Então meu pai era lobisomem também? E o tio Alberto? E a Simone?
Alina suspirou e disse: - É mais complicado que isso. O gene garou pode ficar inativo por gerações e também pode se manifestar tardiamente. Seu pai se tornou um lobisomem, seu tio não. É como no caso do Michael e da Simone: ele é garou, a irmã dele, Simone, é o que chamamos de Parentes, Kinfolk, Gallain ou simplesmente Kin. Eles podem ser humanos ou lobos, e quando os garous querem se reproduzir, devem cruzar com um deles e não entre si. Relações de garous com garous geram híbridos, chamados de impuros ou métis, e eles são estéreis e deformados, por isso uma das leis da Litania é não cruzar com outro garou.
Michael interveio: - Casper, vou te dizer como funciona esse lance: todo lobisomem nasce sob uma raça (no seu caso, hominídea) e um augúrio, que é determinado pela posição da lua no dia que você nasceu. Não se preocupe, depois a gente consulta um mapa lunar. A terceira coisa que define um garou é a tribo a qual ele pertence. As tribos são como etnias dentro da Nação Garou, embora algumas como os Roedores de Ossos e os Filhos de Gaia aceitem qualquer um sem questionar muito. Nós, assim como seu pai, somos Andarilhos do Asfalto, a tribo mais adaptável a mudanças e habituada. Você seria um candidato natural à tribo pelo seu parentesco, mas se aceitar se juntar a nós, estará sob o nosso comando e vai ter que se adequar aos nossos padrões.
Milly ainda acrescentou: - Você não é obrigado a aceitar entrar para a nossa tribo, tem outras tribos que também aceitariam você. Mesmo que você não aceite entrar para uma tribo e prefira ser um ronin, um tipo de lobisomem que é agente livre, ainda precisaria respeitar a Litania, ou a Nação Garou iria atrás de você para te manter sob controle. E tem uma tribo de lobisomens corrompidos que não te pediria gentilmente para acompanhá-los a lugares beeeem ruins...
Michael fechou num tom definitivo: - E então, Casper, o que vai ser pra você?
Então não rola relacionamento entre lobisomens... ok. Michael me passa várias palavras novas, acho que vou ter que decorar isso. Ele fala sobre me unir à tribo e me submeter à hierarquia, o que me faz pensar um pouco.
Casper Visconti
Se eu me unir a vocês... quais as regras? O que terei que fazer?
Depois que ele me explica o que se espera de mim, vejo que posso me comprometer com isso e aceito. Até porque ele é o irmão da Simone... tenho que ficar bem com o "cunhadão".
Se eu me unir a vocês... quais as regras? O que terei que fazer?
- Basicamente, obedecer a Litania. É o que todo garou deve fazer, e não podemos pedir mais do que isso. São treze mandamentos, é fácil de lembrar. Primeiro: "Não se acasalar com outro garou". Preciso explicar o que significa?
- Muitos garous já quebraram essa lei, o que gera um lobisomem que já nasce na forma crinos, quase sempre matando a mãe no parto, e cresce com deformidades, gerando mais trabalho para os sectos de garous do que já temos. - Segundo, e um dos mais importantes: "Combater a Wyrm onde ela estiver e sempre que proliferar". Somos uma raça de guerreiros, os defensores de Gaia, e covardia não é admissível.
- Há muitas formas de combater a Wyrm, nem sempre envolvendo necessariamente luta corporal. Educar os humanos para proteger o meio ambiente, derrubar organizações tóxicas e poluidoras, desenvolver projetos de restauração da fauna e da flora, fazer buscas espirituais e treinar novos garous, tudo isso também inclui combater a Wyrm. Mas é claro que na hora que uma batalha aparecer, ninguém pode se esconder.
- Terceiro: "Respeitar o território do próximo". Quando estiver na casa dos outros, siga as determinações deles. Simples assim. Não pise no calo de ninguém, não atrapalhe os negócios deles, peça permissão quando tiver que entrar na área deles, nada muito difícil.
Dessa vez as duas não tiveram nada a acrescentar. Quarto: "Aceitar uma rendição honrosa". Se ainda não percebeu, a Fúria que corre dentro de você é um presente de Luna, a irmã de Gaia, para os garous. Mas esse presente também é um risco, porque você pode perder o controle dessa Fúria e entrar no que chamamos de frenesi. Além disso, os garous são muito variados e com pensamentos diferentes, então às vezes surgem discordâncias que geram disputas internas. Se você for desafiado por alguém e aceitar competir, deve estar pronto a aceitar a rendição do oponente quando ele a oferecer. Do mesmo modo, você também pode se render se achar que não vale a pena seguir com a disputa, e os garous honrados aceitarão sua rendição.
- Mas cuidado, porque alguns garous mais virulentos podem "esquecer" dessa lei ou "não perceber" que você se rendeu. - Quinto: "Submeter-se aos garou de posto mais elevado". Dentro da Nação Garou, das tribos e das seitas, os garous são organizados em postos, de acordo com seus feitos e o renome gerado por eles. Mais ou menos como patentes do exército. Você é um filhote, sem nenhum posto, mas assim que treinado e passar pelos primeiros testes, pode ascender a cliath, o posto 1. Existem 5 postos, sendo que o quinto é o posto de Ancião, os líderes dos garous. Se eles te derem uma ordem, não discuta e obedeça se não quiser problemas. - Garous um posto acima do seu são quase iguais a você, então você ainda pode discutir um pouco com eles, mas quando tem três postos ou mais, realmente não vale a pena, você não teria chance se desafiasse eles... - Sexto: "Oferecer o primeiro quinhão da matança aos de posto mais elevado". Quase igual ao outro. Os postos maiores escolhem as vantagens primeiro, e os de posto menor deixam que eles façam isso se quiserem ser respeitados pelos abaixo deles, e assim por diante.
Mais uma vez, as duas garotas não acrescentaram nada.
- Sétimo: "Não provar da carne humana". Isso significa que você pode morder um humano que esteja no seu caminho, mas não devorar ele. Lobos não fazem isso, e bons lobisomens também não. - Isso também é uma proteção para os lobisomens. Alguns humanos consomem tanta porcaria contaminada pela Wyrm que a carne dele só pode fazer mal no estômago dos garous. - Oitavo: "Respeitar aqueles inferiores a ti: todos pertencem a Gaia". Isso garante que mesmo o menor da Nação Garou será respeitado pelos de posto maior.
- E não é só com garous! Os Parentes também precisam ser respeitados, assim como os humanos normais e todos os outros animais!
- Nono: "Não Erguer o Véu". Não deixe que os humanos saibam que você é um lobisomem. Por isso te trouxemos aqui para o mundo espiritual antes de te explicar tudo.
- O Véu é uma marca subconsciente na mente dos humanos herdado por ancestrais que eram atacados pelos lobisomens. Quando eles vêem essa forma crinos, essas lembranças são ativadas e provocam reações para lidar com o trauma. Alguns humanos podem fugir, se machucar, enlouquecer, e nada disso é bom para Gaia. Mas o pior é que alguns deles vão se recuperar desse estado e não vão esquecer o que viram, e podem reagir e caçar os "monstros". Isso aconteceu na Idade Média e provocou uma baixa considerável nas populações de garous. Se acontecesse de novo, nossa espécie provavelmente não sobreviveria... - Décimo: "Não ser um fardo para seu Povo". Especialmente na nossa tribo, nós esperamos que cada um consiga se virar sozinho. Se não for capaz disso, você estará atrapalhando.
- A maioria dos garous considera esse mandamento quando um lobisomem está velho ou ferido demais para ir para a batalha sem precisar de ajuda. Nesses casos, esses garous são deixados de lado, para lutar até a morte ou para se "aposentar" para viver uma vida como humano ou lobo normal. - Décimo Primeiro: "Não desafiar o líder em tempos de guerra". Assim como os lobos, os garous se organizam em matilhas ou alcateias, e todos esses grupos tem um alfa, o líder da matilha. Se no meio de um combate ele te der uma ordem, obedeça, mesmo que não concorde.
- A maioria das matilhas não tem um líder fixo, e é comum essa posição ir mudando rapidamente, seja por acordo ou porque o líder foi desafiado. Mas na hora da briga, não dá pra fazer isso... - Décimo Segundo: "Pode-se desafiar o líder em tempos de paz". Como a Myllie disse, fora de uma situação de combate, você pode querer tomar o lugar do líder, e há três formas de fazer isso: Defrontação, Jogo ou Combate. Geralmente existe um mediador, um Mestre do Desafio, para arbitrar a disputa, mas quase sempre o desafiante escolhe uma das três formas para tentar derrubar o alfa.
- Se você estiver numa matilha sábia, o próprio alfa poderá abrir mão da posição ao perceber que não é o mais apto para liderar em determinada situação. Mas alguns garous sempre precisam ser convencidos... - Décimo Terceiro e mais importante: "Não tomar qualquer atitude que provoque a violação de um Caern". Se fizer isso, nós matamos você, custe o que custar.
- Um Caern é um lugar onde a energia de Gaia é mais forte, um ponto em que o mundo espiritual e o material estão mais próximos, e por isso eles são sagrados para os garous. Restam cada vez menos lugares assim, por isso as seitas dos garous são organizadas de modo a proteger esses caerns. Logo você vai conhecer um e vai sentir o poder dele, e assim vai entender o porquê disso.
Certo, não foda outra garou para não ter um filho com problemas (esse povo não conhece contraceptivos?), combata o mal, respeite a casa do coleguinha, não seja um vencedor pau-no-c*, obedecer ao chefe (posso ter um problema com isso se ele for pau-no-c*), não seja um psicopata canibal (essa é fácil), seja legal com os novatos e os familiares deles, não deixa os humanos saberem que você é um monstro gigante que pode matar eles em segundos, não seja um estorvo, não deixe a terra sagrada ser tomada.
Casper Visconti
Certo... hã, acho que por enquanto não... talvez seja melhor eu ligar para o meu tio. Suponho que era sobre isso que ele queria conversar comigo.
Eu queria perguntar ao Michael se a irmã dele tem problemas com a gente, já que a atitude dela mudou depois de sacar o que eu sou. Mas não dá pra fazer isso agora. Bem, talvez eu devesse perguntar diretamente pra ela.
Certo... hã, acho que por enquanto não... talvez seja melhor eu ligar para o meu tio. Suponho que era sobre isso que ele queria conversar comigo.
- Aqui isso não será possível. Se você tem celular, ele ficou no outro lado da Penumbra, assim como suas roupas. Sem um ritual para dedicar esses itens, eles não chegam à Umbra. Teremos que cuidar disso também.
- Você pode aprender esse ritual para dedicar praticamente qualquer coisa que consiga carregar, mas cuidado com o que escolher pois alguns anciãos podem achar que você está abusando desse presente de Gaia.
É... como volto ao normal?
- Essa é a parte mais fácil! É só você imaginar que está mudando de forma! Como você nasceu hominídeo, é mais fácil voltar para essa forma. As outras são um pouco mais difíceis, mas com paciência e força de vontade você consegue, mesmo que demore um pouco. Tenta agora!
E Casper realmente conseguiu voltar à forma humana sem esforço. Mas estava pelado, como Alina prevenira.
Michael não se incomodou com isso e se voltou a um problema mais prático. - Vamos procurar um bom lugar para atravessar a Penumbra de volta. Você tem algum lugar seguro para se esconder?
Alina explicou a Casper: - Se você se concentrar, pode espiar através da Película que separa os mundos para ver o que está acontecendo do outro lado. Isso vai te deixar vulnerável a ameaças desse lado, mas com ajuda de alguém para vigiar suas costas não costuma dar problemas. E atravessar a Película é um processo de romper essa barreira que exige concentração e determinação. Alguns chamam isso de percorrer atalhos. Quando você é membro de uma matilha, um dos membros pode puxar os outros, mas se estiver sozinho é você mesmo que precisa tentar atravessar. Uma superfície reflexiva costuma ajudar na concentração, mas não é realmente necessária se você for habilidoso.
OFF: @Ed Araújo, pode escolher o lugar para voltar da Umbra ou deixar isso por conta dos 3 andarilhos. Faça uma rolagem de Gnose para tentar percorrer atalhos.
Em um primeiro momento fico incomodado com a nudez diante das garotas, mas elas não parecem se importar, então taco o foda-se e tento me agir da forma mais natural possível.
Natural demais. Não estou acostumado a ficar descalço... isso é um pouco incômodo.
Agora... casa? É, isso será um problema. Bom, tenho duas opções no momento.
A primeiro era a casa do meu tio. Sempre quis que morasse com ele, de qualquer modo... mas ainda não estava pronto para confrontá-lo. Acho que preferiria conversar pelo telefone antes. Então acho que isso me deixava a segunda escolha...
Casper Visconti
Bom, suponho que Sissi... Simone pode me deixar ficar com ela.
"Sissi" é um apelido, melhor usar o nome real dela. E é bom para pormos isso tudo em dia, ela deve estar confusa por estar com um... "garou", não é? Isso, garou. Alguém como o irmão dela.
Teste de Gnose 2:
Ed Araújo efetuou 2 lançamento(s) de dados (d10.) :
Bom, suponho que Sissi... Simone pode me deixar ficar com ela.
Michael se opôs àquela sugestão imediatamente. - Fora de cogitação! Você é um garou recém-mudado que ainda nem começou a dominar suas capacidades. Além disso, tudo que uma detetive de polícia não precisa é de um lobisomem juvenil atrapalhando a carreira dela. Você não tem uma casa que seja sua?
Milly contemporizou um pouco para aliviar o clima: - É claro que não! Só de olhar pra ele dá pra ver que é um sem-teto. Ele teve sorte de os roedores de ossos não terem pego ele antes de nós...
Alina comentou pensativa: - O fato de você não ter mudado antes pode ter a ver com algum vício influenciado pela Wyrm. Isso bloquearia seu amadurecimento e poderia inibir a ação do gene garou. Você consome álcool ou algum tipo de droga?
Depois das explicações de Casper, Michael decidiu: - Bom, você vai ficar com a gente até resolvermos sua vida! Vamos treinar você para ser um bom garou e quando acharmos que está pronto apresentaremos você aos anciãos, que te darão a sua missão de Ritual de Passagem. Se passar nela, será considerado um membro da Nação Garou. Se em algum momento você desistir ou acharmos que não está levando isso a sério, nós mesmos mataremos você. Fui claro? Ótimo, agora tente atravessar a Película para voltarmos ao plano terreno.
Casper se concentrou em seu reflexo e tentou fazer o que Alina tinha lhe explicado: atravessar a barreira que separava o mundo dos homens do mundo dos espíritos. Ele sentiu como se atravessasse um corpo da água, uma sensação gelada e refrescante, até sentir o calor do mundo físico aquecido pelo sol, com seu ar levemente poluído e os sons infindáveis de uma cidade. O processo levou mais ou menos meio minuto, mas Casper se surpreendeu ao encontrar os três já ali, esperando por ele.
Milly arranjou um cobertor para ele se cobrir e Michael fez sinal para ele entrar no utilitário SUV deles.
Spoiler:
Michael sentou ao volante, Alina ao seu lado no banco de passageiro, deixando Milly e Casper no banco de trás, onde havia bastante espaço para eles se acomodarem.
Enquanto o poderoso veículo se movimentava rapidamente, Milly explicou a Casper:
- Nós vamos te levar para uma de nossas bases, em Port Moody. Temos uma casa à beira-mar lá com bastante espaço no terreno, todo rodeado de árvores. Vai ser um bom lugar para você treinar.
Casper conhecia aquela referência apenas em teoria. Ele sabia que Port Moody era uma cidade-satélite, parte da zona metropolitana da grande Vancouver. Até onde ouvira, as casas ali não eram muito baratas, principalmente uma à beira mar com um bom terreno.
Eles rodaram por vários minutos, dando a chance de Casper conversar se quisesse.
Pegando a Ioco Road, eles chegaram a Mossom Creek, onde Michael apertou um botão e os portões de ferro fundido abriram-se automaticamente, dando passagem a um caminho particular por entre as árvores.
Spoiler:
Michael estacionou no interior de uma moderna garagem com luzes com sensor de presença. - Chegamos! Desça, Visconti!
Casper conseguiu ver que a casa em si era um complexo, com a parte mais recente construída em reluzente mármore branco entre duas construções de madeira mais antigas, mas elegantes à sua própria maneira. Depois de um caminho por entre as árvores havia um comprido cais, onde um pequeno iate estava ancorado.
Spoiler:
Michael disse: - Milly vai ter mostrar o quarto que você vai ficar. Se quiser descansar, fique à vontade. Quando estiver pronto, começaremos seu treinamento. Teoria e burocracia primeiro, combate e dons por último.
OFF: @Ed Araújo, se quiser fazer algo diferente com o Casper, pode tentar fazer. A intenção dos Andarilhos do Asfalto é treinar ele por dias até ele estar pronto; podemos interpretar algum evento desse período ou simplesmente descrever por cima como foi, você decide!
Opa, não sabia que ele era esse tipo de irmão! Que protetor... antes que eu possa responder, as garotas intervêm. E fazem perguntas bem incomodas.
Casper Visconti
Bom, nada demais, algumas cervejas, de vez em quando um baseado... nada incomum.
E olha esse filho da puta me ameaçando de morte! Por um instante sinto vontade de meter a mão (ou a garra, talvez) na cara dele, mas me contenho. Provavelmente ele é mais forte do que eu, e tem três ali... bom, se sentir que não está dando certo, apenas vou sair andando como cheguei e sumir. E com esses novos poderes... uau, acho que poderia ir bem longe! "Pegue-me se for capaz, baby!"
Mas vamos jogar o jogo deste valentão. Por enquanto.
Então decido atravessar. É um pouco denso isso, mas é gostoso. O calor e sensações da Terra me acertam como um murro. Nunca tinha percebido o mundo dessa forma antes! E olhe que já estive na natureza!
Casper Visconti
Hã?
Fico surpreso porque os três já estão ali, embora estivessem atrás de mim. Ok, seus maluco, então quem é mestre nessa parada consegue cruzar rápido e os noobies como eu demoram? Certo. Da próxima vez vou atravessar isso como o The Flash!
E, claro, estou pelado no meio da cidade. Maneiro. Me enrolo no cobertor e pulo dentro do carro o mais rápido que posso, antes que alguém veja, filme, poste no Red Tube e ganhe dinheiro com meu corpo bonitão!
A aranha continua no meu ombro – por um instante, quase esqueci dela ali. Vou conversar com ela depois, quando estiver sozinho.
Me limito a acenar com a cabeça e fazer um "hm-hm" quando Milly me fala sobre a casa. Mas não consigo deixar a boca fechada ao ver o lugar.
Casper Visconti
Puta que pariu... vocês são mesmo ricos, heim?
Meu pai tinha dinheiro, mas nem mesmo quando morava com ele eu lembro de uma casa assim. Caraaaalho...
Casper Visconti
Ok, valeu aí... acho que vou tomar um banho primeiro e gostaria de comer alguma coisa, se possível.
Sigo Milly até meu quarto – uou, quarto da hora – e me instalo adequadamente. Então me lembro de algo importante.
Casper Visconti
Milly, preciso das minhas coisas. Minhas roupas, meu telefone... estão com vocês aí?
Suponho que posso seguir com o treinamento tranquilo depois disso.
Off:
Novamente, desculpe a demora e o sumiço estas semanas.
Podemos fazer o treinamento em uma descrição rápida, mas acho que Casper gostaria de falar mais com seu espírito-aranha, Simone e ter um encontro com o tio depois do treinamento.
Também seria melhor conhecer mais sobre os três aí.
Casper teve um treinamento intenso e desafiador sob a orientação dos experientes Andarilhos do Asfalto, Michael Kishner, Milly Wayne e Alina Vagina Marinkina. O trio de mentores dedicou-se a moldar Casper não apenas como um guerreiro habilidoso, mas também como um membro valioso da tribo, adaptando seu treinamento às necessidades específicas dos Andarilhos do Asfalto. Michael era um phillodox, Alina era uma theurge e Milly era uma ragabash, mas eles eram bastante versáteis para ensinar Casper uma grande variedade de habilidades.
Casper foi submetido a treinamentos rigorosos de combate corpo a corpo, focando em suas habilidades naturais como Ahroun. Michael Kishner, com sua vasta experiência, ensinou-lhe técnicas avançadas de luta e estratégias de batalha.
Milly Wayne supervisionou um programa de condicionamento físico personalizado para fortalecer a resistência e a agilidade de Casper, preparando-o para os desafios físicos que ele inevitavelmente enfrentaria como Garou.
Alina Marinkina, especialista em espiritualidade, guiou Casper na construção de uma relação sólida com os espíritos. Ele aprendeu a como invocar e interagir com essas entidades, buscando orientação e poder na Umbra.
Milly Wayne compartilhou os ritos e tradições importantes dos Andarilhos do Asfalto, ajudando Casper a compreender a herança espiritual e cultural de sua tribo.
Dada a afinidade dos Andarilhos do Asfalto com a tecnologia, Michael Kishner instruiu Casper sobre o uso habilidoso de equipamentos modernos, desde armas de fogo até dispositivos eletrônicos.
Alina Marinkina introduziu Casper às habilidades técnicas necessárias para interagir com a Weaver e a Wyrm, garantindo que ele pudesse enfrentar ameaças tanto físicas quanto espirituais.
Milly Wayne organizou simulações de combate para testar as habilidades de Casper em situações diversas, preparando-o para enfrentar inimigos reais.
Alina Marinkina guiou Casper por desafios espirituais na Umbra, onde ele teve que superar obstáculos e provar sua força espiritual.
Ao longo desse treinamento, Casper Visconti não apenas aprimorou suas habilidades de combate, mas também desenvolveu uma compreensão mais profunda do papel dos Andarilhos do Asfalto no equilíbrio entre a Weaver, a Wyld e a Wyrm. O treinamento não foi apenas uma preparação física, mas uma jornada espiritual e técnica que o transformou em um Garou completo e capacitado a enfrentar os desafios do mundo espiritual e material.
Casper, após passar por um treinamento árduo e se libertar do uso de drogas e álcool, finalmente experimentou uma conexão renovada com seu espírito númen aracnídeo. Em uma noite tranquila, quando a lua brilhava no céu estrelado, Casper se retirou para um local sagrado, preparando-se para a comunicação espiritual.
Ao fechar os olhos e se concentrar, ele sentiu a presença suave e sutil de seu espírito aracnídeo. Uma teia de energia pulsante começou a envolvê-lo, criando uma atmosfera etérea ao seu redor. A aranha espiritual, uma entidade feita de pura energia espiritual, começou a se manifestar diante de Casper.
- Casper Visconti, filho de Gaia, guerreiro dos Andarilhos do Asfalto, você finalmente está livre das sombras que obscureciam nossa comunicação. Sinto a força renovada em seu ser, a luz que brilha de uma alma que abraça a verdade. A teia que nos conecta agora está clara e forte. A redenção está no caminho que você escolheu, na busca pela harmonia e na renúncia às correntes que o prendiam. Gaia é generosa em suas segundas chances, e agora você pode seguir adiante com propósito renovado. Sua missão é proteger a teia da vida, ser o guardião das conexões entre os reinos espirituais e materiais. Continue a trilhar o caminho da verdade e integridade. Sua força está na união da tecnologia e da espiritualidade, na compreensão das nuances entre a Weaver, a Wyld e a Wyrm. Esteja atento às mudanças no equilíbrio e atue com sabedoria para manter a harmonia. Siga o chamado da Mãe Terra, pois ela guiará seus passos.
A aranha espiritual desapareceu gradualmente, deixando Casper em um estado de serenidade e determinação. Agora, com a voz do númen aracnídeo como guia, ele se sentia fortalecido e pronto para enfrentar os desafios que Gaia colocaria diante dele, comprometido em ser um defensor dedicado da teia da vida.
Foi quando Simone Kishner apertou a campainha da imponente mansão que servia como sede dos Andarilhos do Asfalto. Casper estava concentrado em seus próprios pensamentos quando ouviu o som característico da campainha ecoando pelos corredores. Ele se dirigiu à entrada principal, onde Simone aguardava, preocupada e determinada ao mesmo tempo.
Ela falou com urgência: - Casper, precisamos conversar. É algo sério.
Simone respirou fundo antes de falar, escolhendo cuidadosamente suas palavras para transmitir a gravidade da situação. - Alberto, seu tio, foi sequestrado. Theo, um traficante com quem ele se envolveu, está exigindo um resgate. Parece que ele está tentando te atingir. Theo é perigoso, e ele quer um pagamento substancial para libertar Alberto. Se não fizermos algo rapidamente, temo pela vida de seu tio. Theo mencionou um armazém abandonado na periferia da cidade. Ele quer o pagamento lá, ao pôr do sol. Casper, precisamos da sua decisão nesta situação.
Simone aguardava a decisão de Casper. Juntos, eles enfrentariam os desafios que se apresentavam, unidos pelo vínculo do amor e pela missão de proteger sua família, não apenas de ameaças sobrenaturais, mas também das sombras que se estendiam sobre o mundo urbano dos Andarilhos do Asfalto.
OFF: @Ed Araújo, pode desenvolver as cenas do treinamento se quiser conversar com os outros andarilhos que eu respondo como em flashback. O mesmo para o numen.
O treinamento é... intenso. Pesado. Mas, embora difícil no começo, começa a ficar mais fácil depois. Talvez seja por eu ser jovem ou minha natureza Garou ser altamente resiliente e regenerativa. Não demoro para dominar o que me é ensinado. Sempre fui bom de briga, mas agora entendo como a benção de Gaia se manifesta através de mim, me dando força e talento para lutar em Seu nome. E finalmente entendo as crenças de minha família.
Minha mãe sabia disso tudo? Ela era como Simone, uma Parente? Depois que acertar as coisas com meu tio devo procurar por ela. Se devo curar o mundo preciso começar com esta ferida entre nós.
Casper Visconti
Então, Michael, é... você conheceu o meu pai? Sabe o que realmente aconteceu com ele?
Eu tinha uma ideia, mas era importante saber. Ter um final.
Casper Visconti
Alina, se dá pra conversar com os espíritos dos nossos ancestrais, posso tentar contatar meus parentes mortos?
Gostaria de poder conversar mais com ele.
Casper Visconti
Certo, Milly, entendi esses ritos. As outras Tribos... elas existem todas aqui em Vancouver? Pode falar um pouco sobre elas? Como é nossa relação com nossos camaradas de outros ramos?
Depois de aprender sobre nossos próprios costumes, me parece importante aprender mais sobre este mundo, como ele era de verdade.
Casper Visconti
Os Roedores parecem ser os mais próximos da gente, né? Ambos vivemos nas cidades humanas. Como aquela moça que me encontrou antes.
E há outros licantropos? Eles também lutam por Gaia?
E... o que mais tem aí fora? Se lobisomens são reais, então... fantasmas? Vampiros? O Bicho-Papão?
Finalmente há o encontro com meu espírito-guardião.
Casper Visconti
Obrigado, númen. Farei o que se espera de mim.
Me sentia completo. Finalmente havia encontrado meu lugar.
E, é claro, Simone. Que curioso que houvéssemos nos encontrado em uma cidade tão grande. Destino? Meu eu do passado teria rido disso, mas agora... agora eu acho que há algo mais aqui. Devo dizer isso a ela. Eu sou um Garou e ela é uma Parente. Gaia nos colocou juntos e estou convicto disso. Ela vem até a mansão enquanto penso nela – outro sinal.
Mas sua visita não é por bons motivos.
Casper Visconti
Theo?
É a única coisa que consigo dizer. Theodore? Ele era um filho da puta, um canalha completo e horrível.
Ou seria, se não estivesse morto. Eu sei – eu o matei.
Um homônimo? Ou uma mensagem? Alguém buscando vingança? Quem iria se vingar daquele lixo? Não seria minha mãe, com certeza. Não conseguia imaginar que alguém se importasse tanto com aquele pedaço de merda a ponto de ir tão longe para me pegar. Se queriam me matar poderiam ter feito há muito tempo, enquanto vivia nas ruas!
Por um momento penso em não dizer nada, mas... essas pessoas... são minha família agora. Minha matilha. Se não posso confiar neles, em quem mais?
Casper Visconti
Isso... é uma armadilha. Para mim.
De braços cruzados, segurando meus cotovelos, conto tudo. Para os quatro. Com detalhes. Falo de como minha mãe ficou arrasada e furiosa, de como se envolveu com drogas e conheceu Theodore.
E de como eu o matei e fugi.
Simone é uma policial. Não creio que colocará seu dever para com seu trabalho acima da família, da Tribo, mas é para ela que eu olho enquanto descrevo como enfiei a faca no peito dele, tirei e enfiei de novo. E de novo e de novo, até ele parar de se mexer. Torcendo a lâmina, como meu pai havia me ensinado a fazer quando caçávamos veados nas florestas canadenses.
Conto sobre a briga com minha mãe e como fui embora para nunca mais voltar. De como retornei para casa, para minha terra natal, desejando um recomeço. Inconscientemente, desvio o olhar de Simone.
Casper Visconti
Isto não pode ser coincidência. "Theo" pode ser um nome ou apelido comum, mas ainda sim... quero estar enganado, mas acho que isso é pessoal.
Fico em silêncio, esperando o que vão dizer, encarando Michael – ele era o líder, a decisão lhe pertencia. Mas ele sabia que eu iria libertar meu tio e eliminar esse desgraçado – o mataria de novo, se fosse preciso.
Durante o treinamento, Casper teve várias conversas elucidativas com seus treinadores.
Então, Michael, é... você conheceu o meu pai? Sabe o que realmente aconteceu com ele?
Num raro momento de demonstração de qualquer emoção, Michael pareceu constrangido ao dizer: - Não o conheci pessoalmente. Alguns andarilhos do asfalto reúnem informações sobre vários membros da tribo e suas atividades, como a Milly, mas infelizmente não sou um desses. Ela disse que seu pai desapareceu numa missão com a matilha dele, e ninguém sabe o que aconteceu. Assim como muitos garous, eles foram considerados desaparecidos em ação, possivelmente mortos. Isso já faz muitos anos...
Alina, se dá pra conversar com os espíritos dos nossos ancestrais, posso tentar contatar meus parentes mortos?
Sentada numa posição meditativa com luzes suaves alternando sua coloração à voltta dela, Alina abriu os olhos para responder Casper: - Resumidamente, sim. Porém você deve estar ciente de que a maioria dos garous mortos não se torna espíritos ancestrais para guiar outros garous, apenas uma pequena parcela deles. Alguns espíritos de garous continuam vivendo nas Terras Natais das tribos e poderão se encontrados lá, embora com dificuldade. Os garous mais desafortunados ficam presos em reinos umbrais, vitimados por armadilhas das quais não conseguem escapar. Alguns garous como os portadores da luz interior acreditam que os espíritos dos garous que morrem e desaparecem retornam à Gaia para reencarnarem no futuro. Então, sim, você pode procurar por seus parentes mortos, mas essa busca poderia durar uma vida inteira ou mais, e ter conclusões funestas. Meu conselho para você é saber o que deseja descobrir exatamente, certificar-se de que essa informação seja útil para sua vida a serviços de Gaia e não tentar nada perigoso sem ter o apoio de aliados que possam te ajudar.
As palavras de Alina saíam lentamente, carregadas de uma sabedoria difícil de expressar num idioma que lhe era estrangeiro, mas evidenciando uma consciência espiritual conquistada com grande estudo e esforço.
Certo, Milly, entendi esses ritos. As outras Tribos... elas existem todas aqui em Vancouver? Pode falar um pouco sobre elas? Como é nossa relação com nossos camaradas de outros ramos?
Milly era a mais descontraída dos três treinadores e falava mais livremente na maior parte do tempo. Ela começou a contar nos dedos enquanto falava: - Sim, todas as tribos da Nação Garou têm representantes nas seitas multitribais de Vancouver, o que não quer dizer que se dêem bem o tempo todo. Os primeiros garous dessa região foram provavelmente os Wendigo, descendentes dos primeiros nativos americanos; eles são tão mal-humorados quanto um índio velho poderia ser, não gostam de conversar e nem negociar, e explodem com violência se forem provocados. Em Vancouver eles são um pouco mais calmos, mas não muito!
Ela falava meio rindo, meio séria. - Os Uktenas ajudam a manter os Wendigo sob controle, mas nem os próprios Wendigo confiam nos Uktenas. Se você precisar descobrir algum segredo, mistério ou enigma, os Uktenas provavelmente já saberão sobre ele, e se não souberem farão de tudo para descobrir. A preocupação da Nação Garou é justamente tudo que eles sabem que nós não sabemos...
O ar de suspense na voz dela parecia bem genuíno. - Os Senhores das Sombras têm contatos e influências no mundo humano que quase superam os da nossa tribo, mas eles não têm nenhum receio de sujar as mãos se acharem que precisam. Eles acham que seriam bons líderes por fazerem de tudo para conseguir os resultados que querem, mas os outros garous não querem seguir alguém que os sacrificaria sem remorsos, então os Presas de Prata ainda são os manda-chuvas...
Ela fez uma careta pensando nisso. - Por falar neles, os Presas de Prata existem em bom número em Vancouver, o suficiente para fazer eles brigarem entre si para decidir quem deve obedecer quem. Existe um pacto em Vancouver que mantém a paz com os vampiros e deixa as tribos pensando que tem poder de voto nas decisões, mas quem realmente manda em tudo são os Presas de Prata mesmo...
Ela parecia quase conformada com isso. - Tribos como a nossa e os Roedores de Ossos sobrevivem devido a esse respeito que os Presas de Prata impõem. Mas enquanto as outras tribos nos acusam de sermos urrah, envolvidos demais com os humanos, os Roedores de Ossos são a tribo ômega dessa grante alcateia. Eles existem em grande número, e em Vancouver não tem uma vida tão ruim quanto em outros lugares, mas ainda precisam de toda a ajuda que puderem conseguir. Dá pra conseguir muitas informações quando ajudamos eles, mas ás vezes eles podem estragar as coisas numa batalha ou num plano mais complexo.
Ela riu triste ao completar essa frase. - Portadores da Luz Interior são raros, mas existem mais em Vancouver por causa de seus Parentes asiáticos que moram aqui. Eles são nossa conexão com as Cortes Bestiais do Oriente, embora eu não saiba que vantagem nós temos com isso. Eles poderiam ser tão bons quanto as outras tribos em alguns campos, mas são muito zen pra se esforçarem nisso. Não seriam minha primeira opção para pedir ajuda em qualquer coisa...
Milly deu de ombros e continuou. - Os Peregrinos Silenciosos estão sempre de passagem, e poucos deles são realmente membros permanentes das seitas. Existem, mas são poucos, raros e não muito úteis. Podem te dar informações e até te ajudar em alguma demanda, mas são aliados temporários, sem laços de longo prazo.
A ragabash continuou: - Os Garras Vermelhas são mais numerosos nas matas profundas longe da área urbana, mas às vezes comparecem nas assembleias. Como toda a tribo deles, os daqui gostariam de fazer uma guerra total contra os humanos, e por isso mesmo não morrem de amores pela nossa tribo. Mas eles se comportam e obedecem as regras do pacto, então não precisamos nos preocupar muito quando vemos um deles nas regiões humanas.
Milly começou a ficar mais animada. - Agora vamos falar das tribos mais divertidas! Os Fianna com certeza são os mais divertidos, adoram cantar, uivar, dançar, beber e festejar em geral! Serão meio condescendentes com você, mas adoram se exibir e tomar a frente numa briga. Não são especialistas no mundo moderno, o deles é mais antigo e eles adoram viver lá na Idade Média ainda!
Ela riu com gosto. - As Fúrias Negras não são divertidas, mas é engraçado ver elas se irritarem! Eu como mulher entendo as queixas delas, mas como garous temos coisas mais importantes para nos preocupar. Se estiver perto delas, trate todas as fêmeas com respeito e elas vão mais ou menos te respeitar. Mas elas são boas de briga e vão adorar te mostrar isso!
Milly esfregou os punhos e continuou. - Os Filhos de Gaia são legais, eles curam e ajudam todo mundo, e são parte da razão pela qual ninguém cai de porrada na nossa tribo o tempo todo. Eles não são pacifistas como todo mundo acha, eles só querem unir todo mundo para lutar contra os inimigos certos. Unir todas as tribos é um objetivo nobre, mas uma grande perda de tempo, se você quer saber a minha opinião; certos garous nunca vão trabalhar junto! Mas os Filhos de Gaia conseguiram bastante coisa em Vancouver e são bastante numerosos para serem uma força a ser considerada.
Chegando ao final da contagem, Milly disse: - Os Crias de Fenris não têm nenhum senso de humor e absolutamente nenhuma noção de sutileza. Eles respeitam os Presas de Prata como líderes mas de certa forma debochada. Sim, eles se consideram os melhores guerreiros e talvez sejam mesmo, mas subestimam completamente os outros garous. Existem alguns deles em Vancouver, mas nada fora do padrão da tribo deles.
Milly virou-se para Casper. - Alguma pergunta?
Os Roedores parecem ser os mais próximos da gente, né? Ambos vivemos nas cidades humanas. Como aquela moça que me encontrou antes.
E há outros licantropos? Eles também lutam por Gaia?
E... o que mais tem aí fora? Se lobisomens são reais, então... fantasmas? Vampiros? O Bicho-Papão?
Milly conccordou: - Os Roedores de Ossos moram no mesmo território que a gente, então convivemos melhor. Mas eles focam nas camadas mais pobres, enquanto a gente foca em utilizar os melhores recursos humanos.
- Existem outros licantropos, mas eles não têm aliança com a Nação Garou formalmente, e apenas alguns garous conseguem uma amizade individual com certas raças. Os garous são os guerreiros de Gaia, então ninguém luta por Gaia como nós. Os outros licantropos têm seus próprios papéis...
- Sim, existem vampiros, e são seres sem alma corrompidos pela Wyrm em diferentes níveis; alguns são mais selvagens enquanto outros dominam a sociedade humana ainda melhor que a nossa tribo. Fantasmas são humanos que não retornaram à Gaia depois da morte, mas quase não nos afetam. E o Bicho-Papão é um dos espíritos Malditos que assombram as crianças, a maioria das lendas urbanas têm algum fundamento em servos da Wyrm. Isso é pra gente ficar atento a qualquer indício de influência da Corruptora...
Com o númem, a Aranha-do-Padrão ligada a ele desde o nascimento, Casper foi humilde.
Obrigado, númen. Farei o que se espera de mim.
A Aranha-do-Padrão era rigorosa e exigente, e Casper estava apenas começando a desenvolver a disciplina que agrada sua númen, mas já sentia que a lealdade do espírito era total para com ele.
Casper já descobrira que Simone era uma policial, mas a notícia que ela trouxe para ele era bem mais comprometedora do que uma simples informação.
Diante da constatação de que aquilo era uma armadilha óbvia para ele, Casper contou aos outros andarilhos toda a origem de sua rixa com o empregador de Theodore.
Isto não pode ser coincidência. "Theo" pode ser um nome ou apelido comum, mas ainda sim... quero estar enganado, mas acho que isso é pessoal.
Milly se concentrou num detalhe: - Mas então ele não sabe que você é um garou!
Michael comentou: - Isso é uma vantagem então. De qualquer forma, você deve ir sozinho, e nós ficaremos de prontidão na retaguarda.
Alina sugeriu: - Podemos vigiar tudo da Penumbra e intervir no melhor momento.
Michael concordou: - Ótima ideia, mas queremos pegar o sujeito vivo. Assim podemos interrogá-lo e descobrir quem está por trás dele. Casper, prepare-se e fique atento enquanto vai pra lá. Te passaremos informações através da sua númen.
Certo, então faremos assim. Mas se a situação complicar, vou partir pra cima!
Não sou adepto de ficar enrolando – se fosse para brigar, brigaria. E se ele não sabia minha verdadeira natureza, então... já imaginava que isso seria fácil, fácil.
Pego uma bolsa na mansão e encho com papel. Não vou dar dinheiro para o infeliz, mas seria bom deixar ele pensando que vai ganhar alguma coisa – pelo menos até ver eu virar um monstro de dois metros de altura e arregaçar com ele. Aproveito e acrescento uma muda de roupas no fundo. Provavelmente vou precisar.
Casper Visconti
A gente precisa resolver esse problema das minhas roupas – não dá pra ficar trocando sempre que eu me transformar...
Casper pegou emprestado um dos carros de Michael Kishner para ir até o local marcado para o encontro com o traficante.
O crepúsculo tingia o céu de tons alaranjados e vermelhos enquanto Casper Visconti se aproximava furtivamente do armazém abandonado na periferia da cidade. A estrutura decadente estava envolta em sombras, ecoando murmúrios misteriosos e sussurros noturnos. A matilha que o treinou seguia Casper a partir da Umbra, prontos para enfrentar o desafio que se apresentava.
O vento sibilava entre as fendas do armazém, criando um ar arrepiante que fazia os pelos de Casper se eriçarem. As janelas quebradas permitiam a entrada de raios de luar, lançando sombras distorcidas e ameaçadoras no chão poeirento.
Ao adentrar o armazém, Casper sentiu uma tensão no ar. O silêncio era opressor, quebrado apenas pelos seus passos cautelosos e o farfalhar das roupas da matilha. Logo, a visão de seu tio Alberto amarrado e amordaçado, sentado em uma cadeira no centro do depósito, tornou-se evidente.
Theo, o traficante perigoso, estava lá, flanqueado por capangas robustos e sombrios. Ele lançou um sorriso sádico para Casper enquanto segurava uma pistola, traçando padrões ameaçadores no ar. — Veio pagar o preço, filhote?
Chego ao local enquanto tento conter minha fúria. Sei que meus companheiros estão ali, mas estou nervoso mesmo assim. Antes de entrar falo uma última coisa.
Casper Visconti
Haverá um combate. Espero que um de vocês possa resgatar meu tio antes que um tiro seja disparado.
Finalmente encontro "Theo". Não é aquele lixo. Fico aliviado.
Theo escreveu:Veio pagar o preço, filhote?
Filhote? Escolha curiosa de palavras.
Casper Visconti
Estou com o dinheiro. Deixe ele ir.
Fico totalmente pronto. Assim que houver o menor sinal vou me transformar e partir pra cima. Mas antes preciso garantir a segurança dele.
Off:
Se a briga começar, quero virar Crinos de primeira e atacar o Theo, confiando que alguém vai tirar o Alberto dali.
- Traga o dinheiro e coloque ele aí na frente! Meus amigos vão checar se você não está tentando nenhum truque!
Casper viu que, além de Theo, havia mais três capangas: um ao lado de seu tio, um perto de uma saída lateral e outro que parecia estar preparado para conferir a entrega de Casper.
Eram quatro para dar conta, mas os aliados ocultos de Casper eram só três.
OFF: Pode entregar o pacote se quiser. Se Casper tomar a iniciativa de atacar, role Destreza+Briga. Se preferir esperar sem arriscar, role Destreza+Esquiva.
Era quatro contra quatro. Quatro vagabundos de quinta contra quatro Garou, então acho que era hora de terminar esse joguinho.
Me aproximo o máximo que puder e coloco a sacola onde ele indicou. Espero um deles se mover e olho para meu tio. Quando o criminoso se aproxima sinto o momento iminente do perigo, a tensão do conflito evidente. E deixo que isso alimente minha força.
Casper Visconti
Acho que é hora.
Eu mudo. Pego aquela força profunda que sinto em minha alma e deixo-a fluir. Agora como um monstro de quase três metros de altura cheio de pelos e presas, eu espero isso deixa-los assustados e fazerem ignorar Alberto. Em seguida ataco o bandido mais próximo, querendo sua cabeça.
Off:
Acho que o combate iminente representa estresse suficiente pra usar Fúria e entrar em Crinos. Em seguida ataco o bandido mais perto, visando arrancar sua cabeça com minhas garras.
Quando Casper mudou de forma, sem hesitar, a matilha agiu com precisão e fúria.
Casper, com seus reflexos felinos, saltou sobre o primeiro guarda, suas presas afiadas rasgando a garganta do inimigo antes que este pudesse sequer reagir. Michael investiu contra os outros, sua forma lupina imponente e poderosa, enquanto Milly se movia nas sombras, eliminando silenciosamente qualquer oponente que tentasse fugir.
Alina, com sua habilidade mística de percepção, conseguiu barrar a rota de fuga dos que tentaram escapar, eliminando os últimos eficientemente.
Com os bandidos derrotados e o tio de Casper salvo, a matilha se reuniu em torno de Alberto Visconti, garantindo sua segurança enquanto ele se recuperava do trauma. Com um olhar de gratidão, Alberto agradeceu aos Garous:
- Obrigado, jovens! Sempre fico admirado com sua capacidade de combate, vocês foram muito eficazes. E trouxeram meu sobrinho, que finalmente aprendeu a ser um garou. Não é mesmo, Casper?
O chefe dos bandidos, "Theo", jazia no chão, mesmo que nenhum dos garous o tenha atacado diretamente. Alina o examinou e concluiu: - Ele tem sangue na boca, misturado com alguma coisa. Acho que ele deve ter mordido uma cápsula de veneno.
Michael sacudiu a cabeça decepcionado e disse: - Alberto e Casper, saiam daqui agora. Nós vamos limpar essa bagunça e preparar a cena do crime para quando Simone e o resto da polícia chegar. Vão, sumam daqui rápido!
- Obrigado, jovens! Sempre fico admirado com sua capacidade de combate, vocês foram muito eficazes. E trouxeram meu sobrinho, que finalmente aprendeu a ser um garou. Não é mesmo, Casper?
Não tenho o que dizer ali, apenas cruzo os braços fingindo indiferença. Estou aliviado por ele estar vivo e bem, entretanto.
Casper Visconti
Hm.
- Ele tem sangue na boca, misturado com alguma coisa. Acho que ele deve ter mordido uma cápsula de veneno.
Casper Visconti
Que diabos. Isso parece mais coisa de espião do que de um traficante mequetrefe. Eles nem estavam preparados para nós. Mas esse não é o Theo que conheci. Quem são esses caras?
- Alberto e Casper, saiam daqui agora. Nós vamos limpar essa bagunça e preparar a cena do crime para quando Simone e o resto da polícia chegar. Vão, sumam daqui rápido!
Considero as opções – se for pela Umbra, as roupas que trouxe na bolsa serão inúteis. Então retorno à forma humana e me visto. Colocando a bolsa no ombro, viro-me para Al.
Casper Visconti
Obrigado aí, gente. Nunca vou esquecer essa força que nos deram hoje. Vamos embora, tio, vou te levar pra casa. Vai ser bom ver a tia também.
Nós vamos para o carro. No caminho eu quebro o silêncio.
Casper Visconti
Hã... então, como estão as coisas por aqui? E os primos? Eles são... como eu?
Obrigado aí, gente. Nunca vou esquecer essa força que nos deram hoje. Vamos embora, tio, vou te levar pra casa. Vai ser bom ver a tia também.
Os três assentiram para Casper e o tio, enquanto a dupla se retirava apressadamente.
Michael ainda disse: - Nos procure depois na casa que você já conhece.
Casper levou o tio Alberto para o carro com que viera para aquele lugar ermo.
Enquanto dirigia, Casper tentou quebrar o silêncio.
Hã... então, como estão as coisas por aqui? E os primos? Eles são... como eu?
Alberto Visconti respondeu:
- Não, eles foram adotados. Desde o divórcio, eles moram com a mãe, e eu não os vejo muito. Aliás, estou hospedado no Fairmont Hotel Vancouver, na Georgia Street. Vamos para lá.
Ao chegar ao hotel, Casper não podia deixar de se admirar com a imponência do hotel de luxo.
Spoiler:
Ao deixar o carro com o manobrista, Casper seguiu seu tio para dentro do luxuoso saguão do hotel, com um porteiro cumprimentando o senhor Visconti pelo nome.
Eles subiram para o 11° andar para uma suíte de alto padrão de amplas proporções.
Alberto abriu um armário e pegou um roupão, dizendo a Casper:
- Pela um jantar para o serviço de quarto enquanto eu tomo um banho. Preciso tirar o cheiro imundo daqueles patifes de mim.
Foi apenas quando saiu do banheiro, exalando um perfumado cheiro de banho recém-tomado, que Alberto se sentou diante de Casper e falou com seriedade:
- Muito bem, meu sobrinho, vamos conversar sobre temas importantes! Eu tenho administrado os bens do seu pai junto com a parte dele nas empresas da nossa família em seu nome. O que você pretende faer daqui por diante? Vai se juntar aos Andarilhos do Asfalto de Vancouver ou vai regressar para Seattle?