIL ODIN, HAIL VÖKTUN VETRAR

Sunna abriu os olhos rapidamente, como se tivesse despertado de um profundo sono de maneira súbita, olhou em volta por um único instante, antes de se levantar e bater com as mãos na roupa para livrar-lhe da sujeira.

- Eu estou bem. - Ela falou, referindo-se ao que o alquimista falava. E estava bem, sentia-se extremamente bem, não tinha ido preparada para auxiliar, mas sim para guerrear. - Mas devemos olhar um pelo outro, Odin não zela pelos tolos. - Disse, enquanto colocava o escudo às costas. - E nem eu. - Completou. Suas palavras podiam soar duras - ela tinha ainda aquela voz baixa e simples -, mas falava com segurança, Sunna não era um Clérigo passivo, não tinha sido preparada e treinada para aquele âmbito, podia é claro, eventualmente curar-lhes as feridas, mas não da forma que imaginavam.

Ela era, antes de tudo, uma guerreira de Odin.

- Não posso curar seus ferimentos se não forem obtidos de forma honrosa. - Era algo que tinha aprendido entre os seus: os tolos deveriam aprender com seus erros. - E de qualquer forma, curar não é minha aptidão. - E talvez aquilo soasse estranho vindo de um Clérigo, mas era a verdade de Sunna. Ela não era um Clérigo como a maioria dos outros. Ela era um Godi da Guerra de Odin.

- No meu povo, pessoas como eu são chamados de Godi af Stríð af Odin. - Suspirou, tirando o cabelo do rosto. - Os Clérigos da Guerra de Odin. É isto que eu sou.