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Samantha Doiley
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Re: Samantha Doiley
Sorry postar duas vezes e.e Link da roupinha dela acho que bugou
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Re: Samantha Doiley
Nenhum sinal de chuva. Nada mesmo. Mas os dois animais selvagens corriam livremente e ninguém nem olhava para ver se não tinham devorado as crianças. Agiam como se fossem labradores fofinhos. Não que os lobos se comportassem assim. Eles corriam e até derrubavam as crianças as vezes. Disputavam um com o outro, mas não pareciam incomodados com ninguém ali. Exceto talvez Sam. Eles ficavam longe dela. Longe e vigiando até sumirem de vista.
O cheiro de café era impossível de ignorar. Assim como o de frituras. Um cara alto de costas largas e cabelo preto bagunçado estava na frente de um fogão que parecia a lenha, mas não era. Eles vestia uma calça de moletom e um avental de couro. O cheiro de fritura vinha de lá. Ao seu lado um cutelo subia e descia na mão de um homem mais baixo e bem vestido demais para estar ali. Terno. Todas as três peças. A peça de metal afiada cortava a carne vermelha e sangrenta sem nenhum esforço. Cascas de ovo se amontoavam no balcão de pedra grande demais. Duas mesas de madeira flanqueavam eles.
Em uma delas uma mulher mais velha de cabelo curto bebia café de uma caneca grande. Ela estava vestida para a ocasião. Uma camiseta surrada e uma calça jeans velha. Ela faz um movimento de cabeça para reconhecer a presença de Sam. Ao lado da mulher um rapaz magro de touca e camisa cor de envelope com um celular na mão. Ele olha para Sam um instante. Só o suficiente para sorrir e piscar. Logo depois ele volta os olhos escuros para o celular.
Na outra mesa uma mulher com olhos perturbadoramente penetrantes sorri para Sam. Ela é bonita e se veste com coisas demais. Acessórios demais. Peças de roupas demais. Estranho e de alguma forma, provavelmente muito trabalhosa, tudo combinava. Uma adolescente oriental ao lado dela. Vestido florido. Um dicionario na mão. Ela não percebe nada a sua volta.
Andando entre as duas dois garotos. Dez anos? Algo assim. Impossível saber de verdade. Um de cabelos pretos e olhos azuis familiares. Outro com cabelos muito loiros e os mesmos olhos. Os pelo menos parecem estar com sono enquanto levam coisas para as mesas. Pratos vazios. Copos. Uma jarra de suco vermelho. Um prato cheio de panquecas. Uma jarra de leite. Uma tigela com iscas de carne. Nenhum café. Mais coisas. Mais coisas.
Amy aparece com roupa de corrida e descalça, completamente encharcada. Tatuagens esquisitas espalhadas pelo corpo e uma boa dose de cicatrizes que até parecem desenhos. Ao lado dela uma mulher alta também descalça e molhada numa roupa de corrida. Essa era bonita demais para estar ali. Era bonita demais para essa hora da manhã. Era bonita demais. Ponto. As duas tinham um toque de vermelho no rosto da corrida. Elas contribuem para o barulho das conversas assim como os homens no fogão e os meninos levando coisas para as mesas.
"Cê quer uma dessas." Um cara que veio de lugar nenhum deixa uma caneca com café na mão de Sam. Ela conhecia ele. Já tinha visto antes em algum lugar. Televisão? Uma garotinha loira de óculos vinha atrás dele. Um caderno na mão. Os dois conversando sobre matemática. A menina parecia o outro garoto loiro. Gente demais. "Senta aqui." Ele disse com a voz de gangster. Pescoço tatuado. Ele se senta na mesa com o magrelo. A menina se senta logo a frente. "Bran. Essa aqui é Ilona. Vai dizer oi não?" Ela parece te ver pela primeira vez e fica confusa. Depois olha para o rapaz magro e então de volta para você radiante. "Oi Oi! Sabe equações?" Ela abre o caderno e aponta uma pagina.
Amy e a mulher loira vão até o fogão e as duas criancinhas colam na mãe. Os lobos correndo logo atrás para um pouco antes vigiando Sam. São o único ponto de desconfiança ou desconforto. O único ponto que faz algum sentido. Um dos meninos passa do lado dela com mel e calda de chocolate para panquecas. Ele deixa o chocolate perto de Sam e o mel perto da menina.
O cheiro de café era impossível de ignorar. Assim como o de frituras. Um cara alto de costas largas e cabelo preto bagunçado estava na frente de um fogão que parecia a lenha, mas não era. Eles vestia uma calça de moletom e um avental de couro. O cheiro de fritura vinha de lá. Ao seu lado um cutelo subia e descia na mão de um homem mais baixo e bem vestido demais para estar ali. Terno. Todas as três peças. A peça de metal afiada cortava a carne vermelha e sangrenta sem nenhum esforço. Cascas de ovo se amontoavam no balcão de pedra grande demais. Duas mesas de madeira flanqueavam eles.
Em uma delas uma mulher mais velha de cabelo curto bebia café de uma caneca grande. Ela estava vestida para a ocasião. Uma camiseta surrada e uma calça jeans velha. Ela faz um movimento de cabeça para reconhecer a presença de Sam. Ao lado da mulher um rapaz magro de touca e camisa cor de envelope com um celular na mão. Ele olha para Sam um instante. Só o suficiente para sorrir e piscar. Logo depois ele volta os olhos escuros para o celular.
Na outra mesa uma mulher com olhos perturbadoramente penetrantes sorri para Sam. Ela é bonita e se veste com coisas demais. Acessórios demais. Peças de roupas demais. Estranho e de alguma forma, provavelmente muito trabalhosa, tudo combinava. Uma adolescente oriental ao lado dela. Vestido florido. Um dicionario na mão. Ela não percebe nada a sua volta.
Andando entre as duas dois garotos. Dez anos? Algo assim. Impossível saber de verdade. Um de cabelos pretos e olhos azuis familiares. Outro com cabelos muito loiros e os mesmos olhos. Os pelo menos parecem estar com sono enquanto levam coisas para as mesas. Pratos vazios. Copos. Uma jarra de suco vermelho. Um prato cheio de panquecas. Uma jarra de leite. Uma tigela com iscas de carne. Nenhum café. Mais coisas. Mais coisas.
Amy aparece com roupa de corrida e descalça, completamente encharcada. Tatuagens esquisitas espalhadas pelo corpo e uma boa dose de cicatrizes que até parecem desenhos. Ao lado dela uma mulher alta também descalça e molhada numa roupa de corrida. Essa era bonita demais para estar ali. Era bonita demais para essa hora da manhã. Era bonita demais. Ponto. As duas tinham um toque de vermelho no rosto da corrida. Elas contribuem para o barulho das conversas assim como os homens no fogão e os meninos levando coisas para as mesas.
"Cê quer uma dessas." Um cara que veio de lugar nenhum deixa uma caneca com café na mão de Sam. Ela conhecia ele. Já tinha visto antes em algum lugar. Televisão? Uma garotinha loira de óculos vinha atrás dele. Um caderno na mão. Os dois conversando sobre matemática. A menina parecia o outro garoto loiro. Gente demais. "Senta aqui." Ele disse com a voz de gangster. Pescoço tatuado. Ele se senta na mesa com o magrelo. A menina se senta logo a frente. "Bran. Essa aqui é Ilona. Vai dizer oi não?" Ela parece te ver pela primeira vez e fica confusa. Depois olha para o rapaz magro e então de volta para você radiante. "Oi Oi! Sabe equações?" Ela abre o caderno e aponta uma pagina.
Amy e a mulher loira vão até o fogão e as duas criancinhas colam na mãe. Os lobos correndo logo atrás para um pouco antes vigiando Sam. São o único ponto de desconfiança ou desconforto. O único ponto que faz algum sentido. Um dos meninos passa do lado dela com mel e calda de chocolate para panquecas. Ele deixa o chocolate perto de Sam e o mel perto da menina.
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Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº24
Re: Samantha Doiley
No começo a garota fica muito confortável com a atenção, especialmente quando Sam fala do próprio trabalho, mas em algum momento isso muda. "Você tá mentindo. Pra me deixar feliz. " O senho franzido e incerteza escrita em todas as linhas do rosto. Mesmo assim ela consegue falar com uma voz inalterada. "Não jogue poker. Você vai perder." As palavras dela quase sussurros. "As contas que você falou são mais difíceis que as minhas. Se não, você não sabe explicar não." Então ela ri. Pega o mel e quase abraça o pote. Então olha para Sam tentando dividir o entusiasmo pelo liquido âmbar. "Eu amo mel! Bichinhos também. Biólogas podem comer mel? Cê não tem cara de mel."
Ele levanta os punhos fazendo uma guarda como a que lutadores fazem para se mostrar antes das lutas. "Eu sou aquele perdedor que foi pego nos exames um monte de vezes. No fim da carreira tava tão toxico que ninguém queria nem me cutucar com uma vara de dez metros." Ele sorri e mostra uma medalha sem graça. Narcóticos anônimos. Quatro anos. "Devia ter estudado mais." Ela diz sem hesitar. Ele ri alto e aponta, enquanto olha em volta para ver se mais alguém percebeu. A mulher de camiseta branca tá limpando café do rosto risonho. O magrelo sorri, mas só por um instante. As outras pessoas estão longe demais. "Vou estudar mais na próxima. Pode crer. " Ela balança a cabeça satisfeita. Imune a compreensão.
Uma mão puxa e fecha o caderno. Amy. Outra mão coloca um prato com meia maça, uma panqueca enrolada e um punhado de mirtilos. Um beijo na cabeça da menina. Ela nem olha. A mulher mais alta se senta do outro lado da mesa. De frente para Sam. Um prato cheio de cortes de carne e uma maçã na boca. Ela parece um bicho faminto. Mesmo assim também é a mulher mais bonita da região. Os cabelos dourados secando sem ajuda e ficando bagunçados. Até eles ajudam na aparência dela. Ela também tinha tatuagens. Coisas esquisitas como as de Amy e não algo feito para ressaltar a beleza da mulher. "Asia. Desculpa falar de boca cheia." "Não pode." Ela reclama enquanto mastiga. "A carne tá boa. Se fosse você eu pegava logo um pedaço." Ela joga um corte na boca e para de falar.
A voz esquisita dos garotos reclama quando Amy puxa os dois de perto do fogão para a outra mesa. Um alivio. Podiam ter sido colocados do lado dela. Mas olhar nessa direção fez Sam ver os lobos de novo. Agora o cara de terno estava com a cara bem perto deles. Abaixado. Olhando nos olhos. Mãos no chão. Os dois se aproximam sem desafio. Cheirando o rosto do homem. O cara de avental trás uma travessa com mirtilos para cada mesa e então deixa o avental de lado. Mas esse infelizmente se senta na outra mesa também. Imediatamente se houve vozes falando espanhol. "Ele tá te convencendo a parar?" Ela diz olhando a medalha que ainda está na mesa. Os olhos bonitos fixos em Sam. A boca ainda mastigando. Mastigando sem parar.
Sam escreveu: De onde eu te conheço?
Ele levanta os punhos fazendo uma guarda como a que lutadores fazem para se mostrar antes das lutas. "Eu sou aquele perdedor que foi pego nos exames um monte de vezes. No fim da carreira tava tão toxico que ninguém queria nem me cutucar com uma vara de dez metros." Ele sorri e mostra uma medalha sem graça. Narcóticos anônimos. Quatro anos. "Devia ter estudado mais." Ela diz sem hesitar. Ele ri alto e aponta, enquanto olha em volta para ver se mais alguém percebeu. A mulher de camiseta branca tá limpando café do rosto risonho. O magrelo sorri, mas só por um instante. As outras pessoas estão longe demais. "Vou estudar mais na próxima. Pode crer. " Ela balança a cabeça satisfeita. Imune a compreensão.
Uma mão puxa e fecha o caderno. Amy. Outra mão coloca um prato com meia maça, uma panqueca enrolada e um punhado de mirtilos. Um beijo na cabeça da menina. Ela nem olha. A mulher mais alta se senta do outro lado da mesa. De frente para Sam. Um prato cheio de cortes de carne e uma maçã na boca. Ela parece um bicho faminto. Mesmo assim também é a mulher mais bonita da região. Os cabelos dourados secando sem ajuda e ficando bagunçados. Até eles ajudam na aparência dela. Ela também tinha tatuagens. Coisas esquisitas como as de Amy e não algo feito para ressaltar a beleza da mulher. "Asia. Desculpa falar de boca cheia." "Não pode." Ela reclama enquanto mastiga. "A carne tá boa. Se fosse você eu pegava logo um pedaço." Ela joga um corte na boca e para de falar.
A voz esquisita dos garotos reclama quando Amy puxa os dois de perto do fogão para a outra mesa. Um alivio. Podiam ter sido colocados do lado dela. Mas olhar nessa direção fez Sam ver os lobos de novo. Agora o cara de terno estava com a cara bem perto deles. Abaixado. Olhando nos olhos. Mãos no chão. Os dois se aproximam sem desafio. Cheirando o rosto do homem. O cara de avental trás uma travessa com mirtilos para cada mesa e então deixa o avental de lado. Mas esse infelizmente se senta na outra mesa também. Imediatamente se houve vozes falando espanhol. "Ele tá te convencendo a parar?" Ela diz olhando a medalha que ainda está na mesa. Os olhos bonitos fixos em Sam. A boca ainda mastigando. Mastigando sem parar.
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- Mensagem nº25
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº26
Re: Samantha Doiley
A menina engole a explicação junto com a comida. Ela vê que não tem um prato com comida para Sam e oferece um pedaço da panqueca espetado em um garfo. Mas então Sam fala da mãe. "Eu não tenho mãe. Só pai. Tenho uma avó também." Ela aponta para o magrelo e a mulher ao seu lado. Os dois educadamente fingem que nem ouviram. Ou talvez só não estejam dispostos a resgatar a moça estranha na mesa. A menina percebe a reação de Sam e sorri. "Não fica assim. Eu nunca tive mãe então eu ligo." Ela realmente parecia não ligar do jeito que só uma criança poderia.
--
Bran finge um soco no ar quando Sam fala do que lembra da sua carreira.
"Louco né." A voz rouca de Bran não dá muita bola.
"Coisas? Ele sempre prega a vida limpa quando tem a chance." Então Sam fala sobre os lobos. "Meu deus! São lobos!" Ela ri. "Relaxa, esses aí são bem obedientes. Bem calmos. Cresceram com os bebes. São quase gente." Claro que Asia não sabia o quanto o que ela falava fazia pouco sentido. Ela claramente não era uma profissional. Mas as pessoas ainda não tinham terminado de se empilhar. Logo chegam Jay, que Sam tinha visto na noite anterior, e uma outra mulher loira. Jovem. Cara de universitária meio hipster. Eles cumprimentam um a um. Até chegar em Sam. "Samantha, né? Eu sou Jay e essa é Olena." Mas Jay logo se afasta. Sua atenção tomada pela comida. Olena faz um carinho em Ilona e se senta do outro lado. "É louco de manhã. Mas depois melhora. Quando vai todo mundo embora." Ela sorri compreensiva.
"Não liga pros lobos." Diz Amy. Alto para ser ouvida. Em cada mão ela tem uma pessoa. O homem que estava no fogão na mão esquerda. Um asiático de olhos grandes e azuis na outra. "Esse é o James e esse é o Jun e essa gótica aqui é a Samantha que eu falei. Se ela precisar ficar uns dias na casa do Klaus eu quero que vocês ajudem ela no que ela precisar e ela nem vai pedir. Vai ter vergonha." Ela pisca. Eles dois parecem ligeiramente constrangidos. "Desculpa ela Samantha. Se precisar pode chamar." James abraça Amy com um braço e acena como cumprimento para sam. "Essa nanica se preocupa demais." Ele dá um beijo no alto da cabeça dela. "Ela tá assustada Amy. Quer ajuda pra fugir daqui?" Jun diz com um sorriso travesso no rosto e recebe um beliscão da irmã. "Aí! Tá bom. Bom dia Samantha." e então ele se dobra em um cumprimento tradicional.
Sam procura os lobos instintivamente. Eles estão andando para um dos portões com o homem de terno.
--
Bran finge um soco no ar quando Sam fala do que lembra da sua carreira.
Sam escreveu:Que porra tá acontecendo ali?
"Louco né." A voz rouca de Bran não dá muita bola.
Sam escreveu:Parar? Parar o que?
"Coisas? Ele sempre prega a vida limpa quando tem a chance." Então Sam fala sobre os lobos. "Meu deus! São lobos!" Ela ri. "Relaxa, esses aí são bem obedientes. Bem calmos. Cresceram com os bebes. São quase gente." Claro que Asia não sabia o quanto o que ela falava fazia pouco sentido. Ela claramente não era uma profissional. Mas as pessoas ainda não tinham terminado de se empilhar. Logo chegam Jay, que Sam tinha visto na noite anterior, e uma outra mulher loira. Jovem. Cara de universitária meio hipster. Eles cumprimentam um a um. Até chegar em Sam. "Samantha, né? Eu sou Jay e essa é Olena." Mas Jay logo se afasta. Sua atenção tomada pela comida. Olena faz um carinho em Ilona e se senta do outro lado. "É louco de manhã. Mas depois melhora. Quando vai todo mundo embora." Ela sorri compreensiva.
"Não liga pros lobos." Diz Amy. Alto para ser ouvida. Em cada mão ela tem uma pessoa. O homem que estava no fogão na mão esquerda. Um asiático de olhos grandes e azuis na outra. "Esse é o James e esse é o Jun e essa gótica aqui é a Samantha que eu falei. Se ela precisar ficar uns dias na casa do Klaus eu quero que vocês ajudem ela no que ela precisar e ela nem vai pedir. Vai ter vergonha." Ela pisca. Eles dois parecem ligeiramente constrangidos. "Desculpa ela Samantha. Se precisar pode chamar." James abraça Amy com um braço e acena como cumprimento para sam. "Essa nanica se preocupa demais." Ele dá um beijo no alto da cabeça dela. "Ela tá assustada Amy. Quer ajuda pra fugir daqui?" Jun diz com um sorriso travesso no rosto e recebe um beliscão da irmã. "Aí! Tá bom. Bom dia Samantha." e então ele se dobra em um cumprimento tradicional.
Sam procura os lobos instintivamente. Eles estão andando para um dos portões com o homem de terno.
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Re: Samantha Doiley
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Re: Samantha Doiley
Ilona dá de ombros sobre a recusa de Sam. O rosto diz que ela não entende a tolice da mulher. O pedido de desculpas de Sam é bem recebido por um sorriso rápido sem nenhum fingimento. Logo a boquinha se enche de comida e ela esquece Sam.
Asia acha graça da reação da gravida aos lobos. "Não são tão diferentes assim de cães, só um pouco mais de cortisol." O rosto dela não mostra nenhuma preocupação.
Finalmente ela começa a andar se afastando. Ela ouve risadas e sente o rosto corar contra vontade. Os dons de pratos e talheres. O aglomerado de vozes onde não se entendem as palavras ficando para trás a cada passo. Talvez sem isso ela tivesse percebido mais cedo. Talvez tivesse ajustado o rumo. Não. Não dessa vez.
Ela se vira para encarar o portão que estava tentando alcançar. O muro alto entre as casas. Plantas penduradas. As vozes tão distantes que são somente um ruido pequeno. O homem de terno não está em lugar nenhum.
Sangue. Uma trilha de gotas no chão. Engordando até serem manchas. Os dentes sujos de vermelho se viram em um rosnado. A carcassa de um porco selvagem esquecida. Aberta. Devassada pelos lobos. Semi devorada.
Agora os olhos selvagens e atentos se viram para ela. Os pelos arrepiados. Os dentes a mostra. Um deles com o corpo baixo, pronto para avançar. O outro se fazendo maior andando para perto.
Asia acha graça da reação da gravida aos lobos. "Não são tão diferentes assim de cães, só um pouco mais de cortisol." O rosto dela não mostra nenhuma preocupação.
Finalmente ela começa a andar se afastando. Ela ouve risadas e sente o rosto corar contra vontade. Os dons de pratos e talheres. O aglomerado de vozes onde não se entendem as palavras ficando para trás a cada passo. Talvez sem isso ela tivesse percebido mais cedo. Talvez tivesse ajustado o rumo. Não. Não dessa vez.
Ela se vira para encarar o portão que estava tentando alcançar. O muro alto entre as casas. Plantas penduradas. As vozes tão distantes que são somente um ruido pequeno. O homem de terno não está em lugar nenhum.
Sangue. Uma trilha de gotas no chão. Engordando até serem manchas. Os dentes sujos de vermelho se viram em um rosnado. A carcassa de um porco selvagem esquecida. Aberta. Devassada pelos lobos. Semi devorada.
Agora os olhos selvagens e atentos se viram para ela. Os pelos arrepiados. Os dentes a mostra. Um deles com o corpo baixo, pronto para avançar. O outro se fazendo maior andando para perto.
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- Mensagem nº29
Re: Samantha Doiley
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Re: Samantha Doiley
Quando o nome de Asia escapa dos lábios eles reagem. Um passa atrás. Dois para frente. Para os lados. Se dividindo. O rosnado no fundo da garganta. As patas fazem barulho raspando o chão. Os dentes aparecendo brancos na gengiva escura. Olhos atentos. Sangue com baba escorrendo. Eles não respondiam do jeito que deveriam. Se colocavam entre ela e o portão. Mas não atacavam mesmo com a oportunidade. Talvez não estivessem com fome?
Pelo menos eles estavam cercando ela. Isso era normal. Mas eles pareciam sem medo e sem qualquer piedade também. Como que movidos por alguma intenção. Mais perto. Mais perto. Um rosnado chama os olhos de Sam para um deles e o outro pula para perto. A atenção dela muda de alvo o outro se aproxima com garras raspando o chão. Perto demais. Perto o bastante para alcançar ela.
"凍傷 影を殺す" Os dois param onde estão e olham Samanta como se ela tivesse acabado de aparecer. "Pode ir, eles não vão fazer nada." O irmão com traços asiaticos anda devagar até ela. "Sebastian sempre alimenta eles longe da gente. Nem todo mundo gosta de ver eles comendo. Mas parece que você gosta." Ele não toca nela e nem faz qualquer mensão de se aproximar mais. Olha do portão para Sam. "Essa saida dá na floricultura do Sebastian. Ele vai estranhar, mas não faz perguntas. Pode ir, juro. Eles não sabiam que você podia sair, agora sabem. Não é?" Mas os lobos já estão ignorandoos dois e voltaram a mastigar a carcaça. Ele parece satisfeito como se eles tivessem respondido um sonoro "Sim".
Pelo menos eles estavam cercando ela. Isso era normal. Mas eles pareciam sem medo e sem qualquer piedade também. Como que movidos por alguma intenção. Mais perto. Mais perto. Um rosnado chama os olhos de Sam para um deles e o outro pula para perto. A atenção dela muda de alvo o outro se aproxima com garras raspando o chão. Perto demais. Perto o bastante para alcançar ela.
"凍傷 影を殺す" Os dois param onde estão e olham Samanta como se ela tivesse acabado de aparecer. "Pode ir, eles não vão fazer nada." O irmão com traços asiaticos anda devagar até ela. "Sebastian sempre alimenta eles longe da gente. Nem todo mundo gosta de ver eles comendo. Mas parece que você gosta." Ele não toca nela e nem faz qualquer mensão de se aproximar mais. Olha do portão para Sam. "Essa saida dá na floricultura do Sebastian. Ele vai estranhar, mas não faz perguntas. Pode ir, juro. Eles não sabiam que você podia sair, agora sabem. Não é?" Mas os lobos já estão ignorandoos dois e voltaram a mastigar a carcaça. Ele parece satisfeito como se eles tivessem respondido um sonoro "Sim".
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- Mensagem nº31
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº32
Re: Samantha Doiley
"Não é o caminho normal para os meus clientes. Você também não parece um dos meus clientes. Acho que está procurando a saida, não é Samantha?" A voz tinha um dose cavalar de humor britanico. Não tinha ouvido ela antes. Era de um ele. A voz. Masculina. Calma. Imóvel.
Ele estava lá parado como se não tivessem invadido a loja dele pelos fundos. Um livro na mão. Sentado em um banco alto meio escondido por orquídeas, uma xícara vazia do seu lado em cima de Uma mesa redonda minúscula. Ele desvia os olhos do livro com relutância. "Tem uma cadeira atrás do caixa e a porta lá da frente tá aberta. Mas Anne ainda não chegou. No seu lugar eu esperaria sentado." Ele pousa o livro na mesinha e tirar um bule de água de um pequeno fogao por indução que parece só mais um balcão inocente. Enche uma garrafa com uma divisória de madeira. As folhas no fundo tentam subir para a superficie, mas ficam presas na madeira. Ele tira Uma xícara de um gancho e coloca ao lado da dele. Um par. São idênticas. "Me aconpanha? É hibisco e baunilha." A água da garrafa cheia de veios vermelhos como fumaça. Uma fumaça muito lenta.
O som dos lobos comendo é alto o bastante para ela ouvir dali. Será que ele tinha ouvido ela falar com os lobos?
----
Quase um minutos inteiro depois da resposta de Sam o telefone da um sinal de vida. Anne. "To chegando, Juan não tá por aqui. Não consegui falar com ele." A mensagem não dizia mais nada. Exceto por um emoji de sorriso, um de relogio e outro de coração.
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A floricultura era apertada. Não era atulhada, mas definitivamente usava cada espaço disponivel. Era opressivo. Se você não for do tipo de gente que gosta de plantas. Os aromas uns por cima dos outros. Um estande grande de sementes. A entrada toda de vidro como uma estufa. Mesinhas do lado de fora com pequenos arranjos. Cada superficie que não era madeira era pedra ou video. Sem plástico em lugar nenhum. Tudo meticulosamente organizado. As sementes por cores. As orquídeas por tamanho. Os chás em ordem alfabetica. Todos em saquinhos de tecido ou simplesmente pendurados em ramos.
Ele estava lá parado como se não tivessem invadido a loja dele pelos fundos. Um livro na mão. Sentado em um banco alto meio escondido por orquídeas, uma xícara vazia do seu lado em cima de Uma mesa redonda minúscula. Ele desvia os olhos do livro com relutância. "Tem uma cadeira atrás do caixa e a porta lá da frente tá aberta. Mas Anne ainda não chegou. No seu lugar eu esperaria sentado." Ele pousa o livro na mesinha e tirar um bule de água de um pequeno fogao por indução que parece só mais um balcão inocente. Enche uma garrafa com uma divisória de madeira. As folhas no fundo tentam subir para a superficie, mas ficam presas na madeira. Ele tira Uma xícara de um gancho e coloca ao lado da dele. Um par. São idênticas. "Me aconpanha? É hibisco e baunilha." A água da garrafa cheia de veios vermelhos como fumaça. Uma fumaça muito lenta.
O som dos lobos comendo é alto o bastante para ela ouvir dali. Será que ele tinha ouvido ela falar com os lobos?
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Quase um minutos inteiro depois da resposta de Sam o telefone da um sinal de vida. Anne. "To chegando, Juan não tá por aqui. Não consegui falar com ele." A mensagem não dizia mais nada. Exceto por um emoji de sorriso, um de relogio e outro de coração.
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A floricultura era apertada. Não era atulhada, mas definitivamente usava cada espaço disponivel. Era opressivo. Se você não for do tipo de gente que gosta de plantas. Os aromas uns por cima dos outros. Um estande grande de sementes. A entrada toda de vidro como uma estufa. Mesinhas do lado de fora com pequenos arranjos. Cada superficie que não era madeira era pedra ou video. Sem plástico em lugar nenhum. Tudo meticulosamente organizado. As sementes por cores. As orquídeas por tamanho. Os chás em ordem alfabetica. Todos em saquinhos de tecido ou simplesmente pendurados em ramos.
- Bastet
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- Mensagem nº33
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº34
Re: Samantha Doiley
"Bom … sim eu mesmo os preparo, na verdade eu mesmo cultivo as ervas e raízes necessárias para um bom chá..." Ele passa a mão atrás da cabeça segurando uns instantes a própria nuca. Quase envergonhado. "...quase uma tradição de família , meu pai é um biólogo e herbalista. Britânico também, o que faz do chá algo bem importante..." Ele sorri quase sem graça, mas tentando manter uma aparência desapegada."Pode ver de perto os saquinhos, tenho orgulho de fazer cada um, se notar tem uma costura neles, eu mesmo as faço a mão. É uma terapia... a maioria faz a máquina mas isso é um absurdo deixa uma trabalho preguiçoso e a linha sempre sobra para os lados" Ele coça nervosamente a cabeça como se precisasse dar lugar uma irritação profunda.
É o dizem por aí não é? Como se saquinhos de chá fosse o assunto da cidade. Sam sabia bem que não era. Um barulho alto do lado de fora chama a atenção dos dois. Sam queria que fosse uma moto. Mas era uma britadeira ou algo assim. "Não é assim sempre. O barulho." Ele indica com a cabeça servindo o chá. As mãos que um segundo atrás eram erráticas, já estavam plenamente controladas. "As casas por aqui são muito boas, dificilmente tem obras, a cidade é muito boa, vizinhos bons e bem pouco curio… Barulhentos... quero dizer barulhentos, definitivamente não vai ouvir uma bateria as 3 da manhã." Com a voz baixa, para si mesmo. “até mesmo porque eu quebraria os dedos da alma perturbada.” Quase como saindo do seu mundo e notando novamente a visita. Quer dizer não literalmente, eu chamaria a policia pra esse perturbado, mas ao chá, é bom, muito bom mesmo, eu mesmo fiz sim… Cada um..." Um toque de orgulho na voz.
Quase não dá para ouvir o sininho na porta por causa da britadeira. Mas deu para ouvir e lá está Anne. Um capacete em cada mão e um sorriso enorme. Sebastian imediatamente sorri para ela, pega uma caixinha de metal de biscoitos amanteigados e joga para a recém chegada. "Para Aponi." Anne enfia a mão por um dos capacetes para pegar a caixinha. Ela pisca e guarda em um bolso. "Ai mamãe, vamo?" Ela oferece um dos capacetes...
----
Mais tarde, depois de finalmente escaparem da floricultura elas vão se enfiar entre os prédios espelhados do Corona. Carros caros. Restaurantes caros. Roupas caras. Lojas caras. Um porra de um jardim em volta do maldito prédio no metro quadrado mais caro da ilha. Eram árvores ali. Arbustos podados. Até uma maldita estufa de vidro maior que o bar... Maior que uma casa... "Chegamos." Era mesmo o lugar. Sem erro. O prédio lá no meio do verde tinha um estilo retro. Não exatamente vitoriano, mas o que se passou em Dover na época. Isso contrastava de uma forma muito estranha com tudo em volta. Isso e a torre lisa e negra no fundo. Parecia feita de obsidiana como em um filme b de fantasia. Mas era vidro. O que mais séria? Pedras?
"Sei que se tá nervosa e Juan devia tá aqui, mas a gente consegue se virar. Homem não presta pra nada desse tipo." A voz dela soa estranha dentro do capacete. Mas um aceno e o vigia do portão deixa vocês duas passarem. Um segurança negro e gordinho com uma cara simpática. Mais um pouco e as duas descem da moto na frente do lugar. O cheiro era meio cheio demais para um lugar no meio do concreto. Mas era bom. Terra molhada. Flores e folhas pegando o começo da primavera. Na recepção já esperavam pelas duas. Claro que o médico já ia atendê-las. Isso surpreendeu até Anne.
A sala é fria, não só o médico, um homem de meia idade com cabelos grisalhos óculos de meia lente em um rosto anguloso e uma pele que não parece ver o sol a uns bons anos, mas o ambiente todo. A mesa de metal, um prateado tão limpo e brilhante que parece ter sido lustrado naquele momento, uma maca também de metal com um colchonete azul coberto por uma grande folha de papel, três quadros na parede mostrando o corpo humano em três estágios da gravides e um quadro atrás da porta mostrando um gato pendurado em uma corda com os dizeres “aguente firme “. O médico nem se levanta da cadeira e apenas olha para a ficha da paciente, lê com atenção tudo que as quatro folhas levantadas entre os dedos ossudos tem escrito. Olha para as mulheres a sua frente e volta a atenção ao papel. O som de um pigarro insistente acompanhado do tamborilar dos dedos de Anne faz uma cacofonia de sons irritantes no ambiente de outra forma silencioso.
Ao terminar sua leitura Dr Ambrose olha para Anne. "Então, meu colega me passou todas as informações que ele tinha sobre o caso, algo mais que precise ser acrescido?" A voz é cuidadosa, mas distante. "Eu tenho aqui algumas vitaminas pré-natais e bom, os remédios controlados devem ser suspendidos imediatamente." Ele mantém seus olhos fixos em Anne, sem desviar um momento sequer a atenção a mulher ao seu lado."Ela deve visitar o psiquiatra na unidade leste, ele vai passar alguns paliativos. Para qualquer transtorno maior, ela deve ligar para esse número." Ele passa a Anne um cartão. "Caso precise de apoio em uma crise mais profunda. Claro que deve fazer os exames periódicos, creio que sempre terá sua companhia certo? Ela deve fazer esse exame para ver as condições do feto" Ele empurra mais uma folha para a Anne, nunca nem olhando para Sam. "Isso é tudo, as verei aqui em 28 dias se tudo estiver de acordo com o exame, na recepção eles vão encaminhá-las e me enviar assim que tiverem o resultado. No último trimestre vamos decidir o local e quem fará o parto dela, alguma dúvida?" Ele ajeita os óculos como para pontuar o fim da conversa. Sem nem esperar ele muda sua atenção para a tela de um laptop aberto na mesa de metal.
Anne parece perdida entre revolta e apreciação do modo como Sam está sendo tratada. Ela olha dela para o medico com um riso frouxo e um toque de raiva que não consegue se fixar nas feições dela.
É o dizem por aí não é? Como se saquinhos de chá fosse o assunto da cidade. Sam sabia bem que não era. Um barulho alto do lado de fora chama a atenção dos dois. Sam queria que fosse uma moto. Mas era uma britadeira ou algo assim. "Não é assim sempre. O barulho." Ele indica com a cabeça servindo o chá. As mãos que um segundo atrás eram erráticas, já estavam plenamente controladas. "As casas por aqui são muito boas, dificilmente tem obras, a cidade é muito boa, vizinhos bons e bem pouco curio… Barulhentos... quero dizer barulhentos, definitivamente não vai ouvir uma bateria as 3 da manhã." Com a voz baixa, para si mesmo. “até mesmo porque eu quebraria os dedos da alma perturbada.” Quase como saindo do seu mundo e notando novamente a visita. Quer dizer não literalmente, eu chamaria a policia pra esse perturbado, mas ao chá, é bom, muito bom mesmo, eu mesmo fiz sim… Cada um..." Um toque de orgulho na voz.
Quase não dá para ouvir o sininho na porta por causa da britadeira. Mas deu para ouvir e lá está Anne. Um capacete em cada mão e um sorriso enorme. Sebastian imediatamente sorri para ela, pega uma caixinha de metal de biscoitos amanteigados e joga para a recém chegada. "Para Aponi." Anne enfia a mão por um dos capacetes para pegar a caixinha. Ela pisca e guarda em um bolso. "Ai mamãe, vamo?" Ela oferece um dos capacetes...
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Mais tarde, depois de finalmente escaparem da floricultura elas vão se enfiar entre os prédios espelhados do Corona. Carros caros. Restaurantes caros. Roupas caras. Lojas caras. Um porra de um jardim em volta do maldito prédio no metro quadrado mais caro da ilha. Eram árvores ali. Arbustos podados. Até uma maldita estufa de vidro maior que o bar... Maior que uma casa... "Chegamos." Era mesmo o lugar. Sem erro. O prédio lá no meio do verde tinha um estilo retro. Não exatamente vitoriano, mas o que se passou em Dover na época. Isso contrastava de uma forma muito estranha com tudo em volta. Isso e a torre lisa e negra no fundo. Parecia feita de obsidiana como em um filme b de fantasia. Mas era vidro. O que mais séria? Pedras?
"Sei que se tá nervosa e Juan devia tá aqui, mas a gente consegue se virar. Homem não presta pra nada desse tipo." A voz dela soa estranha dentro do capacete. Mas um aceno e o vigia do portão deixa vocês duas passarem. Um segurança negro e gordinho com uma cara simpática. Mais um pouco e as duas descem da moto na frente do lugar. O cheiro era meio cheio demais para um lugar no meio do concreto. Mas era bom. Terra molhada. Flores e folhas pegando o começo da primavera. Na recepção já esperavam pelas duas. Claro que o médico já ia atendê-las. Isso surpreendeu até Anne.
A sala é fria, não só o médico, um homem de meia idade com cabelos grisalhos óculos de meia lente em um rosto anguloso e uma pele que não parece ver o sol a uns bons anos, mas o ambiente todo. A mesa de metal, um prateado tão limpo e brilhante que parece ter sido lustrado naquele momento, uma maca também de metal com um colchonete azul coberto por uma grande folha de papel, três quadros na parede mostrando o corpo humano em três estágios da gravides e um quadro atrás da porta mostrando um gato pendurado em uma corda com os dizeres “aguente firme “. O médico nem se levanta da cadeira e apenas olha para a ficha da paciente, lê com atenção tudo que as quatro folhas levantadas entre os dedos ossudos tem escrito. Olha para as mulheres a sua frente e volta a atenção ao papel. O som de um pigarro insistente acompanhado do tamborilar dos dedos de Anne faz uma cacofonia de sons irritantes no ambiente de outra forma silencioso.
Ao terminar sua leitura Dr Ambrose olha para Anne. "Então, meu colega me passou todas as informações que ele tinha sobre o caso, algo mais que precise ser acrescido?" A voz é cuidadosa, mas distante. "Eu tenho aqui algumas vitaminas pré-natais e bom, os remédios controlados devem ser suspendidos imediatamente." Ele mantém seus olhos fixos em Anne, sem desviar um momento sequer a atenção a mulher ao seu lado."Ela deve visitar o psiquiatra na unidade leste, ele vai passar alguns paliativos. Para qualquer transtorno maior, ela deve ligar para esse número." Ele passa a Anne um cartão. "Caso precise de apoio em uma crise mais profunda. Claro que deve fazer os exames periódicos, creio que sempre terá sua companhia certo? Ela deve fazer esse exame para ver as condições do feto" Ele empurra mais uma folha para a Anne, nunca nem olhando para Sam. "Isso é tudo, as verei aqui em 28 dias se tudo estiver de acordo com o exame, na recepção eles vão encaminhá-las e me enviar assim que tiverem o resultado. No último trimestre vamos decidir o local e quem fará o parto dela, alguma dúvida?" Ele ajeita os óculos como para pontuar o fim da conversa. Sem nem esperar ele muda sua atenção para a tela de um laptop aberto na mesa de metal.
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- Bastet
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- Mensagem nº35
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº36
Re: Samantha Doiley
Sam escreveu: Aponi, é?
Sem nenhuma hesitação. "Ela anda com a gente. Eu te apresento, mas se faz de legal e não fica babando." A provocação sem vergonha no final. A explicação vaga. Classica Anne, algo entre desleixada e misteriosa. Um toque de desinteresse e pronto. Nem parece que tá escondendo nada. Ela tá escondendo alguma? Não parecia. Não parecia culpada, mas quando ela parecia culpada?
"Seb é lindo né? Mas nem gasta saliva ali. Ele curte outro jogo." Ela diz cutucando Sam em um curva fechada e rápida.
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As mãos de Anne não hesitam, mas talvez devessem. Ela segura Sam por trás. Os braços dando a volta na cintura dela. O rosto enfiado no meio das costas. "Eu sei... Não sei na real. Mas sei que queria afundar a cara dele. Não sei porque cê tá chorando. Mas eu espero aqui com você até melhorar." Não era exatamente o que esperava de Anne. A voz quieta e sem provocações ou ironias ou humor. Tinha até um toque de algum sotaque. Mas o que ela esperaria...
-
A cara do médico era enfurecedora. Quanto mas Sam saia do sério mais plácido e apático ele ficava. Na verdade parecia mais satisfeito que aborrecido. Como alguém que apostou que algo ia dar vendo a tragedia acontecer. Como se fosse inevitável. É pior ainda dessa forma. Melhor séria se ele tivesse reagido. Gritado de volta. Assumido uma posição ainda pior. Ainda mais distante. Mas de certa forma era como se ela tivesse feito esforço para se encaixar exatamente no que ele esperava dela. Isso doia ainda mais. Traída pelas próprias ações e mesmo assim ela não estava errada. Estava? Ele tinha que estar errado. Aquilo não podia estar certo. Mesmo assim...
-
O coração batia nas costelas como um passaro tentando fugir. Anne era só paciência. Desconfortável em sua tentativa de conforto. Perto demais. Era uma expectativa a mais. Mesmo que fosse a pequena expectativa de que um dia ela ia parar de surtar e chorar até morrer de fome e desespero naquele banheiro. Ela ia sair dali algum dia? Talvez, mas era melhor não ter ninguém dependendo disso.
Mas a respiração dela era calma. Lenta. Tranquila. Sem nenhuma gotinha de desespero. O abraço não era apertado. Sam sairia se quisesse. Sabia disso. As mãos de Anne estavam ali na frente dela. Abertas como um convite em cima das coxas dela. O rosto imóvel as costas, entre as omoplatas. A respiração de Anne movia o cabelo escuro de Sam que era longo onde o da outra era tão curto. As pernas coladas nela. Os pés por fora dos dela. Mas bem perto quase encostando a curva do meio do pé nos calcanhares dela. Não era tão desconfortável assim. Talvez um pouco melhor que um espaço vazio. Bem melhor que a solidão fria do banheiro perfeitamente limpo.
- Bastet
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- Mensagem nº37
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº38
Re: Samantha Doiley
Anne respira o beijo de Sam como se pudesse guardá-lo nela. Ela mal deixa Sam falar e se joga de novo para mais. As mãos mais fortes do que parecem tiram ela do chão. A borda fria e arredondada da pia passa pelas costas e termina embaixo. Anne se estica para alcançar a boca da outra. O corpo colado com Sam. A respiração quente na pele. Uma das mãos sobe pelas costas aproximando as duas ainda mais. A outra segura firme na calça de Sam, os dedos dentro em contato a pele. Anne se movia com voracidade e... se afasta. "Porra." Ela diz com a mão na boca. "Eu quero. Aqui ia ser melhor ainda." Uma emoção difícil de decifrar nos olhos dela. "Preciso falar outra coisa. Papo sério. Vem comigo e se você não decidir sair correndo eu..." Ela olha para Sam com desejo descarado. Olhos devorando cada curva. O rosto ainda vermelho de excitação. Ela sai.
Anne anda rápido até a moto e imediatamente enfia o celular no ouvido. Ela só para de falar espanhol quando as duas estão na moto. Ela parecia bem agitada. Mas o sorriso que lança na direção de Sam é algo inesperadamente doce e alegre. Ela definitivamente quebra um monte de leis de transito e limites de velocidade nos minutos seguintes.
--
O lugar não fazia o menor sentido. Mato alto na estrada. Anne vira sem qualquer aviso e passa por uma trilha difícil até de ver. O galpão velho era cercado de árvores, janelas com tábuas e trepadeiras. Além de impossível de ver da estrada. O som do motor desligando. Os pneus raspando no chão. "Eu sei que parece horrível. Mas não é nenhum filme de horror com caipiras assassinos canibais." Ela faz uma cruz com os dedos e os beija. Coloca as mãos para trás pegando as correntes na porta do galpão e puxa. A coisa se solta com um "click" suave. Ela empurra a porta com a bunda sorrindo. Luzes piscam para vida lá dentro. "Talvez tenha um pouco de poeira..." A parte de dentro não parecia em nada com o exterior. As paredes pareciam sólidas e pintadas de branco. Um branco coberto de posters e pichações. Quatro pilastras seguravam o teto e elas eram enfeitadas com pedaços conflitantes da personalidade de Anne. Peças. Caveiras enfeitadas mexicanas. Garrafas. Um cachorrinho de pelúcia. Um pote com um olho de mentira. Uma faca. Uma corrente com fios coloridos enrolados em um padrão psicodélico.
Um freezer zumbia levemente no fundo. A única coisa mais alta que o chão. Tinham pufes e colchões e almofadas. Nenhuma mesa. Um laptop jogado ligado na tomada com a tela passando um tubarão. Um baralho espalhado em um dos colchões com um soco inglês em cima. O teto parecia uma tatuagem maori. "Sim, são de verdade." ela diz assim que Sam passa da porta. Ela aponta duas armas em cima da entrada. Duas submetralhadoras daquelas pequenas que adolescentes insanos compram para levar para o colégio uma só vez. Claramente esse não era o caso dela. "É seguro aqui." Ela coloca a chave da moto nas mãos de Sam com um carinho nervoso. Ela estava ansiosa e fugia logo em seguida. "Eu ia dizer para sentar. Ia te oferecer algo pra beber... Mas na real é melhor ficar em pé mesmo. Eu preciso dizer uma coisa muito séria." Ela anda de um lado para o outro. Pega uma garrafa e decide não beber e a coloca em outro lugar. Bem do lado do olho falso no pote. O vidro faz um barulho de brinde.
Então ela começa a falar feito uma louca. "Olha... Você é estranha pra caralho e sabe disso. Meus amigos pareceram estranhos e eu queria não ter te levado lá, mas a real é que era mais seguro. Eu não sei o que você viu. O que acha que viu. O que acha que rolou. Mas você não é normal. Porra, to falando errado. Cê sabe que não é normal, mas não desse jeito. Na real deve saber e não quer encarar. Não foge por favor. Não é isso. Você é diferente das outras pessoas. Como eu falo essa porra sem parecer que eu enchi o cu de cogumelo e meu cérebro derreteu? Caralho! Eu gosto de você pra caralho sua doida e eu juro que não to tentando te perturbar ou magoar. Você literalmente não é uma humana normal. Não é. Ponto. Você é uma filha da lua." Ela se xinga de joga uma almofada longe. "Não... Não virei uma doida varrida wicana que dança pelada na chuva. Já dancei pelada na chuva e não tem nada a ver. Você sabe que não é normal e não são os remédios. Eu sei que ela te empurra pra lá e pra cá com seus humores. Com essa raiva que vem borbulhando sem razão até vazar da panela. Você tem que saber em algum lugar aí dentro que eu to certa." Ela tem um olhar intenso. As palavras correndo pela boca sem pausa. Anne se segura. Se força a ficar calada olhando Sam. Medindo o resultado das suas palavras. Ela parece culpada e amedrontada. Parece prestes a contar para os pais mórmons que ela muito gay.
Anne anda rápido até a moto e imediatamente enfia o celular no ouvido. Ela só para de falar espanhol quando as duas estão na moto. Ela parecia bem agitada. Mas o sorriso que lança na direção de Sam é algo inesperadamente doce e alegre. Ela definitivamente quebra um monte de leis de transito e limites de velocidade nos minutos seguintes.
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O lugar não fazia o menor sentido. Mato alto na estrada. Anne vira sem qualquer aviso e passa por uma trilha difícil até de ver. O galpão velho era cercado de árvores, janelas com tábuas e trepadeiras. Além de impossível de ver da estrada. O som do motor desligando. Os pneus raspando no chão. "Eu sei que parece horrível. Mas não é nenhum filme de horror com caipiras assassinos canibais." Ela faz uma cruz com os dedos e os beija. Coloca as mãos para trás pegando as correntes na porta do galpão e puxa. A coisa se solta com um "click" suave. Ela empurra a porta com a bunda sorrindo. Luzes piscam para vida lá dentro. "Talvez tenha um pouco de poeira..." A parte de dentro não parecia em nada com o exterior. As paredes pareciam sólidas e pintadas de branco. Um branco coberto de posters e pichações. Quatro pilastras seguravam o teto e elas eram enfeitadas com pedaços conflitantes da personalidade de Anne. Peças. Caveiras enfeitadas mexicanas. Garrafas. Um cachorrinho de pelúcia. Um pote com um olho de mentira. Uma faca. Uma corrente com fios coloridos enrolados em um padrão psicodélico.
Um freezer zumbia levemente no fundo. A única coisa mais alta que o chão. Tinham pufes e colchões e almofadas. Nenhuma mesa. Um laptop jogado ligado na tomada com a tela passando um tubarão. Um baralho espalhado em um dos colchões com um soco inglês em cima. O teto parecia uma tatuagem maori. "Sim, são de verdade." ela diz assim que Sam passa da porta. Ela aponta duas armas em cima da entrada. Duas submetralhadoras daquelas pequenas que adolescentes insanos compram para levar para o colégio uma só vez. Claramente esse não era o caso dela. "É seguro aqui." Ela coloca a chave da moto nas mãos de Sam com um carinho nervoso. Ela estava ansiosa e fugia logo em seguida. "Eu ia dizer para sentar. Ia te oferecer algo pra beber... Mas na real é melhor ficar em pé mesmo. Eu preciso dizer uma coisa muito séria." Ela anda de um lado para o outro. Pega uma garrafa e decide não beber e a coloca em outro lugar. Bem do lado do olho falso no pote. O vidro faz um barulho de brinde.
Então ela começa a falar feito uma louca. "Olha... Você é estranha pra caralho e sabe disso. Meus amigos pareceram estranhos e eu queria não ter te levado lá, mas a real é que era mais seguro. Eu não sei o que você viu. O que acha que viu. O que acha que rolou. Mas você não é normal. Porra, to falando errado. Cê sabe que não é normal, mas não desse jeito. Na real deve saber e não quer encarar. Não foge por favor. Não é isso. Você é diferente das outras pessoas. Como eu falo essa porra sem parecer que eu enchi o cu de cogumelo e meu cérebro derreteu? Caralho! Eu gosto de você pra caralho sua doida e eu juro que não to tentando te perturbar ou magoar. Você literalmente não é uma humana normal. Não é. Ponto. Você é uma filha da lua." Ela se xinga de joga uma almofada longe. "Não... Não virei uma doida varrida wicana que dança pelada na chuva. Já dancei pelada na chuva e não tem nada a ver. Você sabe que não é normal e não são os remédios. Eu sei que ela te empurra pra lá e pra cá com seus humores. Com essa raiva que vem borbulhando sem razão até vazar da panela. Você tem que saber em algum lugar aí dentro que eu to certa." Ela tem um olhar intenso. As palavras correndo pela boca sem pausa. Anne se segura. Se força a ficar calada olhando Sam. Medindo o resultado das suas palavras. Ela parece culpada e amedrontada. Parece prestes a contar para os pais mórmons que ela muito gay.
- Bastet
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- Mensagem nº39
Re: Samantha Doiley
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- Wordspinner
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- Mensagem nº40
Re: Samantha Doiley
O rosto de Anne se torce de uma emoção para a outra. "Eu sei tudo Sam." A voz dela quase um sussurro. "Eu sei exatamente como uma coisa tão pequena pode virar tudo de cabeça para baixo. Uma palavra que ontem te fez rir hoje te faz queimar feito uma torcha industrial. Sei da violência. Do gosto doce que ela tem. Sei que as vezes você acorda no melhor dia da sua vida sem porra de motivo nenhum." O que ela falava era desconfortavelmente próximo da verdade. Como ouvir os próprios pensamentos saindo da outra. "Mas eu não sei de tudo entende. Você sonha com a dança? Você viu a morte dele nos seus sonhos? Droga, me ajuda Sam. Diz a porra da verdade pra mim." Ela parece a beira de implorar quando alguma coisa muda no corpo dela. Ela se afasta de novo. Só um pouco. Só um passo. "Olha bem pra mim. Não pisca." Rapidamente ela tira a jaqueta e a camisa em um só movimento. Ela pula pra fora da calça bem mais devagar. O olhar avisando Sam para manter distância.
"Sam eu juro que eu não queria fazer desse jeito." Ela vira de costas com o jeans nos tornozelos. Ela pisa a calça até conseguir sair. Sua atenção finalmente até a mão dela. O dedo apontando uma tatuagem esquisitona que parecia uma cicatriz. Era uma cicatriz. Igual ao irmão, Juan era cheio dessas. '...no mesmo lugar...' as palavras se formam na sua cabeça. Sem comando os olhos procuram pelas outras enquanto ela se vira. Os dedos delas passam de uma a uma. "Ele disse que essa foi uma facada, né? Essa outra queimadura, lembra? Eu sei, não faz sentido. Eu sei. Que nem você sabe que não porque as pessoas sempre desconfiarem que foi você que começou. Que você é uma descontrolada perigosa que vai quebrar a cara de alguém na primeira oportunidade. Não é por acaso." Ela tenta se aproximar de Sam de novo. "Por favor. Me deixa te mostrar o resto. Mas eu quero falar de você. De você antes de mim. Você é importante agora e não é a única coisa estranha aqui." Ela morde a boca e suspira. "Você gostou dos lobos não foi? Quer começar daí? Quer começar de antes? Eu vou ter respostas que você nem imagina que podia querer. Tem um jeito suave de fazer isso e depende de você confiar em mim, confiar em mim até você poder falar da dor. Porque eu sei que você tá sofrendo esse tempo todo e eu quero essa conversa seja um passo na direção oposta. Sem dor." As palavras dela agora são calmas. Os gestos também. O olhar intenso.
"Sam eu juro que eu não queria fazer desse jeito." Ela vira de costas com o jeans nos tornozelos. Ela pisa a calça até conseguir sair. Sua atenção finalmente até a mão dela. O dedo apontando uma tatuagem esquisitona que parecia uma cicatriz. Era uma cicatriz. Igual ao irmão, Juan era cheio dessas. '...no mesmo lugar...' as palavras se formam na sua cabeça. Sem comando os olhos procuram pelas outras enquanto ela se vira. Os dedos delas passam de uma a uma. "Ele disse que essa foi uma facada, né? Essa outra queimadura, lembra? Eu sei, não faz sentido. Eu sei. Que nem você sabe que não porque as pessoas sempre desconfiarem que foi você que começou. Que você é uma descontrolada perigosa que vai quebrar a cara de alguém na primeira oportunidade. Não é por acaso." Ela tenta se aproximar de Sam de novo. "Por favor. Me deixa te mostrar o resto. Mas eu quero falar de você. De você antes de mim. Você é importante agora e não é a única coisa estranha aqui." Ela morde a boca e suspira. "Você gostou dos lobos não foi? Quer começar daí? Quer começar de antes? Eu vou ter respostas que você nem imagina que podia querer. Tem um jeito suave de fazer isso e depende de você confiar em mim, confiar em mim até você poder falar da dor. Porque eu sei que você tá sofrendo esse tempo todo e eu quero essa conversa seja um passo na direção oposta. Sem dor." As palavras dela agora são calmas. Os gestos também. O olhar intenso.