A estrada estava calma, as únicas coisas que eram ouvidas era o som de alguns cavalos trotando, das rodas das carruagens rolando, e o baralho de metal ocasionalmente da escolta dos Cutter. Tudo isso era um pouco entendiante para Kaden Cutter, neto de Digory Cutter.
-- Vovô, tá chato... Conta uma de suas histórias, por favor? Acho que vou morrer aqui dentro ,essa carruagem.
Digory olha para seu neto com carinho e abre um sorriso sincero.
-- Muito bem Kaden, lhe contarei uma história... Já sei, contarei a minha história para você. Lhe contei muito do que vi e fiz, mas nunca contei tudo.
Digory se ajeita em seu banco, olha para sua esposa Amina que prestava atenção na conversa, e em seguida para sua Nora, que aparentava estar distante naquele momento,
-- Eu nasci na Baía dos Escravos, e infelizmente, fui escravo por algum tempo, o que me ocasionou em minha saúde debilitada. Eu era um escravo de lutas, me viam lutar, apostavam se eu ia morrer ou viver, e era sim cada dia. Embora eu fosse doente, meu Dono não queria que eu perdesse, e eu não queria morrer, com isso devo dizer meu neto, naquela época, seu vô era imparável com uma espada na mão, não que me orgulhe disso, mas isso me manteve vivo. Quando fui ficando mais maduro, meu dono havia decidido me deixar ir, depois de muito tempo como escravo, tive minha liberdade aos meus trinta e dois anos. Sem muito conhecimento, vim para a cidade livre mais famosa da região.
-- Para Cidade de Myr né vô?
-- Isso mesmo Kaden, para Cidade de Myr. E foi quando conheci sua avó, e devo dizer, ela estava tão bonita naquela época quanto é hoje. Nos conhecemos quando eu estava a procura de trabalho e ela estava com o pai, procurando alguém para proteger o comércio, para mim foi amor a primeira vista, mas sua avó era dura na queda, e resistiu meu charme por um tempo, até que por fim cedeu, apos longos e dolorosos dois anos, começamos a ficar juntos. Depois de dois anos e ver o comércio, era fácil de de entender para mim, principalmente com a ajuda de meu sogro, que tinha uma certa paciência comigo. Ficou natural com o tempo eu parar de ser um segurança e começar a ser um vendedor da família. O negócio era pequeno na época, mas eu e seu bisavô trabalhando juntos, começamos a aumentar os lucros. E falando em aumentar, eu e sua avó começamos a aumentar a nossa família, antes de seu bisavô morrer, ele viu dois de nossos filhos, nosso casal gêmeo Kacey e seu pai Glen.
Kaden demonstra um pouco de tristeza, o que era normal, afinal Glen morrera a pouco tempo, um dos motivos de Digory ter feito o que fez, mas perdão, deixarei que ele termine de contar a história.
-- Não fique triste por ele meu neto, ele viveu uma boa vida, e deixou uma boa herança, você. Vamos continuar para você não pensar nisso, depois que os gêmeos nasceram, alguns anos depois seu bisavô faleceu, e deixou o negócio da família em minhas mãos. Investi o máximo que pude, conseguindo contatos, informações de todos os lugares, que inclusive me deu o prazer de conhecer a Mãe de Dragões antes de ela ser a Quebradora de Correntes, mas isto foi muito depois. O negócio começou a crescer quando vi que em vez de vender tapetes para fora, seria mais lucrativo vender os materiais primários, como açafrão, linho, seda, uma vez que eles redigiam o valor das outras, e quando mudamos nosso foco e nosso investimento, o negócio cresceu e se espalhou para a ponto de nos tornamos os melhores negociantes de Myr. Nessa alegria, nasceu os seus outros tios, Lea nasceu primeiro, depois o Duncan e não muito depois dele Brody.
-- Onde tá o tio Duncan pai?
-- Ele partiu para Westeros muito tempo atrás, os outros você lembra aonde estão?
O velho fala arqueando a sobrancelha, o menino ri com o gesto de seu avô.
-- Claro vô. Tia Kacey se casou e ficou em Myr, ela e esposo estão cuidando do negócio do Senhor enquanto tá viajando, Tia Lea se junto a Rainha Daehnerys e Tio Brody é o Chefe dos seus guarda-costas.
-- Isso mesmo, sua mente continua afiada, um dia me passará Kaden. Mas sim, seguindo, estamos fazendo esta viagem enfim por três motivos.
Ele levanta três dedos e então com a outra mão abaixa um dedo lentamente enquanto fala.
-- Primeiramente expandir nossos negócios para um local desconhecido, que nos trará mais recursos e fama.
Ele termina de abaixar o primeiro, e começa a abaixar o segundo.
-- Segundo, confirmação uma informação que recebi com um contato sobre quesitos mágicos, afinal se dragões existem, seu avô pode se tornar um bruxo afinal.
E por fim, ele começa a abaixar o terceiro dedo.
-- Para construir um legado e uma herança ainda maior para o mundo.