[ON] Capítulo 01 - Bem vindo à Japi

@Cilenor @chrystian_rissoli @Alexyus @nahna @Ed Araújo @Lennapalooza @thitabarcelos

Quem me dera, ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente

Aisha estava em Japi havia quase um mês e muito do que precisava ser feito para proteger a divisa do caern avançara, graças a ela. Com paciência e determinação, Aisha havia despertado espíritos antigos, aqueles que até então estavam em silêncio na fronteira, criando, com a ajuda deles, um sistema de vigilância espiritual. Na escola que frequentava, convenceu a professora de geografia a adotar, no próximo bimestre, um metódo de avaliação que envolvessem seminários apresentados pelos alunos, para a conscientização ecológica.

Mas o mesmo não se podia dizer de seus antigos companheiros. Alec O’Brien, o Ahroun Fianna, já não se encontrava ali para protegê-los. Ele havia se afastado desde o primeiro dia, patrulhando o caern à sua maneira, e logo que pôde, aceitou o chamado de Golgol Fangs-First para lutar na Amazônia. Mariele Hoffmann, por outro lado, escolhera a humanidade, voltando-se para uma vida tranquila na fazenda ao lado de sua filha, renunciando aos laços com a Nação Garou e renegando sua própria natureza. Helena Fontelles, que prometera à Aisha proteger a divisa ao seu lado, partira em uma manhã qualquer, dizendo que visitaria um parente na cidade. Nunca retornou, e só muito depois Sopa-Quente contou que Helena decidira voltar para sua cidade natal.

Quando Thea Vilhelmsen voltou da capital com Rudá, trouxe com ela uma fagulha de esperança, que logo foi extinta. Antes que pudesse instalar os equipamentos adquiridos para o caern, Thea fora convocada para auxiliar a matilha de Miraci “Pedra-Molhada” em uma missão estratégica. Cada ausência trazia em Aisha um novo vazio, e agora, de fato, ela estava só. Não só o peso do território recaía sobre seus ombros, mas também o da solidão, um fardo difícil para quem nasceu e foi criada para viver em matilha.

No entanto, Voz-do-Caminho, um Peregrino Silencioso da seita, havia trazido uma notícia que dava um ar de mudança. Ele informou que novos Garou chegariam ainda hoje, enviados para ajudar nas questões da divisa de Bom Jesus da Pirapora. E era ela, Aisha, que devia recebê-los no bangalô e contar sobre a extensão dos problemas da região, bem como decidir se os Tecelões do Cair da Noite continuaria a existir ou se aquela união seria iniciada pela criação de uma nova matilha.


Quando Anahi passou pelo seu ritual de passagem e escolhei e foi aceita pelo misericordioso Unicórnio em vez da misteriosa Uktena, Sua escolha para Moacir "Sombra-da-Castanheira", alfa da seita Guardiões do Japi, fora uma desilusão. Para ele, todos os indígenas deveriam se unir sob o manto de Uktena, que, aos seus olhos, representava uma resistência pura e genuína ao avanço do branco colonizador. A visão de Moacir era rígida, incapaz de perceber que a cultura indígena era diversa e plural, composta por um povo heterogêno, de diferentes caracteristicas, personalidades e objetivos.

No entanto, o tempo havia mostrado o valor da decisão da jovem theurge. Como Filha de Gaia, Anahí encontrou mais facilidade para dedicar-se ao seu povo, distanciando-se das intrigas do caern e canalizando sua energia para as áreas rurais da serra. Os moradores a receberam de braços abertos. Embora a ajuda que ela oferecia nunca fosse paga em dinheiro, gestos de gratidão e pequenos mimos em bolos de fubá, queijos frescos e calor humano eram frequentes.

Foi em um dia inesperado que Anahí recebeu o convite. Uma reunião indígena, aberta a garou e outras raças metamórficas, iria acontecer. Quando chegou ao local, viu pela primeira vez tantas faces de seu povo, garou, bastet, parentes, humanos indigenas e descentes de indigenas, e xamãs. Todos reunidos com o mesmo propósito: resolver uma cisão inquietante se formava entre eles.

A divisão era clara. De um lado, Amondawa Devorador-de-Homens, que defendia a expulsão dos estrangeiros da serra. Ele alertava que aqueles que chegavam como "amigos" não tardariam a se revelar inimigos, sedentos pela posse das terras sagradas de Japi. Do outro lado, um grupo, liderado por Potira, reconhecia os perigos da presença estrangeira, mas aceitava que sua ajuda era necessária. “Somos poucos”, insistiam.

A discussão inflamou-se, e vozes exaltadas reivindicaram os direitos ancestrais sobre não apenas a serra, mas toda a cidade, até mesmo o estado. Sussurros de vingança ecoaram, dizendo a resposta para o genocídio indigena cometido séculos atrás devia ser um novo genocídio contra a população de Bom Jesus de Pirapora. As palavras tornavam-se mais acaloradas, até que a voz grave e firme de Moacir "Sombra-da-Castanheira" silenciou o tumulto.

Moacir “Sombra-da-Castanheira”

- Por mais que me desagrade, é evidente que sem os estrangeiros não poderemos manter nossas raízes de pé. Eles continuarão a ser bem-vindos, mas precisamos preservar nossas tradições e mostrar que não somos frágeis. Conviveremos, sim, mas de igual para igual, sem abrir mão de quem somos.

Foi então que ele voltou seu olhar para Anahí, enunciando a decisão com a autoridade que lhe cabia.

Moacir “Sombra-da-Castanheira”

- Anahí, que representa essa união entre duas culturas, deve assumir a defesa da divisa de Bom Jesus de Pirapora. Assim, garantiremos que nossas tradições não serão abandonadas, mas também não nos isolaremos ao ponto de perecer. Isso satisfaz você, Amondawa?

A resposta de Amondawa veio em um rosnado sombrio, enquanto ele se retirava para as sombras da mata. A reunião terminou aos poucos, e o destino de Anahí estava decidido. Antes de partir, Moacir a avisou que, ao amanhecer, um membro de sua matilha a acompanharia até a divisa.


Bom Jesus de Pirapora era uma cidade de atmosfera serena, localizada entre montanhas e à beira do Rio Tietê. O ritmo da vida era lento e os dias pareciam passar devagar. Os habitantes eram acolhedores e mantinham tradições locais com devoção.

No centro comercial, a basílica do Bom Jesus dominava a paisagem, com suas torres que podiam ser vistas de longe. Dentro da igreja, os fiéis rezavam em meio ao cheiro de incenso e ao brilho dos vitrais coloridos que refletiam a luz do sol. A praça principal ficava duas ruas atrás da basílica e era o ponto de encontro dos moradores, com barracas de feira, bancos antigos e conversas tranquilas. Em frente a praça, estava a pequena rodoviária de Bom Jesus de Pirapora, onde Aleto, Leonardo, Hermes, Ava e Brianna aguardavam a carona que os levaria ao caern.

Esperar por uma carona na rodoviária de uma cidade não era algo típico entre os garou. Aqueles mais experientes logo souberam a razão: o caern não mantinha uma Ponte da Lua ativa. Por isso, a única opção era seguir pelo transporte comum, como os humanos.

Quando o som de um motor cansado começou a ecoar ao longe, uma Kombi envelhecida, com a pintura desbotada e pequenas cicatrizes de ferrugem que pareciam contar histórias de muitas jornadas, se aproximou parou suavemente ao lado deles. A porta lateral abriu-se lentamente, revelando um senhor de idade, de olhar sereno e expressão calorosa. Ele desceu com certa tranquilidade e fez um gesto leve, chamando-os para embarcar.

Sopa-Quente

- Sou Sopa-Quente, prazer em conhecê-los - disse com uma voz baixa e compassada, o tom suave transmitindo uma calma quase acolhedora - Venham, entrem com calma. Esta velha amiga já me levou a muitos lugares. Pode não parecer, mas ela ainda aguenta muita estrada.

A Kombi parecia refletir a serenidade de seu condutor. Lá dentro, sentada próxima a uma das janelas, estava Anahí.

Aos poucos, os garou se ajeitaram em seus lugares, e Sopa-Quente voltou ao volante, girando a chave com um cuidado quase cerimonial. O motor roncou de leve antes de encontrar um ritmo mais constante, e a Kombi começou a se mover pela estrada de terra. Sopa-Quente dirigia com uma notável tranquilidade. Enquanto avançavam, ele comentou, com um tom leve e nostálgico:

Sopa-Quente

- Ah, a estrada até a divisa tem seus segredos. Cada pedaço dela tem uma história... O bom é saber escutar o que o caminho tem a nos contar. Às vezes, o que se encontra na paisagem nos revela o que nos espera..

A Kombi velha parecia se mover em um ritmo próprio, lento e paciente, como se refletisse a serenidade de Sopa-Quente. Ele mantinha o veículo a uma velocidade que, aos poucos, forçava os passageiros a se ajustarem ao tempo da estrada, aceitando cada curva com calma e deixando que os pensamentos vagassem. Havia algo na condução de Sopa-Quente que dava àquela viagem um ar de peregrinação, mais do que de simples deslocamento.

Em certo ponto do caminho, eles passaram por um grupo de romeiros que retornavam a pé da cidade. Homens, mulheres e crianças com terços nas mãos, olhares cansados e sorrisos pacíficos caminhavam em direção contrária. Alguns faziam breves acenos para a Kombi, e Sopa-Quente retribuía com a cabeça.

Sopa-Quente

- Romeiros sempre sabem onde encontrar fé. Têm um coração grande... Levam a paz com eles, sabem? Bom ver que ainda há quem caminhe com um propósito, mesmo que seja apenas encontrar um pouco de luz.

A imagem dos romeiros desapareceu lentamente pela estrada, e à medida que o automóvel avançou, o grupo sentiu o ar úmido e um cheiro característico de terra molhada, como que se estivesse prestes a chover, embora nenhuma nuvem cinza ou negra estivesse no céu. Em todo caso, era uma contradição curiosa ao tempo seco de horas antes. Quando finalmente cruzaram a divisa do caern, o grupo se deparou com uma sensação súbita de quietude, um silêncio que não era meramente ausência de ruído, mas uma presença densa, como se a própria terra respirasse em um ritmo lento e profundo. O ar parecia mais pesado, carregado de histórias antigas, e acentuava o aroma terroso, misturado ao frescor de folhas úmidas da serra. Dentro da Kombi, todos sentiam que estavam imersos em um momento liminar, entre o claro e o escuro, entre o fim e o início de algo importante. Menos de um quilometro depois, o grupo chegou em uma clareira, onde a Kombi foi estacionada. O céu, cuja lua não se mostrava por estar em sua fase nova, era iluminado por centenas de contáveis estrelas. Ao lado da onde Sopa-Quente estacionou, havia um caminho de pedras.

Sopa-Quente

- Chegamos, meus jovens - disse, apontando para o caminho de pedras - Não vou subir com vocês. Minhas costas já não são como antes, mas aí está sua nova casa.

O grupo subiu o caminho de pedras e, ao chegar ao topo, avistou um bangalô. À sua frente, Aisha os aguardava.

 
     
     
 

Sua rotina seguia tranquila na região. Surpreendeu-se com o convite para a reunião... mas o recebeu com alegria. Quando chegou ao local, observou em silêncio os presentes. Era a primeira vez que tinha noção de como seu povo era composto de pessoas tão diferentes... Até por ser uma novidade para ela a convocação, procurou não interromper nem desagradar de forma alguma os presentes... apenas os olhava e analisava discretamente. Via os dois focos, de Amondawa e de Potira, sabendo que nenhum deles estava errado... Também acreditava que havia legitimidade no temor pela presença estrangeira, mas muitos deles ali mesmo eram seus descendentes. Eram hoje um povo miscigenado. Ficou ligeiramente constrangida quando seu nome foi citado, e os olhares direcionados à ela, mas assentiu com um sorriso curto, demonstrando seu bom grado com a tarefa. Em seu íntimo, seu coração acelerou com a excitação da sua escolha, entre os presentes. Estava contente. Contudo, percebeu que a resolução não havia apaziguado Amondawa inteiramente. Quando Moacir se aproximou para avisar que seria acompanhada até a divisa, aproveitou a oportunidade para agradecer. Logo cedo encontrou-se com Sopa-Quente, e se apresentou também. Sentou-se em uma das janelas e abriu, olhando para fora. Foi com ele até a Rodoviária onde ele buscaria novos passageiros. Cumprimentou Aleto, que se sentou ao seu lado, e aos demais, conforme foram entrando na Kombi. Certamente Amondawa ficaria furioso... Eram todos forasteiros... Acompanhou a paisagem que passava, e conforme Sopa-Quente quebrava o silêncio, refletia o que a aguardaria. Quando chegaram, desceu da Kombi e apanhou sua mala, retornando até o motorista. "- Muito obrigada pela carona... e pelos ensinamentos ao longo do caminho." - O cumprimentou, para então seguir o caminho indicado com os demais. No fim do caminho de pedras, encontraram a anfitriã, que também parecia estrangeira. "- Oi! Eu me chamo Anahí." - Estendeu a mão em saudação. "- O lugar é lindo!" - Disse com um sorriso ao olhar ao redor. Foi entrando, observando o interior, sem saber onde deixar sua mala.

Desde a transformação, Brianna havia decidido aprender mais sobre os lobisomens e receber o chamado para ir até Pirapora do Bom Jesus até o Caern Castelo das Águas foi o necessário para que ela tomasse uma atitude em sua vida e largar tudo para ir para lá, com muito apoio de sua tia.
O caminho para Pirapora levou por volta de 2h30, um trem da estação Barra Funda até a cidade Barueri e mais um ônibus que seguia direto para o centro da cidade. A ansiedade era gigante dentro do dela: Como seria o Caern? Como as pessoas a receberiam? Quantos outros também haviam sido chamados? Esperava ao menos que eles tivessem paciência com ela, pois existia muita coisa que ela ainda não sabia.
Aguardar a carona foi algo silencioso e um tanto desconfortável já que ela não conhecia ninguém, o nervosismo e ansiedade não deixaram seu corpo em momento algum, seus tics intercalavam entre estalar os dedos e coçar a nuca, em algum momento ela terminaria sem as juntas ou sem a pele e cabelos da nuca.

No horário combinado uma Kombi de pintura desbotada e bem barulhenta, parou bem em frente a eles, um senhor muito gentil e com voz muito agradável os cumprimentou.

- Sou Sopa-Quente, prazer em conhecê-los - disse com uma voz baixa e compassada, o tom suave transmitindo uma calma quase acolhedora - Venham, entrem com calma. Esta velha amiga já me levou a muitos lugares. Pode não parecer, mas ela ainda aguenta muita estrada.

–  Olá senhor, me chamo Brianna, agradeço a carona que está nos dando – Brianna sorriu para ele de maneira amigável e se acomodou no fundo da Kombi.

O caminho foi extremamente tranquilo, o balanço da Kombi com a voz de Sopa Quente fazia com que ela cada vez mais se conecta-se ao ambiente, de fato, a estrada conta histórias, tudo tem um passado e uma história a ser contado e Brianna queria muito saber o que Pirapora do Bom Jesus tinha para contar e o que o Caern das Castelo das Águas tinha para ensinar, contar e proteger,
Ao serem deixados próximo ao caminho das pedras, Brianna agradeceu a carona e seguiu o grupo até o local em que eles eram aguardados. Lá havia uma menina de origem asiática esperando, que se apresentou:

- Sejam bem-vindos! Eu sou Aisha Estrela Fantasma, é um prazer conhecê-los. - A casa só tem um quarto, mas eu coloquei beliches, então podemos dormir quatro em camas individuais ou todos juntos se dividirmos camas. Eu já dormi aqui na varanda também, e não é nada mal, bem agradável na verdade. Eu preparei uma salada de frutas locais e três jarras de suco para vocês se refrescarem depois da viagem. Entrem, vamos conversar lá dentro!

- Olá Aisha, é um prazer conhece-la e obrigada por nos abrigar.

Brianna se acomodou junto aos outros dentro do bangalô e passou a ouvir com atenção toda situação local.

 
     
     
 

Acompanhou os outros até a cozinha e se sentou sobre os joelhos. Ouviu tudo com paciência... Entendeu a situação que Aisha relatava. Entendeu também o porque dos ânimos exaltados na reunião convocada por Moacir... "- Eu acho que posso ajudar de alguma forma." "- Conheço as pessoas da cidade... Nasci aqui..." "- Posso tentar entender o que se passa pela região, e mais informações sobre essas mortes." "- Assim podemos tentar afastar esses jovens de internet." - Fez uma pequena careta. Puxou seu cabelo para trás e o prendeu em rabo-de-cavalo. "- Passar mais tempo na cidade também pode ajudar a identificar esse grupo de forasteiros perigosos." "- Esses casos ainda não chegaram ao posto de saúde, mas imagino que uma hora chegarão."

Escutou tudo com muita atenção, política era algo que definitivamente ela não era boa.

- Sinceramente, politica não é algo que eu compreenda muito. No entanto, sou psicóloga e pretendo arrumar um emprego por aqui. Acredito que atendendo em algum local posso conseguir descobrir mais coisas.

- Acho que a Anahí pode te ajudar nisso! Os postos de saúde nunca tem psicólogos suficientes, e você poderia tentar entrar no sistema do SUS. Aliás, todos precisamos pensar nas nossas ocupações para disfarçar nossas ações de garou. Ah, e preciso avisar vocês que tem várias plantas com os espíritos despertados aqui em volta; eu fiz isso para ter um sistema de vigilância espiritual, então se vocês souberem falar com os espíritos, podem aproveitar essa vantagem também. Tem mais alguma coisa que vocês querem me perguntar?

Sobre nossas funções, recentemente eu pedi reabertura de minha matrícula na faculdade de Durham, lá eu cursava ciências ambientais, quando decidi me mudar iniciei os tramites para me transferir pra uma faculdade relativamente próxima daqui. No mais, posso tentar encontrar algum estágio na prefeitura.

明美水の书兰张 Aleto escreveu: Sobre nossas funções, recentemente eu pedi reabertura de minha matrícula na faculdade de Durham, lá eu cursava ciências ambientais, quando decidi me mudar iniciei os tramites para me transferir pra uma faculdade relativamente próxima daqui. No mais, posso tentar encontrar algum estágio na prefeitura. Aisha acenou com a cabeça  numa postura reverente para Aleto, comentando: - Se conseguir isso, será ótimo, Aleto-san! Me diga se eu puder fazer algo para ajudar você nisso. Mas outra coisa ocorreu à Aisha. - Esqueci de mencionar algo! Não sei quando será a próxima assembleia da seita, mas os anciãos locais são muito tradicionalistas, quase tanto quanto os das Cortes Bestiais. Acho que Anahi já percebeu isso, porque cresceu aqui. É melhor estarmos preparados para nos apresentar adequadamente, e talvez deixar nossa galliard falar pela matilha; isso seria com você, Brianna. E também escolher um nome para a nossa matilha, para nos identificar quando eles perguntarem. Algum de vocês tem um bom nome para sugerir?

[/quote]

- Esqueci de mencionar algo! Não sei quando será a próxima assembleia da seita, mas os anciãos locais são muito tradicionalistas, quase tanto quanto os das Cortes Bestiais. Acho que Anahi já percebeu isso, porque cresceu aqui. É melhor estarmos preparados para nos apresentar adequadamente, e talvez deixar nossa galliard falar pela matilha; isso seria com você, Brianna. E também escolher um nome para a nossa matilha, para nos identificar quando eles perguntarem. Algum de vocês tem um bom nome para sugerir?

Se tiver algum contato na prefeitura que puder me conseguir esse estágio, seria interessante! Não somente você, Aisha, qualquer um que tiver contatos no meio da política e puder adiantar essa parte, como minha linha de estudo é justamente as ciências ambientais, acredito que eu poderia acabar encontrando informações interessantes.

Sobre a apresentação, eu não sei se deixar na mão de Brianna seria o mais interessante a fazer. Eu posso estar enganado, mas ela é uma das mais velhas dentre nós, isso seria ótimo, junto com seu ponto de Galliard, mas pelo que eu entendi ela acabou se dedicando a carreira como psicóloga e não conhece tanto o mundo garou.

Além disso, não sei se seus anciões veriam com bons olhos que nós, forasteiros, tomássemos a palavra. Talvez se você ou Ana nos apresentassem, de uma forma introdutória, pra que depois falássemos um pouco de nós, fosse uma estratégia mais viável.

Sobre nossa matilha, eu tive uma ideia. A realidade é que nossas únicas semelhanças são o fato de que somos garou e respondemos o chamado dos Uktena. Dentre os lobos, um chamado é feito na forma de um uivo, inclusive sua resposta. Seríamos a Matilha do Retorno Uivante?

Leonardo Valle

Não podemos confiar apenas nos pequenos políticos dessa cidade. Os interesses deles mudam conforme conveniências, e a câmara de vereadores é instável demais para garantirmos algo duradouro. Então, embora seja necessário atrasar esse projeto de lei, também precisamos pensar em algo duradouro. Uma possibilidade concreta é declarar toda a Serra do Japi, e não apenas a divisa de Pirapora, como uma reserva indígena. Isso não depende de leis municipais ou estaduais, mas de um processo conduzido pela União. Com a desapropriação federal, a posse da área seria transferida permanentemente para os indígenas. Isso colocaria o território sob proteção definitiva, longe do alcance de mudanças legislativas que poderiam ameaçá-lo. Mas para isso, os indígenas precisam estar organizados e demonstrar que têm uma presença significativa na região. Sem isso, o pedido não ganha força. Passarei os próximos dias no cartório da cidade, fazendo um pente fino no registro de indigenas da região, mas é provável que nem todos eles tenham sido registrados

Ava Garden

Vamos ser realistas: você acha mesmo que as pessoas dessa cidade estão realmente preocupadas com a Serra do Japi? Aposto que a maioria delas tem prioridades bem mais urgentes. Se descobrirem que uma lei sobre a mata está recebendo mais atenção do que habitação, emprego ou educação, não vai demorar para começarem a se mexer e pressionar o legislativo a mudar o foco. Então, eu vou para a cidade dar uma olhada nisso, sentir o clima e ver o que posso descobrir. O pessoal da área rural costuma ser mais recluso e eu não vou me atrever a entrar em fazendas e propriedades afastadas, mas eles, com certeza, também têm suas próprias preocupações que poderiam cobrar mais a atenção dos políticos. E vamos ser honestos: gente insatisfeita sabe fazer barulho, e barulho é algo que podemos usar a nosso favor.

Leonardo Valle

Já sobre a Mão do Morto, ignorar seria um erro grave. Não podemos agir impulsivamente, mas também não podemos baixar a guarda. Eles devem ser vigiados de perto, sempre. E, quando a oportunidade certa surgir, devemos estar preparados para enfrentá-los com toda a força necessária para eliminá-los de uma vez por todas. Se não fizermos isso, vão se proliferar na região, como uma verdadeira milícia

Aleto escreveu:Sobre nossa matilha, eu tive uma ideia. A realidade é que nossas únicas semelhanças são o fato de que somos garou e respondemos o chamado dos Uktena. Dentre os lobos, um chamado é feito na forma de um uivo, inclusive sua resposta. Seríamos a Matilha do Retorno Uivante?

Tanto Ava quanto Leonardo concordaram com o nome, assentindo em uníssono

明美水の书兰张 Aisha percebeu que Leonardo era bem versado na lei brasileira, e tinha planos tão ambiciosos que só poderiam mesmo ser de um Senhor das Sombras. Já Ava tinha uma mentalidade de agitadora social, o que era coerente com o perfil de uma tribo profundamente envolvida com agendas humanas modernas. Aisha até se surpreendeu com a ausência de qualquer declaração feminista dela, mas provavelmente em algum momento ouviria algo nessa linha. A sugestão do nome da matilha que Aleto deu não era ruim, e foi aceito por Leonardo e Ava, e Aisha não se opôs. - Eu pegarei um ônibus para o colégio amanhã, mas meu celular ficará ligado, então podem me ligar se houver necessidade. Marquem o meu número e me passem os seus também. Depois vou parar de falar e deixar vocês descansarem.

[/quote]

 
     
     
 

"- Ela tem razão." - Disse em acordo com Ava. "- Essa cidade é pequena, e a comunidade bastante simples..." "- Pautas muito complexas não fazem nenhum sentido aqui... até os políticos são bem fraquinhos..." - Sorri, como uma verdade desagradável. "- Dificilmente vão encontrar todos esses empregos... o que podem fazer é trabalhar por experiência." "- Isso sei que ninguém vai impedir, e vai levantar menos suspeitas." "- porque... me desculpem por dizer... mas ficamos meio desconfiados com tantos forasteiros..." Olhou para Aisha. "- Sim, eu concordo... foi a principal preocupação de "Sombra-da-Castanheira" em me enviar para cá. As tradições são bastante fortes." Suspirou e olhou para Aleto, ouvindo sua sugestão. "- Também gostei. Parece um anúncio, meio esperançoso e glorioso..." - Sorri. Pegou seu celular e colocou seu QR code de contato na tela. "- Anahi." "- Só não aceito mensagens de bom dia, mas fiquem á vontade para enviar memes..." Olhou discretamente para Leonardo e Hermes, imaginando-os sérios demais para isso.