EYVON
O cavaleiro do Torrentine acordou cedo e tomou o desjejum, sob o olhar vigilante das empregadas da estalajadeira Anamara Nymeros.
Ao sair pela cidade, encontrou-a movimentada, até mesmo alvoroçada, com a perspectiva da efemméride do último dia do torneio em honra do décimo segundo dia do nome do Príncipe Joffrey, o herdeiro dos Sete Reinos. Lojistas e mercadores ambulantes ocupavam-se em levar o máximo de provisões à feira próxima da arena da competição, onde os nobres e populares certamente circulariam durante os intervalos do evento, provavelmente gastando um bom dinheiro.
Por outro lado, os acampamentos estavam patricamente desertos, com poucas tendas ainda de pé em qualquer lugar. A maioria dos nobres e cavaleiros já tinha trocado as espartanas instalações dos acampamentos por confortáveis acomodações em estalagens. Apenas as maiores comitivas ainda mantinham-se aquarteladas em barracas, como Sor Cornell de Alcanceleste e a Casa Felinight a quem Sor Arn se aliara.
Ao indagar por ali aos poucos servos que tinham ficado para trás a respeito do Cavaleiro das Conchas, ficou sabendo que ele se mudara para um quarto alugado na cidade, e que deveria estar naquele momento reunido com Lorde Edmund Tuly para competir no corpo-a-corpo no time dos homens dos rios.
ARN com o Alto Septão
O clérigo supremo dos Sete tinha diversas tarefas para tratar naquele dia, mas concedeu alguns minutos em particular para sor Arn.
-Vossa santidade eu tive uma visão e tenho uma missão em Alto Hermitério e que pra isso se realize eu preciso da sua ajuda. E uma dessas missões é justamente fazer o segundo maior templo do sete em Dorne, em Alto Hermitério onde possamos juntos levar a palavra do sete para o deserto e para pessoas que se desviaram do caminho. Eu prometo que esse empreendimento divino será a sua altura vossa santidade e que possamos nos apoiar como dois pilares, apenas com pernas fortes chegamos longe. Você sabe de minha habilidade como construtor e farei uma construção bela digna do ferreiro. Esse seria um investimento que traria um retorno para nossa fé. E ajudaria em toda nossa causa. Poderia ser um grande centro e um apoio ao senhor em todas as questões. E em forma de agradecimento assim gostaria além de pedir as condições para que eu construa esse sonho e missão divina em homenagem ao sete e ao grande alto septão se vossa santidade cedesse dois Septões para a casa Dayne de Alto Hermitério. Sei que estou pedindo algo grande, mas isso é apenas algo que representa a estirpe de sua grandeza, eu não o decepcionarei. - Sua confissão vem adocicado por suas palavras sonhadoras e de como isso teria um grande impacto para toda região. Era nítida a empolgação de Arn e seu tom sonhador alimentava uma aura divina
O Alto Septão abanou a cabeça lentamente:
- Caro Sor Arn, se soubesse quantos vêm a mim com pedidos semelhantes! Grandes senhores, lordes, septões, cavaleiros, muitos têm esse desejo de erigir grandes septos nos lugares em que vivem, mas esperam que o Grande Septo de Baelor financie essas construções. Sabe o que eu lhes respondo? Se uma comunidade não tem os recursos nem os braços para construir por si próprios um septo para seu próprio uso, então ela não está pronta para receber os benefícios de se aliar ao Grande Septo. Seria mais útil enviar septães para lá para espalhar a palavra dos Sete. O clérigo se levantou:
- Não pense que posso lhe privilegiar nessa questão, meu caro paladino. Há muitas cidades mais populosas que Alto Ermitério a quem também tive de negar esses pedidos. Os recursos de nossa ordem são finitos, e temos de usá-los com sabedoria. Agora, se me der licença, há assuntos que exigem minha atenção.Com isso, o Alto Septão deixou a presença de Arn.
YESSENYA na estalagem
Ao acordar, Yessenya solicitou um banho às suas aias, um pedido extravagante para os padrões de Westeros, onde banhos eram eventos infrequentes. Mesmo assim, elas providenciaram junto à estalajadeira Anamara Nymeros uma tina com água para Yessenya banhar-se. A água era fria em comparação com as de Dorne, mas ainda agradável.
"Maldito lugar..." murmurei, mordendo meu lábio com força. Ao me levantar, pedi que preparassem um banho e comuniquei às minhas companheiras que iríamos ao torneio. Permiti que escolhessem alguns dos meus vestidos, comentando com um leve sorriso: "Talvez tragam mais sorte para vocês do que trouxeram para mim." Eram peças que eu já havia usado em Jardins de Água , mas ainda estavam em ótimo estado.
Isso fez a alegria das quatro aias, que se deliciaram em escolher os vestidos de sua preferência.
Ao descer para o desjejum, Yessenya encontrou callaham já a postos.
"Bom dia, Callahan. Estamos indo ao torneio, presumo que nos acompanhará", disse, ciente de que ele viria, mesmo que eu não o tivesse convidado.
- Certamente, Yessenya! Estarei logo atrás de você.Ele a escoltou ao andar pelas ruas da capital entre um trânsito de pessoas e carroças assustador, mas no devido tempo conseguiram alcançar a arena onde as competições do torneio ocorreriam.
Ela foi admitida nas arquibancadas com seus acompanhantes, notando o quanto os assentos estavam mais lotados do que nos dias anteriores.
Mesmo assim ela teve oportunidade de conversar com Callahan.
"Como foi a sua conversa com Solares?" Não perdia tempo com rodeios quando se tratava dele, e isso era algo que eu valorizava. "Imagino que ele tenha dispensado seus serviços como escudeiro, mas, se não o fez, serei eu a fazê-lo. Você não voltará a ser escudeiro dele. Tenho outros planos para você, e, na sua idade, está na hora de começar a cuidar de si mesmo."
Callahan não se constrangeu muito, mas respondeu lentamente:
- Sor Arn está agindo como faz pensando em ajudar a casa Dannett. E você, Yessenya, bem sabe que o único jeito de eu deixar de ser escudeiro é ser nomeado cavaleiro, seja por um cavaleiro ou por um lorde.Ao lado dele, Yessenya pôde assistir a competição de liças. Foi quando viu Arn comandando o batalhão nortenho contra os homens dos rios.
ARN no torneio
Gylen, o estrategista bastardo de Lorde Beron Felinight, concedeu a sor Arn o comando do batalhão nortenho para a disputa do corpo-a-corpo na liça.
Logo, Solares avistou alguns de seu antigos companheiros de batalha.
-A quanto tempo não fazemos isso hein? Ficou tanto tempo fornicando que seus cabelos perderam a cor senhor Aubrey, mas espero que sua lança continue rija como sempre - brinca com seus antigos camaradas, mas ainda assim mostrando respeito
Krotalus riu alto daquela observação, aparentando já estar levemente embriagado. Aubrey Abyss, por outro lado, mostrou-se ligeiramente ofendido. Arn se lembrava da seriedade dele em todas as coisas, e pareceu que o tempo não mudara isso.
- Então é você que irá nos liderar, Sor Arn? Espero que esteja à altura do trabalho.Krotalus acertou um tapão no ombro de Arn, dizendo ruidosamente:
- Espero que ainda se lembre como os nortenhos lutam depois de tanto tempo andando com os dorneses!Arn então se dirigiu a todos os guerreiros:
-Agora é a hora da Espada! Escudos serão partidos! - grita motivando os homens - Areia e Neve!!!! Areia e Neve!!!! É a hora da tempestade para nossos inimigos!!! Preparem-se!! Vamos pegar a vitória, ela é nossa! Parede de escudos!!!
O brado de Arn não surtiu o efeito desejado.
Os soldados dos Felinight obedeceram ao comando dele e empunharam seus escudos ordenadamente, mas os demais guerreiros do Norte não se entusiasmaram em segui-lo. Os Glover, Cerwyn, Hornwood e outros nortenhos quebraram a formação, investindo furiosamente contra os homens dos rios.
A defesa dos servos dos Tully era débil na melhor das hipóteses, e quebrou-se diante da carga pesada dos nortenhos. Diante daquele quadro, até mesmo os soldados Felinight aproveitaram a brecha para sair da formação e investir com força.
A garra dos nortenhos acabou por sobrepujar os homens dos rios com pouccas baixas, conquistando o direito de prosseguir na liça.
QUERELLON
Tayla partiu antes do amanhecer com a mensagem de Querellon ao meistre Somar.
Logo em seguida, Querellon teve que sair apressadamente para o porto para supervisionar o carregamento do Sabre da Sapiência.
A habilidosa tripulação já tinha ancorado no cais designado, e os empregados da senhora Evelyne Vaas já tinham separado as mercadorias a ser carregadas.
Se a carga fosse menos frágil, seria possível usar guindastes de tração humana ou animal para agilizar o carregamento. Mas devido a natureza delicada dos bens que o Sabre da Sapiência carregaria, o processo de subir a carga a bordo e acondicioná-la devidamente teria que ser feito manualmente.
Um capataz da senhora Evelyne supervisionava a operação com autoridade e expertise, dando ordens e broncas sempre que achava necessário.
Durante toda a manhã e parte da tarde as rampas de acesso ao navio ficaram sempre movimentadas pelo ir e vir dos carregadores, entre os quais os próprios tripulantes do Sabre da sapiência também tinham sido empregados.