Poder acompanhar o Torneio de Topázio de perto significava, para Yume, que ali ela presenciaria diferentes técnicas de outros Clãs juntos em um só local. A garota sempre foi um pouco curiosa, mesmo tendo vivido toda sua vida em um monastério, e por isso ela gostava de aprender coisas novas. Além disso, ser enviada por seus superiores para ir à uma cidade diferente era um passo muito grande em seu treinamento, significava que seus mestres já possuíam a confiança de que a monge não desonraria seu Clã, ou era isso que ela acreditava.

Já na estalagem, depois de caminhar por toda a cidade, a monge escutou atentamente a recepcionista fez uma pequena reverencia em retorno à ela, sabendo que a culpa do ocorrido não era dela. Logo em seguida, após a apresentação de Kaiu Akira, Yume cumprimenta o rapaz inclinando seu corpo suavemente.

- Caranguejo-san, é um prazer! Meu nome é Togashi Yume, monge da Ordem Tatuada Togashi, Clã Dragão. Sei que todos nós chegaremos à um acordo quanto aos quartos.

Yume ostentava um simplório manto de cor verde esmeralda que lhe cobria a maior parte do corpo, mas olhos mais atentos perceberiam que seus dois antebraços eram completamente tatuados, confirmando sua origem. Fora isso não haviam outros sinais que ligavam a garota ao monastério, seus cabelos, amarrados em um rabo de cavalo, eram longos e negros, seu porte físico não parecia ser muito robusto e sua feição parecia bem jovem.

A monge esperou os outros fazerem o mesmo e cumprimentou cada um da mesma forma que antes. Por fim, voltou-se para a Recepcionista e perguntou calmamente.

- Recepcionista-kun, por acaso vocês não teriam uma esteira de palha ou bambu para se colocar no chão? Não seria nenhum incômodo para mim dormir desta forma, permitindo que a cama fique para alguém que precise mais.

Imagem Ilustrativa da Roupa (Sem o Chapéu):

A verdade era que Yume tinha entendido errado a situação colocada pela Recepcionista. Percebendo isso, a monge fica com o rosto vermelho, envergonhada, e repete a reverência mediana que tinha feito para os Samurais.

- Perdoem-me, acabei entendendo outra coisa. Se para vocês existem complicações em dividir quartos, então eu concordo com Tsuruchi Katayuki-san.

Yume fala de modo tranquila já que, para ela, a prática de dividir era comum no monastério. Monges deveriam ser desapegados e, com isso, aprendiam desde cedo a dormirem, comerem e conviverem usando os mesmos espaços, sempre respeitando as diferenças.

A monge aguarda pela resposta da Recepcionista.

Vendo o impasse dos outros quatro, Yume cobre a boca com a mão e ri sem emitir som. Era divertido ver como Samurais de diferentes clãs agiam ao se encontrar. De certo, todos ali estavam muito determinados à honrar seus clãs, escolas e família, mas ninguém parecia querer ceder diante iguais de clãs rivais, se assim poderia dizer. A Togashi, por outro lado, por ser desapegada, não estava preocupava se seu quarto seria o menor, ela já estava agradecendo só por ter um quarto, ou uma cama para dormir.

- Senhores, por favor. - Yume sorria de modo acolhedor. - Podem retirar meu palito dessa empreitada, eu escolho ficar em um quarto reduzido.

E, acreditando que eles aceitariam sua escolha, ela volta-se novamente para a Recepcionista, ainda mantendo seu sorriso tranquilo.

- Sabe, uma vez um sábio disse: Lembre-se que todas as vezes que não conseguir aquilo que quer é um maravilhoso golpe de sorte. - Os mais atentos perceberiam que a frase da Monge não era para a Recepcionista. Mas ela continua. - Qual o seu nome Senhorita?

- Esse mesmo sábio disse: Siga os três "r": Respeito por si mesmo, respeito pelos demais e responsabilidade em todas as suas ações. - Yume assente com a cabeça. - Seria uma honra Akira-san.

Ela ainda aguardava pelo desfecho dos outros e pelas respostas da Recepcionista.

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