Ato II - Entresaga

Tomdrill fica pasmado com a magia perpetrada por Alustriel. Era algo que ele jamais havia visto, e olha que ele acabara de vir de um encontro fantástico na fortaleza dos Arautos. Havia uma carruagem de fogo aguardando que eles a cavalgassem. Era uma coisa sem igual.

Rapidamente ele tenta refazer suas feições normais, pois estava de boca caída e não pegava bem. Afinal ele era o arcano do grupo e não poderia ficar bobo por causa de magia. Isto passaria uma impressão de insegurança ao grupo. Quando Frafur fala ele acha estranho que o Anão escolhesse o Kobold para estar com ele na função de conjurador. Mais ainda quando envia Belediel e Eunsech junto. O tempo passara e Frafur não confiava mais em seus amigos. Ele chega a convidar uma estranha para ir consigo em lugar de alguém com quem já tinha uma história vencedora.

- Vamos Belediel, Eunsech. Temos de fazer isto rápido e voltar com a ajuda destes mercenários o quanto antes.

Belediel estava meio absorta em pensamentos quando Alustriel pede para todos darem as mãos. A elfa sem problema obedece a Grã-Senhora, de repente a mulher conjura magia estranha e eles não estão mas na fortaleza dos anões.

A elfa esfrega os olhos não acreditando no que via. Ela olha prá trás, pra frente, pros lados, perdida.

- Er... alguem sabe o que aconteceu? - No meio da sua fala ouve Tomdrill chama-la pra uma das carroagens - Hã... okay.

A elfa totalmente perdida segue o mago pra carroagem o Goliath.

Nevasca olha para Sophia, tentando coagí-la a deixar de lado essa missão de voar em uma carroagem com cavalos de fogo, mas suas tentativas foram em vão. Sophia respirou profundamente, como quem tomasse coragem, e abriu espaço para Nevasca subir primeiro.

- Venha Nevasca. Confiança, se a Sra. Alustriel diz ser seguro... er, deve ser seguro.

Nem ela mesma acreditava. Ambas estavam temerosas e, procurando não encostar nos animais flamejantes que estavam à frente, entra após Nevasca que se aconchega como um filhote de gato selvagem em seu colo. Ela era pesada e Sophia mal conseguia respirar pelo peso de sua companheira, mas a deixou ali para poder dar maior segurança à sua companheira.

"Droga, se não fosse por Nevasca, virava águia e os acompanhava voando..." - pensava ela consigo mesma.

Preparando sua besta e deixando-a carregada, assim como deixando sua bolsa de componentes mágicos em fácil acesso, Sophia aguarda os demais para prosseguir logo o caminho.

Frafur ouve as últimas orientações de Alustriel e diz:

-Esperava que responderia isso mesmo Senhora. Pois bem, farei o possível para conseguir guiar essas carruagens voadores em segurança, e assim retornarmos com o objetivo cumprido.

Ele então entra por último na Carruagem Flamejante, aperta com força seu simbolo sagrado de Gorm Gulthyn, toma as rédeas e num estálo segue rumo ao local onde estaria os córvos negros. Ele já possuía uma estratégia em mente e esperava que tudo corresse como ele havia planejado.

O kobold vê o ataque e grita para todos o quanto pode enquanto ele ascenava as mãos:

-Não ataquem, não ataquem gritava o kobold!

Ele então dispara uma rajada mistica para o céu sem alvejar ninguém, apena para chamara atenção dos corvos para si, a luz segue de seu dedo como um brilho escaralate no céu e talvez o identificando não atacassem achava ele e então acenava gritando para eles.

-Viemos em paz, sim sim, paz, não queremos atacar ninguém só conversar com Mão de Garra!

Frafur diz para o Kobold:

-Precisamos continuar voando até chegarmos próximo da tribo para pousarmos, no ar não iremos conseguir negociar com eles. Vocês aí, tentem avisar ao nossos companheiros da outra carruagem para que não ataquem. Se protejam o quanto puderem aí, eles são do tipo que atacam primeiro e perguntam depois.

O anão queria que eles mantivessem a maior proteção de si mesmos possível (defesa total) e que pudessem encontrar logo um local para pousarem.

Sophia extremecia junto de Nevasca conforme iam elevando as alturas. Cada movimento, cada curva, cada chocoalhada... tudo a fazia soltar um pequeno gritinho assustada e, em vários momentos, soltava palavras de suplício.

Foi quando sente um fecha cortar o ar procurando Nevasca, quando ergue o olhar uma outra corta seu rosto. "Mas que raios...?"

Quando olha para cima vê corvos negros sobrevoando e servindo como montaria. Nunca havia visto uma coisa mais bizarra, e agora o ódio corria solta em suas veias.

Quando se deu conta estava mirando sua besta em um dos inimigos, pronta para derrubar o primeiro quando Nevasca puxa sua roupa com a boca, cuidadosamente, para evitar que a companheiro atirasse.

- Esses são os Malditos?

Pergunta para qualquer um que esteja mais próximo sem tirar os olhos dos inimigos e fazendo de tudo para proteger a si mesma e à Nevasca.

Tomdrill não se surpreende. A carruagem era fantástica! Uma criação sem igual. Certamente quando voltasse ao Colégio da senhora iria procurar saber como faria aquilo. O seu cavalo era bonito sim, mas não podia deixar de tocar o solo.

Num dado momento eles são atacados. Endereçaram flechas a Eunsech. O baixinho continuava afiado, como sempre. Ele não podia fazer muito. Por sorte, a carruagem era mais rápida que eles e não seria difícil sair daquela situação. Não podiam atacar os homens com os quais vinham fazer uma aliança. Precisavam chegar rápido até o líder da tribo. O pequeno berra coisas da outra carruagem. Como aquele pequeno ser incomodava Tomdrill. Sua dicção e a forma de montar as sentenças eram nojentas. E ele ainda falava algo óbvio. Mas estava certo. Se alguém atacasse os mercenários tudo ia por água a baixo.

- Não esqueçam que não estamos aqui para atacá-los. Vamos continuar até podermos pousar e conversar.

- Nossa, essa passou perto! - diz após desviar-se da flecha.

- Meu jovem, esses bárbaros podem não ser bons arqueiros, mas uma hora hão de ter a sorte a seu lado - comenta com Tomdrill.

- Sr. Barbalarga, apresse esses cavalos por favor! - pede temeroso ao Goliath.

Fica então observando os céus à procura de mais sentinelas voadoras, alerta a possíveis novos ataques.

Frafur então diz mais uma vez gritando para todos ouvirem:

-Protejam-se todos!

O anão estava em Defesa Total, então volta sua atenção aos corvos negros e diz:

-Não queremos atacá-los! Viemos a mando da Senhora Alustriel para conversar com a sua Majestade a Sra. Mão de Garra!

Belediel ouve as flechas zunindo. Nenhuma até o momento não tinha passado perto dela. Lembrou quando tinha encontrado esses homens montados em corvos lá naquela vila destruida. A sensação da dor, veio rapidamente na sua cabeça. Tinha sido atravessada por uma das flechas daquela tribo. Fez um cara feia e conjurou santuario sobre si mesma.

O kobold observa o locale avisa para os demais:

-É ali! Mas Darksol acha que devemos parara em alguma montanha relativamente distante para conversarmos com ele, sim devemos sim!

Frafur sinaliza para Darksol que havia concordado e pede:

- Concordo com você Darksol, dê um jeito de chamar a atenção dos nossos companheiros na outra carruagem que farei uma curva a esquerda e descerei ali no topo daquela montanha próxima. Lá aguardaremos a chegada dos corvos e, por Gorm Gulthyn, eu espero que consigamos uma conversa com a Mão de Garra.

Assim o anão fez, torceu as rédeas para a esquerda e se inclinou para frente orientando a carruagem a fazer um pouso no topo da montanha. Seria ali o local do inicio das negociações.

Darksol acena para a segunda carroça apontando a montanha que Frafur vai pousar.