Badu - A Busca

Arthur, Zacarias, o guarda e a gladiatrix também parecem ter escutado os sons que Badu escutou. Eles acenam com a cabeça quando Badu move os olhos pela prisão procurando a fonte. No entanto cada um parece procurar o som no chão perto de onde estão.

Os demais procuram pelo som vindo de algum lugar debaixo deles, e Badu desvia seu olhar para o chão. Se perguntava se o som vinha do chão mesmo.

Então leva o dedo indicador à boca e faz um sinal de silêncio para os demais, aproximando o ouvido mais ao chão para ouvir melhor, pois estava desconfiado que o som de mastigação vinha debaixo dele em algum lugar. Estava imaginando serem ratos, mas depois de hoje, não se surpreenderia se fosse outra coisa.

Badu,

       A pedido de Badu os outros fazem silêncio mas não todos. O silêncio maior ajuda a identificar que o barulho vem do piso inferior. O guarda olha pelo buraco no chão da sala mas roda procurando alguma coisa sem ver nada. Os sons estranhos param em poucos momentos e as pessoas ficam com uma cara de dúvida. Ninguém fala nada.
       Arthur se aproxima de Badu e diz:
       - Você pensa coisa comer osso? Arthur não falava a língua direito.

-"Não sei. Parecia barulho de osso sendo roído. Não creio que era algum rato. Há coisas erradas acontecendo nesta arena. Erradas até demais... Guarda, o que tem no piso inferior?", terminava indagando ao guarda. Apesar do tempo que viviam presos na arena, nem todos os locais eram conhecidos ou permitidos.

No íntimo, Badu não queria acreditar, mas a imagem dos carregadores desaparecidos roendo uns aos outros não lhe deixava a mente.

Badu,

       - Lá embaixo tem mais uma cela. O guarda diz com palavras frias, como se não fosse algo relevante. Não vi nada lá, devem ser os ratos. Badu já havia visto ratos antes, aquilo fazia muito mais barulho que um rato.

OFF:

-"Você já ouviu um rato roer antes? Pois eu ouço toda a noite e te digo uma coisa: isso não é rato! É outra coisa mais barulhenta! Você devia ir lá embaixo checar!", respondia ao guarda de forma séria, mesmo sabendo que sua posição de escravo não lhe dava o direito de falar daquele jeito, mas a preocupação o fazia voltar a velhos hábitos.

OFF:

Badu,

       O guarda escuta as palavras de Badu, será que ele seria intimidado? O tamanho e a entonação muitas vezes apenas distorcem os sentimentos.

Teste:

O guarda olha para Badu com um certo desprezo e retorna para sua posição de trabalho. Não faria nada vindo como ordens de um escravo.

       A noite avança e no meio da madrugada Badu escuta um barulho sob o piso novamente. Deitado na cama, parece que o chão começa a ceder dentro da cela da prisão. O barulho de madeira se parte e algo sob os pés das pessoas desaba. Badu ainda está na parte da lateral que não cedeu perto da parede.

Por puro reflexo, Badu se coloca de pé no canto da cela. O chão de madeira cedeu e algo caiu. Se algum companheiro de cela estiver a perigo de cair no chão que cedeu, Badu tentará pegá-lo pelo braço instintivamente. Não que ele se importasse com as pessoas, mas a situação foi tão repentina que Badu não teve de pensar e agiu por reflexos. Então, de longe do seu canto na cela, Badu olha para o piso que cedeu e o buraco que se formou.

Badu,

       Badu se apoia na parede e vê que parte do piso da cela cedeu era o teto do andar inferior. Parecia que o piso esmagou alguns prisioneiros que estavam lá. Por sorte, ninguém caiu, todos ficaram nas beiradas da parede onde dormiam.
       No buraco havia algum barulho mas estava escuro, era difícil de saber o que era. Não haviam tochas acesas no piso inferior. Os passos que estavam mais calmos se aceleram para alguma direção indefinida.
      De onde estava, Badu podia ver que o buraco na cela permitia ver a porta da cela inferior, ela estava destrancada, apenas encostada. Os ocupantes, se é que haviam, estavam esmagados sob o piso.

Efeitos sonoros:

-"Por Set!", exclamava enquanto se apoiava na parede para não cair. Via o piso inferior, outra cela, mas escura, iluminada apenas pela luz que entrava pelo buraco. Ouvia o som de passos se distanciando e a porta da cela inferior aberta. E havia corpos, esmagados pelo piso que cedeu.

-"Não entrem lá! Há algum perigo que desconhecemos! Ouviram aqueles passos? Acredito que são do responsável! GUARDA!", chamava pelo guarda, apesar do barulho poder já ter alertado a guarda da prisão.

Badu,

Alguns guardas aparecem pelo corredor do lado da entrada. Os guardas olham para o buraco e guardam as armas pois pensavam que era uma fuga.
- Mas que merda foi essa? Uma fuga?
- Não sei senhor, o chão se abriu levando o fundo da cela. Os prisioneiros ainda estão aqui. O guarda não falou nada sobre o barulho de roer.
- Você, vai lá embaixo. O chefe dos guardas indica que um soldado deve ir para o lado da cela de Valérius onde fica a escada pra baixo.
O guarda anda na direção da cela de Valérius e seus passos somem com a distância. Os guardas olham para os estragos, recebem ordens de pegar madeiras para fazer uma ponte e um deles deve ver outra cela para transferir os presos. Agora apenas o chefe dos guardas e outros dois encaram o vigia noturno.
- Cadê aquele cara? Vai ver onde ele está, se tiver me enrolando ele tá ferrado. Outro guarda vai ver o que aconteceu.
- Argh! O guarda grita no corredor.
- O que é isso? O guarda, o vigia e o chefe são surpreendidos por um grupo de pessoas feridas e fedidas. Essas pessoas começam a atacar tentando derrubar os guardas da mesma forma que Valerius atacou Badu na arena.
Um dos prisioneiros grita e no susto cai dentro do buraco, a grade da prisão no andar inferior estava aberta. O prisioneiro está lá no chão tentando se localizar, mas não está ferido.

-"Não vêem que há algo de errado nisto tudo? Haviam sons lá embaixo, de algo sendo mastigado, ossos, madeira, pedra, não sei, eram bem audíveis daqui! Ao invés de nos ignorarem, poderiam simplesmente nos ouvir! Há coisas estranhas acontecendo lá embaixo e vocês fazem questão de nos ignorar! E agora isso...", Badu resmungava, reclamando disso tudo. Era evidente que estava preocupado.

Enquanto montavam a ponte improvisada sob o vão para os prisioneiros passarem, mais criaturas semelhantes àquelas vistas na arena surgem pela entrada, atacando os guardas. Badu apenas grita:

-"Vamos! Nos dêem uma arma se querem viver!", mas parecia não ter sido ouvido. Então um escravo cai no vão, desorientado e Badu imagina se também não deveria arriscar fugir ao invés de dar uma de herói, mas no seu íntimo ele existe para um propósito: dar um fim aos monstros que não deveriam existir.

OFF:

Badu,

      O prisioneiro no fundo do buraco abre a porta da cela e diz:
      - Quanto sangue no chão! Porém o lugar está vazio. Dois dos prisioneiros mais afastados da porta descem no buraco. Dois dos prisioneiros mais próximos da ponte de madeira seguem para a porta da cela no mesmo nível. Os guardas estão com combate com as criaturas no corredor. A passagem para a cela das mulheres é bloqueada por uma grade no meio e precisa da chave ou dar a volta pelo corredor.
Badu sabe que as armas que usou para o combate estão ali a poucos metros. Porém as armas de Valerius podem estar em sua cela no final do corredor já que ele não usou armas na arena. O embate direto com riscos e prêmios claros ou o desconhecido pelo andar inferior? Porém a mente afiada de Badu sabe que sempre há outras opções.

MAPA ANTIGO:

Badu por um momento hesita. Descer pelo buraco parece ser a coisa certa a se fazer, mas pode ser confundido com tentativa de fuga. Chegar até as armas tem o perigo de passar pelo confronto dos guardas com as criaturas, e lutar contra estas criaturas sem armas não é o ideal.

A melhor coisa a se fazer é descer pelo vão, passar pelo corredor até o quarto de Valerius próximo da escada, se armar, e ajudar os guardas, atacando as criaturas por trás. E é isso que Badu decide fazer, isso se não houver qualquer imprevisto. Então ele se segura na borda do buraco e se solta para o andar inferior.

Badu,

       Havia dois prisioneiros na frente de Badu que desceram e saíram da cela. O caminho escuro era igual ao piso superior, um fio para a direita e o outro para a esquerda. Ir para a esquerda era o caminho para as escadas e logo para onde estariam as armas de Valerius. O caminho da direita levaria para o outro lado, talvez uma saída.

       O caminho pelo escuro fica claro pela luz da escada, uma tocha só, ao longe ilumina a passagem em que se pode ver o homem correndo. Nas laterais há uma porta de cada lado. A construção é diferente da prisão na parte superior apenas pelas portas já que no térreo há um refeitório.

Os passos de corrida do homem na frente poderiam chamar a atenção de outras criaturas nas salas ou estas podem estar vazias. Badu segue passando pelas portas até o pé da escada e o homem está subindo rápido. Perto do topo da escada, Badu escuta um grito.
- Ahhhh! Não! O som de luta era claro. Alguém tentava agarrar alguém.

Badu ainda escondido no meio da escada tem opções.

Imagem Ilustrativa:

Badu percorre atento pelo corredor. Não tem tempo de andar devagar, portanto, anda apressado até as escadas, atento às portas laterias do corredor. Quando chega nas escadas, se prepara para subir, quando ouve gritos lá de cima. O combate com as criaturas ainda não havia terminado, e Badu precisava agir rápido se quisesse salvar alguém.

As armas de Valerius devem com certeza ser de qualidade superior às entregues aos gladiadores, afinal, ele era um astro. Badu precisa destas armas para ter alguma vantagem no combate. Então ele sobe, abaixado, as escadas, tentando ver o andamento dos acontecimentos do corredor do andar superior. Se houver uma brecha, se moverá rapidamente para o quarto de Valerius, onde trancará a porta por dentro enquanto procura pelas armas do gladiador amaldiçoado.

Badu,

       O tamanho de Badu não ajuda a passar desapercebido. Chamava atenção rapidamente por conta do tamanho. O homem a frente servia de distração para os comedores de carne que estavam no corredor, não eram muitos, mas eram dois.
Friamente Badu ignora seu colega em combate com a criatura e avança.

Teste:

Badu,

       Dentro da cela de Valerius, Badu fecha a porta pensando em como teve sorte em não ser percebido e em correr sem problemas.

Badu, aliviado, só pensava em como compensar essa boa sorte. Rapidamente ele vislumbra o quarto de Valerius para confirmar se está vazio, enquanto procura pelas armas do gladiador caído. Badu roga para que dê tempo e consiga salvar o maior número de pessoas dos comedores de carne.