ON Ayaka: A alma de uma flor demoníaca

Assim que lancei o primeiro golpe sobre o frango, considerei ter atacado a pessoa errada. Aquela nevasca seria talvez o maior incomodo durante aquele combate. E antes que conseguisse identificar se de fato havia acertado Ootengu, as palavras de Ren chegavam até mim.

- Qualé, Ren! - Encarei Ren por um segundo. - Mais dois minutos de conversa com esse frango e eu tiraria minha própria vida. Ele não está interessado em nada. Só estava tomando nosso tempo. - Esboço um sorriso matreiro. - E acredito que você não iria me deixar usar sua amiga como isca.

Enquanto tentávamos localizá-los, suas vozes ecoavam ao fundo. Se os mantivéssemos falando já seria de grande utilidade.

- Fala sério, Chicken Little! Até parece que eu vou fugir. - Conclui sem sair do lugar.

Apesar da baixa visibilidade, era clara a presença de Ootengu estava a cima de nós. E o vulto também servia como um norte para nós. Porém, eles não contavam com minha amiga herbórea. A baixa visibilidade não afetaria um ser sem olhos. Pelo menos, eu acreditava que ela não possuía olhos. Vai saber...

Já estávamos apreensivos com a situação quando sentimos a presença de novos aliados, não nosso, claro, e uma velha conhecida. Ao me virar pude confirmar a presença da mulher dos ossos. Acotovelei Ren:

- Acho que tenho uma admiradora não tão secreta assim. - Sorri em escárnio.

Assim que Ootengu alça voo, abro os braços o encarando.

- Isso não é nada gentil, Ootengu. Terminar assim, precocemente. Qualé, eu nem cheguei a me divertir. - Balanço a cabeça negativamente. Assim que Ootengu parte volto-me para Ren. - Espero que você não tenha esse tipo de problema com sua... Kari. - Digo em tom de deboche.

Volto-me para Hone Onna.

- Olha, Ren. Diferente da gelinho e do voador, eu acho que tenho vantagem contra os tipo Rock e Water. - Faço uma pausa pensativa. - Também acredito tem vantagem contra a mulher dos ossos. Eu achava que ela era do tipo Ghost, mas julgando pela minha efetividade no ultimo combate. Ela deve ser do tipo Ground. - Olho sorrindo para Ren. - Saca, tipo aquela historia do espírito de uma mãe e seu bastão de osso que assombra um torre. - Dou de ombros.

Antes que desse prosseguimento com minhas brincadeiras, Ren assumia uma postura preocupada.

- Nesse momento, acredito ser melhor você se preocupar com você mesmo, Ren. - Aponto para o sapo no alto da árvore. - Não diria que ele é forte, mas aqueles dados me preocupam. Então, se puder...

Antes mesmo de qualquer resposta de Ren, parti em direção da vadia dos ossos. Esperava que Ren ficasse de olho nos movimentos do sapo e agisse apenas quando ele baixasse a guarda. Tinha em mente que isso seria logo após o meu ataque sobre Hone...

Com um movimento rápido, meu chicote de rosas cortou o ar em direção de minha inimiga. Enquanto isso minha planta vinha logo atrás pronta para reforçar meu ataque ou dar-me alguma cobertura caso algo desse muito errado. Só torcia para que os dados rolassem a meu favor.

As palavras de Ren pareciam como um sermão e possivelmente ele ficaria zangado por eu não as ouvi-las. Mas isso era algo que teria que esperar. A cada momento nossa situação só parecia piorar. Acreditava que se realmente tivéssemos batalhado contra Ootengu e vencido, certamente essa nova leva de inimigos nós derrotaria sem muito esforço.

Por algum motivo aquele parecia não ser meu dia. Meus golpes não tinham a força e precisão necessários para que eu saísse vitoriosa daquela batalha. Perguntava-me o quanto mais as coisas não iriam piorar. O único ponto positivo era que a vadia dos ossos estava em uma situação semelhante a minha.

Pelo menos a planta estava em melhor forma do que eu. Por ora, isso mantinha o pedregulho ocupado. Sorri de forma debochada para Hone, mas antes que pudesse proferir qualquer palavra senti uma dor excruciante em minhas costas e logo em seguida senti um liquido quente no mesmo local. Não vi o que havia me acertado, mas pela direção presumi que fosse aquele sapo.

- RENNN!! - Bradei enfurecida.

Da forma que as coisas caminhavam pressupus que precisaríamos de ajuda. Aproveitei o corte em minhas costas para gerar uma nova aliada. Já estava no limite de minhas energias, mas não era hora para hesitar.

Sem mais, avancei mais uma vez sobre Hone e desferi mais um golpe com meu chicote. Contudo, agora visava dar tempo até que minha nova amiga estivesse pronta para entrar na batalha. A planta continuo avançando sobre o pedregulho. Só esperava que Ren desse um jeito rápido no sapo ou pelo menos conseguisse tirar aqueles dados dele.

Planta:

Off:

Apenas ignorei as palavras de Ren. Estava cada vez mais irritada com toda aquela situação. Se não fizesse algo logo, as coisa só tenderiam a piorar. Enquanto tentava pensar em algo, apenas chicoteava Hone. Apesar de não estar no melhor dia, tinha como objetivo mantê-la distante.

Não bastasse toda aquela situação desastrosa, o maldito ovo estava reagindo a algo de ruim que eu deveria ter feito inconscientemente.

- Merda, merda, merda... - Disse ao ver o brilho vindo de minha bolsa. - REN, SE ESSE OVO CHOCAR, CORRA!! - Bradei para alertar meu companheiro.

Não havia muito a se fazer se não focar na luta e tentar não fazer nada de errado para que o ovo se estabilizasse.

Off:

Não sabia dizer se Ren era muito corajoso ou muito estúpido. Contudo, no fundo eu não podia deixar de sentir-me confortada para com o companheirismo dele.

Estava pronta para dar tudo de mim quando o pedregulho mostrou para que veio. Aquele tremor me desequilibrou e criou uma abertura para a vadia dos ossos

- Maldita... - Esbravejei assim que senti minha pele rasgar.

Infelizmente não havia tempo para dor. Agora eles visavam aquele ovo estranho. Sem delongas, assenti com a cabeça para as plantas e corri cambaleante mirando as pernas do pedregulho. As plantas vieram logo em seguida também desferindo seus ataques sobre ele. Tínhamos que dar um jeito de recuperar o ovo.

Off: