Ato lll.l: Diário de Guerra

Caleb : - Olá Padre... Vejo que está bem e seguro.

Caleb se aproxima com passos lentos, olhando fixamente para o sacerdote.

Caleb: - Preciso me confessar Padre. Tenho sido um garoto muito mau.

Caleb vai até o confissionário acompanhado do Padre e então começa a falar.

Caleb: - Estou programando um ataque contra o escorpião. Ele está muito cheio de si e provavelmente não espera por isso. Mas para isso eu preciso saber mais Padre. Tenho motivos para acreditar que ele tem interesse na sua igreja como possível refúgio. Para isso ele precisaria ter posses por perto. Sabe de algo que possa me revelar Padre?

Caleb mantém sua voz em tom calmo, mas o seu timbre não é o de uma pessoa comum. Caleb sabe que precisa fazer a emboscada o mais rápido possível e para isso precisa se certificar de que tudo vai ocorrer conforme o planejado.

O Padre pensou na questão das posses...

Realmente não é uma resposta simples que ele poderia dar.

O clérigo ficou sem resposta, mas...

Ao que parecia era o próprio bar que Caleb movimentava dinheiro com bebidas, prostituição e lutas, como isso se daria agora nessa Igreja?

Depois de pensar um tempo, o padre responde...

—Talvez seja o artefato...eu me lembro que ele falou algo sobre a cruz de São Sebastião.

O padre então vai até o altar, retira uma enorme cruz de ouro de trás dele.

Caleb move a sobrancelha quando o padre comenta sobre a cruz e se aproxima para ver o artefato de perto.

Do que está falando padre. O que essa cruz tem de especial? O que ele falou sobre ela?

Caleb ouviu rumores sobre o efeito que a fé e artefatos sagrados poderiam causar em vampiros mas nunca achou que fossem mais que rumores. Se essa cruz realmente tiver poder, Caleb poderia fazer uso dela. Seria extremamente útil.

Caleb avista a cruz que o padre lhe mostrava e analisa-a como uma bela obra de arte, mas o que realmente lhe chama a atenção é o que o Padre lhe falou... "arma". Caleb pegou a cruz da mão do padre enquanto ele falava de Jesus, salvador, enviado e etc. Para Caleb aquilo não fazia sentido algum e muito menos faria diferença na vida dele. Tudo o que ele queria era terminar o que precisava fazer.

Caleb: - Ora ora ora, que surpresa eu tenho aqui. Isso vai me ser muito útil padre. Pode deixar que farei muito bom uso dessa cruz.

Caleb então parte para o carro, carregando a cruz nas mãos e os preparativos finais em sua mente. Dali ele parte para o seu esconderijo para colocar a cruz em seu sobretudo. Ele coloca a cruz na parte de dentro do sobretudo aonde ficariam suas costas e costura um forro extra em torno dela, para mantê-la sempre com ele. Ele ainda não sabe exatamente quais seriam as formas de se usar essa cruz mas ele aposta na proteção que ela lhe proporcionará.

Uma vez terminado Caleb liga para o ex-policial e combina os últimos passos. Não pode passar dessa noite e tudo precisa estar perfeito. Seu facão afiado, suas armas limpas e bem municionadas, seus reflexos afiados e o plano dentro dos conformes. O plano na verdade era simples. Esperar até que o evento esteja alto na madrugada mas ainda não muito próximo de terminar. Nesse momento fazer a retirada dos veículos e assionar a polícia com uma denúncia anônima muito bem elaborada. Com isso os vampiros estarão sem ter aonde ir e a presença da polícia os forçará a utilizar o caminho secreto, uma vez que não terão seus veículos para fugir e não poderão acompanhar os policiais devido à proximidade com o por do sol. Isso os forçará a usar a passagem secreta até a mesquita e passar o dia lá. É aí que eu entro...

Caleb sorriu enxergando a situação de longe. Os carros depenados dariam um lucro muito bom para Caleb e seu associado, que com certeza ficará muito feliz com o resultado. A polícia fazia o seu papel e o túnel feito pelos vampiros servia o seu propósito. Caleb só precisou esperar o dia amanhecer para sair de seu carro e ir em direção à sinagoga. A polícia já havia deixado o local por hora e o caminho estava livre para que Caleb continuasse com seu plano.

Caleb: - Deus ajuda quem cedo madruga. Ó senhor, ouve minhas preces.

Caleb falava consigo mesmo soltando um sorriso estranho nos lábios. Seu objetivo é entrar no templo sem cerimônia e interpelar o rabino sobre a localização daqueles que fazem de seu templo um refúgio. Caleb irá intimidá-lo se preciso.

Caleb: - Faço um favor a você rabino. Sei que está sendo intimidado por eles e eu vou livrar você desse fardo.

Caleb começará com suas duas colt, atirando em qualquer carniçal que aparecer. As espingardas cano cerrado servirão ao seu propósito caso a munição dos revolveres acabe e não há tempo de recarregar... se a situação continuar, Caleb apelará para a espingarda ou o facão caso não há espaço ou tempo de continuar engajado em um combate à distância. Caleb tomará cuidado para se transformar antes de engajar no combate para se beneficiar de suas vantagens adquiridas por seu sangue Garou. Qualquer bem e posse de valor dos carniçais será tomado por Caleb para angariar recursos para sua missão "sagrada".

Caleb: - Saiam crianças, saiam... De onde quer que estejam.

Os vampiros serão deixados para o final... Dificilmente um deles irá acordar em pleno dia para atacar Caleb mas se isso acontecer, Caleb irá alvejá-los sem dó nem piedade até que caiam inertes e assim, quando a situação estiver sob controle, Caleb irá decapitá-los para finalizar o serviço. Para descobrir o paradeiro dos vampiros, Caleb irá questionar e se possível torturar os carniçais para que eles digam o que Caleb precisa. Se não conseguir resposta, Caleb se voltará ao rabino, que dificilmente sairá dessa sem levar alguns socos. Não é interessante para Caleb que o rabino seja visto como um traidor pelos vampiros e uma boa surra pode ser vantajosa para ele.

Caleb: - Não me julgue como bom ou mau rabino. Sou só o cara com a arma na mão.

Caleb então se vira mirando uma de suas colt enquanto usa seu sangue Garou para alcançar a forma glabro, fazendo com que seu corpo cresça em estatura, aumente a quantidade de pelos e aumentando suas proezas físicas. Caleb não recua e atira em qualquer figura que considere ameaçadora. Os sons de tiro ecoam por dentro da sinagoga e o sangue começa a pintar o chão e as paredes da mesma.

Caleb: - Ninguém quer brincar comigo?

Não demora para que as duas Colt acabem a munição e Caleb pegue sua espingarda, caminhando atento e atirando nos desafortunados que passarem pelo seu caminho. A quantidade de Carniçais é um pouco maior do que ele imaginava e ele também acaba com a munição de sua espingarda.

Caleb: - Vocês estão começando a me encher a paciência seus filhos da puta.

Caleb então finalmente avistou o escorpião. Rapidamente Caleb sacou suas duas cano cerrado e mirou no grande alvo de carne.

Caleb: - Doces ou travessuras garotão...

Tudo que sobrou dos carniçais era muito sangue e munição queimada. Agora Caleb sacava uma estaca em uma mão e um facão na outra, pronto para eliminar alguns sanguessugas da face da terra, mas não sem antes drená-los um pouco.

Caleb: - Isso vai ser divertido.

Caleb virou-se rapidamente para o oriental, disparando com a colt, esse desapareceu como em um passe de mágika diante de seus olhos...

Porém um dos demais carniçais não recuaram e um deles voou para atrás com o impacto do disparo da arma.

Isso obviamente não era o bastante, mesmo lidando com quem toma o sangue vampírico já se torna bem resistente à balas.

Mais tiros e a forma agressiva e violenta Glabro dava a velocida e proteção suficiente para que ele mesmo recebesse também tiros e impactos de vários ataques.

Diante de tantos atacantes, a fúria tomou conta de tal maneira que sequer parou para pensar na razão pela qual via o Escorpião de pé diante de si, sorrindo em plena luz do dia antes de atirar com sua espingarda de cano cerrado.

Aliás, ao disparar o imenso alvo que apareceu diante dele era agora o Ferroada...

Que ao levar o tiro pareceu imóvel, mas quando o Escorpião precisou avançar, foi acertado pela garra violenta do caçador... Ainda assim, Ferroada avançou socando o rosto de Caleb e partindo seu nariz pouco antes de tombar sobre uma pilha de outros carniçais.

A dor era nula para o caçador, cuja sede da Vitae começava a nublar seus sentidos... Ele já descia para o porão, onde estavam os corpos dos vampiros adormecendo e
sacando sua estaca e o facão se deliciou com o sangue de alguns deles, curando as poucas e quase nulas feridas de algumas balas que recebeu e o rosto que sentia se remoldar fazendo-o pensar que Ferroada era o carniçal mais forte dentre eles.

Foram drenados de seus caixões quatro cinco vampiros... Escorpião havia saído pela porta, deixando Ferroada para atrás...

Enquanto se sentava com o estômago cheio ainda, jogado apoiado na parede, saceado pela vitae, e as manchas vermelhas sumiam de sua vista e o Frenesi por sangue diminuia lentamente...

Ele parava para pensar que seu alvo não temia a luz do sol...
Porém seu momento de relaxamento e reflexão diante da satisfação foi muito breve.
Foi só nessa hora que viu de novo o oriental, praticamente brotando do nada em sua frente e perfurando dolorosamente sua garganta com a katana.

Agora ele voltava a sentir dor...E precisava reagir.

Caleb foi pego de surpresa. Sentado e com a guarda baixa, foi surpreendido pelo oriental, que usou sua katana para perfurar o pescoço do caçador. Esse por sua vez não tardou a reagir. Rapidamente ele segurou a mão do seu ligeiro oponente, que empunhava a espada, e com a outra mão Caleb mirou o seu facão no peito de seu oponente.

Caleb: - Quando chegar ao inferno, diga-lhes que fui eu que o mandei para lá. Te darão um desconto.

Caleb sua mão e braços firmes enquanto seguravam o oriental e com a outra perfurava freneticamente o peito e o abdomen dele. Caleb esperava por um momento de fraqueza deste para poder ampliar seus movimentos e arrancar a cabeça dele. Assim que o fizer, irá cuidar de seu ferimento e irá tomar a katana, assim como a bainha, para si. Em seguida, não que fosse um costume, mas Caleb acenderia um cigarro. Por mais incrível que pareça, não é difícil encontrar cigarros nos corpos destes merdas que ficam cheirando a bunda de vampiros e deixar um maço a tiracolo nunca é demais.

Caleb fumando:

Caleb: - Sortudo você, morto pelo melhor.

Caleb volta a ficar atento a qualquer perigo enquanto volta a sua atenção para os corpos. Quaisquer itens de valor serão tomados pelo Carniçal desgarrado. Relógios, aparelhos celular, calçados, vestimentas, carteira, tudo o que ele puder encontrar. As armas também serão recolhidas uma a uma, tanto dos vampiros quanto dos carniçais acima. Ao subir as escadas nota os corpos dos carniçais cobertos de sangue. Caleb sobe com cuidado e sem pressa, saqueando os corpos que conseguir encontrar. Um dos corpos estava bem feio, com as tripas a mostra. Caleb olhou para o corpo antes de saqueá-lo.

Caleb sarcastico:

Caleb: - Existem várias formas de abrir alguém... nenhuma tão rápida ou divertida quanto a minha.

Caleb estava conseguindo fazer um bom pé de meia e foi bom ver ferroada detonado no chão. Caleb estava com suas armas em punho, limpando e carregando as munições enquanto olhava para o corpo do desgraçado que ousou entrar em seu caminho.

Caleb ensanguentado:

Caleb: - Argh, e eu que me achava feio. hehehe

Caleb termina de avaliar todos os corpos, todas as saídas e possíveis esconderijos. Atrás de si há um rabino assustado e tagarela, falando várias coisas que Caleb não dá atenção.

Caleb: - Ei rabino... se eu fosse você começaria com um balde e um Mop... Você vai precisar.

Caleb está neste momento pensando no escorpião que parece ter conseguido fugir, em plena luz do dia. Isso era uma novidade e ele vai ter que descobrir o que está acontecendo. De qualquer forma logo logo será a hora de picar a mula e ficar quieto por um bom tempo. O rabino continua a sua falação. Que esse era um local sagrado, que Caleb era isso e aquilo, que agora a vida dele estava em perigo. Caleb se virou para ele com o sorriso sarcástico característico e disse.

hehehe:

Caleb: - Ei ei ei, não é hora de ficar tão nervosinho... Eu até pediria desculpas se pudesse, mas você e eu sabemos que seria uma baita mentira... e eu não posso macular a casa de Deus não é? hehehehahahaha. Mas você é um tolo se pensa que há escapatória... Você já está morto rabino. Morreu no momento que se aliou com essa laia. Só não havia percebido. Mas não se preocupe, não vai demorar muito e vai doer pouco. Agora se me dá licença, o meu trem está chegando.

Caleb então se apressa. Ele está bem carregado de armas e itens valiosos, ainda mais com a katana que conseguiu. Ele já se imagina desmembrando vários desses filhos da puta com esse novo brinquedo. Já no carro, ele abre o porta malas e joga o saco com o fruto do seu trabalho lá dentro, depois entra no carro e sai em disparada. Caleb fica atento para com as autoridades e atento para qualquer carro o seguindo para então poder despistar. A cidade é grande e para poder guardar seu esconderijo, é capaz de passear bastante por inúmeros cantos de lá.

Uma vez em casa ele vai pegar tudo o que conseguiu e colocar separado em cima de uma mesa. Olhando com calma ele liga para o seu associado.

Caleb: - Olá olá. Papai noel chegou mais cedo esse ano. Quer saber os presentinhos que eu trouxe?

Caleb sorri enquanto fala ao telefone com seu associado.

Caleb: - Você foi um bom menino e papai noel vai levar presentes pra você, mas você tem que deixar os biscoitos pro papai noel.

Caleb organiza as suas coisas e espera um momento mais oportuno para sair com o seu carro carregado. Caleb se certifica primeiro de pegar todas as munições que lhe serão úteis e todas as cédulas de dinheiro que puder encontrar. O restante das armas, munições e outras coisas valiosas ele carrega no carro. Sem muita pressa ele dirige até o seu associado e uma vez lá o cumprimenta. Uma vez dentro o estabelecimento, Caleb começa a despejar as coisas em cima da mesa do ex-policial, separando as armas, munições, lâminas, relógios, aparelhos celular, carteiras, cartões de crédito entre outras coisas.

Caleb: - Acredito que com isso você consiga fazer um pouco de grana para nós. Você tem mais jeito para isso do que eu. Espero também que tenha se lembrado de limpar os carros antes de fechar o negócio com o desmanche. Tenho certeza de que os carros estariam cheios de coisas valiosas.

Caleb então se encosta na parede e cruza os braços. Ele está contente com o resultado da incursão e com sua nova katana. Enquanto observa e escuta o que seu companheiro tem a dizer, Caleb imagina o que podria precisar futuramente e vocaliza despreocupado.

Caleb: - Vou precisar de umas coisinhas de você. Nada de mais. Apenas munições de fósforo para minhas espingardas e duas armas de mão que disparem muitas balas em pouco tempo e que possuam muitas balas em cada pente. Acha que consegue algumas submetralhadoras nesse perfil para mim?

Caleb está atento ao seu colega, mas ao mesmo tempo repassa os acontecimentos anteriores. A chacina foi como planejado, vampiros e servos estraçalhados e muita coisa adquirida de seus dedos decrépitos. Mas o escorpião conseguiu fugir em plena luz do dia, como se soubesse o que estava para acontecer. Fez isso sem se preocupar com as perdas que teria. E isso deixa Caleb com a pulga atrás da orelha. Caleb precisa de mais contatos na cidade para poder se manter melhor informado.

Caleb: - Diga-me. O que sabe sobre os circuitos de luta clandestina aqui na cidade? O nome escorpião te diz alguma coisa?

Caleb escuta as palavras do ex-policial com atenção.

Caleb: - Bem, esse escorpião era um dos meus alvos. Acontece que interrompemos um evento de luta clandestino aonde ele estava inserido, mas o safado escapou. Mas os outros alvos não, hahahahahahahahahahahaha. De certo não voltarão tão cedo àquela cena e eu voltarei à estac zero com relação ao local onde posso encontrar ele.

Caleb então caminha um pouco ao redor da mesa aonde distribuiu as armas que conseguiu.

Caleb: - Quando estiver com a minha grana separada, me avise. Não se esqueça de me conseguir as sub-metralhadoras, as balas de prata e as balas incandescentes. Se conseguir alguma notícia de escorpião e as lutas clandestinas, conseguirei mais negócios para fazer. Agora se me dá licença, vou descansar um pouco.

Caleb então saiu, dirigindo no seu carro até o seu refúgio. No caminho sua mente viajou longe nos tempos em que era enamorado de abelinha e depois quando foi torturado por Lovejoy. Algumas coisas Caleb sente alívio por terem acabado mas outras ele sente alguma saudade, de certa forma. Mas ele sabe que nada voltará a ser como antes e que ele mesmo estava muito mudado. Os garou o viam como um monstro e Lovejoy com certeza tem uma vingança guardada embaixo da manga para Caleb. De certa forma não havia mais espaço na vida de Caleb para amor ou fragilidade. Todos aqueles que se interporem em seu caminho ou que ofereçam ameaça, serão baleados e estripados como qualquer outro.

Já em seu refúgio, Caleb reorganiza sua segurança. O facão ainda fica em sua casa, deixando a katana afiada e leve sempre com ele. As armas limpas e carregadas são deixadas próximas a ele e algumas em locais estratégicos. Um descanso fará bem.

Caleb atende ao telefone e o que ele escuta do outro lado o faz sorrir. Depois que Serge terminou de falar Caleb se pronunciou.

Caleb: - Ora ora ora, são muito boas notícias! O incêndio foi proposital meu caro. Estamos lidando com um grupo grande e eles estarão prontos para quando eu retornar hehehehehehehe. Vamos agir nesse local sim, mas antes eu preciso fazer um reconhecimento e vou precisar da sua ajuda. Descubra quando vai ser o evento e sonde o local a noite para saber a rotina do local. Depois que conseguir isso eu irei fazer a minha análise. Precisamos fazer isso antes do evento começar e precisamos ser cuidadosos. A segurança vai ser mais acirrada e estarão de olho por mim. Digo isso porque um safado conseguiu fugir.

Caleb acaricia o cabo da katana enquanto fala com Serge, imaginando como deve ser abrir o escorpião com sua katana e vê-lo sangrar.

Caleb: - Está na hora de brincar. Faça o reconhecimento ou contrate alguém que consiga fazê-lo. Acho que será mais fácil assim. Precisamos saber as rotinas dos carros e quem são as cartas marcadas. Precisamos saber o que ocorre lá, como é o nível de segurança e as construções que estão próximas. Consiga as informações e me passe. Assim poderei fazer a minha mágica.

Após o telefonema Caleb parece estar tendo algum tipo de alucinação. Tudo é muito psicodélico e com tom de zombaria, mostrando ali o escorpião, se dirigindo a ele. Caleb segura forte a sua espada, olhando nos seus arredores mas sem conseguir focar sua visão fora daquela imagem que se plasmou em sua frente através da cruz do padre. Caleb não acha que esteja delirando, de fato o escorpião parece estar conseguindo se comunicar com ele, mas como ele faz isso é uma incógnita. Seria nesse caso, a cruz o foco? Para complicar as coisas, escorpião sabia o seu nome. Como ele descobriu? Charles nasceu pobre, vivia nas ruas com a tribo, foi raptado e torturado, tudo no submundo e depois desaparecendo sem muitas repercursões. Será que seu antigo senhor ainda o procura? Será que o escorpião tem contatos com as tribos lupinas? Será que isso tem a vr com o fato de ele caminhar durante o dia? Perguntas demais em uma pequena fração de segundo enquanto Caleb se agacha com os braços sob os joelhos de frente para a cruz, encarando o escorpião. Caleb sorri, fazendo com que a pele do seu rosto deformado se enrugue e revire de forma repugnante.

Caleb: - Ora ora, olha quem veio para o jantar. Que pena não vir pessoalmente. Eu poderia te servir algo delicioso, hehehehehe. Diga-me, por que um leão caça antílopes? Porque furacões destroem cidades? Porque um psicopata mata e tortura? Porque um escorpião usa o seu ferrão? Tudo obedece a sua natureza e eu não sou diferente. Bom, mau, isso não significa nada. Sou apenas um cara com a arma na mão e você estava no meu caminho. Nada pessoal, mas sabe como são os negócios não é? O mundo financeiro é um ambiente selvagem e o sangue está em alta no mercado. E eu estou aberto a fazer negócios hehehehehehehe. Mas você não está aqui para trocar dois dedos de prosa, não é? Você também é um homem de negócios e com certeza tem alguma proposta indecorosa para me fazer.

Caleb tentava manter seus sentidos aguçados, mas havia uma certa dificuldade. De qualquer forma, uma coisa é certa. O padre vai receber uma visitinha essa noite.