A mulher mais parecia uma boneca de marionete seguindo as instruções de Chris que a conduzia para fora do armário. Ela estava em catatonia, completamente fora da realidade. Porém quando o jovem advogado a toma em seus braços ela tira as mãos do rosto e ele pode perceber o tamanho dos ferimentos que iriam deixar cicatrizes o que poderia ser o fim da carreira da jovem.
Ela se aninha no corpo do jovem e segue calada sem fazer nenhuma resistência aos comandos que Chris lhe passa com o toque.
O sol começa a nascer e seus primeiros raios começam a romper a escuridão da noite...
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@Caelestia
O seminarista começa a fazer sua prece seguindo completamente a intuição, a emoção... a fé. Sem levar em conta nenhuma oração específica ou alguma doutrina que dissesse qual a forma correta ou errada de realizar qualquer coisa.
Quase em transe na sua prece, Roberto que mantinha os olhos fechados enquanto “conversava” com seu Deus, ele sente um calor reconfortante o ar ao seu redor que estava frio e pesado começa a aquecer como se ele estivesse sendo envolvido por um manto como um bebê recém nascido.
“Vinde a mim as criancinhas...” Ele escuta, não em seus ouvidos mas em seu coração que ardia em chamas.
Aos poucos Roberto vai abrindo os olhos e então ele repara que está parado em frente a casa que a algum tempo atrás ele vira os vidros da janela explodir. Só que a casa estava vazia com uma placa de vende-se presa em sua porta.
- Deseja conhecer a casa? - pergunta um rapaz vestido de terno cinza e chapéu. - Esta casa está a venda a algumas semanas, se desejar conhecer posso contar a história da família que vivia aqui.
Roberto então percebe que sua mão está ferida devido a estar apertando com força um grande crucifixo num cordão de prata, exatamente igual ao cordão que o garoto usava.
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@Artorias e @Pikapool
Rio de Janeiro, 2 de Janeiro de 1929.
08:16 da manhã.
Heitor estacionava o seu carro próximo a Candelária, um molecote vendia o Vida Carioca edição da manhã, o detetive lhe dá algumas moedas como pagamento e olha a primeira página.
Sua cabeça ainda sofria com as recordações de quando conhecera o repórter que assinava uma das matérias de capa.
“Não é que o recruta estava certo!” - pensa rindo ao ler o nome do colunista, Rafael Lins.
Ele então é levado para o dia no qual os dois então policiais conheceram o homem que era o responsável por ele estar a esta hora da manhã a caminho da mais tradicional confeitaria da cidade.
[...]
Rio de Janeiro, 2 de Janeiro de 1929.
02:50 da manhã.
Rafael deixava o corpo cair numa das poltronas do setor de prensa, ele estava satisfeito com o trabalho que ele havia entregue e com a sua primeira matéria de primeira página. Mas ele sabia que não poderia deixar o corpo descansar demais afinal aquele “bastardo” queria encontrá-lo pela manhã e ele havia aprendido que não era bom não atender a ele.
Principalmente depois que ele recebeu o apadrinhamento daquele homem e com isso teve algumas portas abertas para ele.
Os olhos cansados vencem a vontade e ele acaba cochilando, e neste breve cochilo sua consciência é levada para o dia no qual ele e o “carcamano” com quem servira no quartel da Polícia do Exército conheceram ele.
[...]
Quartel da Polícia do Exército, Vila Militar.
06:00 da manhã.
Haviam passado seis meses desde que Heitor e Rafael incorporaram na Polícia do Exército, eles sempre faziam rondas juntos. Com eles apenas mais quatro outros soldados passaram nos exames para a PE.
Após receberem as ordens do oficial de dia, Heitor e Rafael seguiram para a sala onde trabalhavam com os outros membros da mesma turma. Eles estavam sozinhos na sala, no quadro de avisos estava a tabela com a escala de serviço. Cada dupla ficava de serviço dois dias e folgava um.
Aquele era o primeiro dia de serviço e eles tinham que verificar uma denúncia de desvio de armas e munição do paiol do Regimento de Cavalaria Motorizada. Junto com a denúncia que era formado pelos depoimentos do armeiro do dia, do oficial do dia e dos conscritos que estavam responsáveis pela faxina do quartel.
Uma coisa que marcou Rafael era que o armeiro do dia era um dos rapazes que se alistou com ele um rapaz chamado Luiz Vieira, e também o nome do oficial do dia o agora Sub Tenente Freitas. O fato de Freitas agora ser Sub Tenete chamou muito a atenção dos dois policiais, já que ele havia subido três postos em apenas seis meses.