CALABOUÇOS DA FORTALEZA DE OUGULASH
Já se passava mais um dia visto através do único espaço das grades da prisão que remetia ao mundo externo. Yasryne e Quewaun estavam aprisionadas a pelo menos uma semana nos porões da fortaleza do Demônio Ougulash, e dia a após dia uma pessoa era levada e nunca voltava. A grande maioria das pessoas presas eram mulheres, inclusive crianças, jovens meninas e adolescentes aprisionadas de várias raças humanoides passando fome, sede e sofrendo com aquele odor terrível misturado entre mofo, sujeira e corpos mortos em decomposição além de um calor insuportável.
Vocês sequer tinham cama, dormiam no chão, comiam e faziam suas necessidades no mesmo local, era algo extremamente insalubre e de uma crueldade terrível.
Era perceptível também que as celas já começavam a ficar vazias, eram retiradas pessoas constantemente, mais do que capturadas e aos poucos a vez de vocês iria chegar. Sair dali não teria volta, o medo as acometia cada vez mais a cada dia e isto estava consumindo-as muito mais do que a escassez de comida ou bebida e a insalubridade do local.
Guardas patrulhavam o calabouço, humanos, orcs e demônios menores revezavam os horários de trabalho. Porém a movimentação esses dias estava estranha, alguns soldados vinham e voltavam apressados levando cada vez mais deles enquanto o calabouço se esvaziava, eles falavam entre si línguas variadas, e vocês entendiam algumas palavras como "ataque" e "guerra".
Na sela a frente um hafling estava aprisionado, vocês já o conheciam pelo tempo de cela. Seu nome era Gimble Footstep, ele era o alívio, se é que podemos chamar assim nesta situação, pois fazia vocês rirem mesmo naquela circunstância com suas tiradas e piadas. O pequenino não se deixava abater e mesmo no sofrimento tentava animar a todos alí. Ele era muito querido pelos prisioneiros e seu maior sonho era voltar para sua família e cuidar de seus sete filhos com sua esposa, sua velha mãe e seu lobo de estimação chamado Lupito.
Vez ou outra durante os dias ele olhava um pingente onde estava a foto de toda sua família no canto da cela e lágrimas vertiam de seus olhos.
No calabouço, quando ele percebeu que os guardas estavam indo embora, levantou-se e passou a observar com atenção, até que finalmente nenhum guarda mais estava lá, rapidamente o pequenino sacou alguma coisa pequena de seu bolso e abriu a fechadura de sua cela, abrindo a de vocês em seguida, porém, quando tentou abrir a terceira cela o objeto quebrou e ele não pôde salvar mais ninguém, tendo que abandonar os demais lá aos ficando aos prantos.
Vocês estavam perdidas e amedrontadas paradas na sela sem saber se sairiam ou não. Ele percebendo que não poderia mais salvar ninguém foi até vocês e as arrastou pra fora da cela. Ao longe, sons de batalha se ouvia, gritos terríveis, tilintar de choque de espadas e escudos se tornava mais e mais intenso. O Hafling guiava vocês apressadamente, mas quando já estavam próximos a saída um grupo de soldados irrompe o local, eles vestiam armaduras completas e não pareciam nem um pouco com os que vigiavam vocês.
Suas espadas e armaduras estavam encharcadas de sangue. Vocês param assustados e começam a se afastar lentamente, não tinha para onde escapar. Eles ergueram as armas e aceleravam os passos em direção a vocês.
Gimble avançou e levantou as mãos:
-Pa..parem porf...porfavor, somos prisioneiros!
Os soldados se entreolham e o que está mais a frente, um humano de pele bronzeada, cabelos negros e uma cicatriz no queixo esbraveja contra vocês:
-Não importa quem sejam, Drows não merecem viver! Saia da frente hafling, ou você morrerá junto com elas!
O pequenino então ajoelha no chão:
-Pelos deuses, elas são pessoas boas, não façam nada com ninguém aqui. Nós somos vítimas!
O Homem parcece se irritar e avança, assim que se aproxima de Gimble ele golpeia o pequenino com o cabo da espada, fazendo ele cair e quando tenta avançar o pequenino agarra o pé do homem balançando a cabeça implorando para que não fizesse nada. O homem sem piedade, arranca o braço direito do pequenino com sua espada fazendo Gimble berra de dor enquanto seu sangue jorrava no chão, como se não bastasse ele golpeia o tórax do hafling, ferindo-o gravemente. No desespero ele pega o pingente com sua mão esquerda, enquanto lágrimas e sangue jorram de seu corpo. o pequeno beija-o e pede desculpas para sua família, então joga o pingente nos pés de vocês.
-Di..diga a eles....que...que eu....os...amo...
E num último suspiro o pequenino fecha os olhos no sono final.
Alguns outros soldados parecem assutados sem concordar com aquilo e outros dois avançam e começam a espancar vocês enquanto riem, após alguns minutos um grito poderosos surge lá trás.
-O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI!?
Todos os soldados parecem se assustar e afastam-se encostando-se nas grades, como se abrissem passagem, os três que espancavam vocês, giram suas cabeças lentamente e com os olhos arregalados.
-Ge...ge...general Ak...Akmus!?
Gaguejava o de cicatriz. Vocês percebem que as pernas dos soldados começam a tremer, os que abriram passagem também fecham sua expressão numa mistura de medo e respeito.
No fundo da passagem recém aberta vocês veem alguém avançando a pisadas fortes que ecoavam no calabouço com o silêncio sepulcral, ele vestia uma armadura completa seu elmo tinha chifres e um brilho avermelhado se via no espaço que seria de seus olhos, em seu pescoço um símbolo estranho de algum deus.
Ele portava uma capa vermelho sangue, uma espada longa na mão direita, um grande escudo com o desenho de uma cruz pousava no braço esquerdo e em sua mão esquerda, a cabeça de um demônio ainda sangrando sendo segurada pelos cabelos. Ele se aproxima dos soldados, observa o hafling morto e vocês cheias de hematomas.
- Akmus Abissys:
Akmus para por um segundo, e olha nos olhos de cada um dos três soldados, que pareciam mais aterrorizados ainda. Então ergue sua cabeça rapidamente e vocês sentem um golpe de vento emanar dele ao mesmo tempo que uma sensação de pavor que as paralisa de medo, como se a essência do medo emanasse dele.
Com os três soldados que espancavam vocês não foi diferente, porém eles pareciam muito mais aterrorizados e desesperados do que vocês, o olhar dos demais soldados atrás também era de medo, mas claramente a expressão era mais leve. O homem falava de um modo sereno, porém era perceptível a ameaça em seu tom.
-Poderiam me explicar o que está acontecendo aqui!?
-E..e..e..el...el..el...elas s..s..sã...sã...são...D...d...Dr...drows...
O homem gaguejava aterrorizado.
-Então vocês mataram um hafling indefeso e desarmado e torturavam essas drows que também estão indefesas e desarmadas!?
-S...s..são...d...d..Drows, me...mere...merecme...m...mor...
Antes que o homem terminasse a frase um movimento extremamente veloz de Akmus decepa a cabeça do homem fazendo seu corpo cair inerte e seu sangue jorrar sujando vocês. A cabeça do homme voa alguns metros gira e para como se olhasse para vocês com seu olhar de terror. Os outros dois tentam fugir mais o terror paralisa suas pernas.
Akmus vira-se para os eles em seu tom sereno:
-Terrível não é? Saber que a morte está a frente de vocês e sequer podem tentar fugir ou se defender paralisados pelo horror...Já cansei de dizer que certos tipos de crime devem ser punidos com a morte não foi!?
Os homens começa a berrar em desespero.
-Não adianta, não há piedade para os fracos, aqueles que sucumbem para seus instintos são fracos e tendem a desaparecer...
Akmus então estoca furiosamente sua espada no homem da direita atravessando o corpo dele, erguendo-o com tamanha força, fazendo-o cair a alguns metros de distância formando uma poça de sangue enquanto seu corpo se debate em seus momentos finais.
Ele vira-se para o terceiro, encosta sua espada na garganta do homem fazendo um corte superficial.
-Quanto a você, será poupado...Espero que aprenda com isso...
A urina do homem escorre por suas pernas e formam uma poça no chão. Então com mais um movimento de cabeça de Akmus vocês percebem que a sensação de horror intenso passou. Akmus Ergue a cabeça do demônio e mostra a vocês. Então em alto tom para que todo o calabouço ouça ele se pronuncia:
-ESSE DEMÔNIO ERA MEU PAI! ELE SEQUESTRAVA MULHERES E CRIANÇAS PARA PRATICAR TODOS OS IMPROPÉRIOS POSSÍVEIS E DEPOIS SACRIFICA-LAS NUM RITUAL TERRÍVEL E MACABRO. TODOS VOCÊS ESTÃO LIVRES E SOB A PROTEÇÃO DE VALLYS! SERÃO ESCOLTADOS ATÉ NOSSA CAPITAL E LÁ PODERÃO VIVER EM PAZ! ESTEJAM AVISADOS, A LEI CAIRÁ SOBRE TODOS ASSIM COMO CAIU SOBRE MEU CRUEL PAI!
Gritos na Prisão eram ouvidos em comemoração, os soldados também gritavam o nome de Akmus em coro enquanto ele vira as costas para vocês e volta de onde entrou sendo ovacionado por todos.
GENERAL! AKMUS! VIVA O VICE-REI NOSSO SALVADOR! LORDE DA CIDADE!
E Foi assim que Yasryne Teken'iryn e Quewaun chegaram até Valkeiskylä
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Dias depois...
Era mais um dia em Valkeiskylä, vocês ganharam uma barraca para morarem próximo ao prédio que se encontra a sala do lorde da cidade, e criaram certa proximidade com ele. A barraca tinha o necessário: saco para dormir, caixas velhas para guardar comida e bebida e vizinhos que também usavam barracas.
Vocês acordam, e começam seus afazeres, não demora muito e vocês veem uma senhorinha se aproximando.
-Senhoritas, o Lorde Akmus deseja vê-las. Quer saber como vocês estão!