Depois de colocar fogo nas primeiras pedras de carvão, Ka brinca com a fornalha. A principio ele imaginava forçando o ar para alimentar as pedras que ainda não estavam incandescentes, depois as que estavam, depois alguns lugares na fornalha... mas nada acontecia. Ele tentava fazer o mesmo gesto que fez no mercado negro, mas não tinha sucesso.
Bate-lhe um pequeno desânimo. Ele percebe uma parede de metal da fornalha estalar, algo que sempre acontecia quando era reaquecida. Ka faz um gesto com a mão acompanhando a onda de calor de baixo para cima, ao lado da parede. Enquanto ela vai esquentando, ele percebe estas ondas e micro-correntes de ar, gesticulando na direção delas. Até aí, nada demais.
Ka começa tentar prever como estas ondas de calor vão subir. Parecia bobo (ou criança) brincando com as mãos, mas aos poucos ele percebe que, embora as colunas de ar subissem aleatoriamente, ele conseguia perceber seus movimentos antes delas mudar. Com um pouco de treino, Ka começou a perceber quando e onde uma nova onda de ar ia surgir ou pra onde ia virar antes delas surgirem ou virar.
Aquilo deveria ser alguma coisa. Ele queria direcionar o ar para um direção, mas já que não conseguia, e se seguisse com as mãos as direções que o ar escolhia por "vontade própria"? Ka sente micro-variações, como se ao fazer isto as correntes ficassem mais fortes por partes de segundos. Com isto as chamas subiam mais alto. Apesar do efeito pequeno, ele se entusiasma, vendo a fornalha aquecer bem mais rápido.
"Eu consigo 'ver' o caminho que a mana do ar faz?"Ka se afasta um pouco da fornalha, afinal já estava começando ficar quente demais. Ao ver Lester ele sugere uma comemoração, que pega o colega meio de surpresa.
- Um jantar de comemoração? Nunca fizemos nada disto antes! Mas é uma ideia muito boa! Pode pegar uma parte do meu lucro para ajudar neste jantar. Já vai entregar hoje? Será que ele pagará tudo?Faltavam ainda um ou outro ajuste, mas se Ka quisesse, a armadura poderia ficar pronta até a hora do almoço. Se segurasse mais um dia ou dois, poderia rever as imperfeições, mas Ĥarin estava cobrando velocidade, ele teria que engolir um ou outro defeitinho se quisesse ela entregue em tempo recorde.
Ka resolve que a primeira coisa a fazer é ir até Yasfen. A névoa ainda estava densa, mas não tinha como não encará-la, pois poderia demorar dias daquela forma. Yasfen tinha terminado sua parte. O estofado era de couro de peixe-demônio por cima e outro um pouco mais macio embaixo. Yasfen reclama que se não o tivesse apressado tanto ele poderia ter feito ainda melhor. Yasfen fez as costurar inferiores e deixou um aprendiz fazer as da parte de cima.
Quem olhasse bem realmente perceberia a diferença das duas costuras, a parte de baixo estava quase perfeita (e teria ficado perfeita com mais três dias) e a de cima ficou apenas boa. Porém no geral era uma peça de qualidade acima da média, embora não perfeita.
- Talvez a costura ceda depois de quatro, cinco meses de uso, e tenha que ser refeita, mas é o que deu para fazer com este prazo, e não vou dar desconto por isto, aliás o preço ficará 50 kons acima do que tinha combinado.Ka adianta 20 kons e diz que negociará o resto. Sabia que Ĥarin não reclamaria de 30 kons a mais, 50 já não tinha certeza. Yasfen passa as últimas medidas e Ka fica satisfeito que sua parte de metal tinha ficado quase dez quilos abaixo do que o coureiro calculou como "possível dar problema", graças a Lester ter conseguido manipular a última peça com aquele tal liônio.
Ele volta à forja com o acolchoado, ainda não eram onze horas, poderia levar tudo à Torre do Alquimista, ou pedir para Ĥarin ir até a forja logo após o almoço. Clientes muito frescos poderiam achar incomodo demais (ou indigno de suas 'nobrezas') terem que IR até a forja. Ĥarin parecia um pouco exigente, mas não tão fresco. Se ele aceitasse ir até a forja, Ka poderia fazer ajustes de última hora, que não poderiam ser feitos se ele tivesse que levar até a Torre do Alquimista. Na pior das hipóteses, Ka perderia mais um dia se tivesse que levar a armadura, trazer de volta, ajustar e levar mais uma vez, a no dia seguinte ele ainda queria ir na Igreja Cisne Branco.
Após resolver o que fazer em relação à armadura, Ka vai fazer algumas compras, preferindo uma área comercial próxima. A névoa ainda está densa e compromete a visão a uns 5 metros a frente, sendo praticamente impossível ver além de 8 metros.
(R.Oc. Percepção passando na rua 6)Ka escuta alguns rosnados atrás de si, pareciam cachorros e ainda estavam longe, mas mesmo longe, ouvir um cachorro e não conseguir vê-lo era um problema.
Ka redobra a atenção, procura fazer as compras o mais rápido possível. Era estranho que algumas pessoas que também estavam na área do comércio, pareciam nem ter ouvido os rosnados. Mas outras ouviam, e inevitáveis
"você ouviu isto?" eram falados aqui e ali, mas as pessoas viravam o pescoço para vários lados e não viam muita coisa.
Ka resolve voltar pela rua 5, ao lado das galerias e minas. As galerias eram um lugar no mínimo curioso, onde luxo e lixo andavam juntos num caos de dar inveja a alguns infernos.
(R.Oc. falha, fuuuu)Ka se apressa, bastaria virar a esquerda e correr, se trancar na forja e o que for que tivesse rosnando ficaria para trás. O som aumenta. A pressão de Ka também aumenta. Ele vê coisas brancas nos telhados, se movendo. Com a maldita neblina pareciam nuvens densas correndo no meio de nuvens menos densas. Antes que ele pudesse entrar em sua rua, uma destas "coisas brancas" corre pelos telhados mais rápido que ele, e pula na rua com muita agilidade, esta "coisa branca" tinha o tamanho de um cachorro, e aos poucos vai parecendo com um, embora nenhum cachorro normal pularia de um telhado para a rua daquele jeito.
Para piorar, outra "coisa branca" passa por trás de Ka. Ele tem a impressão de que a coisa
atravessou ele, ou teria pulado por cima de sua cabeça, o empurrando? Ele cai para frente. Quando se levanta, tem a impressão de ver algo assim:
obs.: só que seriam mais brancos que a imagem, se confundindo com a neblina, como envoltos em fumaça que por sua vez estava envolta na neblina.
O que quer que fosse aquilo, não eram cachorros, e Ka conta pelo menos três, dois já nas ruas e um nos telhados.
- off - opções:
terá de jogar destreza, seja para atacar, seja para correr.
opção 1) atacar o que está na rua da forja.
Desvantagem: mesmo se acertar ele, terá de fazer outro teste de destreza para correr, e dificilmente escapará de lutar com no mínimo mais um deles.
opção 2) atacar o que está na frente.
Desvantagem: você fica na raça, lutando com cada um deles. É bem honrado, se sobreviver...
opção 3) correr para as galerias.
Desvantagem: já viu aqueles mercados árabes, que ficam em ruas cobertas, cheios de gente e barracas? É daquele esquema. Não tem lugar para correr sem esbarrar em um milhão de obstáculos. Mas pelo menos tem muita gente e as "coisas brancas" podem atacar elas ao invés de você, vai ser um caos.
opção 4) correr para frente.
Desvantagem: mais a frente, embora não seja rua sem saída, as minas fazem um beco. É possível que as "coisas" te encurralem lá na frente caso falhar na destreza, neste caso ainda poderá jogar uma segunda destreza para ver se consegue uma entrada para as minas.
opção 5) correr para as minas (é como entrar nas galerias, mas ao invés de virar para um lado, vira pro outro).
Desvantagem: lá dentro é fácil te encurralar. Você pode até dar sorte de um ou dois irem caçar nas galerias e te esquecer, ou se perderem dentro das minas (tem alguns recursos que pode usar lá dentro), mas dependendo do inteligência e olfato deles, você pode vir a precisar lutar com todos. Tente não suar.
Qualquer outra opção menos óbvia, rola 1D12.
Dos testes de Trabalhos Manuais, acertou só um, mas como treinará a noite (se chegar vivo antes da noite) ainda não falei nada. Precisa mais dois testes para conseguir aumentar a perícia, mas isto pode ficar pra outro dia.