Base de Operações Medusozoa. Oceano Atlântico.
Khloe e Yuka não tem dificuldade em chegar até os dormitórios, bastava usar o elevador central, em seguida cruzar um grande corredor metálico até adentrar na torre D. Apesar do ambiente ser fechado, o ar era agradável de se respirar e a temperatura aparentava ser controlada para que não sentissem frio ou calor. Na entrada de cada um dos quartos dos agentes há uma interface digital, na qual podiam escolher o método de identificação que lhes fosse mais adequado, podendo usar uma identificação biométrica, comando vocal ou até mesmo uma simples senha numérica. O interior consistia de um pequeno ambiente de três metros e meio por dois metros, com uma cama larga e bastante confortável, armários embutidos, um sofá e uma pequena mesa. Certamente apenas alguns dentre os dormitórios eram tão espaçosos, pois haviam apenas quatro em cada um dos quatro andares da torre D, o que certamente não refletia toda a tripulação da plataforma, significando talvez que os dormitórios desta seção eram destinados apenas a agentes de alta patente.
Após as agentes definirem seus aposentos, Khloe segue até o 'bar', entretanto, para sua surpresa (ou nem tanto), Andy não estava no local. Além disso, não havia ninguém para atender a agente, mas tudo estava ao seu alcance, haviam diversos tipos de bebidas, porém nenhuma alcoólica, além de lanches, aperitivos e até mesmo diversos congelados em um freezer atrás do balcão, podendo serem convenientemente aquecidos em um aparelho micro-ondas. Enquanto Khloe fazia um tour pelo bar, Yuka troca algumas palavras com Craig antes de ir dormir, em seguida deixando o hacker trabalhar com seus novos brinquedos.
Craig logo nota que poderia usar cada um dos computadores presentes na sala para processar diferentes atividades agilizando o processo e assim, reduzindo o tempo gasto consideravelmente. O agente não consegue acessar o sistema de vigilância interno para checar se Andy estava no bar, ao menos não sem hackear o sistema de segurança da base, que aparentava ser gerenciado em outra unidade. Certamente Craig poderia tentar hackear o sistema de vigilância, mas talvez não fosse um momento ideal para isso.
Prosseguindo no que se propôs a fazer, Craig busca triangular o sinal da operadora de telefonia móvel local, resgatando o momento em que as últimas mensagens de Athol foram enviadas de seu telefone celular, entretanto, Craig não consegue um resultado diferente, ao que tudo indicava a mensagem fora realmente enviada do interior ou bem próximo da sede da SWART, apenas uma coisa se destaca e que não havia sido mencionada até então. Havia um intervalo entre o envio da fotografia e mensagem seguinte de cerca de dois minutos.
Ao analisar a fotografia, Craig verifica que a imagem fora capturada dois dias antes de ser enviada e que havia sido feita em um Samsung Galaxy S7 Edge, entretanto o agente não tinha condições de afirmar com certeza se a fotografia fora feita no mesmo aparelho que foi enviada, ou se o aparelho de Kussar era deste mesmo modelo. O processamento da imagem consegue torná-la um pouco mais nítida e bem maior do que a original, mas era difícil afirmar se aquilo era o bastante para facilitar a identificação dos símbolos contidos no misterioso portão metálico.
Surpreendentemente, Craig consegue plantas originais do Trust Bank Building, se surpreendendo com seus trinta e um andares acima do solo, somados a outros três andares no subsolo, onde estariam localizados geradores, servidores, além do próprio cofre que era reforçado por placas modulares de concreto e aço. Ainda no subsolo havia um grande estacionamento que rodeava toda a construção, tendo este sido construído após a venda do edifício. Além das plantas da construção, Craig consegue visualizar toda a complexa instalação de esgotos do local, mas nada parece suspeito e a última alteração fora realizada durante a instalação do estacionamento subterrâneo que fora concluída há mais de um ano.
Pesquisando informações pessoais de Athol, Faust e Jasmine, Craig consegue diversas informações, todavia a maioria delas parecia inútil. Sobre Faust, o agente descobre que o empresário não tinha um perfil pessoal em redes sociais e não parecia gerenciar diretamente nenhuma das páginas da empresa. Apesar da empresa carregar seu nome, Faust não aparecia em propagandas e se limitava a participar de eventos voltados a classe mais alta do país. Além disso, o empresário é fã de esportes, sendo proprietário de um clube de basquete local. Curiosamente, Faust nunca se casou e, apesar de ter um filho, a maternidade do garoto é um mistério, sendo especulado que este tenha sido fruto de uma relação com uma garota de programa.
A respeito de Athol, Craig descobre que o empresário estudou nas melhores escolas locais, tendo sempre graduações excelentes. Também engenheiro de minas, Athol é aparentemente quem se faz presente nas escavações da empresa, supervisionando se está tudo correndo de acordo, fazendo diversas viagens por semana, por vezes indo até uma mesma localidade e retornando a sede repetidas vezes. Fora da mineradora, Athol é raramente visto em representações da SWART junto à mídia ou em eventos sociais, ao não ser que estes envolvam sua esposa. Ao contrário do irmão, Athol já se casou duas vezes e tem três filhos, sendo um destes do casamento anterior, todavia, seu filho mais novo faleceu recentemente, o mais velho vive no Japão e do meio está se formando nos Estados Unidos.
A respeito de Jasmine, Craig não consegue muito além do que já havia sido comentado por Hara e Khloe, a única informação relevante e nova era a de que a mulher já havia tido diversos problemas envolvendo álcool, uso de drogas e antidepressivos durante sua carreira como modelo.
Por último, Craig não consegue muitas informações específicas a respeito da segurança da sede da SWART, mas pelo visto havia segurança armada, com uma troca de turnos a cada oito horas, monitoramento por meio de câmeras instaladas em todos os corredores e uma central que gerenciava toda a informação e coordenava todas as ações no primeiro andar. Tanto na entrada frontal quanto na utilizada por prestadores de serviços, todos os visitantes tinham de se identificar e passavam por um detector de metais antes de procederem.
Craig sente que poderia ter obtido mais informações, mas suas pesquisas já haviam lhe consumido cerca de seis horas e o dia já estava amanhecendo, se o agente ainda pretendia dormir um pouco, seria bom fazê-lo agora, ou não teria a oportunidade de fazê-lo até concluir a infiltração na empresa, se é que a realizariam ainda hoje.
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