Setembro, 07 de 1991, Hogwarts – LondresA semana em Hogwarts passou sem maiores conflitos para os estudantes do primeiro ano. Passaram por todas as matérias e, finalmente, teriam a Aula de Vôo, uma espécie de aula extra para os alunos do primeiro ano, isto que os estudantes mais velhos não frequentavam a aula da Srta. Hooch.
Owen e Erin continuaram magoados um com o outro, apesar de poderem ter conversado durante a semana. Erin provavelmente tentou resgatar a amizade com o irmão gêmeo, odiava conflitos assim. Escrevera sobre a briga para Agnes, esperando que ela a ajudasse a resolver a confusão. Agnes lhe respondeu que tentasse se reaproximar do irmão e retomar a amizade de antes, porém Owen ficou com raiva da irmã ter pedido ajuda à babá. Ela lhe escreveu uma carta pedindo que ele deixasse o orgulho de lado e fizesse amigos como Erin fizera.
Teria Owen esquecido tudo ao longo da semana e voltado a falar com a irmã?
Holly passou a semana fugindo da Srta. Wood e evitando os colegas do próprio Salão Comunal. Só ficava nas poltronas do salão quando estava sozinha, caso contrário se refugiava na biblioteca ou em sua cama do dormitório feminino, protegida dentro da cortina do dossel.
Depois que aprendeu a magia Lumus, em sua primeira aula de Feitiços, acabou ficando mais fácil ficar oculta dentro do dossel.
Escrevia também para sua madrinha, mas não tinha muito o que contar. Não fizera nenhuma amizade, apesar de Bella Selwyn demonstrar simpatia por ela e defendê-la de algumas piadas maldosas do Malfoy e sua gangue de bruxinhos puristas.
Pluemer tentou não acompanhar o Profeta Diário desde o ocorrido em Gringotes, mas sua madrinha sempre lhe mandava e, eventualmente, ela o lia.
Não tinha mais nada que indicasse alguma coisa sobre sua família, especialmente, sobre Verina.
Erin andou a semana com Tristan e, sempre que conseguia, com Owen e Elliot também.
Gostava de ir para a biblioteca ajudar Tristan a entender o mundo bruxo, além de aprender muito sobre os trouxas. Eireann adorava aprender sobre tudo e Tristan parecia ser igual.
Sempre que tinham um horário tranquilo, caminhavam pelo terreno da escola, observando o Lago e a Lula-Gigante que estavam aprendendo a não ter tanto medo e conversavam eventualmente com Hagrid, que sempre parecia muito feliz em ter visitas.
Owen se encantou com Hagrid quando teve a oportunidade de conhecê-lo, pois ele tinha a mesma paixão por animais fantásticos quanto ele.
A amizade deles começou quando Owen foi surpreendido por Canino, o cachorro enorme de Hagrid, e não conseguiu se conter em acariciar o animal, cumprimentando-o. Os dois passavam horas e horas conversando sobre as criaturas e sobre o que Owen aprendia na aula de Trato das Criaturas Mágicas, de longe, a melhor aula de todas em Hogwarts para o menino.
Obviamente, o guarda-caça acabava tentando convencer Owen a retomar a amizade com a irmã. Ele odiava conflitos e tentava conciliar sempre que via uma chance.
Em outra casa as coisas iam relativamente bem.
Trevor estava ansioso para o final de semana. Deveria pensar no que fazer depois da aula de vôo, pois teria o “problema” naquela noite.
O diretor dissera que alguém entraria em contato com ele para ajudá-lo. Algum professor. Mas até agora as únicas chamadas de professores que teve era para discutir alguma dificuldade ou para elogiar sua habilidade com Transfiguração. Mas nada sobre como lidar com aquele final de semana.
Para Trevor, conforme o final de semana chegava, ficava mais debilitado. Sentia-se como se sentia havia tempos: cansado e com uma fome incontrolável. Tentou descobrir onde ficava a cozinha do castelo, mas sem sucesso. O lugar era muito grande para se descobrir essas coisas em apenas uma semana, e nenhum monitor parecia disposto a explicar para ele como chegar lá.
Carter conversava bastante com Duffy durante a semana. Acabaram iniciando uma pequena amizade, nada muito profunda. O fato da família de Trevor não ser reconhecida incomodava um pouco Memphis, o que poderia deixá-lo um pouco arredio com a amizade. Trevor, por sua vez, não percebeu a hesitação do amigo, acreditando estar seguindo o que Dumbledore disse-lhe e fazendo uma amizade.
Algumas vezes durante a semana, Malfoy se encontrou com Memphis para conversarem. Especialmente quando tinham aulas juntos, acabavam sentando próximo.
Malfoy comentava sobre como Potter era “cheio de si” e o quanto queria provar que ele era uma farsa. Memphis comentava que não tinha contato com o bruxo dentro de sua casa, sempre andando com a nascida trouxa e com os Weasley. Draco achava que isso mostrava a fraqueza de Potter, andar com bruxos tão imundos e pobres…
Draco também se divertia azucrinando a vida da menina Pluemer. Obviamente, Memphis acabou participando de algumas brincadeiras de Draco com a menina, pois ele fazia questão de fazer piadas a cerca da família dela quando Carter estava consigo. Apenas para mostrar para Holly que as outras casas de Hogwarts concordava com sua opinião a cerca dela.
Se Carter era ou não adepto dessa ideia, somente ele poderia dizer.
~***~
Sirena Claviere Müller chegou em Hogwarts um tanto quanto perdida e temerosa. Tinha pavor da possibilidade de usar realmente magia, a mesma magia que a fez ferir pessoas.
Dumbledore, o diretor velhinho que viera em seu socorro quando tudo parecia que só daria errado, acabou lhe convencendo de que aprender a lidar com aquilo seria melhor para ela… Porém como?
Quando chegou em Hogwarts já estava apavorada: havia passado por uma pilastra de tijolos na Estação Kings Cross para chegar até a plataforma – isso sem falar que havia saído de seu lar, no interior calmo e tranquilo, até a Capital -; o trem enorme e cheio de bruxos e animais, alguns até usando magia para coisas simples como arrumar a roupa amassada ou endireitar a gravata; viajar longas horas para um lugar que seus pais jamais poderão conhecer, por serem “trouxas”, como Dumbledore e o Moço do Ministério explicaram; ser guiada por um lago imenso por um gigante – aparentemente – sentada em barquinhos que se moviam sozinhos sob a água…
Não pode esconder o encanto de ver o castelo imenso à noite, suas luzes e a perspectiva de uma nova vida. Ao mesmo tempo que aquilo era assustador e apavorante, ela instigante e excitante. Com o misto de medo e empolgação que só pessoas daquela idade é capaz de sentir, Sirena deu o primeiro passo para dentro do castelo e sua nova vida em Hogwarts.
Tudo andava bem… Até os fantasmas aparecerem.
Mas graças a Deus a bruxa, Professora McGonagall, voltou e espantou o fantasma.
Aconteceu a tal seleção de casas. Dumbledore havia lhe explicado quando foi levar a carta à ela. Não sabia direito o que aconteceria, mas foi para uma casa cheia de pessoas animadas, felizes, que lhe abraçaram e deram as mais calorosas boas vindas…
“Calorosas”, considerando que uma das “pessoas” mais empolgadas com a sua chegada à mesa era um Fantasma: O Frei Gorducho.
A semana seguiu quase bem.
Gostou das aulas que não exigiam varinhas, ou magia. Como Herbologia e Poções. Porém as aulas de Feitiços, Transfiguração, Defesa Contra as Artes das Trevas (DCAT) e… basicamente todas as outras, eram ridiculamente assombrosas.
Não se concentrava.
Em uma aula, tentando fazer uma pena flutuar, ficou tão tensa que todo o material escolar dos alunos ao redor dela começaram a flutuar (cadernos, tinteiros, penas… até mesmo algumas varinhas), porém curiosamente, sua pena – a única que devia flutuar – não se moveu.
O professor Flitwick ficou encantado e empolgado com a magia que despendia da menina e acalmou a classe dizendo que aquilo era extremamente… normal. Ou que deveria ser.
A maior parte do tempo livre Sirena passava organizando coisas que encontrava fora de ordem pelo castelo. Especialmente no seu salão comunal, no subsolo próximo das cozinhas.
Seu salão comunal era constantemente ensolarado, o queera estranho considerando que estavam no subsolo.
~*~
Finalmente todos chegaram à Aula de vôo. Todos os alunos do primeiro ano estavam lá.
Holly da Sonserina, Elliot, Tristan, os gêmeos O'Byrne da Corvinal; Trevor e Carter da Grifinória e a jovem Sirena, da Lufa-lufa. E todos os outros alunos como Neville, Harry, Rony, Luna e, claro, o Malfoy.
Todos estavam alinhados, com a vassoura à frente, esperando o início da Aula.
Alguns ansiosos, outros receosos e alguns apavorados com a perspectiva do primeiro dia de aula.