A viagem de volta foi silenciosa e rápida. Rohko, Cephyrus e Erik trocaram poucas palavras, mas uma espécie de companheirismo começava a se estabelecer entre eles. Não quer dizer que se gostavam, agora, porém, eram cavaleiros de Athena e já haviam arriscado suas vidas um ao lado do outro. Depois de ser envenenado, Erik foi tratado por um senhor nativo, depois de ter sido salvo por Cephyrus. Rohko lutou até o limite de suas forças e caiu desacordado na mata. Acordou com o Cisne o encontrando e levantando. Aquela primeira missão como cavaleiros de bronze fora, de certa forma, frustrante. Venceram Thaddius, o Estrategos, seus ajudantes, contudo, conseguiram fugir e permanecerem vivos. |
Chegaram ao Santuário no entardecer de um dia quente, muito comum naquelas terras. Os três estranharam o pouco movimento ali. Não havia ninguém nas arenas e, fora um ocasional soldado raso, tudo parecia vazio. Carregando nas costas as urnas com suas armaduras, os bronzeados questionaram a um daqueles soldados ocasionais o que estava acontecendo. - Senhores! Estão todos no cemitério, para o enterro dos dois cavaleiros de bronze que foram mortos recentemente, bem como os outros soldados. - Ele falava com os olhos baixos e a voz entristecida. |
Sem perderem mais tempo, Cephyrus, Rohko e Erik seguiram para o cemitério. Não demoraram a ver diversos cavaleiros e soldados reunidos. Era, sem dúvida, a primeira vez que eles viam mais que três ou quatro reunidos. Ainda assim, diante das 88 armaduras, aqueles ali ainda eram poucos, mesmo que houvesse alguns dourados e mais: o Mestre do Santuário. Aproximando-se, eles viram as lápides dos cavaleiros de Fornalha e de Andrômeda, e ainda uma dúzia de lápides para os soldados rasos que perderam a vida junto dos bronzeados. |
- ... Reconhecemos aqui o sacrifício de dever desses nossos irmãos de armas. Leon de Fornalha e Adônis de Andrômeda deram suas vidas protegendo a humanidade do terrível perigo que se aproxima. Assim como eles, os demais soldados que bravamente defenderam esse Santuário quando foi invadido. Nossa gratidão e nossa promessa que completaremos a tarefa que eles deram início. |
Foram as palavras pronunciadas pelo Grande Papa. Foi feito um longo momento de silêncio. Depois, pouco a pouco, um a um, os cavaleiros iam se ausentando. Os três ainda observavam quando Isaeos se aproximou. Como todos ali, estava trajado com sua armadura de Altar. - Fico feliz que tenham voltado em segurança. Prestem suas homenagem aos falecidos e então me encontrem no templo à entrada do cemitério. Irão me contar o que aconteceu e conversaremos sobre os próximos passos. Temo que não terão muito tempo para descansar ou curar as feridas. |
Dizendo aquilo, o prateado se afastou. Vulpes deixou escapar um pequeno grunhido, lembrando à Cephyrus de sua presença ali. Erik cruzou olhares com os dois cavaleiros. - Eu vou primeiro... - E tirando de suas costas a urna com a armadura de Lobo, foi até as lápides, fazendo sua última homenagem. |