—Tá, Caleb. Você vai querer que façam de prata as balas... Balas que você já me comprou antes e desperdiçou atirando em que? Em sua vizinha? E você dorme onde? Em um caixão? Tome um sol, cara...
O policial já tinha suprido com várias armas estranhas, mas o carniçal queria mais.
Seu ódio fez com que testasse uma das armas dormindo e sabia que precisaria de mais balas, tinha algumas, mas precisaria de mais... Bem mais...
Caleb estava inexpressivo como de costume... As palavras de Jeff entram em seus ouvidos sem causar qualquer reação. Caleb estava com o seu traje de costume, como se saído da década de 20. Um sobretudo 7/8, um chapéu bem caracteristico, calças e uma camisa. Estava com as duas 44 em cima do balcão e tirava suas cano cerrado do coldre.
Caleb: - Balas de prata. Gosto delas! O som que fazem ao sair do cano do revolver e ao ricochetear na parede são mais melodiosos de se ouvir. Tenho meus hobbys Jeff. Gosto das balas combinando com o revolver também... Muito mais estilo, não acha?
A voz de Caleb era estranhamente calma mas ao mesmo tempo possuía uma profundidade sombria. Seria por sua origem cainita? Sua mácula ao se tornar servo de um vampiro? Ou por ter sua face toda queimada? Talvez tudo isso, talvez nada disso... O fato é que Caleb colocava as cano cerrado no balcão e tornava a falar com Jeff.
Caleb: - Vou precisar de mais munição para esses dois bebês... Munição convencional hehehe. Mas se voce conseguir munição de fósforo para elas, eu compraria com certeza. Tenho muito uso para elas... Sabe como é, pirofagia... Fogos de artifício...
Caleb esperava Jeff lhe entregar as balas de prata para os revolveres e os cartuchos para as cano cerrado, entregará o dinheiro, recolherá tudo se armando de acordo e se voltará para a porta, seguindo seu caminho.
Caleb: - Agradeço pelo serviço Jeff. Nos vemos em breve...
Caleb segue para a igreja do velho padre Marlom. A igreja está sempre aberta até uma certa hora e o padre cuida para que o ambiente esteja em bom estado para receber os fiéis. Caleb entra silenciosamente e se aproxima pelas costas dele.
Caleb: - Perdoe-me padre, porque pequei... E vou pecar de novo.
A expressão de Caleb agora muda, sua face inexpressiva agora exibe um sorriso doentio e macabro.
O padre toma um susto com Caleb e segura sua cruz firmemente em direção do caçador, ele parecia bem assustado, parecia bem confuso sobre a imagem e a presença do homem diante de si.
E quando ele sorri, o sacerdote Marlon Hans Retsan cai sentado no banco na Igreja.
Era esquisito, ele estava mais assustado que o normal e parecia temer Caleb.
Caleb analisa a pose do Padre por um instante... Ele realmente está bem assustado. Isso não é bom. Caleb olha para os lados para ver se estão realmente sozinhos e então volta a sua atenção para o padre.
Caleb: - O que houve padre? Até parece que você viu o bicho papão! Eu sei que sou feio mas assim você me magoa.
O sorriso de Caleb é sarcástico e de certa forma o medo no rosto do padre o diverte... Mas ele sabe que pode haver mais por trás.
Caleb: - Diga-me padre, o que o aflige.
Caleb mantém seus dedos preparados para qualquer coisa. O padre não era um bosta qualquer e pode haver uma enboscada.
Malon respira profundamente, depois observava assustado, como quem estava tentando entender o que estava acontecendo ao seu redor.
—Mas... Meu...Deus, que eu fiz?
Ele se ajeita, depois se volta de novo para o caçador.
—Ele me enganou...Amaldiçoado anjo mau, me enganou, Caleb....
Se contorcia... enquanto pensava.
—Um rapaz, o "Nick". Ele me fez por um instante acreditar que você é quem me atacou naquele dia. Não sei como ele fez isso, me convenceu que foi você e não os jovens que me atacaram. Eu acho que ele fez algum tipo de hipnose...Mas sei que foi ele... Ele falou algumas palavras e pouco depois... Bom... foi embora
Ele pausa, respira... Depois olhava de novo.
—Ele é um homem loiro e magro... Nick conversou comigo e disse para eu contar que foi você quem me atacou... E eu contei isso para um grupo de punks que usa um velho galpão aqui perto para shows e festas... Contei que foi você para uma garota... A jovem Camille...Ela é minha amiga... Ela me perguntou sobre o ataque... Por que ele queria isso, Caleb? Eu não entendo. Nick me fez dizer que foi você quem me atacou para aquele pessoal.
Caleb escutou as palavras do padre, identificando Nick como uma criatura da noite...
Caleb: - Não se estresse demais padre. Vou evitar vir aqui na igreja mas precisarei me encontrar com você em outro lugar. Mantenha o telefone por perto. Porque não me conta um pouco sobre o Nick? De onde ele é? O que faz? Ele vem aqui hoje?
Caleb procura informações sobre o tal Nick para poder começar sua caçada. Mas só isso não é o suficiente. Caleb vai precisar das informações dos outros envolvidos também, para evitar cruzar o caminho deles. Quanto menos gente por perto melhor.
Caleb: - Terei que ficar de olho nesses punks... Eles podem se tornar um problema. Porque não me conta sobre Camille? Sua amiga, não é? Como se conheceram? Aonde ela mora? Não quero correr o risco de cruzar meu caminho com ela. Seria deveras desastroso, não acha?
Caleb então olha para o alto na igreja, analisando o pé direito e a estrutura.
Caleb: - Estou preocupado com você padre. No início eu salvei você do ataque, mas parece que a sua proximidade comigo pode te trazer mais problemas. Ficarei aqui na igreja hoje, de tocaia. Tem algum lugar em que eu possa ficar? Algum mezanino? Ou mesmo no telhado. Se alguém estranho aparecer eu ligarei para o seu celular e você mantém o viva-voz ligado para eu ouvir a conversa... Se for preciso eu desço para te auxiliar. E por via das duvidas, você nunca mais me viu.
Caleb não esperava ter notícias de um vampiro tão cedo. Isso lhe trazia sentimentos mistos. Um pouco de medo, excitação e uma avidez por "diversão". Esse nick com certeza está muito certo de si mesmo e não espera que Caleb retruque. Mas Caleb espera descobrir de onde vem esse Nick e com isso, descobrir mais sanguessugas... Assim, vai caçar de um a um, sem pressa, até que todos estejam destruídos.
Padre Malon para um minuto e comenta tentando responder ao que Caleb lhe dizia. —Sim... Nick... Eu o conheci através de Camille há algum tempo, a jovem Camille era uma punk anarquista e ao mesmo tempo vinha aqui rezar... Ela se diz uma cristã ecumênica, segue as ideias do russo Leon Tolstoí... Um dia ela chegou com o Nick. O rapaz, era algo diferente... Eu suspeitei dele, ele sorria maliciosamente quando vinha aqui, mas não disse nada. Até que então sem aviso eu fui atacado por um grupo de jovens arruaceiros, naquele momento em que nós nos conhecemos e você me salvou, Caleb. O padre tosse um pouco.
—Tentei descobrir quem eram aqueles... Aí que as revelações me chocaram. O rapaz, é algo diferente, desumano... Ele é algum tipo de ocultista, ao que parece faz parte de um grupo esquisito em reuniões noturnas, algo assim... Eu descobri por certas fontes que ele estava pervertendo Camille, a manipulando e foi ele quem estava incitando os jovens a me atacar... criando discursos contra Igreja e manipulando pessoas de todos os tipos para vir depredar essa Igreja. Ele convenceu tanto membros do Klux Klan que são evangélicos intolerantes radicais quanto punks anti-católicos a propagar discursos de ódio contra mim... E no dia que você me salvou, eu descobri depois de muita conversa por aí e algumas confissões que foi ele quem fez aqueles jovens contra mim. Quando fui cobrar satisfações... minha mente mudou... eu... comecei a ver tudo diferente.
Ele olha triste para o caçador.
—As gangues chamam ele de "Escorpião", Camille o chamava de "Anjo Mau"...
Quando Caleb falou de ficar de tocaia, o padre concordou.
—Sim...Ele vai voltar. Ele vem se confessar... Disse que viria hoje... Ele me visitou várias vezes nesse tempo. E costuma vir com um sujeito grandalhão apelidado de "Ferroada", é um capanga direto dele. Mas essa é a casa de Deus... eu não... eu sei que fui atacado aqui e você me salvou, mas... eu não quero sangue derramado aqui dentro, por favor.
A fala dele levaria a questão do que Caleb faria em seguida, ao que parece literalmente dois vampiros viriam para dentro da Igreja essa noite, mas seu protegido não os queria mortos ali dentro.
Seria possível cumprir esse pedido? Se Caleb dissesse que sim e prometesse não matar ninguém aqui dentro, ele o deixaria subir ao Mezzanino apenas para vigiar até que saíssem dali. Claro que Caleb poderia mentir sobre não atacar...
O Padre acabara de contar muita coisa que atiçou a curiosidade de Caleb... Camille poderia ser um bom contato, uma vez que provavelmente estaria servindo de carniçal para Nick, o fato de Nick vir para a igreja essa noite é muito bom para Caleb, que pensa em sequi-los com seu velho honda civic. O carro era simples, modelo hatch, mas com a mecanica mexida. O carro responde muito bem e não deixa a desejar.
Quanto ao pedido do Padre, Caleb pensa um pouco antes de responder, mas chega a uma solução.
Caleb: - Que merda padre, armaram uma arapuca pra você e eu caí junto. Presta atenção padre, você é um cara bom e eu respeito o que você me pede... Mas se eu notar que eles vão investir contra você, eu passo eles antes... Sangue por sangue, antes o deles do que o seu.
Caleb precisa do padre. Ele é uma fonte de informações viável e é uma boa pessoa. Caleb segue subindo no mezanino e procura um local bom para se esconder, ter uma boa visão da igreja e do padre e de facil acesso ao piso inferior, caso o padre necessite de auxílio. Lá Caleb prepara suas armas, deixa as duas cano cerrado armadas e prontas para disparar e ajeita a munição para fácil acesso. O mesmo ele faz com a espingarda, deixando a arma carregada e engatilhada. Ele também deixa o facão a tiracolo, pronto para arrancar a cabeça de um sanguessuga. Isso o faz lembrar que ele precisa de estacas. O sangue do seu ex mestre não vai durar para sempre e ele vai precisar de uma fonte em breve.
Caleb se escondeu, preparou suas armas e aguardou.
Perto do horário que o padre sabia que o escorpião voltaria, o padre se pois a rezar de joelhos ao altar e de costas para porta.
O caçador vê você caminhando pelo tapete da Igreja o sujeito.
—Você ainda esta de joelhos? Quando vai se levantar para fazer alguma coisa, Marlon?
Ele então se voltou para o homem, ele parecia bem jovem. Era curioso que não usava trajes góticos e sombrios e sim uma colorida roupa hawaina em um terno caro de marca.
—Eu sei de tudo... Você mudou minha mente, fez alguma coisa para eu me recordar diferente do dia que fui atacado... —Ah, sim! Mas é claro que sabe... Eu sou preciso, calculo cada ação com uma preparação que faz com uma precisão tão sinistra que faria inveja no mais cruel muito que as coisas sejam direcionadas aqui, não opero minhas... "franquias", só alugo o meu nome. E por isso que não posso te explicar tudo ainda.
—Que você quer, Nick...? —Oh, Inesperado você ir direto ao ponto ao invés de fazer um sermão. Certo... Você sabe o que eu quero, fique longe de Camille. Deixa-a... Nós vamos fazer nossa festa hoje e não queremos você lá? Até porque é perto da sinagoga e Deus colocou o ódio entre judeus e cristãos para garantir que fiquem longe um do outro.
Ele falava e Marlon começava a suar, Nick o olhava bem nos olhos e dizia. —Apenas fique longe ou vou ter de fazer você mudar de opinião de novo!
De seu Mezzanino escondido, Caleb ouvia e via tudo.
Caleb observa bem a situação e analisa a figura que entra na igreja. Pelas vestimentas e pela forma de agir e falar, Caleb tem uma idéia de quem é a criatura. Provavelmente um Toreador, talvez um Ventrue. Caleb pensa no quão manipuladores e egocentricos essas criaturas são, pensando em usar isso contra eles.
Nick entrega o fato de possuir várias "franquias" e diz que ainda vai explicar mais ao padre... Ele também dá o local do evento e diz para o padre ficar longe de Camille. Essa jovem é importante para Nick, talvez Caleb faça uma visita à ela em breve.
Caleb se mantém imóvel, atento enquanto o vampiro se mantém dentro da igreja. Ae tudo correr bem, Caleb irá esperar uns 15 minutos para descer e então irá até o padre.
Caleb: - Ora ora ora, o garoto Nick gosta de falar. Mantenha o contato comigo padre, quero saber tudo o que Nick fala para você... Também quero saber de Camille. Assim que possível, quero que você aponte a localização dela para mim... Agora se me dá licença, não posso ser visto aqui e tenho um evento para ir... Hehehe. Isso promete ser divertido.
Caleb vai até seu carro e dirige sem pressa pelas ruas da cidade. Ele vai até aonde Nick disse que haveria um evento e para o carro próximo do local, analisando o ambiente e a movimentação.
A cidade em que Caleb habitava desde criança era essa Arkham era tão nojenta para ele, que as vezes ele queria voltar para o esgoto.
O que incomodava realmente é que aqui é o lar da Universidade de Miskatonic. A que a cidade foi devastada por um surto de febre tifoide em 1905... Mas continua de pé, talvez para juntar lobisomens e vampiros para predar suas ruínas
Enquanto sentia certa náusea e rancor em imaginar o que essas criaturas lhe fariam, assim como saudades nostálgicas de Abelhinha, alguma coisa o fazia sempre sentir ódio, rancor e um desejo imenso de explodir todos os que lhe fizeram mal.
Mas havia um ódio ainda maior reservado para quem atacou aquele padre.
Não era difícil chegar até o lugar em que a festa iria ser.
A aparição de pessoas usando roupas que pareciam ser saídas da década 80 davam a impressão de estar assistindo uma fita cassete.
Eles chegavam até o que parecia ser um bar de rock imenso, que de fato ficava do lado de uma sinagoga.
O som começa a tocar, ao que parece... Metallica...
Seria "Enter Sandman"?
Sim, certamente.
Havia algo de referencial na música, afinal Nick havia deixado o sacerdote em um estado quase de sono e inverteu o papel de agressor e agredido na mente do padre, como um sono assustado. Era isso que Caleb queria acreditar que o som lhe contava...
...que a luz saiu e a noite chegou... a noite era parte do que todos aquele sanguessugas entendiam.
E ele era tão amaldiçoado do que eles...
...talvez mais, já que ele perdeu muito mais do que esses vermes parasitas assassinos.
A parte sobre "NeverLand" na letra da música de uma forma estranha pegava em sua mente...
Enquanto o som rolava, ele via que haviam duas entradas.
Uma frontal...
...onde um brutamontes com uma camisa com um Escorpião desenhado olha com expressão fria quem chegava. Pela descrição que obteve do padre, esse deveria ser o tal "Ferroada", que estava como segurança da casa noturna.
...e do ângulo em que parava, notava outra entrada lateral de serviços, na de serviços uma garota saia com um saco enorme de lixo e arrastava para uma caçamba ali perto.
Caleb analisou o local rapidamente. A musica, as roupas, o local. Com certeza haviam muitos vampiros por ali mas eles eram jovens. Vampiros tendem a ter seus gostos e trejeitos paralisados na época em que foram transformados. A maioria ali com certeza seria de neófitos, não que sejam presas fáceis, mas de pouca importância na sociedade cainita. Caleb então foca sua atenção na garota que acaba de sair com o enorme saco de lixo. Ligeiro e silencioso, Caleb se move pela escuridão até a jovem e se aproxima amistosamente.
Caleb: - Precisa de uma mãozinha?
Caleb não espera pela resposta e ajuda a jovem com o saco de lixo pesado. Ele aposta na escuridão e no seu chapéu para esconder seu rosto horrendo para poder olhar na jovem.
Caleb: - Patrões são sempre uns filhos da puta. Tenho certeza que haviam dezenas de funcionários que poderiam carregar este saco... Espero não tê-la assustado...
Caleb quer entrar no local mas pela frente é muito arriscado. Ao que parece, ele seria facilmente reconhecido. Uma vez lá dentro ele espera fazer um reconhecimento do tamanho do local, sua estrutura, suas áreas de fuga, parte elétrica e áreas mais importantes. Tudo que Caleb puder saber para conhecer os pontos fracos do local. Caleb imagina também que a jovem não seja um vampiro. Dificilmente um vampiro colocaria o lixo para fora. Ela pode ser útil no futuro. Identificar a quantidade de vampiros lá dentro também pode ser interessante.
Ela falava com tom de susto, mas alívio que ele se desculpou e Caleb começou a ajuda-la.
—Eu agradeço, senhor...mas ...se te virem fazendo isso eu posso ficar encrencada.
Ao entrar Caleb via o que parecia ser um imenso espaço de som de rock, três bares e o que surpreendeu foi notar que não havia um palco para bandas, mas sim um octógono de lutas de MMA no centro. Haviam luzes piscantes, tornando quase tudo uma pista de dança.
Estavam abarrotados. Deveriam ter quase cem pessoas no espaço que era um galpão não era muito grande para tantos.
No centro do espaço de luta, ele via o cabelo loiro do Escorpião reluzir com os reflexos da iluminação... Vestia aquela mesma roupa extravagante enquanto pegava um microfone estranho e começava a falar.
—Senhoras e senhores... é um imenso prazer que hoje vocês possam testemunhar esse tributo à habilidade marcial. Com vocês...
LOVEEEEEE- Jooy!
Não era possível! Era ele mesmo? Aquela era a imagem que Lovejoy usava para se parecer menos desumano fisicamente, mesmo conseguindo se passar por humana, ainda era horrenda.
E ele nem escondia o nome e parecia estar sendo...Cultuado?
E seu desafiante... Eddie Bane!
Comentava enquanto esse se aproximava, o público batia palma enquanto alguma outra música do Metálica continuava a tocar. Havia muita gente bebendo, mas um grupo seleto parecia cercar o Escorpião assim que ele descia do ringue.
Aquilo preocupava em partes , a presença de um inimigo conhecido poderia prejudicar em muito suas ações. Cada vez mais ele se sentia amaldiçoado, mas não desmotivado em caçar.
Afinal justamente a frustração de Caleb em sua existência terrível é sua base de força de vontade.
A jovem fica aliviada com a ajuda de Caleb e ele consegue entrar no recinto com ela.
Caleb: - Não se preocupe moça, tenho certeza que a atenção do seu chefe vai estar em outro lugar. Gostei de você, gostaria de te conhecer melhor depois. Aliás, qual o seu nome?
O ambiente era um pouco o que Caleb imaginava, mas algumas coisas o surpreenderam. O ringue no meio por exemplo... E um dos lutadores. Lovejoy...
Caleb: - Aquele desgraçado está na luta... Mas porquê? Será que o outro combatente também é vampiro? Essa porra angaria muita grana.
Caleb pensa em tudo o que está vendo e procura um lugar para poder ficar oculto, ter uma boa visão do local e escapar rápido caso precise. O escorpião está muito bem protegido e Caleb fica atento às pessoas que podem reconhecê-lo. Por um momento ele pensou em entrar no ringue como desafiante, mas talvez não seja a hora. Caleb precisa encontrar os locais de escoamento de dinheiro, assim como os responsáveis por isso. Caleb precisa descobrir todas as entradas e saídas para o caso de precisar fugir ou trancar tudo, e isso inclui saídas para o esgoto, caso haja alguma. Um contato ali dentro seria perfeito, talvez ele siga a moça. Caleb pensa em uma armadilha em algum evento futuro. Muita gasolina, armas com potencial flamejante e estacas. Não é dificil deixar transparecer um sorriso nos lábios enquanto imagina tudo isso. Caleb vai precisar de frascos e de algum dispositivo para dreno de líquidos. Se alguém pudesse ver a mente de Caleb nesse momento, veria um inferno flamejante com um demônio em corpo de homem, sádico e de humor ácido, estripando e esquartejando, gargalhando e fazendo piadas enquanto o faz. Caleb é esse homem e seus inimigos são os que morrem cheios de terror e aos berros.
Mas agora há que ser necessário ter foco. Ele ainda não viu Nick e muita merda pode acontecer.
Esse prédio em especifico da boate seguisse por era bem difícil de incendiar sem acionar o alarme anti-incêndio e uma chuva dos canos de água acima, era visível que não teria como cortar tais canos, porque eram de uma liga de aço e algum metal dele era bem mais resistente que o comum.
Ao que parece os vampiros queriam garantir que não seriam incendiados e nem sabotados e investiram bem nisso, seria necessário muito tempo para sabotar o encanamento e talvez o trabalho não valesse a pena porque haviam muitas janelas e saídas laterais abertas o tempo todo. Porém era possível criar alguma forma de queimar tudo por fora.
E não foi difícil para Caleb coordenar e achar as entradas e saídas que também previam um incêndio iniciado de fora para dentro, ele percebeu claramente um alçapão e um enorme cano de metal resfriado junto do freezer da cozinha.
Por um momento pensou que isso era coisa típica dos Nosferatu, a conexão ligava o esgoto do prédio da boate diretamente ao da sinagoga do lado e especialmente pelas áreas de esgoto. Eles tinham um túnel com relativo frio para fugirem diretamente para um templo judeu, que provavelmente já estavam influenciando de alguma forma.
Ao que parecia, a melhor estratégia seria começar o incêndio por fora, como eles previam, até os deixar fugir nesse cano gigante de esgoto para forçar que até a sinagoga do lado para onde seriam incendiados, essa sim bem antiga e fácil de ser queimada por inteiro devido ao fato de ser antiga e ainda de madeira.
Ao que parece eles não acreditavam que alguém sondaria os túneis. Só alguém que conviveu com Roedores de Ossos e Nosferatus seria tão bom em notar isso.
Caleb sorri para si com as coisas que descobre e já começa a pensar em suas estratégias para pegar as criaturas. Estes eventos com certeza devem ser custeados com dinheiro ilícito e basta descobrir uma ponta solta para encher este local de policiais por todos os lados com uma denúncia anônima. Isso forçará os vampiros a fugirem para a sinagoga. A dúvida que fica é, queimo a sinagoga com todos dentro ou forço eles a passar o dia lá dentro? Vou precisar de estoque de sangue vampírico. Mas como fazer isso?
Calen procura a jovem que ajudou a pouco e em seguida procura a saída pela qual entrou. Ele já ficou tempo demais ali dentro e precisa sair o quanto antes. Mas primeiro ele irá até a jovem.
Caleb: - Olá mocinha, eu preciso ir. Foi bom conhecer você e gostaria de encontrá-la novamente. Poderia me dizer o seu nome? Como faço para vê-la de novo?
Caleb precisa do contato dela para saber quando vão haver novos eventos. Depois disso Caleb irá para o seu carro e dará uma volta com ele, analisando os carros e depois estacionando perto da sinagoga. Caleb quer identificar quais os carros são usados pelos vampiros para que possa sabotá-los. Dali ele consegue ver a saída do local aonde se reúnem para saber qual é o horário que eles normalmente terminam o evento. Dependendo do horário, se próximo do nascer do sol, sabotar os veículos deles pode forçá-los a passar o dia enclausurados em outro lugar próximo... No caso, a sinagoga. Caleb precisará conhecer a sinagoga por dentro para saber aonde caçá-los durante o dia. Vai precisar de estacas e muitas garrafas para armazenar o sangue deles...
"Já consigo me ver na situação, hehehe, sem pressa empalando de um a um com as estacas, depois sangrando eles como porcos para suprir meu estoque. Depois arranco-lhes a cabeça com meu facão." Pensa Caleb.
Com certeza eles não estarão desassistidos. Carniçais estarão à espreita e Caleb terá que lidar com eles. Pensar nisso traz mais um sorriso ao rosto de Caleb, que pensa em como gosta de arte. Suas armas são como pincéis, o sangue de seus inimigos são a tinta e o mundo é sua tela. E faz tempo que ele não expressa o seu prazer pela pintura. Ele também se delicía com os gritos, gemidos, choros e lamentos de seus inimigos, que soam como música cantada para seus ouvidos.
Caleb pensa no policial e em como este pode-lhe ajudar. Dando tudo certo, o massacre na Sinagoga vai causar muito barulho, mas também vai deixar muito lucro. Os armamentos dos carniçais, os adornos dos vampiros e os seus veículos. Caleb precisará que seu colega contatr contrabandistas para guinchar os carros e os levem para desmanches em tempo recorde. Isso por um preço claro. Tenho certeza que a grana vai mecher com a cabeça de todos e a chance de rastrear os carros e chegar até eu e meu parceiro, serão pequenas.
—Meu nome é Elisabeth... Bom, eu vou estar aqui a semana toda com esses eventos.
Ao que parecia a semana toda haveriam lutas, alguém estava investindo pesado e lucrando com as apostas naquele lugar... Se fossem parar carros até o sábado e a sexta, certamente atrapalhariam os ritos na sinagoga. Mas Caleb novata que alguns dos mais bem vestidos góticos do lugar falavam com pessoas que iam até a sinagoga e vice-versa... Foi fácil saber por onde sabotar os veículos dos vampiros.
E de fato, ao notar o amanhecer ele percebeu que apenas o Ferroada passava até o amanhecer, provavelmente um dos carniçais.
A ligação para o amigo policial
...o encontro deixa ele meio pasmo.
—Esta planejando explodir uma sinagoga toda para pegar vampiros ali? Se por milagre você sobreviver...Vai chamar atenção de meio mundo.
A expressão no rosto dele era de total descrença no que Caleb era capaz de fazer.
Caleb analisou bem todo o local e as figuras que distoavam das outras... Contatos entre a Sinagoga, eventos por toda a semana e fácil sabotagem dos veículos. Saindo dali Caleb liga para seu colega e marca de se encontrar com ele. Esse fica assustado ao saber dos planos de Caleb, que precisa explicar com mais detalhes o que precisa.
Caleb: - Hehehehe, calma meu amigo. Pretendo deixar a Sinagoga de pé. Acredito que eles possuam refúgio na Sinagoga, uma vez que há uma passagem escondida lá dentro. Com o estímulo certo, todos eles irão usá-la e se esconderão na Sinagoga. Acredito que a polícia seja a melhor saída para isso. Mas antes precisamos nos certificar de que eles não irão sair de lá. Estou monitorando os carros deles e quero que entre em contato com algum desmanche. Eles levam os carros e nós dividimos os lucros. Será algo rápido e certeiro. A idéia é fazer isso pouco antes de tudo terminar a ponto de ser muito tarde para que eles saiam da Sinagoga ainda na madrugada mas cedo o suficiente para extrairmos os carros sem alarde e com tempo o suficiente para a polícia chegar. Uma vez que consigamos fazer isso, eles estarão presos na Sinagoga e então eu entro no jogo. Vou invadir o lugar durante o dia, acabar com qualquer carniçal que encontrar e depois drenarei os vampiros, finalizando eles em seguida. Preciso descobrir aonde eles estarão dormindo para não perder tempo. Tenho certeza que conseguiremos equipamentos, roupas e armamentos interessantes para fazer dinheiro. O que acha?
Caleb estava encostado na parede com os braços cruzados, fitando o ex-policial. Tudo aquilo deixava Caleb muito animado e ele não via a hora de estourar algumas cabeças.
—Tá, tudo bem... Mas certamente meus amigos tiras que vão puxar os carros, vão querer saber mais sobre quem sair da sua festinha. E prometa que não vai derrubar templos judeus por aqui para não ser visto como anti-semita. Já basta você caçar gente esquisita e ter nome bíblico... E cuidado quando trucidar carnicais, vampiros somem se arrastarmos eles pro sol, mas os caras iguais você deixam corpos que ficam para atrás...
O ex-policial então olhou ao redor, depois continuou.
—Tenho algumas coisas para contar do que ouvi. Não sei bem o que o Escorpião é, tem alguma ideia de detalhes maiores sobre o que é capaz de fazer...? Pelo que sei ele é bom em convencer as pessoas a fazer o que ele quer, mas ouvi também que é bem difícil acerta-lo com qualquer arma... Fica esperto com ele. Já o capanga dele mais próximo, o Ferroada, é fácil de ser acertado porém nunca o viram sangrar... Na verdade ninguém nunca viu nenhum dos dois sangrarem. Tem certeza que quer continuar com isso? Sabe que topo, mas vou fazer o mínimo só para eu lucrar.
Até soava como um conselho, mas de certo modo era visível que ele estava animado por armas e equipamentos para vender. Além disso aquelas informações poderiam fazer com que Caleb pensasse em táticas que usaria para enfrentar os dois.
Caleb sorriu para seu parceiro e comentou sobre os avisos dele.
Caleb: - Não se preocupe, vou fazer o trabalho de casa e passar as informações para você repassar aos seus associados. Não pretendo arrebentar com nenhuma igrejinha judaica, mas vai rolar sangue sim. Os carniçais vão sangrar hehehehe. Eu conheço bem o quão durões o escorpião e o ferroada podem ser... Mas não sabia dessa outra peculiaridade do escorpião. Mas nos meus planos, ele vai estar incapacitado de se mover hahahahahahaha.
Caleb se programa para voltar mais um ou dois dias para o local dos eventos. Seu objetivo é identificar os veículos e seus donos. Os cainitas e seus carniçais. Ele aproveita também para se aproximar mais da jovem, sondar a sua renda, seu ritmo de trabalho e tentar agradar ela uma vez ou outra. O objetivo é criar um vinculo com ela, que provavelmente não se agrada de seus contratantes e conseguir favores da mesma. Durante os dias, ele se preocupa em organizar suas estratégias. Confeccionar estacas, estocar munição e por último foi visitar o templo ao lado do local de evento em questão. Uma vez chegando lá, ele busca o sacerdote.
Caleb: - Saudações rabino, tudo bem com o senhor? Eu gostaria de conversar com você um assunto sério, se não for incômodo. Eu procurei varios lugares diferentes e em nenhum eu consegui o apoio que preciso. Eu gostaria de conhecer melhor o senhor, seu templo e sua religião pois tenho necessidade de amparo para a vida que tenho levado até agora. Será que o senhor pode me ajudar?
Caleb se certificou de usar um traje mais mundano para poder visitar o templo e vai tentar sondar o local ao máximo para perder menos tempo na sua invasão. Depois de sair de lá, ele vai até o padre para ver se esse estava seguro.
por 
