Não se dando muito bem na espada (pelo menos "por enquanto" como disseram), ele começa treinar sozinho mesmo com uma faca emprestada e uma árvore no pátio. Acaba com alguns cortes nos dedos ao tentar fazer algumas acrobacias e tiro ao alvo.
- Acho que você não está sentindo ódio suficiente desta árvore, Espetinho. - coreta um dos guardas do QG - Tente imaginar alguém que você não goste, imagine a cara dele num galho específico e então lance a faca.
Este era o máximo de "incentivo" que aqueles brutos sabiam demonstrar. Seu público também não era muito agradável quando cantarolava alguma música de sua infância. Ĝeko tinha uma voz sedosa, mas os demônios ali preferiam chamar de música gritos guturais acompanhados de percussão violenta do que as baladas infantis ou românticas que seus pais cantavam. Ĝeko via alguns artistas de rua nas praças, não haviam muitos, pois Dafodil não era uma cidade muito artística, ainda assim pensava que talvez mais tarde poderia tentar se apresentar com algum deles para cantar.
Quando ia ao mercado, dava uma olhada em produtos de Akvlando, talvez procurando uma conexão com um passado que nunca conheceu. As joias e moedas que tinha pego no dia do "acidente" ainda estavam embaixo no colchão, ninguém tinha lhe pedido contas de nada que possuísse, mas ele queria aprender fazer pequenas compras para ser menos dependente do QG. A estadia e comida por enquanto não estavam sendo cobradas, a não ser pelos pequenos trabalhos que realizava, mas ele sabia que trabalhava bem menos que um escravo. Mesmo não falando, ele sabia que Velora facilitava para que ele se dedicasse aos treinos.
Um dos responsáveis pelo comércio dentro do QG era Fensio, um diabo que sempre tinha algo a vender para alguém, seu acervo era bem variado (e suspeito).
Fensio não andava tendo muita sorte, tendo aparecido com parte direita da cara e dos chifres detonados nos últimos dias, sendo assim ele andava mais nos "bastidores". Ĝeko sabia que Fensio cometia alguns deslises até com outros alguns outros membros da Corte, mas estava sempre a procura de qualquer coisa que desse lucro. Ele então resolve trocar algumas figurinhas com o diabo em busca de algumas dicas.
O demônio o acompanha no mercado:
- Bom, está interessado em saber um pouco do comércio do seu suposto continente? É, é bom começar por algum lugar. O povo akvlandano não são lá os melhores para se começar, mas também não são dos piores, a questão é você saber o forte e o fraco deles. Isto vale para qualquer pessoa com quem você vá comerciar, eles tem que achar que você é inteligente, mesmo que não seja, senão te arrancam o couro.
Tipo, o que o pessoal de Akvlando mais vende? Coisas que tiram do mar, sal e peixe, principalmente. Mas embora sejam o que vendem mais, não é bem o forte, pois tem um milhão de akvlandano vendendo sal, e peixe é algo que não dura muito, a não ser que você salgue ou traga no gelo, mesmo assim até chegar aqui um barco pesqueiro tem que vender tudo em dois ou três dias, ou perde tudo.
Mas o que eles são realmente bons? Eu digo: artesanato de luxo. Coisas com muito detalhe destas que nem todo mundo tem paciência ou competência para fazer. Tipo, assessórios comuns, ferramentas, estas coisas normalmente são mais baratas comprar do pessoal de Fajr-Regno, que produz muita coisa de metal e barato. Mas se você quiser uma adaga especial, por exemplo, com aquelas linhas-guia que são difíceis e demoradas de fazer, além disto elas podem precisar ser disfarçadas dependendo de quem precisa da arma, então aí você tem que comprar de um mercador de Akvlando, pois eles são especialistas nestas linhas-guias, conseguem fazê-las bem finas e detalhadas.
Veja estas adagas nesta banca:
Parecem boas por si mesmas, equilibradas... Mas vê estes diversos detalhes em forma de linha nas lâminas e no cabo? Elas servem para canalizar sua mana, seja aos poucos, seja de vez.
Veja a primeira: o cabo tem uma linha em espiral que vai em direção à lâmina, isto facilita a mana ir da sua mão até a lâmina. E na lâmina as linhas-guias vão do centro, onde acaba o espiral, até às bordas, o que ajuda distribuir a mana em toda extensão da lâmina. Isto é bom para magos que estão começando com uma arma nova, ou que não querem perder tempo "treinando" a arma mágica.
Já a segunda: as linhas-guias convergem para a ponta, facilitando uma magia que se use num movimento de ponta, como estocada. Mas veja também o cabo: muitos círculos. O circulo é uma tipo de linha para acumular a energia, portanto estes vários círculos concêntricos servem para acumular a energia do mago na arma, bastando para isso que ele fique a segurando, quanto mais assegura, ou mesmo só a mantém perto do corpo, mas mana a arma armazena. Com isto podemos deduzir que esta é uma arma para sacrifício ou ritualística: sacrifícios são feitos com golpes de ponta, e se a arma tiver já carregada de energia, melhor é o ritual.
Esta terceira: vê como as linhas-guias são retas? E no cabo você vê linhas horizontais por fora, mas observe como parecem ter linhas verticais na parte de dentro, não é impressionante? Linhas-guias retas assim são para armas de magos verdes. Na lâmina as linhas também são retas, o que facilita magias que usam movimentos retos, mais um detalhe que beneficia magos verdes.
A quarta tem uma série de linha s diferentes, esta arma foi feita para um mago específico, e provavelmente foi roubada, Pois uma arma especial assim não seria vendida. Ve esta linha guia que leva a uma parte específica da lâmina? Chamamos ela de flor de trigo, é uma linha guia que busca levar a mana para essa parte da lâmina, para isso o mago faz um movimento bem específico usando este lado. As demais linhas guias também se referem a movimentos feitos pelo mago.
Depois de falar das linhas-guias, Fensio ensina barganhar:
- Algumas pessoas são ruins de se barganhar, como o povinho de Ajros, aquele povinho Não barganha de jeito nenhum. Já os akvlandanos podem até se sentir ofendido se você não barganhar.
Fensio tenta barganhar o valor de uma adaga, mas o vendedor cobra cada vez mais caro, quando ele diz que é membro da Corte dos Milagres, o vendedor cobra mais caro ainda.
- Claro que sempre tem os filhos da p*** que vendem mais caro se não forem com a sua cara ou se não forem amigos da corte ou de qualquer outro lugar que você pertença. Mas com essa sua carinha bonitinha você com certeza vai fazer muitos bons negócios. Quer tentar alguma coisa agora?
Vocês passam por várias barracas do mercado verificando vários produtos. (Caso interesse em algo role 2D10).
Depois de um tempo no mercado, vocês percebem algumas carroças passando numa rua lateral. Eram carroças marcadas com bandeiras cinzas, que indicavam algum tipo de doença grave. Nada muito em comum por ali, mas Fensio lhe dá uma leve sugestão:
- Aí, E se fosse tentar ajudar para treinar a sua magia?
- você acha que eu deveria?
- Ninguém que não for um Mago do ar e da água chegaria perto deles. Se você errar e eles morrerem ninguém vai se importar, pois eles já estavam doentes mesmo. Então o que tem a perder?
(É só uma sugestão, não foi um convite ou ordem, talvez nem seja lá das melhores sugestões e se bobear pode até ser uma furada, portanto você não tem obrigação nenhuma de ajudar, mas se quiser você pode tentar usar magia instintiva, neste caso role 1D12 ou tentar com um pouco de controle, como a Anciã tem treinado, neste caso role 2D10. Se pensar em qualquer outra coisa que possa ajudar ou atrapalhar pode declarar e fazer a rolagem junto. Algumas dicas que eu só dou no começo: rolagem de bênção (1D12) e/ou de percepção e/ou percepção mágica (2D10) quase nunca atrapalham e podem até ajudar)