Parte I: Linnevin e sua sede de poder.
Linnevin era uma bruxa. Não de histórias de fadas. Uma bruxa de verdade. Sempre houve dúvidas quem era seu senhor. Mas nunca duvidou-se de que era poderoso e cumpria o que prometia, em troca do que era solicitado. Linnevin sofreu tantas alterações, que alguns acreditavam que nem humana ela era mais.
Linnevin Tinha uma irmã Liana.
Quando jovens, tinham apena um ano de diferença, Liana era a boazinha, a que fazia o que a irmã pedia, e pegava todas as obrigações da casa para si. Deixando assim Linnevin livre pra brincar, mesmo que liana nem sempre conseguisse ver os amigos da irmã. E dos que via, mesmo que às vezes não gostava muito. Mas sua irmã sempre a protegia. Sempre tomava a frente quando um perigo aparecia. E eram muitos. Um carcaju raivoso quase mordeu Liana. Mas os poderes que Linnevin já demonstrava, mesmo cedo, conseguiram encaminhar o animal para dentro de uma armadilha e liana nunca perguntou a irmã que fim levara o bicho. E foram crescendo. Liana cuidava da casa e ia a igreja com a mãe. Linnevin brincava e brincava, sempre arrumando uma desculpa para não ir ao templo. E assim iam crescendo.
Para a família Linnevin era a rebelde.
Para com seus amigos imaginários Linnevin não questionava, fazia.
De início foram animais especiais. O carcaju por exemplo, atacou a irmã a mando dela. Isto pois os animais Deveriam ser sacrificados de uma forma tal, apenas após terem passado a confiar e gostar dela. Alguma coisa dos animais ficava com ela. Um sentido mais aguçado. Uma melhor capacidade de equilíbrio. Poder ver na penumbra, na escuridão, ver sem precisar de olhos. O processo era demorado, mas valia a pena.
Cresceram , Liana passou a, cada vez mais, frequentar o templo de Apollo e logo já tinha sonhos de ser sacerdotisa, cleriga de Apollo.
Linnevin cada dia se tornava mais uma outra pessoa. Mas ainda com a proximidade com a irmã atenuando seus piores traços.
Chegaram a se aventurar e por anos e anos a fio, mais de 30, sempre que podiam saíam em aventuras, a cada aventura Linnevin alcançava mais um animal diferente e exótico. A irmã nunca questionou, mas com o treinamento de clériga avançado começou a entender a fundo os amigos de Linnevin. Apesar do animal sempre ficar com Linnecin por mais que os animais sempre ficassem um bom tempo com Linnevin e parecerem gostar dela quando mais estavam perto de sua irmã mais dependentes dela. Eles sumiram ou morriam de alguma doença. Até que se confirmou para Liana, depois de conseguirem um gato élfico para a irmã, não era um gato élfico qualquer, era um gato élfico pelo curto das florestas dos altos elfos, que odiaram que um de seus gatos fossem retirados de lá. Liana percebeu que a irmã passou a apresentar os olhos fendidos iguais aos do gato.
Pela primeira vez as irmãs brigaram.
E foi uma briga feia. Já tinham mais de 30 anos. Liana acusava Linnevin de usá-la para fins nefastos e Linnevin dizia que era uma cega que só via o que queria, que o mundo é daqueles que estão dispostos a tomar o poder para si. Não se falaram mais por muitos e muitos anos.
Um dia Linnevin quis ter juventude de volta, mas isso era mais difícil, exigiria mais que tirar uma vida, exigia criar uma vida, e não poderia criar em outra pessoa, ou usar uma vida que outra pessoa havia criado, tinha que ser a dela mesma. Mas ela não queria viver pouco, ela queria, também, longevidade