Após o encontro divino que tivera com a Deusa Fenrir em pessoa, Mikaela tem suas curiosidades respondidas, além de receber alguns gracejos por suas ações. Devolvida a Erótika pra trilhar seus novos caminhos, a alta-sacerdotisa estava com um pé no reino de Prahna e outro na borda da Floresta do Sussurro. Olhando para trás, ela vê a névoa desaparecer, dando lugar a um número infindável de árvores, mas era o que havia na frente que capta sua atenção: uma enorme cidade a beira mar com muitas caravanas seguindo em sua direção e uma quantidade inesgotável de pessoas indo e saindo de lpa. De fato um notável contraste ver tanta gente sob aquele Sol quente com Shalana, que era coberta por árvores em quase toda a sua extensão. A cidade parecia uma miragem no horizonte, então uma boa caminhada estava garantida. Imagine um lugar, muito longe daqui, com camelos pra passear. É uma imensidão de cultura e expressão, é caótico, mas é um lar. Sopram ventos do leste e o Sol vem do oeste, os seus pés querem descansar. Pode vir e comprar, no tapete deitar a noite em Prahna vai chegar...
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Início
Mikaela não sabia por quê, mas tinha a impressão de estar ouvindo algum bardo cantar. Ela segue na direção das caravanas a fim de evitar surpresas no caminho e ao chegar percebe que as carruagens eram levadas por camelos, animais melhor preparados para o deserto. Por sorte a noite se aproximava, diminuindo a temperatura. Logo que passa pela entrada da cidade, ela sente que havia um perfume no ar e em cada bazar muitos temperos ardentes. Mas se pretendia comprar, era melhor pechinchar, pelas roupas das cores mais quentes. Ao andar por ali, ela deixa o som lhe invadir, era um lugar para aproveitar. Olhando bem ao redor, Mikaela sente alguma coisa errada. Parecia uma música em sua cabeça criando rima com as situações em que passava. Ela sente um sopro em sua nuca e se vira pra ver de onde vinha, apenas para ver um belo rapaz em túnica branca. Ele faz uma reverência e lhe dá as boas vindas a cidade. Embora pudesse ouvir sua bela voz, Mikaela percebe que ele não mexia os lábios. Suas palavras vinham diretamente em sua mente. Ele identifica-se como Mamoru e pergunta o nome dela. Também pede desculpas por estar perseguindo a clériga desde que ela se aproximou da cidade, mas era incapaz de recusar contato com beldades a primeira vista, sendo um assumido galanteador. Era ele quem sugestionava palavras em sua mente. Inclusive, pra um bardo, poder tocar no fundo da mente de seus ouvintes era um grande passo para o sucesso.
~ Seja muito bem-vinda a Abah, jovem sacerdotisa. Tenho bastante respeito ao culto do conhecimento, embora seja um fervoroso devoto de Solaris. Creio que os membros de sua igreja ficarão felizes em te ver e posso te levar até eles... ~
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Mikaela mal havia chegado na cidade e já teve a oportunidade em primeira mão de ver como funcionavam as habilidades mentais daquele povo. Com sorte encontrara alguém bem intencionado. Antes de sequer dar a resposta ao rapaz sobre visitar a igreja de Fenrir ali, Mikaela ouve a voz grosseira de um humano negro de grande estatura lhe mandando sair do meio, pois ela bloqueava a passagem. Um grupo de quatro guerreiros armados com lanças, vestindo sungas e pedaços de armadura de couro, caminhava em direção a saída da cidade trazendo consigo uma jaula onde uma jovem moça em roupas clericais (provavelmente seguidora de Mitz) chorava pedindo por ajuda. Os transeuntes ou davam de ombros ou lamentavam, mas ninguém tomava uma atitude. Mamoru diz odiar ver como escravos podiam ser comprados ou vendidos em em Prahna, mas estavam dentro da lei. Aqueles homens provavelmente eram nativos de Jalakow e a insígnia em seus colares os identificavam como agentes do Rei.
~ Venha, vamos até sua igreja. Não fica muito longe.
De fato, Mikaela não tem problemas em encontrar a igreja de seu clero. O bardo inclusive, não querendo ser impertinente, diz que poderia deixá-la ir sozinha se estivesse sendo um incômodo. Chegando ao local, o prédio meio que deixava a desejar. Havia várias estantes, lotadas de livros, alguns faltando, outros sobre a mesa ou jogados no chão. Um elfo dormindo sobre a mesa, um rapaz humano batendo a cabeça numa escrivaninha querendo solucionar algum problema e lá no fundo uma moça meio-elfa de armadura praticava movimentos marciais. Um belo susto é dado a todos quando uma orc aparece na escada que levava aos fundos, berrando que o jantar estava pronto. Se Mamoru estivesse ali, ele constataria algo óbvio só de olhar: Aquela igreja tava uma bagunça da porra!