- Periódico:
Estava sentado tomando um café preto e forte, em sua companhia, na Colombo em seu segundo piso lendo as notícias do Diário Carioca enquanto aguardava meus convidados que muito em breve estariam aqui.
- Como todos eles se encaixavam, sendo tão diferentes? Você poderia me perguntar, mas está exatamente nesta heterogeneidade a chave para que possamos manter não só a Capital do Pais mas toda a nossa Nação a salvo, e para isso alguns dos nossos mais guardados segredos deverão ser revelados.
- Você acha que conseguirá fazer com que eles trabalhem juntos Doutor?
- Temos de "rezar" por isso, Eminência. Por mais que seje estranho ouvir estas palavras proferidas por mim...
Eu volto meu olhar para a planta baixa do prédio, ficamos numa posição na qual podíamos ver todos que entravam e saíam.
- O homem que lhe falei chegou a poucos dias de Roma, ele já deve estar a caminho.
- Vocês da Igreja sempre tentando influenciar aquilo que é da ciência...
- Não temos certeza se é da ciência o que nos aflige, mas tenha fé meu amigo. Até mesmo os cientistas precisam e precisaram de nosso apoio durante a história mais recente da humanidade.
- Nisso o senhor tem razão, seja a favor ou contra a sua instituição sempre esteve envolvida de alguma maneira com as mudanças... Parece que eles já estão por chegar.
O homem da igreja termina seu café e me estende a mão. Beijo seu anel com uma pedra vermelha no centro de uma cruz de ouro e assim nos despedimos...
"Parece que muito em breve eles chegarão aqui..." - penso enquanto me recordo dos dias nos quais conheci cada um deles...
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@Christiano Keller
Chris Ka
Rio de Janeiro
O jovem estudante acordava encharcado de suor apesar da noite fria de inverno, a janela batia devido ao forte vento que pronunciava a tempestade. Relâmpagos cortavam o céu em uma noite sem estrelas. O jovem sai de seu quarto, após fechar a janela, em direção a cozinha para beber um copo com água e repara que está estranhamente sozinho.
No caminho seguindo o pequeno corredor, ele passa pelo quarto dos pais que estava com a porta aberta, ele olha para dentro e fora a porta do guarda roupas aberto tudo mais estava arrumado como se ninguém tivesse desfeito a cama para dormir.
Mais um relâmpago clareia a casa e Chris pode jurar ter visto num dos cantos do quarto próximo ao guarda roupas um corpo tentando se esconder. Foi rápido como um flash o que não permitiu ver a exata forma, nem se era um homem ou mulher que se escondia.
Chris sente o suor correr toda a extensão de sua coluna, o som da janela batendo aumenta, ele se vira na direção do seu quarto devido ao ruído.
"Eu jurava que havia fechado a janela..." - pensa.
Um novo relâmpago, e ele vê uma sombra grande de formato alienígena projetada lhe cobrindo. Assustado ele se vira para ver o que projetava a sombra.
- NNNÃÃÃOOO!!!
Chris desperta assustado, novamente aquele sonho. Ele olha para o lado de sua cama, mas já estava vazia a sua acompanhante já devia ter partido.
"Melhor assim... Seria estranho ter de explicar o grito..." - pensa.
O enterro dos pais ocorrera a pouco mais de uma semana e ele ainda não havia entendido o acidente que roubara seus pais de seu dia a dia. Ele se levanta e abre a janela, o vento frio percorre o seu corpo nu e aquela sensação era estranhamente confortante. Ele caminha até a penteadeira que ele usava para deixar seus itens de abluções e uma jarra de barro com água e um copo.
O jovem mercador se serve de um copo com água e bebe, a água tinha um gosto de ferro ele então cheira e o cheiro se sangue é sutilmente percebido...
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@Caelestia
Roberto Conti
Roma
Era a sua noite no seminário, seriam três semanas em clausura para que pudesse avaliar se realmente era a sua vocação ou era uma fuga. Roberto não conseguia cair no sono, o catre duro sem algum conforto, a escuridão e o silêncio chegavam a ser quase opressor. Após alguns dias Roberto já estava acostumado com as condições e os pesadelos com a mãe já não eram mais presentes.
- Música:
Assim seguiram os dias e até então não havia sentido a certeza se era aquela a sua real vocação, até que num dia no qual todos os postulantes a seminaristas eram obrigados a ficarem fora do seminário Roberto caminhava pelas ruas de Roma o jovem acaba sendo envolvido por uma estranha, porem surpreendentemente familiar, música.
- Som que parecia a cacofonia (FVE) a partir do segundo :
Roberto quando cai em si, estava perdido. A música estava mais alta e agora parecia uma grande cacofonia e o clímax chega ao seu auge. Ele ouve então o som de vidro sendo quebrado e vê que a janela do segundo andar de uma casa próxima literalmente explode e então ele consegue ver um homem vestido de preto e usava uma estola roxa.
Aquele homem parecia discutir com alguém dentro da casa e num determinado momento ele se vira para a janela e Roberto conseguiu reparar que ele estava completamente suado. Seus olhares se fixaram um no outro e pareceu que o velho padre sorria para o jovem. Neste momento algumas pessoas entravam na sala e um homem com barba por fazer puxava o padre para dentro.
Roberto já começava a andar quando ouve passos apressados vindo a seu encontro.
- Moço! Moço! Espere! - gritava uma voz masculia jovem.
Roberto se vira, já que estava sozinho na rua. Um garoto se aproximava correndo, ele vestia trajes simples mas era visível que ele tinha consigo um cordão de prata com um grande crucifixo, que poderia ser considerado mesmo uma joia de valor significativo ante as vestes surradas que o menino vestia.
- O Padre Merrim deseja ter com você! Poderia me acompanhar até minha casa?
O garoto apontava para a casa cuja janela havia explodido.
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@Artorias e @Pikapool
Heitor Lombardi e Rafael Lins
Era 11 de abril de 1917 o Brasil declarava guerra a Alemanha e seus aliados e entrava na Primeira Guerra Mundial, Heitor Lombardi então com 23 anos prestava serviço militar no Exército Brasileiro no 1º Batalhão de Infantaria Motorizada que era um dos principais batalhões do Exército uma vez que havia participado da Guerra do Paraguai em diversas batalhas com destaque na Batalha do Riachuelo. E também foi um dos batalhões que deram suporte ao Marechal Deodoro da Fonseca na Proclamação da República.
O soldado Heitor estava no alojamento descansando o almoço quando um cabo, Cabo Freitas, entra com um olhar pesado.
- Ei, Italiano! - Era como algumas pessoas, sobretudo os mais próximos, do quartel chamavam Heitor. - parece que entramos realmente na Guerra contra a Alemanha. Li que mais um navio nosso foi afundado por um submarino Alemão.
Freitas era um mulato, com seus 28 anos, que ficara amigo de Heitor e sua turma de novatos. Ele era um homem inteligente e estava estudando desde que entrara para o Exército. O Cabo Freitas, era um dos poucos cabos que apesar de ser duro com os soldados respeitava a todos e não aceitava regalias para ninguém. Além disso sua família vivia num cortiço próximo a casa dos Lombardi.
Diziam que ele até o final do semestre receberia a promoção a Terceiro Sargento.
- Levanta soldado! Vim aqui pois o Tenente Lopes deseja falar contigo. Como você me falou a algumas semanas atrás que desejava fazer a prova para a Polícia do Exército (PE), eu levei seu pedido ao Sub-Tenente Andrada que trabalha com o Ten. Lopes da PE e parece que ele veio aqui falar com um grupo de soldados que desejam fazer a entrevista para o ingresso na PE.
Heitor se perguntava porque Freitas que havia combatido na Revolta da Chibata alguns dos marinheiros amotinados em 1910, nunca havia pensado em fazer parte da PE uma vez que os policiais militares tinham um soldo melhor e Freitas tinha tudo o que procuravam para o serviço. O soldado se levantava e reparou que o cabo parecia muito feliz com alguma coisa.
No alojamento um recruta também descansava, ele havia chegado a pouco tempo estava ainda nas semanas de internato, seu nome era Rafael Lins. Rafael estava deitado descansando o corpo de uma série de exercícios extenuantes praticados na parte da manhã corrida de 30 km com equipamento completo, depois mais atividades físicas na pista de obstáculos, flexões com o fuzil sob as mãos, sequencias de barras e agachamentos (ou "macaquinhos").
- Conscritos! - falou o cabo para Rafael e mais três colegas de turma. - De pé um dois! Ordem unida! Apresentar armas!
Os jovens num pulo se levantam, afinal se não seguissem as ordens iriam ser punidos com mais flexões de braço. Os quatro garotos conseguem realizar os movimentos sem falhas.
- Descan..sar! Muito bem senhores. Algum dos senhores desejam fazer os testes para a PE?
Nenhum dos quatro jovens respondem, então o cabo diz.
- Está certo, como nenhum dos quatro se ofereceu... os quatro virão comigo e com o soldado Heitor. Os cinco tem 5 minutos para ajeitarem a gandola e me encontrarem do lado de fora do alojamento.
Ele fala isso dá meia volta e sai do alojamento.
Diferente de Heitor, Rafael não ia muito com a cara do Cabo Freitas e não entendia como um mulato pobre podia ter tanta influência junto aos sargentos e até mesmo tenentes. Ele não sabia da história do Freitas, mas era intrigante de fato o status que um simples cabo tinha naquele batalhão.
- Off:
- A primeira Constituição da República, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, determinou a obrigatoriedade do serviço militar, aboliu o recrutamento forçado e previu a reorganização geral do Exército. Em 1891, a lei n. 23 de 30 de outubro, que promoveu a primeira grande reestruturação da administração pública no período republicano, alterou o nome da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra para Ministério da Guerra.