Sophia Lazarenko - "(Tom preocupado) Do que... você está falando?"
Donald deu um sorriso triste, achava engraçado a inocência da pergunta de Lazarenko, queria falar que se tratava de tudo "Da falta de sentido da existência, da falta de necessidade de se preocupar, do determinismo que regia as leis do universo, do que é e sempre é, de deuses e demônios, todos com seus objetivos mesquinhos.", mas ela era a pessoa comum, que ia pro trabalho sem se preocupar, que olhava pro céu quando se perguntava algo importante.Então Donald pensou que seria melhor privar ela de suas preocupações.
- Tive um dia muito cheio, coisas ruins aconteceram. Muitas inesperadas, pode se dizer. E eu não servi de nada. Sou uma farsa antes mesmo de existir como deveria. Bebe alguma coisa?- Ele pergunta, era obvio que ele havia bebido quantidades irreais de álcool, porem não estava bêbado.
"(Tom preocupado) Um imbecil voador não teria salvado todas aquelas pessoas na guerra. Não teria me salvado.
Me diga o que aconteceu."
-É, eu salvei elas na guerra, mas não salvei elas da guerra, onde quer que eu interfiro eu consigo fazer algo pontual, uma pequena dose de pomada num decepamento, nem chega a aliviar a dor, nem chega a fazer a diferença. Onde eu errei? Onde eu me perdi e tudo isso começou a ficar trivial? No começo você não consegue salvar todo mundo e pensa que podia ter feito melhor, você sofre cada perda. Ai o tempo passa e você deixa de sentir de seguir em frente, fica calejado, até que fica automático, entra na frente de balas sem nem ver pra onde ia o tiro, e algumas vezes o tiro é muito forte. Já pensou que talvez eu tenha salvado o próximo genocida? Salvar vidas não vai deixar o mundo melhor. E talvez nunca fique melhor, ele apenas existe, até que chegue ao fim. Pelo que eu luto se no fim cada pessoa que eu salvo ainda vai morrer no outro dia? Porque eu tento mudar a humanidade se um dia ela também vai chegar a um fim?- Donald para e pensa em tomar mais um gole, mas vê que aquilo não esta funcionando. Ele olha para Sophia, talvez esperando uma resposta, alguma coisa, mas no fundo sabia que ela não teria nada pra dizer pra ele que o ajudasse.