Niceia maio 1097

Seu coração se sobressalta. Aquela situação provavelmente queria dizer que os moradores do lado de fora das muralhas foram obrigados a levar coisas para o exército. Ou, mais dificilmente, que eles mostravam solidariedade com os exército. Ele precisava encontrar um meio de passar para o outro lado. Desceu de volta e foi até o portão. No caminho, procuraria uma sacola ou um cesto e poria qualquer coisa dentro dele, para que servisse de pretexto para voltar para o leprosário: seu superior esperava alguns remédios e alimentos.

Zaniel desce correndo no contra-fluxo das pessoas para o baixo da escada, encontrando um saco de tecido grosseiro no caminho e segue até os portões que se encontram travados com 2 grandes barras de madeira, alguns soldados olham de maneira agressiva para você enquanto você se aproxima do portão fechado e do respeitoso espaço que a população se mantem dos guardas de armas na mão

Olhou fixamente para os guardas que também retribuíam seu olhar. Então disse-lhes: - Há alguns irmãos religiosos atendendo os leprosos fora das muralhas. Eu vim buscar alguns remédios e alimentos para levar-lhes. Preciso voltar. - Como sabendo que aquilo não bastaria, continuou: - O Emir nos visitou mais cedo. Nada temos a ver com o que acabou de haver.

Parado diante do portão e dos guardas, esperou algum sinal para que pudesse continuar. Esperava conseguir pelo menos abrir os portões com a posição do Emir.

[Zaniel tem a desvantagem Veracidade, então ele tem que passar num teste NH 7 para efetivamente mentir, senão fica claro que ele está mentindo]

Veracidade NH 7
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1 , 2 , 6

Diplomacia NH 4 (IQ-6)
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5 , 3 , 5

você gagueija tentando mentir, falando confusamente

Um dos guardas se aproxima de você em posição ameaçadora.
- Você quer levar armas ou mantimentos para o exército? ele fala rindo, se você quer ir até la pode ir! O que você está levando escondido nessas roupas? e neste cesto? RETIRE AS ROUPAS E LARGUE TUDO NO CHÃO!
ele ergue a alabarda enquanto um dos guardas se desloca perpendicularmente a você te flanqueando

Zaniel acabou gaguejando enquanto tentava criar uma história. Mas a tentativa de intimidá-lo seria vão. Seu temperamento fleumático o fazia ter reações demasiado lentas. - Não vou até os exércitos, mas até o leprosário. - Isso falou sem tremer a voz, visto que era verdade que iria ao leprosário, mas dados os gritos do guarda mandando-o tirar a roupa, não continuou a falar. Sem pestanejar, pôs o saco no chão e em seguida começou a despir as roupas religiosas. Tiraria tudo até ficar somente com as ceroulas, isso, sem largar o cajado que supostamente ele usava para se apoiar. - Estão satisfeitos?

Ninguém liga pro que é dito, além dos soldados a população local se anima com a tua humilhação e se sentindo pelado você é colocado para fora do portão que bate logo atrás de você, por uma cortesia você é deixado com seu cajado.
Você quando cita o leprosário deixa os soldados desconfortáveis, assim como a população - lepra é uma doença desconhecida e que as suas feridas infectadas assustam muito.

Fora dos portões você não consegue ver o exército ao longe por causa dos pequenos casebres, e algumas construções maiores. Fora o barulho da cidade você não escuta nada ao teu redor. A "sensação de armadilha" é grande e você sabe que ambos os exércitos poderiam ser surpreendidos facilmente por ali

Não se importou com as zombarias e apenas ficou feliz de estar do outro lado da muralha. Porém, quando se fecharam os portões, sentiu a terrível sensação de quem está sendo observado e a qualquer momento será emboscado. Olhou ao redor, procurando algo que justificasse aquilo, que não fosse simplesmente uma sensação.

Sua primeira ação, de fato, seria ir ao leprosário. Deveria encontrar o outro Zaniel. Depois iria ao exército. Não seria prudente deixar metade de sua capacidade para trás naquelas circunstâncias. Iria entrar no leprosário com todo cuidado, para não chamar atenção e encontrar consigo mesmo que, fingindo que dormia, estava deitado na cama, sem saber nada do que aquele Zaniel sabia.

Percepção NH 10
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3 , 5 , 4

Sua cópia te encontra e depois de voces se unirem ele conta que boa parte dos cristãos foi em direção ao exército europeu que expulsou os doentes e os fracos e manteve somente os que podiam segurar uma arma ou os outros irmãos da igreja. Ele deu a desculpa de precisar estar com os leprosos e voltou a cidade. você agora sabe que muita gente encontra-se escondida nas casas abandonadas, procurando desesperadamente por comida ou por algum meio de se defender entre esse cerco.
Pior, você sentiu a presença de algo maléfico no meio do exército que chama a si mesmo de cruzados. A mesma presença que você sentiu em constantinopla, as melodia cheia de dissonâncias e com notas faltando do canibalismo

Sendo novamente um só, Zaniel se pôs a par de tudo que havia acontecido. Havia algum mal no coração dos homens que compunham aquele exército. As ausências de notas terríveis que havia sentido em Constantinopla agora se repetiam. Mas sua tarefa era com os beneditinos. Desceu até a o quarto do superior, Luke. Deveria falar com ele. Bateu três vezes na porta:

- Irmão Luke? É Zaniel. Precisamos conversar. - Esperava que o superior estivesse ainda no leprosário. Se tivesse saído a socorrer os doentes as coisas seriam bastante mais complicadas.

Zaniel começa a percorrer o mosteiro e sua metade da memória recém restaurada acaba "lembrando" ele que nenhum dos irmãos está aqui, eles seguiram com os doentes ou na direção do exército, houve uma grande discussão no deserto perto do exército se a obrigação dos irmãos era com os doentes ou com a igreja. Sua ordem resolveu integrar-se ao exército mesmo que isso impedisse eles de defender os leprosos e doentes. Luke foi contundente em seus argumentos de que nada de realmente útil poderá ser feito para salvar o corpo dos doentes na guerra, e Deus irá cuidar da alma deles

Logo que bateu na porta, lembrou-se do que havia se passado. Os irmãos haviam se juntado ao exército. Zaniel não sabia se aquela era a melhor opção, mas aquilo não dizia respeito a ele. Ele dizia respeito aos irmãos beneditinos. Ao menos, pensou ele, os irmãos deveriam estar todos juntos no exército. Sem mais delongas, Zaniel pegou as poucas coisas que tinha e saiu em direção ao exército lá fora, onde estava os beneditinos, de quem deveria cuidar.

você segue caminhando em direção ao exército, que encontra-se magro e maltrapilho, mesmo os nobres encontram-se sem seus cavalos e muitos deles machucados e convalescendo. O cheiro de diarréia é forte e depois de um tempo você encontra seus irmãos tratando um grande grupo de pessoas

-Imão Zaniel - diz o irmão Pedro -retornou a nossa compania? estamos sofrendo para tratar tantos machucados sem utilizar recursos, Deus proverá saúde ou conforto ao seu lado para nosso exército. Vários nobres estão chegando, cada vez mais gente em nome do Senhor. Godofredo de Bulhão, Raimundo IV, Roberto II, Tancredo de Altavila, dizem que Boemundo e os exércitos de Aleixo estão fazendo o cerco no outro lado da cidade e a cidade está completamente cercada. Até mesmo alguns sobreviventes da cruzada de Pedro Eremita estão aqui espalhados pelo exército.

O cheiro do local era profundamente nauseabundo. Contudo, os monges estavam acostumados com a miséria e seu odor. Ao encontrar com Luke, ele avisou-lhe que mais exércitos chegariam. Os nobres com seus servos.

- Irmão Luke, esse é um exército de moribundos. - Lembrava das notas faltantes assombrosas que sentira em Constantinopla. Não lhe admirava mais, pois em tais situações as pessoas eram capazes de fazer aquilo e coisas ainda piores. - Logo mais só sobraremos nós, seja por morte de doença ou de espada.

Parou um instante para ouvir novamente a melodia daquele local. Talvez encontrar o verdadeiro motivo de tanta penúria.

Percepção:

enquanto Luke fala com você você escuta vindo da voz dele uma melodia discretamente fora de tom, cheia de pecados de orgulho e de inveja, mas atrás dessa melodia você escuta ao longe uma melodia discreta de tons menores com algumas notas faltando e outras dissonantes toca distante te distraindo

- Não somente um exército de moribundos, um exército da Europa, um exército cristão, tanto peregrinos da primeira cruzada estão aqui, e estão aqui lado a lado com grandes nobres, com suas espadas lindamente trabalhadas, e seus vassalos. Francos, Germânicos, Venezianos, Hungaros, Austríacos, todos aqui em nome do Papa e do Cristo. Esse cerco será curto e seguiremos até tomar Jerusalém

sim, uma música conhecida, a música do mesmo demônio que você escutou em Constantinopla e que provavelmente está acompanhando o exército papal

Irmão Luke era um pecador. Como muitos eram. Talvez ele não devesse estar à frente dos beneditinos. Mas nada disso cabia à Zaniel. Na verdade, eram quase uma distração. Dentro da melodia do local havia uma sim que era verdadeiramente importante. Um demônio! O mesmo de Constantinopla.

- Sim... - Concordou, embora não houvesse escutado nada que Luke havia dito. - Há muitos irmãos precisando de ajuda. - E dizendo isso se afastou, em direção da melodia faltante que indicava a presença de um demônio.

Você sai hipnotizado pela melodia, seguindo algumas dicas de onde seria seu início, de onde ela estaria pulsando mas percorre centenas de metros no meio de um mal enjambrado acampamento mulambento e com os cheiros de diarréia e de doença, com algumas tendas maiores e enfeitadas de grandes generais e nobres em contraste com a grande maioria dos combatentes dormindo sem forças no chão duro, todos próximos uns dos outros para que o calor dos corpos seja mais difícil de ser roubado pelo frio do deserto conforme a luz do sol se esconde e a noite começa.
enquanto isso a melodia disforme e dissonante continua penetrando grande parte da sinfonia estranha que é esse exército acumulado

Caminhava a esmo, sem saber para onde ir... Questionou-se fortes vezes sobre onde o demônio estaria se escondendo. O pecado era o canibalismo. Quem eram os mais sujeitos àquilo? Os doentes? Certamente os doentes. Procurou as alas médicas maiores e enquanto andava repetia consigo, na espera que aquela oração ao menos fizesse o demônio se acusar:

- Crux Sacra Sit Mihi Lux. Non Draco Sit Mihi Dux. - Dizia em voz muito baixa.

Exorcismo NH 11

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3 , 1 , 6

Enquanto você percorria o acampamento realizando o ritual enquanto aparentemente abençoava um exército maltrapilho em de um grupo de nobres bem vestidos vem uma risada alta
-Hahaha! Você está sozinho por aqui pastor? em uma voz sarcástica falando em um latim bastante formal, consegue escutar a música? chegaste tarde demais. trocando para a língua dos demônios, uma corrupção da língua angelical, - você não pode fazer nada, eu comprei esse corpo da mesma maneira que você, não estou cavalgando ninguém e voltando para o latim - Você não escuta as trombetas? Os próprios anjos do Céu querem essa guerra pela honra de dEUS - se virando para os companheiros e falando em francês - Vamos, se armem que a batalha vai começar, iremos destruir todos os nossos inimigos (e novamente na língua dos demônios) você tem coragem de atacar meros humanos? eles teriam de te atacar! e de novo em latim - dEUS te abençoe irmão, siga abençoando o exército que hoje a nossa contrição será com sangue