por John Milton Seg maio 27, 2019 10:21 am
Lucio deixara seus irmãos de Bando no porão do Chalé, cruzara rapidamente a cozinha, desviando do mobiliário que mentalmente já havia memorizado e que eram parcamente iluminados e ganhou a saída do local.
Ele respirara o ar noturno, não por necessidade, mas por mero instinto de predador. A besta que habitava seu âmago se deliciava com a noite e as sombras reverberavam a potência da ligação que o Cainita dividia com o Abismo.
Ele olhara para trás, num rápido vislumbre da fachada do Chalé, como em homenagem à historia sangrenta do local e se perde entre o mato que crescia e as vielas no entorno, patrulhando, furtivamente seu perímetro mais próximo.
As sombras se fechavam atrás do Ductus enquanto ele caçava e patrulhava... Sabia que aquele lugar esquecido pelo Gado "normal", atraia gente que facilmente poderia desaparecer sem atrair muita atenção, aquela, além da energia do local fizera o Lassombra escolher aquele sítio.
E mais uma vez seu instinto de ali se fixar fora mais uma vez premiado... Ali, numa viela escura, caminhava um mendigo errante.
Lucio controlara sua vontade se usar seus Dons de Sangue. Numa rápida análise, pressentira que não precisaria. A presa estava lenta e claudicava de uma das pernas. As habilidades físicas outorgadas pela Benção de Caim bastariam.
Como uma pantera que encontra uma presa doente ele mostra os dentes e se aproxima flaqueando a vitima pelo mato alto.
Não aplicaria medo à vítima, não naquele instante. Ele teria sua dose de medo quando encontrasse Stephan e os demais. Naquele instante, em que a noite ia alta ele precisava ser rápido, prático e certeiro. E assim o foi.
Assim que a presa passara pelo ponto em que se encontrava entre o mato ele saltara praticamente as suas costas. Com reflexos felinos uma das mãos mobilizara a vítima e a outra segurara seu cabelo abrindo caminho para a jugular pulsante. No instante seguinte a vitae já jorrava pelos orifícios abertos pelas presas pontiagudas do Lassombra.
O Sangue não era digno de qualquer nota. Apenas mais uma bolsa de sangue ambulante. Um ser humano fraco que merecia ser separado do grupo.
Lucio drena o ambulante até sentir seu corpo ficar fraco, não a ponto de desacordá-lo. Precisava dele vivo para ofício do Sacerdote.
Ele controla a besta, para não se perder no êxtase da alimentação e, como um saco vazio ele lança o ser humano balbulciante no ombro, retornando alimentado ao refúgio. Como Lider ele tinha por missão prover o bando e naquela noite Caim não lhe falhara, retornando ao esconderijo com o prêmio.
Em poucos minutos ele atravessa o umbral da entrada principal, ganha o espaço pela cozinha e acessa o porão, a tempo de assistir Stephan começando a mexer nos ossos de Butter....
- Sacerdote, lhe trago um souvenir