Anahi estava convicta de seguir na direção do nascer do sol, para o leste, mais precisamente, porém, sem saber em que altura do leste encontraria o guaraxaim que precisava ajudar. Aimberê sempre confiou nas visões da filha de Tupã e estava decidido a auxiliá-la. Esta decisão acabou por tirar as dúvidas dos três europeus, que, mesmo que não acreditassem muito nestas visões, não foram contra, pois eram os nativos que entendiam melhor a região local e não eles. É como dizem, se não pode com eles, junte-se a eles.
Demétrio configura uma formação no barco apertado e todos sobem. Na frente ia Anahi, como guia. Logo atrás iam Demétrio e Heimart, dividindo os remos e fazendo a embarcação seguir pelo rio calmo. Atrás deles ia Emma, cuidando dos mantimentos aos seus pés e encarando as costas do soldado português enquanto se perdia em pensamentos. E, por fim, ia Aimberê, sentado na parte de trás da embarcação, vigilante com seu arco preparado ao menor sinal de perigo. Então o barco parte, deixando para trás a estância Veiga e um João que lhes desejava sucesso.
Navegar pelo rio não era difícil, ele era largo e calmo, tinha água clara que podia até se ver peixes nadando no fundo. Mas era demorado conduzir o pequeno barco com tanto peso. Aimberê sabia que estavam em excesso, que o ideal era no máximo quatro pessoas, três se estivesse carregado de mantimentos. Porém o que mais incomodava o caçador eram as remadas sem ritmo dos dois homens-brancos. Mas nada disse, queria ficar atento à região, e não podeira fazê-lo se remasse. E este pequeno empecilho custou um pouco de tempo para o grupo.
Sem saberem em que altura do leste deveriam ir, decidem seguir até a trilha marcada no mapa, onde poderiam segui-la, pois ela fazia um bom percurso na direção solicitada e economizaria tempo e perigos da mata. Sugestão aceita, logo chegaram no começo da estrada. Era uma estrada de terra batida conservada com um pequeno ancoradouro rústico construído para que os moradores da região deixassem seus barcos enquanto seguiam até a vila. No momento não havia nenhum outro barco ali nem qualquer alma viva.
Chegaram ao local uma hora a mais que o previsto. Aimberê fica pensativo, se ele estivesse no controle do barco eles chegariam sem atrasos, mas ele também não teria tido tempo para pegar com seu arco duas corvinas de água doce para almoçarem. Chegaram perto do pequeno ancoradouro e decidiram ocultar o barco entre as folhagens próximas, já que não tinham como deixar alguém vigiando a embarcação. Enquanto Demétrio Anahi escondia o barco com a folhagem local, Aimberê tratava de fazer uma pequena fogueira para assar os peixes e Anahi procurava algumas frutas locais, encontrando um pé de cambuci e outro de uvaia, economizando os mantimentos. Heimart estava dolorido do exercício com os remos e Emma de não estar habituada a este tipo de viagem apertada, estavam apenas descansando os músculos.
Após o almoço, o grupo segue pela trilha de terra batida em direção ao destino incerto. A trilha era larga, podia passar uma carroça de bois facilmente. Conforme avançavam pela trilha não encontram ninguém, talvez seja o fato de ser domingo e nenhum cristão trabalhar de domingo. Andaram mais ou menos uma hora quando ouviram vindo da mata alguns ganidos distantes. Anahi arregala os olhos: era o som de guaraxains. A indía, animada, segue para a mata e é seguida pelos demais.
O grupo chega por detrás de duas árvores entre a mata meio alta e, fora de vista, notam três guaraxains filhotes alvoroçados em uma pequena clareira ganindo e rosnando para algo, parecia que havia algo sobre eles. Vocês afastam um pouco da folhagem da frente e vêem um guaraxaim um pouco maior preso em uma rede de caça. Uma armadilha de homem branco. Então os guaraxains filhotes notam vocês e começam a rosnar em resposta, como se estivessem protegendo o guaraxaim preso. Parece que a índia não estava alucinada no final das contas.
Tempo decorrido do primeiro dia: 6 horas, restam 4 quatro horas para seu término.
Próxima Ronda: quinta-feira, 25/04/2019, a partir das 20:00 hrs
- OFF:
Pelo fato de Heimart e Demétrio não terem a habilidade canoagem, eles não conseguem remar de forma correta, então a viagem demorou um pouco mais. Aimberê tem a habilidade e ele consegue manter o ritmo, mas se o fizer, ele não poderá pegar peixes para economizar mantimentos (uma ação que fiz automática para fluir a narrativa). Decidam com cuidado a próxima formação.
Agilizei a viagem, o descanso e o próximo passo para não ficarmos parados no jogo. Vocês são livres para postarem retroativo alguns pensamentos enquanto almoçam. Algumas situações triviais tomarei como automática, como o fato de Anahi ter a habilidade Comida Silvestre que lhe permite encontrar alimento silvestre (daí as frutas mencionadas), espero que não se importem.
E então temos nosso primeiro desafio da aventura: um guaraxaim preso e seus filhotes desesperados. Divirtam-se.
Sobre o tempo decorrido: lembrem-se que vocês podem manter atividade apenas por 10 horas ao dia, não contabilizando refeições e noites de sono. No caso acima, foram 5 horas de barco (4 + 1 pelo atraso) e 1 hora pela caminhada até encontrarem esta fofura de animal da fauna brasileira.
Local no mapa: vocês estão no meio da trilha mais ou menos numa linha imaginária até a base da letra "T" da palavra "Trilha", que é exatamente a mesma direção da altura da marca onde se localiza a estância da Família Veiga.