A noite em Tombastela trouxe um silêncio profundo que contrastava com a tensão latente da chegada. O castelo, banhado pela luz suave das tochas, revelava corredores frios de pedra branca e salas ornamentadas com tapeçarias antigas e escudos brilhantes, símbolos da longeva história da Casa Dayne. O som constante das ondas batendo nas muralhas, ecoando pelas paredes do castelo, acompanhava a comitiva de Yessenya enquanto eram conduzidos a seus aposentos por servos silenciosos.
Os aposentos destinados a Yessenya e suas aias eram luxuosos, com camas de dossel, cortinas finas, e janelas que ofereciam uma vista impressionante para o Mar de Verão. Mesmo assim, a sensação de inquietude que pairava sobre o grupo era palpável. O silêncio do castelo, a sensação de que os próprios muros observavam, apenas aumentava essa percepção.
Na manhã seguinte, Yessenya acordou com o som de batidas suaves à porta. Era Marla, sempre a mais responsável de suas aias, informando que o desjejum já estava sendo servido no salão principal. O sol já brilhava, inundando Tombastela com uma luz dourada que refletia nas muralhas pálidas, e o ar matinal estava fresco, trazido pela brisa do mar.
Ao descer para o salão, Yessenya e suas aias foram novamente recebidas com a formalidade distante de Lady Allyria. A senhora da casa já estava sentada à mesa, junto com alguns de seus conselheiros e soldados de alta patente. Havia pão fresco, frutas, queijo e vinho leve, mas o clima era tão frio quanto a pedra de Tombastela. Allyria, com a mesma expressão impenetrável, convidou Yessenya a se juntar a ela.
— Dormiu bem, Yessenya? — perguntou Allyria, sua voz calma, mas carregada de um tom que Yessenya não pôde deixar de notar.
Callahan Sand, sempre presente e vigilante, posicionou-se um pouco afastado, como sempre. Observava o ambiente com seu olhar penetrante, atento aos movimentos sutis dos soldados e conselheiros ao redor. Havia algo na maneira como eles se comportavam — uma mistura de reverência e cautela — que o deixou em alerta. Algo estava em curso, e ele não podia arriscar baixar a guarda.
Após o desjejum, Lady Allyria convidou Yessenya para um passeio pelos jardins da fortaleza, uma caminhada que parecia mais uma oportunidade para conversas veladas do que uma chance de relaxamento. As duas caminhavam lado a lado, enquanto o som do mar parecia distante, abafado pelos muros grossos que cercavam os jardins.
— Há muito que mudou desde a última vez que nos vimos, Yessenya — começou Allyria, seus olhos lilases brilhando sob a luz do sol. — O mundo está em constante movimento, e Tombastela não é exceção.
Allyria parou, olhando diretamente nos olhos da sobrinha. Havia uma intensidade em seu olhar, como se ela estivesse pesando cada palavra dita.
— Cuidado, Yessenya. Dorne é um lugar de sutilezas. Nem tudo é o que parece. E as sombras aqui em Tombastela… podem ser mais profundas do que imaginas.
Essas palavras pairaram no ar, criando uma tensão palpável. Yessenya sabia que havia algo mais em jogo, mas, por enquanto, precisava de tempo para compreender a extensão disso.
Os aposentos destinados a Yessenya e suas aias eram luxuosos, com camas de dossel, cortinas finas, e janelas que ofereciam uma vista impressionante para o Mar de Verão. Mesmo assim, a sensação de inquietude que pairava sobre o grupo era palpável. O silêncio do castelo, a sensação de que os próprios muros observavam, apenas aumentava essa percepção.
O Dia Seguinte
Na manhã seguinte, Yessenya acordou com o som de batidas suaves à porta. Era Marla, sempre a mais responsável de suas aias, informando que o desjejum já estava sendo servido no salão principal. O sol já brilhava, inundando Tombastela com uma luz dourada que refletia nas muralhas pálidas, e o ar matinal estava fresco, trazido pela brisa do mar.
Ao descer para o salão, Yessenya e suas aias foram novamente recebidas com a formalidade distante de Lady Allyria. A senhora da casa já estava sentada à mesa, junto com alguns de seus conselheiros e soldados de alta patente. Havia pão fresco, frutas, queijo e vinho leve, mas o clima era tão frio quanto a pedra de Tombastela. Allyria, com a mesma expressão impenetrável, convidou Yessenya a se juntar a ela.
— Dormiu bem, Yessenya? — perguntou Allyria, sua voz calma, mas carregada de um tom que Yessenya não pôde deixar de notar.
Callahan Sand, sempre presente e vigilante, posicionou-se um pouco afastado, como sempre. Observava o ambiente com seu olhar penetrante, atento aos movimentos sutis dos soldados e conselheiros ao redor. Havia algo na maneira como eles se comportavam — uma mistura de reverência e cautela — que o deixou em alerta. Algo estava em curso, e ele não podia arriscar baixar a guarda.
Após o desjejum, Lady Allyria convidou Yessenya para um passeio pelos jardins da fortaleza, uma caminhada que parecia mais uma oportunidade para conversas veladas do que uma chance de relaxamento. As duas caminhavam lado a lado, enquanto o som do mar parecia distante, abafado pelos muros grossos que cercavam os jardins.
— Há muito que mudou desde a última vez que nos vimos, Yessenya — começou Allyria, seus olhos lilases brilhando sob a luz do sol. — O mundo está em constante movimento, e Tombastela não é exceção.
Allyria parou, olhando diretamente nos olhos da sobrinha. Havia uma intensidade em seu olhar, como se ela estivesse pesando cada palavra dita.
— Cuidado, Yessenya. Dorne é um lugar de sutilezas. Nem tudo é o que parece. E as sombras aqui em Tombastela… podem ser mais profundas do que imaginas.
Essas palavras pairaram no ar, criando uma tensão palpável. Yessenya sabia que havia algo mais em jogo, mas, por enquanto, precisava de tempo para compreender a extensão disso.