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Samantha Doiley
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Re: Samantha Doiley
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Re: Samantha Doiley
Sam escreveu:Um dos Aliens quer algo quente também
Ela vira os olhos. "Sabe que isso é só na sua cabeça né? Os bebês não tem nenhum entendimento do que tá rolando. O alienzinho com o meu DNA não sabe disso." Ela encosta a mão na barriga inchada. "Essa sua mãe é doida e vai me deixar doida também." Ela sacode a cabeça olhando para a barriga de Sam.
Sam escreveu:E você fica linda até rolando do barranco
"Fico sim, eu sei que fico linda de bunda pra cima." Ela diz séria, mas acaba rindo no final e dando um soco leve no braço de Sam. "Cê também fica linda de bunda pra cima." Ela pisca.
--
"Eu conheço Vermelha como Sangue. Esperava ela com você. Eu sabia da dor que ela ia trazer. É muito corajosa sua companheira." A voz calma e tranquila. "Eu sei que é bonito. Perigoso também." O fogo dançando nos olhos dele. "Não se tenha medo de falar, nada que possa dizer vai me chocar. Nenhuma palavra." Os dedos dele passam nas chamas brincando.
"Tem muitas pessoas aqui, uma vida simples e pura. Não somos católicos, é claro. Não é essa pureza." Ele faz um barulho rouco que provavelmente era uma risada. A garganta magra sobe e desce uma vez só. "Temos terra entre os dedos todos os dias. Frio e dureza do mundo de verdade. O sabor também." Ele sorri e passa os dedos quentes no rosto. "Já está quente? Podemos entrar." Ele se levanta devagar e começa a andar. As pessoas passam por eles sem prestar muita atenção em nenhum dos três.
--
As mulheres levantam e servem os todos os seis. Pedaços de carne seca, leite e água. As três se sentam de novo logo depois de comer e beber. "Antes da nevasca. Antes de eu dormir. " Ele mastiga lentamente. Tranquilo. "Sua vida vai se transformar completamente. Já mudou e você vê. Mas a lua precisa de você aqui. Aqui onde o espaço entre os mundos é fino." Ele passa um dedo no outro como se pudesse mostrar o que diz. "Você deve ter outras perguntas, não tem?"
O tempo todo Anne brincava com o cabelo de Sam. O calor tinha restituido muito da capacidade dela de mover. "Claro que tem..." ela resmunga com o rosto no pescoço de Sam.
- Bastet
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- Mensagem nº183
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº184
Re: Samantha Doiley
Sam: Você mais do que eu, nesse momento
"Todo lol tiempo mi amor. Soy el fuego que arde tu piele." Ela diz com uma intensidade inesperada que desaparece um segundo depois. "Mas tá frio pra porra."
--
Sam:A beleza é perigosa, de toda forma. Não é?
"Onde há poder há perigo." Como se perigo não fosse algo muito mais perigoso que cookies.
Ele sorri quando ela diz que esperava algo mais selvagem "É tudo velho aqui. Vocês jovens, tão perdidos. Não se engane com as aparências. Elas são feitas para isso."
--
Anne se aproxima ainda mais de Sam, faltando pouco para não tirá-la da pedra. Então a sangue de lobo pergunta o que significa dormir e o velho gargalha com mais vigor do que séria possível para seu corpo magro. "Não planejo morrer menina." Ele se esforça para parar de rir. "Eu sinto sono e durmo por tempo demais. Acontece com a idade. Tempos turbulentos nós acordam, mas o sono está sempre perto." Ele passa a mão no rosto. "Alguns se perdem de si mesmos, outros do tempo a sua volta. Mas acho que o mais perturbador são aqueles que continuam iguais. Sempre a espreita." O tom feliz já tinha esvaido por completo.
"Nossas vidas são eternas transformações e ciclos e quebras. Eu a vi aqui com neve caindo, com uma tempestade furiosa." Ele diz com os olhos em algum lugar fora dali. "Muita coisa vai acontecer a eles. Uma vida inteira de doces deleites e sofrimento sem consolo. Frustração, revolta e plenitude. Não sei nada sobre seus futuros." A voz do velho era tranquila, calma. Lenta como mel. Os dedos puxavam a pele em que estava sentado de novo e de novo.
"Meu filho era corajoso e avaliou mal seu caminho. Ouviu mais seu coração que a sabedoria dos seus pares. Mas você quer ouvir outra coisa. Outras coisas. Que ele tinha dedos bons para costura, que ele sorria com facilidade e raramente se deixava abater. Era fácil vê-lo irado, era orgulhoso e teimoso. Lutava contra a própria crueldade com determinação incansável. Você quer achar as semelhanças. Sentir uma ligação. Encontrar você mesma, só um pouquinho, nele. Estou errado?" Ele fala de esticando as pernas.
--
Dias depois ela podia jurar que o via no escuro. O lobo dormindo na neve. Só o via quando não olhava. Anne segurava sua mão e a dor era maior que a razão. Ela suava e sentia frio. A mulher velha estava entre as suas pernas, a faca na mão. A mesma faca. Sam sente gosto de sangue nos dentes cerrados com força. A mulher mais nova tem mais daquele chá com gosto nojento. A porra do teto estrelado parece um daqueles jogos de criança criando formas e sinais. A mulher falava com ela mas parecia que estava em outro mundo. Samantha só ouvia a tempestade uivando.
"Todo lol tiempo mi amor. Soy el fuego que arde tu piele." Ela diz com uma intensidade inesperada que desaparece um segundo depois. "Mas tá frio pra porra."
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Sam:A beleza é perigosa, de toda forma. Não é?
"Onde há poder há perigo." Como se perigo não fosse algo muito mais perigoso que cookies.
Ele sorri quando ela diz que esperava algo mais selvagem "É tudo velho aqui. Vocês jovens, tão perdidos. Não se engane com as aparências. Elas são feitas para isso."
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Anne se aproxima ainda mais de Sam, faltando pouco para não tirá-la da pedra. Então a sangue de lobo pergunta o que significa dormir e o velho gargalha com mais vigor do que séria possível para seu corpo magro. "Não planejo morrer menina." Ele se esforça para parar de rir. "Eu sinto sono e durmo por tempo demais. Acontece com a idade. Tempos turbulentos nós acordam, mas o sono está sempre perto." Ele passa a mão no rosto. "Alguns se perdem de si mesmos, outros do tempo a sua volta. Mas acho que o mais perturbador são aqueles que continuam iguais. Sempre a espreita." O tom feliz já tinha esvaido por completo.
"Nossas vidas são eternas transformações e ciclos e quebras. Eu a vi aqui com neve caindo, com uma tempestade furiosa." Ele diz com os olhos em algum lugar fora dali. "Muita coisa vai acontecer a eles. Uma vida inteira de doces deleites e sofrimento sem consolo. Frustração, revolta e plenitude. Não sei nada sobre seus futuros." A voz do velho era tranquila, calma. Lenta como mel. Os dedos puxavam a pele em que estava sentado de novo e de novo.
"Meu filho era corajoso e avaliou mal seu caminho. Ouviu mais seu coração que a sabedoria dos seus pares. Mas você quer ouvir outra coisa. Outras coisas. Que ele tinha dedos bons para costura, que ele sorria com facilidade e raramente se deixava abater. Era fácil vê-lo irado, era orgulhoso e teimoso. Lutava contra a própria crueldade com determinação incansável. Você quer achar as semelhanças. Sentir uma ligação. Encontrar você mesma, só um pouquinho, nele. Estou errado?" Ele fala de esticando as pernas.
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Dias depois ela podia jurar que o via no escuro. O lobo dormindo na neve. Só o via quando não olhava. Anne segurava sua mão e a dor era maior que a razão. Ela suava e sentia frio. A mulher velha estava entre as suas pernas, a faca na mão. A mesma faca. Sam sente gosto de sangue nos dentes cerrados com força. A mulher mais nova tem mais daquele chá com gosto nojento. A porra do teto estrelado parece um daqueles jogos de criança criando formas e sinais. A mulher falava com ela mas parecia que estava em outro mundo. Samantha só ouvia a tempestade uivando.
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Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº186
Re: Samantha Doiley
Sam: As vezes o mais difícil é encontrar o caminho entre as duas coisas.
"Encontrar... Decidir..." Diz Anne. "Ter motivos para seguir mesmo não gostando." Diz o velho e Anne concorda em silêncio com o rosto encostando nela.
"Não acho que eles estão sofrendo, você já saiu do frio. Eles devem estar bem." O avô com o rosto magro. "Eu sonhei você aqui Samantha e a Lua nunca diz exatamente o que quer. Ela nem quer, nos da pedaços de futuro ela arranca do tempo e a gente decide o que fazer. Nós que colocamos o significado." Ele sorri como se tivesse dito algo útil.
--
Anne response, mas ela não ouve. Só vê a mulher movendo a boca. Ela ouve um rosnado e sente a faca fria na pele. O vento é um choque. O branco também. A tempestade de relâmpagos impossível.
As mãos dela se fecham. Uma vazia onde Anne devia estar. Outra em um cabo velho e grosso acompanhado de uma lâmina clara e afiada. "Oi mamãe." A voz era quente, fébril. Ela sente movimento na barriga. Ela sente os ossos das pernas quebrando e torcendo. Ela cai de costas na neve. Fria como a morte. "Não não não. Vai me esmagar mamãe." Ela tenta falar e sente os músculos se retesando. Dor. Os olhos na barriga então sem nenhum aviso a faca afunda nela. Um puxão que arde como fogo. A dor se espalha por ela rápido e vermelho enche o ar saindo do seu corpo. Vertendo do rasgo na sua pele, subindo sem peso pelo ar. Uma risada infantil e alta preenchendo tudo.
"O que foi mamãe? Tá doendo?" Uma gargalhada doentia e longa. Ela sentia frio e medo e encanto. Ela ouvia gritos distantes que mal conseguia entender. Os olhos pareciam a ponto de explodir. Os ossos do rosto rasgavam a pele e os músculos para sair. Seu corpo torcia e esticava e sangrava na neve fresca que odiava calor. Ela sentia os próprios sentimentos engolidos pela raiva. Por uma fúria que não cabia em nenhuma medida que ela fosse capaz de entender. Que não se traduzia em gestos ou ação, mas em uma mudança profunda e sem volta.
O fogo verde e doente corre para o monte vermelho e nojento no chão que tinha saido de dentro dela. Parecia pequeno demais. Silencioso demais. As chamas que não existiam um segundo atrás queimavam os olhos dela e expulsavam a neve. Queimavam a alma dela. Era a pior dor que tinha sentido, mesmo assim a dor não significava nada. "Não vou deixar ela te acorrentar mamãe. Não não." As chamas gargalhavam de novo e o corpo de Samantha não a obedecia preocupado demais em mudar e mudar. Torcer e quebrar. Esticar e rasgar.
A gargalhada insana se torna um rosnado de dor. O lobo adormecido jogado sobre as chamas com garras e dentes. A selvageria do momento a fazia sentir inveja da luta eu ma vontade sem fim de retalhar e devorar. Carne viva e forte.
As chamas engolem o lobo e o são cortadas. "Tarde demais! Tarde demais! São meus! Meus! Você acaba hoje lobinho acorrentado!" A voz era horrenda e fazia a carne ferver e inflamar. Pustulas amarelas doentias eclodiam para noite fria. Ela ela tentava se mover. Lutar. Viver. Comer.
O fogo vivo não só queimava o lobo, mas mordia e sangrava. O fogo tomava formas impossíveis, hora lobo, hora espinhos e ganchos, hora formas que ela não conseguia nomear espalhando sangue uratha. A palavra fazia sentido agora. Mais que um grunhido.
As chamas eram se dividiam a cada golpe e o lobo continuava lutando. Confiante. Calmo. Ele uivou e era tão claro que significava mais que palavras. Era guerra. Era fúria em forma de som. A mesma fúria que gritava dentro dela.
Ela nem percebe que estava de pé até começar a andar. As formas de fogo saindo do seu caminho. Fugindo. Mas não o lobo. Ele estava ocupado demais. Ela também. A faca é que muda tudo. A prata canta uma nota perturbadoramente bela quando afunda nas costas dele. Sangue e vapor e o mais belo fogo prateado que Samantha já viu. Ela se sente tão forte e rápida. Tão feroz. Tão divina. Aquele poder todo era dela. Toda aquela fúria era ela.
A faca sai e entra de novo, quase viva. As chamam seguram o lobo escuro que continua lutando contra elas. Cada vez menos delas. Sam? Ela continuava passageira da própria fúria. As memórias das suas aulas com Nicky e Anne e Jason e Jr dirigiam suas mãos. Mas era fúria que realmente a movia. Fúria para qual todos eram alvo. Qualquer um.
Ela ouve seu nome jogado no vento da tempestade. Não faz diferença. Ela continua fazendo o que foi feita para fazer. O que foi transformada para ser. Marcando o mundo com morte e fogo prateado.
O gosto de sangue era a melhor coisa que ela tinha provado. Aquela carne. Ela mastiga e engole. Ela corta de novo. Morde outra vez. Morde e mastiga e engole. Sangue deliciosamente quente escorrendo pelo rosto. Escorrendo entre os dedos. Os dedos. Dedos humanos de novo. Perfeitos. Sem uma marca. O corpo velho e magro na sua frente. Um braço rasgado em sua mão e os tendões ainda presos nos dentes.
O vento morre por um instante e ela ouve passos longe na neve. Passos apressados e um barulho engraçado sem nenhum, quase uma risada infantil.
"Encontrar... Decidir..." Diz Anne. "Ter motivos para seguir mesmo não gostando." Diz o velho e Anne concorda em silêncio com o rosto encostando nela.
"Não acho que eles estão sofrendo, você já saiu do frio. Eles devem estar bem." O avô com o rosto magro. "Eu sonhei você aqui Samantha e a Lua nunca diz exatamente o que quer. Ela nem quer, nos da pedaços de futuro ela arranca do tempo e a gente decide o que fazer. Nós que colocamos o significado." Ele sorri como se tivesse dito algo útil.
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Anne response, mas ela não ouve. Só vê a mulher movendo a boca. Ela ouve um rosnado e sente a faca fria na pele. O vento é um choque. O branco também. A tempestade de relâmpagos impossível.
As mãos dela se fecham. Uma vazia onde Anne devia estar. Outra em um cabo velho e grosso acompanhado de uma lâmina clara e afiada. "Oi mamãe." A voz era quente, fébril. Ela sente movimento na barriga. Ela sente os ossos das pernas quebrando e torcendo. Ela cai de costas na neve. Fria como a morte. "Não não não. Vai me esmagar mamãe." Ela tenta falar e sente os músculos se retesando. Dor. Os olhos na barriga então sem nenhum aviso a faca afunda nela. Um puxão que arde como fogo. A dor se espalha por ela rápido e vermelho enche o ar saindo do seu corpo. Vertendo do rasgo na sua pele, subindo sem peso pelo ar. Uma risada infantil e alta preenchendo tudo.
"O que foi mamãe? Tá doendo?" Uma gargalhada doentia e longa. Ela sentia frio e medo e encanto. Ela ouvia gritos distantes que mal conseguia entender. Os olhos pareciam a ponto de explodir. Os ossos do rosto rasgavam a pele e os músculos para sair. Seu corpo torcia e esticava e sangrava na neve fresca que odiava calor. Ela sentia os próprios sentimentos engolidos pela raiva. Por uma fúria que não cabia em nenhuma medida que ela fosse capaz de entender. Que não se traduzia em gestos ou ação, mas em uma mudança profunda e sem volta.
O fogo verde e doente corre para o monte vermelho e nojento no chão que tinha saido de dentro dela. Parecia pequeno demais. Silencioso demais. As chamas que não existiam um segundo atrás queimavam os olhos dela e expulsavam a neve. Queimavam a alma dela. Era a pior dor que tinha sentido, mesmo assim a dor não significava nada. "Não vou deixar ela te acorrentar mamãe. Não não." As chamas gargalhavam de novo e o corpo de Samantha não a obedecia preocupado demais em mudar e mudar. Torcer e quebrar. Esticar e rasgar.
A gargalhada insana se torna um rosnado de dor. O lobo adormecido jogado sobre as chamas com garras e dentes. A selvageria do momento a fazia sentir inveja da luta eu ma vontade sem fim de retalhar e devorar. Carne viva e forte.
As chamas engolem o lobo e o são cortadas. "Tarde demais! Tarde demais! São meus! Meus! Você acaba hoje lobinho acorrentado!" A voz era horrenda e fazia a carne ferver e inflamar. Pustulas amarelas doentias eclodiam para noite fria. Ela ela tentava se mover. Lutar. Viver. Comer.
O fogo vivo não só queimava o lobo, mas mordia e sangrava. O fogo tomava formas impossíveis, hora lobo, hora espinhos e ganchos, hora formas que ela não conseguia nomear espalhando sangue uratha. A palavra fazia sentido agora. Mais que um grunhido.
As chamas eram se dividiam a cada golpe e o lobo continuava lutando. Confiante. Calmo. Ele uivou e era tão claro que significava mais que palavras. Era guerra. Era fúria em forma de som. A mesma fúria que gritava dentro dela.
Ela nem percebe que estava de pé até começar a andar. As formas de fogo saindo do seu caminho. Fugindo. Mas não o lobo. Ele estava ocupado demais. Ela também. A faca é que muda tudo. A prata canta uma nota perturbadoramente bela quando afunda nas costas dele. Sangue e vapor e o mais belo fogo prateado que Samantha já viu. Ela se sente tão forte e rápida. Tão feroz. Tão divina. Aquele poder todo era dela. Toda aquela fúria era ela.
A faca sai e entra de novo, quase viva. As chamam seguram o lobo escuro que continua lutando contra elas. Cada vez menos delas. Sam? Ela continuava passageira da própria fúria. As memórias das suas aulas com Nicky e Anne e Jason e Jr dirigiam suas mãos. Mas era fúria que realmente a movia. Fúria para qual todos eram alvo. Qualquer um.
Ela ouve seu nome jogado no vento da tempestade. Não faz diferença. Ela continua fazendo o que foi feita para fazer. O que foi transformada para ser. Marcando o mundo com morte e fogo prateado.
O gosto de sangue era a melhor coisa que ela tinha provado. Aquela carne. Ela mastiga e engole. Ela corta de novo. Morde outra vez. Morde e mastiga e engole. Sangue deliciosamente quente escorrendo pelo rosto. Escorrendo entre os dedos. Os dedos. Dedos humanos de novo. Perfeitos. Sem uma marca. O corpo velho e magro na sua frente. Um braço rasgado em sua mão e os tendões ainda presos nos dentes.
O vento morre por um instante e ela ouve passos longe na neve. Passos apressados e um barulho engraçado sem nenhum, quase uma risada infantil.
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- Mensagem nº187
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº188
Re: Samantha Doiley
Ela ainda estava olhando o rosto velho e retorcido de dor quando Anne a alcançou a segurando em abraço protetor. O avô, sua última família. Agora era parte do gelo. A parte que ela não tinha devorado.
As palavras saiam de Anne em um jorro de profanidades. Todas em espanhol. Ela estava assustada e alerta. Ela tremia, mas não frio. "A gente tem que sair daqui." A voz era pouco mais que um gemido. "Coração do inverno tá vindo com certeza e a gente não escapa dessa. Vem!" Sam sabia que ia ser arrastara se não fosse, mas o puxão nunca veio. Outra torrente de profanidades em espanhol.
Em uma língua impossível, ainda assim a coisa mais Clara que Samantha já ouviu. "Vocês podem me ver. Me imaginem. Lembrem de mim." A voz era o creptar doente das chamas. Ela se mistura perfeitamente ao som doce e encantado dos recem nascidos. Sem choro.
A morena olha e vê formas impossíveis que ela subitamente pode nomear. Espíritos de alegria, fome, e frio. Encanto, sangue e fogo. Eles aparecem no nada perto de um pequeno e miserável foco de chama esverdeada. O espírito de fome abre uma boca enorme, maior que ele próprio e engole um dos outros. Então eles estão uns nos outros comendo para viver. A chama verde exulta e Sam sente um gosto doente nos lábios. Anne dispara, a mulher se torna um monstro enorme e forte antes do segundo passo. Brutalmente dispensando violência com precisão impressionante. Mesmo assim a chama se recusa a morrer se transformando em um lobo outra vez.
Cores e formas e sensações continuam se formando e ganhando vida e forma perto do que ela percebe serem seus filhos. Ela percebe e vê o gigante implacável de frio, neve e gelo que é o Coração do Inverno chegando rápido demais.
Da parede branca e furiosa atrás do espírito guardião saem lobos grandes demais para serem lobos. Ela sente os instintos novos fervendo sob a pele. Medo. Raiva. Dever. Pânico.
A chama verde explode em uma forma ainda maior e engaja todos ao mesmo tempo. Ainda que sem esperanças de vencer ela ainda fala na linguagem que faz todo sentido para célula do corpo dela. "Eu já venci escravos da Lua! Sintam o gosto da derrota e se acostumem, suas visas curtas serão repletas dele." A risada infantil enche o ar por muito tempo depois de o fogo sumir.
As palavras saiam de Anne em um jorro de profanidades. Todas em espanhol. Ela estava assustada e alerta. Ela tremia, mas não frio. "A gente tem que sair daqui." A voz era pouco mais que um gemido. "Coração do inverno tá vindo com certeza e a gente não escapa dessa. Vem!" Sam sabia que ia ser arrastara se não fosse, mas o puxão nunca veio. Outra torrente de profanidades em espanhol.
Em uma língua impossível, ainda assim a coisa mais Clara que Samantha já ouviu. "Vocês podem me ver. Me imaginem. Lembrem de mim." A voz era o creptar doente das chamas. Ela se mistura perfeitamente ao som doce e encantado dos recem nascidos. Sem choro.
A morena olha e vê formas impossíveis que ela subitamente pode nomear. Espíritos de alegria, fome, e frio. Encanto, sangue e fogo. Eles aparecem no nada perto de um pequeno e miserável foco de chama esverdeada. O espírito de fome abre uma boca enorme, maior que ele próprio e engole um dos outros. Então eles estão uns nos outros comendo para viver. A chama verde exulta e Sam sente um gosto doente nos lábios. Anne dispara, a mulher se torna um monstro enorme e forte antes do segundo passo. Brutalmente dispensando violência com precisão impressionante. Mesmo assim a chama se recusa a morrer se transformando em um lobo outra vez.
Cores e formas e sensações continuam se formando e ganhando vida e forma perto do que ela percebe serem seus filhos. Ela percebe e vê o gigante implacável de frio, neve e gelo que é o Coração do Inverno chegando rápido demais.
Da parede branca e furiosa atrás do espírito guardião saem lobos grandes demais para serem lobos. Ela sente os instintos novos fervendo sob a pele. Medo. Raiva. Dever. Pânico.
A chama verde explode em uma forma ainda maior e engaja todos ao mesmo tempo. Ainda que sem esperanças de vencer ela ainda fala na linguagem que faz todo sentido para célula do corpo dela. "Eu já venci escravos da Lua! Sintam o gosto da derrota e se acostumem, suas visas curtas serão repletas dele." A risada infantil enche o ar por muito tempo depois de o fogo sumir.
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- Mensagem nº189
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº190
Re: Samantha Doiley
Anne segura as duas crianças com uma só mão e não vai a lugar algum. Fica ali xingando em espanhol com o rosto ficando cada vez mais vermelho. Mais ainda quando Sam começa a falar com o espírito enorme e frio que se volta para elas.
As crianças se moviam e tentavam pegar tudo que estava por perto. Muito mais agitadas e dispostas do que deveriam ser.
A mesura sem roupas no meio da neve, vestida apenas de sangue, era de alguma forma inadequada e necessária. Só se completa quando Anne fura o próprio braço com um canivete e o deixa sangrar. Ela não xinga dessa vez.
As emoções do espírito são claras para se ver, mas não significam nada para Sam. "Diz que vai pagar o preço, mas nem paga por minha atenção." A voz poderosa cheia de... Indignação? "Legado?" Revolta? Descrença? "Que importam duas gotas de sangue? Os urathas que correm comigo compartilham muito mais sangue. Seus nomes congelados em história sobre história. Seus feitos marcados na pedra da carne do mundo!" Os outros lobos cada vez mais perto. "Nenhum legado, carne do filho traidor. Nada que importe, não os quero. Você anda sobre o verdadeiro legado de VOZ na Sombra e o vê por onde passa." O frio fazia os dedos perderem a sensação e a boca formigar. Os lábios rachavam e se refaziam.
Anne ficava ao seu lado. O cheiro delicioso do sangue gritava nos pensamentos de Sam.
Um piscar de olhos e o uratha que os recebeu estava em frente a eles. Olhos tristes em um rosto duro. "A fúria da primeira mudança é trágica e terrível para todos. Mas você trouxe um inimigo dissimulado com você e vai embora. Agora." Um dos outros urathas, uma mulher magra e de olhar cruel levanta a faca do chão. A faca que Sam usou. A lâmina brilhando como se em chamas. Uma chama prateada.
Anne segura o braço de Sam com uma mão suja de sangue congelado. Sangue dela derramado para comprar a atenção do espírito. Mas não diz nada. Nem mais ninguém ali parece ter palavras para as duas. Ou os quatro.
As crianças se moviam e tentavam pegar tudo que estava por perto. Muito mais agitadas e dispostas do que deveriam ser.
A mesura sem roupas no meio da neve, vestida apenas de sangue, era de alguma forma inadequada e necessária. Só se completa quando Anne fura o próprio braço com um canivete e o deixa sangrar. Ela não xinga dessa vez.
As emoções do espírito são claras para se ver, mas não significam nada para Sam. "Diz que vai pagar o preço, mas nem paga por minha atenção." A voz poderosa cheia de... Indignação? "Legado?" Revolta? Descrença? "Que importam duas gotas de sangue? Os urathas que correm comigo compartilham muito mais sangue. Seus nomes congelados em história sobre história. Seus feitos marcados na pedra da carne do mundo!" Os outros lobos cada vez mais perto. "Nenhum legado, carne do filho traidor. Nada que importe, não os quero. Você anda sobre o verdadeiro legado de VOZ na Sombra e o vê por onde passa." O frio fazia os dedos perderem a sensação e a boca formigar. Os lábios rachavam e se refaziam.
Anne ficava ao seu lado. O cheiro delicioso do sangue gritava nos pensamentos de Sam.
Um piscar de olhos e o uratha que os recebeu estava em frente a eles. Olhos tristes em um rosto duro. "A fúria da primeira mudança é trágica e terrível para todos. Mas você trouxe um inimigo dissimulado com você e vai embora. Agora." Um dos outros urathas, uma mulher magra e de olhar cruel levanta a faca do chão. A faca que Sam usou. A lâmina brilhando como se em chamas. Uma chama prateada.
Anne segura o braço de Sam com uma mão suja de sangue congelado. Sangue dela derramado para comprar a atenção do espírito. Mas não diz nada. Nem mais ninguém ali parece ter palavras para as duas. Ou os quatro.
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- Mensagem nº191
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº192
Re: Samantha Doiley
"Não precisamos de nada." A voz de Anne era fria e cortante. Ela solta Sam e começa rápido a andar. Ela não olha para trás procurando a companheira. Com uma das mãos a Lua cheia segura os bebês contra o peito e com a outra rasga e molda o casaco em volta deles.
A mulher de olhar cruel com a faca na mão parece satisfeita e em silêncio cuidadoso se põe a arrumar o que sobrou do velho. Já o homem que as recebeu e as mandou embora ainda tinha palavras.
"Com a Lua no céu vai ouvir os uivos, sua chance de dizer adeus. Ele vai ouvir, ele ia gostar que soubesse disso." Não olhava para ela e sim para o corpo e o sangue na neve. As palavras quase cobertas pelo some do vento.
No céu a tempestade ia de horizonte a horizonte. Sem fim. Sem trégua. Inacabável. Em volta ela não via nada familiar. Pior, ela via coisas que sabia nunca ter visto antes. O ar, o chão, o frio e até a neve pareciam vivos e ao mesmo tempo imateriais. Feitos de ideias. Nenhum caminho oferecia qualquer saida, qualquer semelhança com a realidade.
"Vem Sam. " A voz preocupada de Anne a trazia de volta da estranheza.
--
A travessia foi algo difícil de acreditar. Algo difícil de lembrar. Um mundo cinza e de forma alguma vazio onde ela não podia se mover. Onde alguma coisa espreitava, onde ela via vultos e formas. Anne tinha jurado que era seguro, mas não parecia.
O mundo real era diferente. Menos real. O chão era menos chão e o frio menos literal, as ideias e conceitos separados das coisas. Anne parecia saber os caminhos, não muito, porém chegaram onde deviam no fim.
Lá eram observados como estranhos. Alguns olhavam com pena. A maioria, porém era difícil demais de ler e só deixavam passar atenção e vigilância.
--
Ela sentiu o cheiro do próprio sangue nas peles. Era onde tinha começado e o lugar parecia prender seus olhos. As mulheres ainda estavam ali. As três. Elas já sabiam. O luto era claro como as lágrimas cortando seu rosto.
"Não foi sua culpa." A mais velha falava. "Ele não viu, como ia saber?" A mais nova. A do meio não disse nada, só mostrou as coisas que tinham levado. Uma muda de roupas limpas em cima das mochilas.
--
Anne insistiu em cavarem um abrigo, ela estava ansiosa para explicar mais, porém não dizia nada que não fosse necessário. Não oferecia nada. "Podemos ficar aqui até o sol sair e vamos precisar de fogo. "
O abrigo era uma concha meio aberta que a deixava ver o vale. A deixava ver a Lua. A deixava ver a fogueiras e os minúsculos urathas em volta delas.
O vento parecia triste e contrariado gemendo pelo vale tentando matar qualquer calor e Luz.
A mulher de olhar cruel com a faca na mão parece satisfeita e em silêncio cuidadoso se põe a arrumar o que sobrou do velho. Já o homem que as recebeu e as mandou embora ainda tinha palavras.
"Com a Lua no céu vai ouvir os uivos, sua chance de dizer adeus. Ele vai ouvir, ele ia gostar que soubesse disso." Não olhava para ela e sim para o corpo e o sangue na neve. As palavras quase cobertas pelo some do vento.
No céu a tempestade ia de horizonte a horizonte. Sem fim. Sem trégua. Inacabável. Em volta ela não via nada familiar. Pior, ela via coisas que sabia nunca ter visto antes. O ar, o chão, o frio e até a neve pareciam vivos e ao mesmo tempo imateriais. Feitos de ideias. Nenhum caminho oferecia qualquer saida, qualquer semelhança com a realidade.
"Vem Sam. " A voz preocupada de Anne a trazia de volta da estranheza.
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A travessia foi algo difícil de acreditar. Algo difícil de lembrar. Um mundo cinza e de forma alguma vazio onde ela não podia se mover. Onde alguma coisa espreitava, onde ela via vultos e formas. Anne tinha jurado que era seguro, mas não parecia.
O mundo real era diferente. Menos real. O chão era menos chão e o frio menos literal, as ideias e conceitos separados das coisas. Anne parecia saber os caminhos, não muito, porém chegaram onde deviam no fim.
Lá eram observados como estranhos. Alguns olhavam com pena. A maioria, porém era difícil demais de ler e só deixavam passar atenção e vigilância.
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Ela sentiu o cheiro do próprio sangue nas peles. Era onde tinha começado e o lugar parecia prender seus olhos. As mulheres ainda estavam ali. As três. Elas já sabiam. O luto era claro como as lágrimas cortando seu rosto.
"Não foi sua culpa." A mais velha falava. "Ele não viu, como ia saber?" A mais nova. A do meio não disse nada, só mostrou as coisas que tinham levado. Uma muda de roupas limpas em cima das mochilas.
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Anne insistiu em cavarem um abrigo, ela estava ansiosa para explicar mais, porém não dizia nada que não fosse necessário. Não oferecia nada. "Podemos ficar aqui até o sol sair e vamos precisar de fogo. "
O abrigo era uma concha meio aberta que a deixava ver o vale. A deixava ver a Lua. A deixava ver a fogueiras e os minúsculos urathas em volta delas.
O vento parecia triste e contrariado gemendo pelo vale tentando matar qualquer calor e Luz.
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- Mensagem nº193
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº194
Re: Samantha Doiley
Samanta: Obrigada
Ela não recebe nenhuma resposta. Eles tinham exaurido seu estoque de palavras para ela.
--
Ela trabalhava no abrigo e sentia o frio congelante na pele, na carne e nos ossos. A dor ia e vinha com o corpo novo lutando para salvar as pontas dos dedos. Lutando para fechar os cantos da boca e dos olhos que teimavam em rasgar. O dia era cruel, mas o frio da noite era letal. O nariz escorria e criava gelo. Ela tossia e sentia a garganta e os pulmões reclamarem. Nada fazia a dor parar.
Anne tinha os bebês de alguma forma costurados dentro da própria roupa. "Se sugar vai ficar mais frio ainda. Sabe que não é immortal, né? A gente só parece." Ela diz, mas não tinha energia naquilo para ser uma bronca. "Não posso ficar parada, eles tem que ficar quentinhos sem suar." Ela parecia acreditar que aquilo era impossível. Mesmo assim ela mantinha a forma de dalu grande e forte para trabalhar melhor.
Anne não insistiu depois disso.
--
Samantha não sabia se ia ouvir os uivos, mas quando eles vieram era claro que eram inevitáveis. Cortavam e preenchiam o ar. Faziam os ossos vibrarem. O som tinha significados que pareciam marcados a fogo dentro dela. Algo ancestral que ela não sabia que existia até ouvir. Sentir.
A mudança foi dolorida. Como quebrar o próprio dedo cem vezes, mas era impossível parar no meio. Os ossos quebrando e alongando. As unhas caindo e da do espaço as garras que furavam a carne para sair. Os dentes. A garganta. Os músculos queimando. As cores mudando. O cheiro do Mundo ganhando mãos profundidade e significado.
Ela sabia o cheiro da neve agora. O cheiro da terra debaixo dela. Ela uivou e se sentiu carregada em uma maré. Samantha se sentiu um com o coral. Sua dor refletida em outras vozes. As poucas lembranças com o avô amalgamadas a centenas de outras, milhares, das ela tinha vislumbres que pareciam reais. Sentiam como se fossem.
Palavras de conforto e amizade que ele nunca teve a chance de lhe dar. Desafios e confrontos que eles nunca viveram. Caçadas que nunca repartiram e então silêncio.
Até o vento tinha parado. Até ela.
--
"Ninguém sabia. Ninguém devia poder chegar lá sem passar por eles. Mas um nuzusul?" Ela fala como se. Palavra explicasse tudo. Explicava quase tudo. O significado parecia estar escondido nela esse tempo todo. "As regras não são as mesmas." Ela diz olhando dentro do bolso enorme que tinha feito para os bebês.
"Você passou para a Sombra, meu amor. O outro lado." Ela olha Sam sem nenhuma acusação. "Ele estava ali, dormindo. Hibernando. Ou sei lá como chamam. Um sono profundo que costuma durar muitos meses ou anos. " Ela balança a mão e a usa para tirar gelo do cabelo de Sam.
Ela lambe o gelo na sua mão. "Eu vi e não tinha como passar. Tive que procurar um caminho como o que a gente usou para voltar." Ela dá de ombros. "Não assisti. Mas é comum tentar matar na primeira mudança. Matar o que está mais perto. Seja o que for." Ela respira fundo o aroma dos bebês.
"Eu não fui rápida o bastante. Ninguém ia imaginar. Não tem passagens ali. Todos tentaram impedir. Todos. Só não deu tempo. Aquela coisa. Aquela merda." Os dentes rangem no fim. Os olhos se fixam no miseravel fogo das duas. "A mesma coisa que Aponi tentou vencer. Tentou dominar. Era impossível você perceber. Ninguém percebeu." Ela diz desolada. "Eu não percebi." Raiva profunda e vermelha.
Ela não recebe nenhuma resposta. Eles tinham exaurido seu estoque de palavras para ela.
--
Ela trabalhava no abrigo e sentia o frio congelante na pele, na carne e nos ossos. A dor ia e vinha com o corpo novo lutando para salvar as pontas dos dedos. Lutando para fechar os cantos da boca e dos olhos que teimavam em rasgar. O dia era cruel, mas o frio da noite era letal. O nariz escorria e criava gelo. Ela tossia e sentia a garganta e os pulmões reclamarem. Nada fazia a dor parar.
Anne tinha os bebês de alguma forma costurados dentro da própria roupa. "Se sugar vai ficar mais frio ainda. Sabe que não é immortal, né? A gente só parece." Ela diz, mas não tinha energia naquilo para ser uma bronca. "Não posso ficar parada, eles tem que ficar quentinhos sem suar." Ela parecia acreditar que aquilo era impossível. Mesmo assim ela mantinha a forma de dalu grande e forte para trabalhar melhor.
Anne não insistiu depois disso.
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Samantha não sabia se ia ouvir os uivos, mas quando eles vieram era claro que eram inevitáveis. Cortavam e preenchiam o ar. Faziam os ossos vibrarem. O som tinha significados que pareciam marcados a fogo dentro dela. Algo ancestral que ela não sabia que existia até ouvir. Sentir.
A mudança foi dolorida. Como quebrar o próprio dedo cem vezes, mas era impossível parar no meio. Os ossos quebrando e alongando. As unhas caindo e da do espaço as garras que furavam a carne para sair. Os dentes. A garganta. Os músculos queimando. As cores mudando. O cheiro do Mundo ganhando mãos profundidade e significado.
Ela sabia o cheiro da neve agora. O cheiro da terra debaixo dela. Ela uivou e se sentiu carregada em uma maré. Samantha se sentiu um com o coral. Sua dor refletida em outras vozes. As poucas lembranças com o avô amalgamadas a centenas de outras, milhares, das ela tinha vislumbres que pareciam reais. Sentiam como se fossem.
Palavras de conforto e amizade que ele nunca teve a chance de lhe dar. Desafios e confrontos que eles nunca viveram. Caçadas que nunca repartiram e então silêncio.
Até o vento tinha parado. Até ela.
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"Ninguém sabia. Ninguém devia poder chegar lá sem passar por eles. Mas um nuzusul?" Ela fala como se. Palavra explicasse tudo. Explicava quase tudo. O significado parecia estar escondido nela esse tempo todo. "As regras não são as mesmas." Ela diz olhando dentro do bolso enorme que tinha feito para os bebês.
"Você passou para a Sombra, meu amor. O outro lado." Ela olha Sam sem nenhuma acusação. "Ele estava ali, dormindo. Hibernando. Ou sei lá como chamam. Um sono profundo que costuma durar muitos meses ou anos. " Ela balança a mão e a usa para tirar gelo do cabelo de Sam.
Ela lambe o gelo na sua mão. "Eu vi e não tinha como passar. Tive que procurar um caminho como o que a gente usou para voltar." Ela dá de ombros. "Não assisti. Mas é comum tentar matar na primeira mudança. Matar o que está mais perto. Seja o que for." Ela respira fundo o aroma dos bebês.
"Eu não fui rápida o bastante. Ninguém ia imaginar. Não tem passagens ali. Todos tentaram impedir. Todos. Só não deu tempo. Aquela coisa. Aquela merda." Os dentes rangem no fim. Os olhos se fixam no miseravel fogo das duas. "A mesma coisa que Aponi tentou vencer. Tentou dominar. Era impossível você perceber. Ninguém percebeu." Ela diz desolada. "Eu não percebi." Raiva profunda e vermelha.
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- Mensagem nº195
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº196
Re: Samantha Doiley
"É, mas você nunca obedece então nem tem porque pensar nisso." Ela falava como quem diz que o sol nasce todo dia.
"Eu não tinha como perceber? Eu devia ter sentido sei lá. Tava dentro de você. Não tinha ninguém mais perto." Ela sacode a cabeça em negação. "Saber mais? Como?" A pergunta rápida e descrente.
"Não sei o que você quer, mas eu não to gostando nada disso." A voz de Anne parece debaixo d'gua quando Sam empurra a visão para o outro lado.
"Tá me ouvindo? Me diz quem você acha que sabe e eu arrebento as respostas pra fora... Sam!" Ela diz mais alto e com a voz do dalu parecia um comando.
Os bebês ficaram em silêncio. O outro lado? Ela só neve e sombras. Se movendo lento e rápido no momento seguinte. Vazio. Parecia vazio. Mas o frio era alguém. A dor era alguém. O medo era alguém. A neve. Tudo.
"Eu não tinha como perceber? Eu devia ter sentido sei lá. Tava dentro de você. Não tinha ninguém mais perto." Ela sacode a cabeça em negação. "Saber mais? Como?" A pergunta rápida e descrente.
"Não sei o que você quer, mas eu não to gostando nada disso." A voz de Anne parece debaixo d'gua quando Sam empurra a visão para o outro lado.
"Tá me ouvindo? Me diz quem você acha que sabe e eu arrebento as respostas pra fora... Sam!" Ela diz mais alto e com a voz do dalu parecia um comando.
Os bebês ficaram em silêncio. O outro lado? Ela só neve e sombras. Se movendo lento e rápido no momento seguinte. Vazio. Parecia vazio. Mas o frio era alguém. A dor era alguém. O medo era alguém. A neve. Tudo.
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- Mensagem nº197
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº198
Re: Samantha Doiley
Sam: Obrigada por estar perto... Sempre.
Anne esfrega os dedos nos dela com carinho.
Sam: Eles gostam de te ver braba pra dormir
Ela ri. "Deve ser a voz." A voz do dalu sempre carregava uma autoridade sobrenatural.
Anne não xinga. Parece pensativa e frustrada. Então suspira. "Ele não é inimigo. Vocês enfiaram a cara no meio de uma parada perigosa que nem devia tá sendo tentada." Ela ajeita os bebês com muito cuidado.
"Eu não quis saber de tudo aquilo, eu tava sentindo a dor dela. Sentindo de verdade. Na minha pele." Ela percebe que estava saindo do assunto. "Olha, Aponi disse que a coisa era para ela atravessar as profecias que os puros tão forçando na gente e arrancar uns pedaços de futuro de verdade. Já foi usado antes, precisa de dor para funcionar, mas era difícil de controlar e sempre machuca muito, muito, quem usa." Ela fala como se tivesse certeza. "Dizem. A Aponi disse. O Theo disse. Ele que tinha encontrado. Porra, arrancado dos dedos fodidos de um puro filho da puta." Ela esfrega o nariz e pisca para limpar os olhos brilhantes.
"Mas vai, não vai te fazer mal algum." Ela relaxa respirando fundo o cheiro dos bebês e fazendo uma careta. "Só não fica."
Anne esfrega os dedos nos dela com carinho.
Sam: Eles gostam de te ver braba pra dormir
Ela ri. "Deve ser a voz." A voz do dalu sempre carregava uma autoridade sobrenatural.
Anne não xinga. Parece pensativa e frustrada. Então suspira. "Ele não é inimigo. Vocês enfiaram a cara no meio de uma parada perigosa que nem devia tá sendo tentada." Ela ajeita os bebês com muito cuidado.
"Eu não quis saber de tudo aquilo, eu tava sentindo a dor dela. Sentindo de verdade. Na minha pele." Ela percebe que estava saindo do assunto. "Olha, Aponi disse que a coisa era para ela atravessar as profecias que os puros tão forçando na gente e arrancar uns pedaços de futuro de verdade. Já foi usado antes, precisa de dor para funcionar, mas era difícil de controlar e sempre machuca muito, muito, quem usa." Ela fala como se tivesse certeza. "Dizem. A Aponi disse. O Theo disse. Ele que tinha encontrado. Porra, arrancado dos dedos fodidos de um puro filho da puta." Ela esfrega o nariz e pisca para limpar os olhos brilhantes.
"Mas vai, não vai te fazer mal algum." Ela relaxa respirando fundo o cheiro dos bebês e fazendo uma careta. "Só não fica."
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- Mensagem nº199
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº200
Re: Samantha Doiley
Sam escreveu:Eu fodi com o plano dela, né?
"Acho que já tava fudido." Ela fala sem força.
Sam escreveu:...Tinha algo muito errado. Não era só eles e o fogo. Parecia que tinha algo forçando pra sair... Pra cá... Aquela tempestade.
"Eu não tava lá, mas como você sabe? As pessoas não viram essa tempestade." Ela fala sem devagar, com cuidado.
Sam escreveu:Confiaria a vida deles?
"Dois bebezinhos? Que pergunta Sam, eles ficam melhor com ele do que com a gente. Cê vai ver lá." Ela funga e esfrega os braços. "Porra do frio do cacete." Seguido de um sorriso bobo.
Sam escreveu:Era um objeto?
"Era, também era. Mas era a parte mais importante. Uma lasca, mas era meticulosamente entalhada para ser uma. William disse que viu num livro. Tentou comprar o Theo uns anos atrás." Ela franze o senho e demora para recomeçar. "Theo já tinha antes de a gente andar juntos. Bem antes. Ele disse que tirou do oriente médio." Ela assopra as mãos bem perto. "Aponi fala sim. Vai ser ruim, ela não vai gostar. Mas vai falar. Ela tá tendo umas visões loucas. Ela ficou mais de um mês sem ver nada. Cega mesmo. Doeu demais para ela."
Ela ri quando Sam fala das fraldas. "O cheiro é a parte mais fácil de lidar. Dizem que o barulho e o desespero é o que te deixam louca. O medo deles deixa você em alerta do nada e é só fome. Ou gases. Ou sei lá um barulho e os pequenos te botam pronta pra matar alguém." Ela diz com clara preocupação.