EYVON
- Sim… respondeu um tanto quanto “acuado”- É bom ver mais rostos amigos de Dorne. - dessa vez falou de forma um pouco mais amistosa.- Qual o seu nome, jovem?
Ela respondeu ainda sorridente:
- Anamara Nymeros, nascida em Limoeiros e radicada nessa grande cidade há quase dez anos. - Não pude deixar de notar na placa o símbolo que remete muito à Casa Martell, além é claro do próprio nome. Imagino que seja uma homenagem, com certeza. E justa homenagem, diga-se de passagem…ainda mais depois do que houve aqui…
Anamara redarguiu à observação de Eyvon:
- Eu sou dornesa e não me envergonho disso. Anuncio abertamente para que os portorrealenses saibam que estamos aqui e que não vamos embora! E assim qualquer dornês pode saber que será bem-vindo aqui, para trabalhar, se hospedar ou apenas beber um tinto de Dorne. E em qual desses casos você se encaixa? Meu nome é Eyvon, sou um Cavaleiro de Dorne e represento a Casa Dayne de Alto Ermitério. Uma Casa amiga dos Martell. Estamos apenas de passagem, após nossa breve participação no torneio.- fez uma breve pausa - Precisamos de um lugar para ficar, minha jovem. Porém, serei sincero com você; não somos uma casa rica. Não disponho agora de todo o valor necessário para nossa estadia. Não, por favor, não me tome por um “esperto”. Não venho pedir caridade. Pelo contrário, venho pedir apenas uma mão amiga. Uma mão irmã. Uma mão que sabe o que significa ser um dornês fora de Dorne. Somos uma comitiva de onze pessoas. Me comprometo, pelo nome que carrego comigo e a honra de servir à Casa Dayne, a realizar o pagamento integral de nossa hospedagem, em nome de Lorde Edmund, tão logo seja possível.
A proprietária da estalagem ouviu tudo com atenção e levou um momento em silêncio pesantivo.
Ao fim dele, ela disse:
- Faremos o seguinte: traga seus dez companheiros e eu lhe arranjarei quartos, banho e refeições. Mandarei a conta para o Alto Ermitério, e você só precisa confirmar para Lorde Edmund que a dívida é verdadeira. Vá, pode ir buscar sua comitiva, cavaleiro Eyvon dos Dayne!QUERELLON
O meistre saiu da tenda de Yessenya, passando pelas quatro aias da lady e encontrando Callahan à espera no lado de fora.
O jovem escudeiro o saudou:
- Boa noite, meistre!O acampamento estava bem menor do que já fora, e não foi difícil para Querellon constatar que a jovem Violet Póesy não estava em nenhum lugar à vista.
- Está procurando a espiã do Sor Arn? Ela não está aqui. Ela é bem furtiva, nunca sei quando ela está se aproximando... YESSENYA
As quatro moças dornesas assentiam obedientes e submissas às palavras de Yessenya, e ela percebeu que ainda pareciam muito mais aias do que damas de companhia.
E apesar de elas estarem vestidas de maneira sensual, Yessenya percebeu que Callahan não olhara para elas; os olhos do escudeiro estavam fixados no corpo da Lady Dayne, e ela percebeu pela milésima vez o quanto ele a desejava.
— Estou cansada desse lugar, quero voltar para casa Callahan…
- Eu também - disse ele, em voz sumida.
— O meistre me levou ao banco de ferro para obtermos um empréstimo e agora aguardamos a resposta de meu pai.
Ele respondeu apressadamente:
- Ele vai concordar, ele pode lhe dar tudo que você quiser!Era uma resposta ingênua, de quem não sabia o quão volúveis os grandes senhores poderiam ser.
— Estávamos falando do baile também e serei obrigada a ir.
- Eu posso ir como seu guarda-costas! Eu a manterei protegida!O entusiasmo dele era quase infantil.
— Estamos sem um tostão, odeio isso com todos os meus ossos, me submeter a um empréstimo enquanto sabe se lá o que meu adorado irmão está fazendo, ele deveria ter vindo pra essa terra irritante e…- Olhou pra ele com um olhar lascivo que poderia derreter um homem inexperiente e ingênuo.
A pele bronzeada dele corou fortemente ao olhar dela, e ele gaguejou qualquer coisa que não conseguiu articular, por fim desistindo de falar mais.
— Hum… Talvez tenha que arrumar um pretendente que queira uma Dornesa que a essa altura nem um dote tem a oferecer…O que poderei oferecer a um homem de posição razoável?
Ele disse enfaticamente, talvez com um toque de irritação na voz:
- Qualquer homem iria querer o que você pode oferecer! E seriam afortunados se fizessem isso! — Mas diga-me…O quer conversar comigo?
Ele pareceu confuso e aparentou esquecer o que o trouxera ali. Após alguns momentos de pensamentos conflitantes, ele disse apenas:
- Vim apenas lhe desejar boa noite... Amanhã estaremos numa estalagem mais confortável, a que sor Eyvon achou. Você ficará bem... confortável lá!ARN
-Bom então vamos usar essa sua rede. Assim que eu sair daqui resolverei as pendencias. Você terá sua vingança assim como eu terei a minha. Agora veja o que estão comentando sobre a minha prisão e onde está o bastardo que trapaceou.
Violet disse com um ar de decepção:
- Não consegui encontrar onde prenderam o bastardo do Ocidente. Especificamente quem você quer saber que está falando sobre sua prisão? -Não quero que você o treine, mas precisamos nos aproximar de Deric Dondarion e conquistar a confiança dos dois. Descubra o que o Deric mais têm apreço e do que ele gosta para podermos usar isso a nosso favor.
Ela curvou os lábios como se estivesse prestes a sorrir, respondendo:
- O nome é Beric. É um cavaleiro das Terras da Tempestade cuja família já combateu os dorneses do Caminho dos Ossos no passado. Tentarei descobrir os gostos do lorde Dondarrion então. Precisa de mais alguma coisa, sor? Tenho que ir logo antes que me descubram. OITAVO DIA
YESSENYA, QUERELLON & EYVON
Ao amanhecer, Eyvon e Callahan trabalharam juntos para desarmar as barracas do acampamento, enquanto Querellon providenciou uma carroça para transportar tudo até a estalagem que o cavaleiro encontrara.
No estabelecimento, Anamara Nymeros recepcionou Yessenya e sua comitiva com grande respeito, conduzindo as mulheres para um grande quarto coletivo, enquanto os homens dividiriam um quarto menor.
Ela já tinha também uma refeição à espera deles, e a variedade e sabores impressionou a todos: iorgute e coalhada seca, falafel e homus, uma boa variedade de pães, acompanhados por geleias, queijos, manteiga e outros itens típicos da cultura dornesa, panquecas de semolina, grão de bico, pão pita, alho e limão.
- Spoiler:
Enquanto todos tomavam o desjejum, um ajudante de ordens da cidadela dos meistres veio à procura de Querellon, portando uma mensagem.
Era a resposta do Lorde Edmund.
Ele autorizara o empréstimo.
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