Kether escreveu: É nesse ponto que pensamos diferente. Não deve ser a vontade do jogador, mas a vontade da personagem que deve ser levado em conta. Você faz uma personagem para que você se adéque a ela e não o contrário. Por isso que alguns personagens meus, até bons e interessantes, não se enquadram com algumas propostas de mesas ou grupos de aventureiros.
Discordo que discordamos no aspecto motivacional do Caótico e Neutro, creio que é bem claro que ele é um cara que se importa consigo mesmo acima de tudo. Mas o que de fato discordo é que o jogador não tenha como criar algo bom que leve em conta a diversão e interação com todo o grupo. Por uma simples razão, é impossível o jogador não ser o responsável pela criação da motivação dos personagens.
Quanto ao outro grupo de aventureiros e outra mesa, a única que posso comparar é que você estava com o clérigo e se esta mesmo se referindo à aventura do
@Scorpion ela apesar de corroborar com o
seu argumento de que determinado alinhamento de "ordem" e "caos" pode entrar em conflito, não foi por conta disso que você não se adaptou. Meramente o grupo não o viu como um líder carismático natural e nisso houve o que me pareceu uma frustração que me pareceu muito sua e não do Elric.
O que você tem todo direito de ter!
Em outras palavras, justamente porque você determinou que a vontade de seu personagem era de ser o centro coordenador da equipe e isso não aconteceu que o meu o via como uma figura melancólica que queria carregar o mundo nos ombros, mas sem compreender a razão da frustração do Elric em sua profundidade porque o Jack não tem como ler na sua ficha "Leal e Bom" e não tinha nenhum conhecimento aprofundado sobre Tyr para saber sobre o senso de justiça e organização hierarquica que essa divindade pede.
Aliás, tal divergência poderia sim ser sua motivação para continuar jogando com um personagem que justamente se comprometia a "evangelizar" sobre a justiça e verdade de Tyr. Porque essa questão do personagem não concordar com um alinhamento Caótico (ou no caso ali a média de caóticos e neutros e "desalinhados" do grupo) que faria. Eu tinha muita vontade justamente de debater todos esses detalhes entre Jack e Elric, mas isso não vai acontecer porque as coisas não aconteceram como você esperava e não porque os outros jogadores fizeram personagens ruins como você afirma.
Note que a escolha é sua da motivação, sempre é. Eu posso realmente ter um druida caótico e neutro muito bem construído e profundo, ou até mesmo um mero vadio ladino que só quer ser deixado em paz, mas que vê que sua vida esta sendo incomodada pela horda de orcs bárbaros Caóticos e malignos que esta atacando meus amigos com quem eu cresci junto... Um exemplo de personagem caótico e neutro é o Máscara, especialmente do desenho animado dos anos 90. Ele só ia enfrentar os vilões porque esses o incomodavam nas coisas mais fúteis... E para ele era motivação o bastante. Outro é o pirata da Disney Jack Sparrow, que apesar de se importar consigo mesmo e mais nada acaba criando planos contra seres crueís que podem destruir todo cenário ao seu redor...
Resumindo, creio que sequer discordamos, você que precisa imaginar que todos alinhamentos tem mais motivações que as mais clichês. Mas sem nunca abandonar o clichê.
Kether escreveu: Quando rola uma sinergia minha com o personagem, quando eu sento para responder não é a vontade do Kether mais que comanda e sim a do personagem. Por esse motivo que eu falei que uma pessoa individualista e que se coloca de primeiro a último na sua escala de necessidades, dificilmente sairia da sua zona de conforto a menos que ele estivesse sendo forçado a isso.
Kether ainda interpreta o personagem, é ele quem determina que desejos serão melhores para a trama e quais piores. Note novamente que se realmente houvesse um pedido mais forte de Elric para ser interpretado tal como ele é independente da vontade do jogador, certamente ele buscaria lutar por justiça independente do "anárquico" grupo de aventureiros que o acompanhava. Você estaria até agora preso à vontade dele e tentando achar a guarda da cidade, você, acima de seu personagem fictício decidiu sair do jogo porque você, pessoa real, não se adaptou e não estava mais se divertindo...
Em um RPG é isso que importa, se divertir com os demais.
Como eu disse não discordamos da outra parte, sobre o alinhamento caótico. Ser tirado da zona de conforto pode ser o background perfeito justamente para incentivar o personagem a se compor com a equipe. E o conforto pode ser justamente a parte inicial desse personagem. Novamente creio que só discordo de que o personagem tenha alguma vida própria sem as pessoas para dar vida ele... Talvez os outros jogadores, não só o interprete, mas ainda assim depende de pessoas a constução da ficção.
Kether escreveu:Pensa na hipótese: Você está tranquilo, levando a vida numa boa, com o trabalho dos seus sonhos com a remuneração que te permite fazer o que quiser (ou seja, dinheiro não é o problema).
Para que você vai sair dessa zona de conforto para se meter num tiroteio (por mais que saiba atirar) para salvar vidas de pessoas que você nem faz ideia de quem sejam e nem se importam contigo? Se falar, o jogador por trás do personagem pode querer ir. Mas por quê o personagem iria? Essa é a pergunta, esquecendo a vontade do jogador. Isso é interpretar, pelo menos para mim, o resto é mecânica de jogo que um jogo de tabuleiro de estratégia também tem.
Justamente esses exemplos podem ser o inicio do background do personagem, o ladrão Gabriel Blackwood desse jogo por exemplo poderia ter ficado no mar para sempre... Por que não ficou? Porque não há mais esse "conforto". E por que o
@gaijin386 escreveu uma história assim? Porque ele quis. Mesmo não sendo Caótico e Neutro, ele se encaixa perfeitamente em alguém que perdeu tudo e voltou para casa por mera saudade do lar. Motivação mais que suficiente e não foi Gabriel quem controlou a mente do jogador, o jogador viu como criar uma história crível, trágica e divertida.
É mais fácil em escrever uma história onde o tiroteio veio até o personagem e não o personagem foi ao tiroteio. De qualquer modo, o druida estar vivendo em paz com seus amigos da cidade é um começo ótimo por si só... Se são seus amigos de infância e não desconhecidos, a tendência de um Caótico e Neutro os acompanhar por mera vontade é perfeita.
Mas o Caótico e Neutro é tão amplo em suas motivações que ele pode achar tediosa a vida sem aventuras, assim como um personagem neutro (não o "True Neutro" que eu não acho tão "true" assim)
poderia ter EXATAMENTE a mesma "não-motivação" de ficar na sua zona de conforto. Note, há um exemplo simples de história criada...Ela não vem do além, vem da criatividade dos jogadores, eles podem simplesmente já ter sido abalados de sua cituação normal.
Eu já tive um caso de uma jogadora que contei para o
@LuizBaggio que realmente acredita que a personagem dela existia em uma realidade paralela. Sei que não é o seu caso, mas só estou explicando que e´aquela história da música do circo. Depende de "nós que o palhaço seja engraçado"... Se eu quero fazer um personagem Caótico e Neutro e interpretar isso acima de qualquer coisa, dá sim para criar ganchos para ele participar de um time, ser um personagem querido e profundo e fazer um excelente interpretação... Assim como um dos mais terríveis vilões que eu já vi em uma mesa era um heróico cavaleiro Leal e Bom em nome da expansão de Cormyr. Ele acreditava piamente estar fazendo o bem e seguindo a lei.
E também comento especialmente porque cogitei em fazer um CN ou CB com essas tendências de perder a zona nessa sua história. Por isso queria ter clara sua posição.