2 de setembro de 2018
Charlie & Mack
Charlie ainda se preocupava com o seu atual estado após acordar na enfermaria sem entender nada do que antes havia acontecido ou de como teria parado lá. Então quando se dava conta, já estava seguindo pelo corredor do primeiro andar, perto do grande salão. Uma memória muscular de dar inveja á Merlim.
Havia uma comoção em volta de algo fixado na parede, e como um verdadeiro curioso egocêntrico que era, decidia ir lá ver do que se tratava. Empurrando alguns que se amontoavam, gerava alguns olhares raivosos e alguns resmungos do tipo
"Aii! Que é isso?!" e
"Nossa! Seu grosso!". Então quando conseguirá se desvencilhar deles, avistava um grande pergaminho, todo emoldurado em madeira de ótima qualidade. Por detrás do reflexo do vidro, ele poderia ler:
"Comunicado Oficial da Diretora Thomson
A diretora comunica a todos - principalmente aos monitores - de que toda e qualquer travessura ou ação que infrinja as leis e ordens da escola serão punidas com
uma detenção no escritório da mesma. Portanto, não haverá mais castigos envolvendo excursões
de detenção na floresta proibida ou em qualquer outro local do castelo.
Atenciosamente, Zuzanna Thomson, Diretora de Hogwarts"
Neste meio tempo, Mackenzie voltava com Gise e seus outros colegas de casa em direção ao grande salão para a hora do almoço.
- Uau! Será que temos bruxos das trevas em Hogwarts!? Ouvi dizer que os alunos da Sonserina e da Grifinória tiveram uma aula sobre isso! - Gise dizia a sua amiga, toda empolgada com os relatos fornecidos pela mesma sobre a micro aventura com o dragão branco de olhos azuis.
Então ela avistava uma aglomeração perto da entrada do grande salão, e logicamente também a figura que mais chamava atenção entre todos ali.
- Tá bom, mas cuidado viu, ouvi dizer que esse garoto aí se aproveita de seu sangue veela! - Ela se despedia com uma piscadela cafajeste e um risinho solto, logo seguindo com os outros para almoçar, deixando Mack livre para ir atormentar o jovem meio-veela Thorps.
Ela então disparava sua metralhadora de perguntas e comentário a seu amigo sonserino e também via o comunicado oficial da diretora.
"Nossa que legal!" e
"Uau! Agora sim uma diretora que pensa nos alunos!" eram alguns do comentários que mais se repetiam entre o grupo de bruxos ali presentes.
SONSERINA & GRIFINÓRIA
Na aula de astronomia, Ekon e Thommy engatavam algumas conversas com suas colegas Taurya e Liana.
- Sabe que eu nunca tinha pensado nisso? Nunca fui muito boa nessa matéria... - Ela o respondia e quando seus olhos se cruzavam com os dele, por um momento sua feição corava levemente. De cabeça baixa, ela continuava, mostrando certa preocupação em sua voz.
- Mas eles estavam com a gente no café! E aí depois quando subimos para a aula não os vi mais.. - Aquilo era verdade. Ekon ainda se lembrava de ter visto a amiga da Corvinal pregando uma peça em Charlie logo após o café da manhã.
Axcelandra ainda aproveitava seu momento de glória para com sua casa, e não deixava de agradecer a amiga pelos ensinamentos sobre astronomia.
- Pa-Parabéns Axcelandra! - Dizia uma voz logo atrás das duas. Era o tímido e atrapalhado Jonathan Glover, que vinha junto de sua gagueira envergonhada.
- Vo-Vocês gostam de astronomia não? Eu fiquei sabendo que.... Que tem um livro novo bem legal na biblioteca sobre... E bem eu... - Elas podiam notar que o garoto estava bem vermelho, parecendo estar sobre enorme fadiga para conseguir dizer aquelas duas frases sem desmaiar.
Já Thommy se abria mais com sua amiga e agora parecia a enxergar com outros olhos. Ele lhe contava como havia se sentido ao estar com a aparência de seu pai bem como na presença do bruxo das trevas mais temível de todos os tempos, e ela o respondia em um tom melancólico, porém de certa forma acolhedor:
- Eu entendo, desde que meu pai.. Desde que tudo aquilo aconteceu não tem sido fácil para mim e meu irmão, mas se isso ajuda, estamos aqui para ajudar. Amigos é para essas coisas... - Então a aula se encerrava e a movimentação apressada dos demais impedia o pobre Glover de conseguir terminar a sua frase.
- Sim, quando quiser conversar pode me procurar. - Liana lhe passava um sorriso tímido e gentil e se despedia com alguns tapinhas delicados nas costas de Thommy.
- Até depois Ekon... - Dizia a jovem ruivinha, tentando evitar olhar diretamente á seu
amigo. Ekon então distribuía já no corredor as informações e os bilhetes com sua inicial draconiana indicando seus amigos á se apresentarem o quanto antes no gramado da escola, para assim, combinarem um modo de passarem desapercebidos de todos até chegarem de fato no esconderijo.
TODOS
Todos eles acabavam se encontrando um momento ou outro perto do grande salão, já que teriam de pegar a comida antes de seguirem para o gramada e consequentemente até o covil. Eles percebiam o comunicado na parede sobre a nova regra das detenções, e ao seguirem como combinado em direção ao gramado, Reynard os surpreendia:
- Pessoal, eu acho que podemos irmos logo até lá, todos já estão almoçando e não deve ter ninguém nas masmorras, ainda mais que os fantasmas e o Pirraça desapareceram. - Ele dizia sempre em um tom forçado, como se estivesse brigando para não falar nada, como se sentisse dor em proferir as palavras e também mantinha sua feição de poucos amigos.
Com o planejamento de não serem descobertos decidido, eles enfim chegavam a entrada do aconchegante covil. A entrada nunca ficava no mesmo lugar, mas seus pingentes brilhavam freneticamente conforme ficavam mais perto, o que facilitava e também os tornava os únicos que poderiam achar e adentrar o local. Passando por uma escadaria, eles chegavam até uma estátua de dorso de dragão. Ela era tão grande e imponente, que a primeira vista poderiam jurar que era real. Com o encantamento
"Excitare Draco" lançado por todos ao mesmo tempo, a estátua tomava vida, e abrindo sua enorme bocarra, dava passagem para que os draconianos pudessem adentra-la, deslizando assim pelo seu pescoço como se fosse um tobogã.
Era a primeira vez que o visitavam desde o ano letivo passado, e perceber que, diante de tantas mudanças que a escola teve naquele novo ano, ter um lugar só deles que permanecia praticamente intocável como se não houvesse passado um segundo sequer desde que o deixaram, era algo a ser extremamente comemorado. E lá estava ele, o formidável e aconchegante covil dos dragões de Hogwarts.
Antes que pudessem começar a festejar e por o papo em dia, uma presença poderosa era sentida. Então uma figura se erguia de um canto mal iluminado. Ela parecia vestir uma capa longa que cobria todo o seu corpo e conforme ela se aproximava de todos, a vestimenta era arrastada ao chão.
- Bem-vindos de volta dragões... - A figura então dizia com uma voz doce e feminina e se revelava despindo o capuz com ambas as mãos. Uma coruja saltava de algum lugar até seu ombro. Ela se revelava então ser a ultima pessoa que eles gostariam que estivesse ali, a diretora da escola junto de seu fiel e inseparável familiar.
- Espero não os estar incomodando...