A Flor de Nek'Mani - A busca

HAIL ODIN, HAIL VÖKTUN VETRAR

Sunna moveu-se em passos vigorosos na direção do Orc, agora mais do que nunca a jovem Godi parecia determinada a por um fim em tudo aquilo. Estava cansada, precisava meditar e conectar-se com Odin uma vez mais e tudo que faziam ali era perder tempo, seu objetivo pessoal ainda a aguardava, precisava encontrar-se com o Rei daquele lugar e buscar o item que viera buscar, sua terra dependia de seu sucesso, Vöktun Vetrar dependia de seu retorno e ela não pretendia falhar com eles.

- Gruumsh. - Ela disse e a palavra saiu da sua boca com um tom curioso e inexpressivo. - Este é teu Deus, não é? Gruumsh. - Ela olhou em volta por um instante, sua tribo, apesar de conhecida por seus Berserkir furiosos e ferozes também era composta por grandes estudiosos "um inimigo morto é um inimigo morto, não importa como ele ficou assim", era o mote de seu povo, às vezes a força estava na inteligência e era inteligente conhecer seus oponentes.

- Ele não é um Deus servil... - Sunna olhava em volta, como se estivesse procurando alguma coisa naquele ambiente em que se encontrava. - Os teus são guerreiros impiedosos... Somos parecidos neste ponto, mas... - E nesse ponto a jovem Godi voltou os olhos para o Orc, ela o encarou de maneira impiedosa e fria. - Tu esqueceu da face do teu Deus. - Ela se abaixou, ficando de cocoras, o martelo de guerra entre as pernas, o escudo tocando o chão às suas costas. - Você tem uma escolha. Me diga a verdade e eu o libertarei para que tu retorne à tua Tribo, ao teu Warchief e ao teu Deus e assim tu poderá honrá-lo de novo. Minta e permaneça aqui para morrer como uma criatura servil de um homem fraco.

HAIL ODIN, HAIL VÖKTUN VETRAR

A clériga aguarda a resposta do Orc tinha o olhar fixo na criatura, mas sua atenção dividia-se entre os demais companheiros: acompanhava de leve o que acontecia com os goblins e chegou a arquear uma das sobrancelhas quando a criatura pediu que falassem em uma língua que Sunna não dominava. Ela bufou levemente então o alquimista se aproximou e falou com ela na língua dos homens pequenos e sua expressão de descontentamento só aumentou. Simplesmente não podia acreditar que seus companheiros estavam dispostos a negociar com... Globins.

Lambeu os lábios e respirou fundo, a última informação de Kss passou por ela como uma brisa, presente, porém quase desapercebida. Sunna suspirou pressionando os olhos com os dedos, mas logo voltou-se à Kss. Ela deu um passo para trás, não se intrometeria na luta dele com a criatura - não era algo honroso -, mas estava disposta a enfrentar por si só o desafio.

- Tu não merece essa morte. - Ela falou para a criatura e seu tom estava repleto de desdem.

HAIL ODIN, HAIL VÖKTUN VETRAR

Uma vez seu pai havia lhe ensinado que existiam dois tipos de pessoas: as que abraçavam seu destino e as que tentavam constantemente fugir dele. "Você" dissera seu pai "precisa ser a primeira pessoa" e desde então Sunna abraçava seu destino como um naufrago abraça um pedaço de madeira flutuante em meio as águas turvas. Aceitar o que lhe era oferecido era o primeiro passo para agradar Odin. Entre os povos do Norte os que temem seus destinos morrem.

"Dor era sua amiga
A morte sua amante
Odin seu pai
Eles não tem nada que você possa temer."

O Orc não tinha lhe respondido e isso a enchia de uma fúria cega e eminente, observou em silêncio quando o humano soltou a criatura seu olhar frio passou dele para o orc e do orc para seu martelo de guerra: o trato não tinha sido feito, o orc não tinha aceitado seus termos e isso tornava aquela luta tão honrada quanto um porco sujo.

Mas era uma luta e um filho de Björn não fugia de lutas.

O martelo de guerra prendeu-se entre os seus dedos e o escudo em seu braço. "Ele corre como um animal" ela pensou e o pensamento lhe fez sorrir. Odin estava ali, podia sentir o peso do seu olhar em seus ombros - talvez até mesmo ouvir o farfalhar das asas de Muninn e Huginn? - Talvez. Mas ele estava tão presente que ela podia senti-lo. Ela segurou o escudo com força o martelo moveu-se na mão quando seu pé fincou-se no chão, a vantagem era sua, mas preferia não subestimar o inimigo quando se moveu foi com a certeza - certeza? - de que estava pronta. Usaria o escudo para tentar se defender, mas seu foco era atacar, mirou no flanco esquerdo da criatura e desferiu o golpe com o martelo.

Rolagem: