Francis James Welsh

"Merda merda merda" - Joe cai fora daqui! Todo mundo cai fora!!

Agora Franco virou o rosto para ver o ambiente ao redor, mas apertou a mão com mais força enquanto fizesse, esperando que o atacante não se aproveite da situação. Ele viu o gordo se aproximando, mais raiva dentro do sistema. Até para alguém tão debilitado quanto ele. O peso dele vai ser um problema, assim que chegar. Mas a arma ainda é prioridade, então fez força para removê-la.

- Porra! Eu falei para fugir! - Franco brigou um pouco mais com o braço do inimigo - Insistência do cão seu filho da puta! Era melhor ter só ido embora e eu não teria que fazer isso!

Finalmente, Franco consegue tomar controle da arma e tirar ela de seu atirador. Situação "desarmada", pensou, trocadilho não-intencional. Enquanto isso, Joe descia chutes estúpidos no cara - Parou? Paro! - o velho Franco começaria já a atirar nos dois dentro do carro, mas parou por um instante: muitos olhares e câmeras. Isso seria um problema para o Hishu... especialmente como ex-condenado.

Franco se afastou do carro, deixando um bom espaço entre ele e o dono da arma e mirou a arma contra ele - Estou numa posição melhor que a sua bigodinho! Cai fora daqui agora!

E se ele mover, tiro nele. Preferencialmente não letal.

A escolha de palavras do Joe deixam Franco preocupado e finalmente percebe o sangue escorrendo. E era muito sangue e num lugar que não deveria levar um tiro. O espírito levou o que queria da situação ali e agora não podia ficar com os ferimentos que tinha levado e o gosto pelo espetáculo manteve todo mundo olhando para situação em vez de fazer algo.

O bom:  ferimento é pequeno. O ruim: uma trilha de sangue. As pessoas podem se justificar em sua mente a situação com a adrenalina pegando e o cara ignorando o dano, mas a essa altura tinha que estar jogado no chão já - Joe Joe Joe Caralho! Me ajuda porra... - fez um showzinho, se colocando de joelhos e a mão pressionando o ferimento. Podia fechar ele agora e, convenhamos, tem vídeo na internet suficiente para ignorarem. Mas Franco não é nenhuma unfiction e é um ex-presidiário. Não podia estar pior.

Enquanto Joe não se atentava para levar ele arrastando, Franco foi se fazendo de coitado, andando com a coluna curvada para frente e jogando um dos braços para cobrir o rosto e outro na costela, cobrindo o ferimento com a mão e apertando muito para não gotejar mais.

"Só preciso esperar esse surto acabar e vou pegar aquele espírito."

Se tivesse uma mão para dar, o Franco estaria entregando o dedo para o espírito. Aproveitou o momento e já ia por a arma roubada na calça. Foi botando, tirou, acertou a trava, finalmente guardou. Com um ímpeto nunca esperado de alguém com mãos furadas, corte no corpo, choramingando, Joe leva Franco para longe dali - Gravaram algo com motorola torradeira qualquer mano. Pode ser rosto de qualquer um. Igual, merda. Eu tô com meu cu morto se me pegarem de novo. Não vou para cadeia de novo Joe. - fez um draminha, e continuou - O sangue é meu Joe... Eu vou para o saco cara. Só me ajuda a sair daqui. Me esconde porra. Eu te tirei da privada né... Eu te limpei né... Agora limpa minha merda...

Felizmente, o rapaz continua a auxiliar ele no caminho, mas inferno que seja, o mundo resolveu fazer uma hora do rush com ele no meio. O mano grandão pegou o olhar dele, sabia que ia fazer algo. Polícia? Pouco provável. Nigeriano que o Joe falou? Tomara que não.

Mas não ia ficar ali para olhar. Passou a mão por baixo da camiseta e apertou mais ainda o ferimento e com a outra botou o casaco na frente. Metro era uma boa ideia para alguém que não tivesse sendo perseguido. Já mal via o Joe e quase agradecia por isso, apertou o passo para atravessar a plataforma. Não ia pegar o trem, sim sair da estação por outro lado. Se estivesse certo, alguns metros dali ele conseguiria achar um beco para ficar respirando a bala para fora do corpo.

Franco faz seu caminho pelo metro desesperado, mas não pela gravidade de seu ferimento, mas pela cura que não gostaria de ser exibida por ele. Felizmente, após alguns minutos, ele é o primeiro a cessar antes do buraco começar a fechar. Podia ter sido um tiro, mas foi um belo tiro de uma desert eagle dentro do seu corpo. Ferimento como esse nunca havia passado antes e rezava quase todo dia que não precisasse, uma facada nas banhas já tinha sido bastante no passado. No caminho, estatelou a mão ensanguentada em uma das paredes - "Por efeito dramático", pensou - enquanto fez seu caminho pelas escadas até a rua. Ele se sentou e aguentou o tranco do que vinha.

Primeiro, era agonizante. O maldito havia feito seu caminho por baixo das costelas e agregando qualquer órgão que tinha até o fundo. Pensou por um instante se não teria sido bala perdida que havia atingido o velho atrás dele, sim passado por dentro dele e atingido o velho. É, isso seria mais engraçado. Seria uma história mais engraçada. Franco encarou a arma que tomou na sua frente e a guardou dentro de suas roupas. Era um presente que tinha tomado nesse dia. Nunca antes foi tão fácil.

Ainda assim, essa história trazia um péssimo gosto na sua garganta. O herói foi ovacionado, com dois cadáveres deixados para trás e o vilão saiu bem e alimentado da situação e terminou com o mocinho sentado numa caixa ao lado de lixos e ratos, lambendo as feridas. Joe se perdeu no meio do movimento e estava aliviado por isso. Depois desse dia, Joe seria um pé no saco ou até alguém sofrendo da loucura da lua. O sorriso dele incomodava. Não podia estar melhor que ele na verdade, não podia não.

Então veio um pensamento em sua mente... Ele agiu demais como o mocinho. Porra, ele agiu como O mocinho. Ele desarmou o bandido e deixou ele ir embora, com medo de ser gravado em seu ato heroico. E daí que é a porra de um ex-presidiário? Franco Welsh não responde mais às regras do homem, sim às regras da lua (com divergências). Esse não é o futuro daquele que saiu da prisão, daquele que teve as correntes tiradas dele. Ele era o Lobo Mal Desacorrentado. Não uma ovelha.

As cartas foram dadas a ele e ele não ta jogando elas certo. Se levantou com o vigor que ninguém teria depois de um disparo de bala e a falta do projétil garantia ele a narrativa que o velho levou uma bala perdida. Sua roupa estava uma poça de sangue, mas e daí? Pegou e rasgou a parte seca da camiseta e deixou entre o lixo ali e apertou melhor o casaco preto, com apenas parte de seus cabelos do peito à vista. Tirou a "deagle" e limpou ela na camiseta que jogou para o lado e guardou de volta. Tinha ainda algo a resolver.

Enquanto fazia caminho de volta à "cena do crime" puxou o celular para entrar em contato com.... seus contatos. Na verdade, a hora que já passou ia dar tempo da polícia reagir e queria só saber um pouco da situação, passando uma lábia curta em um dos seus amigos de azul para saber o desenrolar da situação. Já presencialmente, como lobo, ele precisa encontrar aquele espírito de novo.... e fazê-lo entender.

Quero rolar um Contatos: Policiais Corruptos

Odiava estar nesse lado da linha, especialmente dado a situação. Cada palavra era como uma zombaria no seu coração, mesmo que não fosse - É é caralho. Avisa teus amigos que sou um super-herói resgatando várias vidas e caralho que for. Quanto para eu conseguir fazer isso sumir?

Na real, não esperava conseguir ajuda nenhuma com isso, mas precisava mais sobre a situação - Tinha um velho furado e um balofo atropelado e um carro com um bigode de xereca de mãe, tão olhando nisso em vez de me dar popularidade? Sou mero cidadão de bem pô.

É fútil, claro, o retorno disso, mas ao menos lembra que o espírito fez caminho para dentro do senhor rastejante - Especialmente no senhor que tava pintando o chão com sangue dele. Vamos dizer que ele levou minha carteira sem querer, a fins de "por quês".

- Ah para caralho. É, não atirei em ninguém nem atropelei ninguém. Burrice da porra omissão de socorro. Quem gravou é que tem que se foder de verdade do que eu e meu brother que impedimos a porra piorar.

Mas como cê vai me pagar se te prenderem? Seu rabo pode valer alguma coisa no xadrez, mas não faz meu tipo. O que tu tem?

- É que não vão me prender né porra. Eu só tenho que aparar o assunto antes que mais alguém morra com isso. - nem deu mais porquês e desligou antes dele. A situação era bem bem ruim se os rapazes em azul resolverem cismar com ele. Era bom ser famoso, mas não tanto também.

Porra mano, ele é uratha. Queria mais que o bando de carne esquecesse que existe e deixasse lidar com as coisas de verdade. Assim não teria que mostrar nada a ninguém. Não vai ter que mostrar o lobo....

Enquanto espera, encurtar a busca. Fez seu caminho para "cena do crime" mais furtivo que faria. Se não tivesse muito calor ali - diga-se polícia - dava para tentar rastrear pelo cheiro do sangue do velho. Não que Franco fosse bom, mas tava na hora de ser esperto. Com a mão no celular, já ia botando na lista hospitais perto: não ia se arriscar de levarem o senhor para o outro lado da cidade.

Se a cena do crime for boa, não vai precisar entrar no hospital falando "MEU VÔ LEVOU UM TIRO! CADÊ ELE!"... Hehehe, já ria pensando na cena.

Franco chega ao lugar num pique curto de corrida e, olhando o lugar já limpo, se decepciona. Ele passa um momento pensando como Dover se dedicou rapidamente a limpar a besteira feita ali, mas pelo que falou com seu contato na polícia, buscar os atiradores atropeladores bigodinhos da manhã estavam em segundo plano quando tinham um ex-presidiário salvador da pátria em vídeo. "Cu cagado", pensou colocando as mãos na cintura e encarando o chão limpo.

Ainda gostaria de rolar por um Tracking.

Virou rosto para entrada do prédio, não deu bola, mas depois o instinto pegou e prestou atenção nos triplos indivíduos que ficavam ali na frente. Se Joe sabia o que falava - e isso é um baita Se - estão ali os rapazes que fizeram Franco em Édipo sem comer a própria mãe. Pensando assim, ele rezava que nunca comeu a própria mãe, se ela for Uratha... Se ela for, ele ia sentir o cheiro, né? Devaneou nesses pensamentos inúteis enquanto ficava parcialmente encarando os homens na frente de sua casa. Para bem ou para mal, começou a aumentar o número de pessoas na rua. "Claro né, dois mortos numa rua é turismo para quem não tem mais o que fazer". Ainda bem que havia o Chapéu de Orco ali para servir merda em hot-dogs, ou prensada para galera da região.

Porra, perfeito.

Com melhor postura "indiferente" e meio curvada, Franco aproveitava a movimentação para tentar ir para dentro da lancheria. Fazia o melhor para ir discretamente - não queria um confronto com três homens agora, independente do quão bem sairia nisso - e chegar no balcão com um sorriso e - E aí galera, viu que merda aconteceu?

Merda, talvez não fosse a melhor opção. Ele foi gravado e ali com certeza teria gente para falar disso. Mas vai ter que arriscar... Se chegasse ali, iria direto ao balcão, sem virar o rosto à ninguém. Começa um "oi tudo bem? Movimento né?" para finalmente engrenar no "Levaram o cara né? Que hospital mesmo? Puta merda tomara que saia bem com isso. Dover tá perigosa, não era assim, tá errado isso ai."

Tinha que ser rápido, não quer problema. Não agora. Já foi demorado uma bala do corpo, imagina três.

- Pff... Quer confiar em vídeo de segunda com o tio aqui? Pegou de raspão num vinho que eu tinha dentro da roupa e espirrou por tudo. Me cortou um pouco daquela bosta do vidro, mas tô bem vivaço. - sem pensar duas vezes bebeu o drink.

- Porra... Pois é né caralho. Esses putos saíram correndo para mundo a fora, com duas pessoas fodidas e o letreiro do Irvine aqui baleado?! Que caralho de Dover é essa que tu tem medo de sair de dia e sair pipocado mano? Me mostra isso ai. - foi até o rapaz do celular - Tem a placa desse puto? Um merda dessas andando armado por ai fodendo cidadães queridos de Dover? Aquele cara ali não é um britânico de verdade. Não mesmo não senhor. Deus como minha testemunha: temo que dar um jeito nesses mau elementos na nossa cidade.

Franco negava com a cabeça enquanto cuspia suas palavras, estava querendo chegar logo na portinha de ser racista, mas voltar - Cadê a placa desse puto? Viram o hospital que levaram nossos irmãos de vizinhança? Quem vai cuidar deles? Quem vai arrumar o letreiro?! A gente tem que ajudar nossos irmãos porra. Não é? Não é?!

Quando notou por si, Franco estava quase gritando, então encolheu a presença um pouco e voltou a palavra mais baixa ao dono - Olha... Não querendo parecer... sabe como é... Mas aqueles três rapazes ali na frente do apê não parecem... da vizinhança, não é? Sabe quem são?

"Porra, 'cês tão fudendo comigo"

Se o mundo tecnológico tinha que fazer algo a respeito é providenciar informações que preste. Porra! A vontade do Franco era pegar um daqueles celulares e jogar pela janela. Já não bastava o dele que ficava trancando demais - talvez pela pornografia, mas absolutamente nunca admitiria isso - o restante nunca presta para quando ele precisasse. Adesivo de tubarão? Ok. Algo. Mas irrelevante quando no grande caça do lobo Franco o espírito ainda está andando. Ao menos um nome, Rud.

Pô mermão... É sério? Tô vendo letreiro com um dedi-... Eu pago. Quem sabe, que tal, eu faço. Tapo aquele buraco com, que 'cê diz? Manda o nome desses brothers ali que já resolvo. Verdade... Faço um novo. Com desenho bonitão. Uma cobra enrolada num chapéu cuspindo whiskey dos bons que nem o seu aqui. Que acha? Diz pro tio quem são os amiguinhos.

Na verdade, mesmo sendo um prisoneiro exemplar (não), os trabalhos manuais do Franco eram tão bons quanto de uma prostituta maneta. Vai enrolar primeiro.