[!ON!] Capítulo I - Vento da Mudança

- Excelente... - Comentava o chefe da Sonserina após presenciar a quase interminável cerimônia de assinatura do formulário da ficha de inscrição para o time de quadribol. Então no momento em que ele já estava em processo de guardar os pergaminhos de volta as gavetas de sua mesa de madeira enegrecida, Charlie o questionava - ainda com ar de revolta - sobre o que motivara aquela decisão toda. O Sr. Griffiths respirava fundo a aquela pergunta e então lhe respondia, fechando a gaveta rapidamente e deixando o local junto ao garoto logo em seguida.  

- Opiniões podem mudar com o passar do tempo senhor Thorps, e espero que as suas sejam assim. Tenho, e sempre terei, um apreço muito grande por seus pais, assim como a própria diretora também. Odiaríamos ver seu único filho se perder na vida. - Ao se separarem pelo caminho - o professor se juntaria aos outros membros do corpo docente e Charlie á seus amigos da Sonserina e agora colegas de equipe - ele o dizia por último:

- Uma ultima coisa senhor Thorps, e acredito que isso lhe venha a calhar em momentos difíceis da vida. É muito fácil odiar seus inimigos e viver se relacionando apenas com os amigos, qualquer um pode ser assim. Agora, perdoar e tentar compreender seus inimigos é para poucos e sábios, pois são eles que lhe revelam o que você tem de pior. Até mais.  




- Espera, vou anotar tudo! - Respondia Reynard á seus amigos, que tentavam lhe ajudar a se resolver com a amiga grifana. Ele puxava de suas vestes um bloquinho de anotações todo amassado e uma caneta, onde começava a escrever as sugestões dos mesmos, principalmente a do goleiro, que se revelava um exímio conquistador de corações. - Café é? Sabe que sempre pensei que ela fosse mais de uma cerveja amanteigada!

- Hum, talvez eu deva avisar minha amiga ruiva sobre um futuro convite, o que acha senhor Mbah? - Liana respondia, arrancando risadas de Nera no processo. Então Charlie surgia, ainda meio cabisbaixo, porém não deixava de responder o cumprimento animado de Thommy.

- Espero uma atitude muito melhor amanhã senhor "sangue veela superior"! Temos treino marcado para as seis da manhã aqui no campo! - Dizia o capitão Luke a Charlie.

- Bem vindo ao time bonitão. - Diziam Liana e Nera juntas, como se tivessem combinado previamente, e já caiam na risada logo em seguida. Ekon questionava a decisão de trazer o amigo - que em sua opinião, assim como a do próprio Thommy, seria um desastre para as pretensões do time naquela ano - e Luke fora bastante assertivo e decisivo em sua resposta:

- Se ele não tem a habilidade apropriada, cabe a nós o ajudarmos nesta questão Ekon. Somos um time, e apenas um time unido pode vir a completar seus desafios com sucesso. Confiem em Charlie assim como eu e o senhor Griffiths confiamos, que tenho certeza de que Charlie confiará em vocês também.

- Caramba, não sei o que deu em você meu irmão, mas confesso que gostei hein! - Dizia Liana, com os olhos arregalados de surpresa com as palavras do capitão, exatamente como Nera e Reynard estavam naquele momento.

- Esse ano a taça é nossa! Eu sei disso! - Gritava o capitão á seus colegas de time. - Vai Sonserina! Urraaaa!




Axcel e Mack descobriam várias coisas acerca da antiga família real Arthuriana, e talvez até descobriam sobre o tal "Grande Dragão" que vinha os guiando desde a descoberta do covil. Mas o que elas e seus amigos teriam a ver com tudo aquilo? Porque eles foram escolhidos pelo Grande Dragão?

Como já era de praxe, muitas perguntas para poucas respostas. Mas como dizia uma certa bruxa famosa, "quanto mais difícil, mais prazeroso é o prêmio no final."

Então elas não mais ouviam os fogos de artificio e a gritaria do evento nos campos do castelo. E por alguns segundos um silêncio sepulcral assolava seus sentidos, até que um forte rugido poderia ser ouvido vindo do lado de fora.

- Mas o que foi isso?! - Questionava de sua mesa, uma surpresa Madame Pryce. - Será que o Ministério já veio dar um jeito no dragão?!




Lykke então se questionava sobre sua recente consulta aos senhores do destino das borras de chá, e então decidia que deveria se dirigir até o campo de quadribol, onde poderia então tentar entender o que se passava com o garoto Glover, este que vinha sendo quase uma obsessão para sua amiga Axcel, pelo menos desde a cerimônia do dia anterior.

Descendo as escadas e chegando nos jardins do castelo, poderia observar que vários homens e mulheres se reuniam e caminhavam á passos largos em direção a floresta, pelo caminho do lago negro. Eles trajavam vestes conhecidas pela garota, pois eram as mesmas que seu pai utilizava no trabalho. Não lhe restavam dúvidas, eram membros do Ministério da Magia, e a julgar pela pressa, parecia ser algo urgente e importante a se resolver.

Chegando no campo, ela se juntava - com certa dificuldade, visto a multidão e a gritaria -  á seus colegas de casa e pegava apenas o final do sorteio, onde Rômulo e os outros membros do time de quadribol - incluindo um animado e pulante Glover - da casa gritavam eufóricos com a descobertas de seus primeiros adversários.    

- Vamos acabar com essas cobrinhas capitão! - Gritava Glover, que recebia uns tapinhas nas costas de Rômulo e dos outros colegas de time.




Então quando chegavam ao final daquele evento, sons fortes de batidas de asas eram ouvidos, e um rugido forte e imponente sessava toda a agitação nas arquibancadas, restando apenas bocas abertas e olhos arregalados, tamanha surpresa.

Era um grande dragão que sobrevoava o campo de quadribol naquele momento. Ele era seguido e guiado por vários bruxos que voavam perto do mesmo - mas mantendo certa distância segura - em suas vassouras. O formidável animal era todo branco e acabava por reluzir a própria luz do sol por suas escamas, dando um efeito realmente magnífico no céu do local, até enfim virar apenas um borrão ao longo do horizonte.


- Bem, isso foi surpreendente, porém maravilhoso de se presenciar! - Falava a diretora, com sua voz novamente ressoando por todo o lugar com a ajuda de uma magia de sua varinha que jazia encostada á sua garganta. - Chegamos ao fim deste grande evento! Mas não desanimem, pois o ano está apenas começando! Todos estão livres até o jantar! - Então a gritaria voltava ainda mais animada, e após alguns aplausos que começavam do próprio corpo docente, os bruxos e bruxas começavam a se retirar do local.

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