- E vocês sabem algum lugar onde eu não seria "só um escravo meio demônio?" perguntou sem muita esperança - Não me entendam mal, seu continente parece um bom lugar, mas pelo visto, não pra mim, ou alguém como eu.
Eles pensam um pouco para responder, Azrael já não esperava algo animador.
- Como eu já disse, tudo depende de o que e com quem você irá fazer. Atualmente vivemos uma Guerra de Reconquista em toda Akaŝa, portanto nenhum lugar é totalmente seguro. PARA NINGUÉM. Dependendo de alguns "detalhes", nem mesmo nós estaríamos seguros em nosso próprio continente, pois há interesses de grupos políticos, como o Yüksek Kan que querem roubar o poder até de homens de Jara dentro da própria Akvlando. - Ele faz uma pausa
- Existem cidades e Cidades. Você poderia viver em Jaraŝé se fosse parte de uma boa tripulação, poderia viver em Foralen se quisesse viver entre piratas, já em Nag ou Letis teria que viver nas sombras. - Nesta altura você já sabe que todos os lugares citados são ilhas de Akvlando
- Em Fajr-Regno, você poderia viver relativamente tranquilo em Mahijar. Burnabad tem o problema de que metade da cidade foi roubada por Gaja, mas a outra metade é lotada de demônios e meio-demônios, a cidade vive em guerra, mas poderia ser um guerreiro de várias facções. Já cidades como Netsá provavelmente preferirão não ter moradores como você. Se fosse para Gaja, provavelmente acharia trabalho numa cidade portuária, talvez não um bom trabalho, mas um homem livre teria mais ou menos as mesmas escolhas. Provavelmente você não seria aceito no exército de Gaja, mas alguém como seu amigo anjo provavelmente também não seria aceito. E em Ajros não tenho a mínima ideia de como seria recebido, poderia usar sempre o argumento de que sua mãe foi estuprada por um demônio*, muitas pessoas lá respeitam a honra e não negariam asilo por nem ela nem você ter culpa sobre o nascimento. Por outro lado, existe no continente uma "ardência" religiosa crescente, e um número cada vez maior de fanáticos. Você não seria escravizado, mas seria morto.*obs: Azrael não tinha falado sobre a mãe ter sido estuprada por um demônio, nem mesmo que sua metade demoníaca veio do pai, e não da mãe, mas os homens simplesmente deduziram que se você é meio-demônio, é fruto de um estupro. Independente de no caso de vocês isto ser verdade, é uma dedução baseada em certo preconceito e pode não ser totalmente verdadeira. Talvez isto não faça diferença, mas uma das coisas que podem perceber com este preconceito é que, se por acaso a mãe de vocês tivesse escolhido transar com um demônio, vocês seriam julgados com severidade ainda maior. E vocês sabem que, mesmo que não sejam muitos, há sim humanos e humanas que escolhem ter relações com demônios, tanto na cidade-prisão, como em Fajr-Regno pelo pouco que já conseguiu deduzir pelas suas leituras.
- Mas o lugar não importa, se não tiver um objetivo. - Falko, que se mantinha meio calado, começa filosofar
- Nós sempre dizemos que "Quem não sabe onde quer ir, nunca sabe onde chegou". Você pode ir para qualquer lugar do mundo e continuar sendo um ninguém, se não tiver um OBJETIVO. "Nenhum homem é uma ilha", portanto se você não for parte de uma tripulação, você é um inútil. E muitas pessoas preferem ser um escravo numa boa tripulação, do que um homem livre numa tribulação ruim. - Ele parecia que tinha terminado, mas depois de um tempo volta falar
- Num navio, você obedece o capitão, pois acredita que ele se interessa em proteger a tripulação. Mas cada pessoa da tripulação deve ser importante para uma coisa:
se o responsável do bombordo diz que viu alguma coisa no bombordo, eu não vou lá no bombordo conferir, nem mesmo o capitão vai, eles apenas acreditam,
e se o cara do bombordo mandar desviar, o capitão desvia. (pausa)
Se eu sou um batedor, eu vou na frente do meu grupo, e se sumo de vista, o grupo pode ter medo que eu seja morto e não volte, mas ninguém fica com medo que eu os abandone. Se resolver ser um arqueiro, eu vou atrás do grupo, e o batedor não fica com ressentimentinhos besta por o arqueiro ir atrás. Portanto, não importa onde vá, você tem que ser bom no objetivo que tiver, e tem que ter pessoas comprometidas.Os colegas apoiam as palavras dele com gestos de cabeça, e como todos tinham terminado de comer, se levantam para sair. Mas Pana segura Serrote pelo braço, e faz uma vozinha de gata ronronando:
- Será que você não podia me acompanhar na cidade só um pouquinho? Queria ver se eu podia comprar alguma roupa simples para esta cidade, mas é muito perigoso para uma mulher sair sozinha...O rapaz fica surpreso num primeiro momento, mas concorda rapidinho.
- Claro! É bom mesmo ter um homem para acompanhar uma dama.Os demais olham com malícia:
- Difícil é saber onde a "dama" vai achar um "homem", acho que por enquanto vai ter que se sustentar só com você mesmo.Eles acabam rindo, pra variar, só Anés se mantem carrancudo.
- Você sabe que ela está querendo te manipular usando charme barato, não é?Ele não se dá por vencido:
- E qual a função de um cavaleiro, senão ser manipulado pelas mulheres? - Diz tímido, mas com uma leve provocação. Ele tira sorrisos de Reikon e Falko.
- Touché! De a primeira chicotada quem nunca foi manipulado pelo charme delas!- Eu passo... Anés, deixa de ser chato. Se o garoto quer fazer papel de bobo, deixa ele.Serrote ficava vermelho com as alfinetadas, mas não perde a pose.
- Não ligue para meus rudes amigos. Minha espada está à disposição de sua segurança, me'danda! - Diz segurando o cabo da espada com uma mão, e a cintura de Pana com a outra, conduzindo-a delicadamente para fora. Seus amigos ainda fazem uma observação maliciosa no idioma deles que deixa Serrote ainda mais vermelho de timidez.
Ao sair, Pana ainda pergunta se Calisto quer acompanha-los, apesar de o anjo-negro também ter perguntado se Calisto o acompanharia. Nergal se dirige ao templo, Azrael prefere sair sozinho, Serrote acompanha Pana, segurando sua mão “para que as pessoas na rua saibam que está sobre proteção dele”.
Serrote ajuda barganhar com os vendedores, sempre achando que eles cobram caro demais, e avisando que ela não encontraria nada com qualidade akvlandense por ali, mas garantiria que ela não fosse explorada.
Azrael entra numa venda mais comum, tenta puxar conversa com o vendedor. Este não demonstra ter ou não percebido que Azrael seja um meio-demônio, talvez não tenha percebido, talvez não tenha se importado.
O vendedor diz nunca ter ido a outros continentes. Sua mãe foi exilada de Ajros por motivos religiosos, e ele nasceu na Ilha dos Exilados; sua esposa, que trabalha como alfaiate e lavadeira junto com ele, foi exilada de Gaja. Ele diz que as histórias ali são muito parecidas, ou são pessoas que não eram bem desejadas em seus países, ou filho destas, ou então eram guerreiros ou soldados, que eram os únicos que buscavam a Ilha dos Exilados por vontade própria, em busca de aliados e posições estratégicas. Alguns comerciantes que sabiam comerciar bem também usavam a ilha de forma lucrativa, pois ali tinham pessoas vindas de todos os outros lugares do globo.
Ele diz que ele e a esposa planejam deixar a ilha para um lugar melhor, mas ainda não tem o dinheiro para isto e também não têm certeza se é melhor fugir para o sul ou norte. A primeira ideia deles era ir para Burnabad, em Fajr-Regno, mas devido a guerra, a passagem para lá ficou muito cara. Se conseguirem encontrar alguém que esteja indo para Ĵevurá, eles tentarão fazer a viagem. Ou talvez se arrisquem em uma cidade pequena de Gaja, Baedid, que, segundo relatos, é uma boa cidade para artesões simples, como eles que são alfaiates. Um dos problemas é que, para ir para Fajr-Regno, eles têm que resolver se declarar contra Gaja, e para ir para Gaja têm que se declarar contra Fajr-Regno, pois a guerra, embora atinja toda Akaŝa, se concentra nestes dois continentes.
Para ambos: como ainda não avaliaram as joias, vou considerar que subtraíram da bolsa comum (a que eu joguei) duas moedas de ouro cada. Uma moeda de ouro vale 25 de prata aproximadamente, talvez um pouco menos dependendo de com quem negociam, então neste primeiro momento considerem 50 kons para gastar sem comprometer as próprias bolsas. Azrael disse que ia levar apenas uma das gemas menores, mas o comerciante diz que para ele a gema não valia nada, talvez para um comerciante de gemas no dia seguinte.
Uma roupa de linho da mais simples sai a 8Ж (oito kons).
Uma camisa ou vestido de algodão básica sai a 10Ж.
De 12Ж a 15Ж já conseguem uma roupa de algodão (camisa e calça ou vestido) de qualidade "boa".
Por 20Ж conseguem uma roupa de lã que protege do frio melhor que o algodão ou uma roupa de algodão de qualidade muito boa.
Um colete ou um calção de couro que pode ser usado por cima ou por baixo das outras roupas e dão uma proteção extra sem serem por demais pesados, custa 16Ж u 17Ж
Já uma jaqueta de couro leve, que já conta como armadura leve, pode ser comprada a 18Ж.
Uma roupa de couro médio (camisa e calça) sai entre 23Ж e 29Ж, já pesam um pouca mais, mas a qualidade e proteção já são maiores.
A partir de 20Ж podem comprar uma roupa de seda que já é mais fina do que as de algodão.
Por 40Ж-45Ж podem comprar uma roupa que já se destaca bem (onde estão já seriam consideradas de luxo, embora no mercado do dia seguinte possam achar outras ainda melhores)
Lembrando que quem pegou botas, luvas ou qualquer outra roupa dos demônios, as roupas já não eram ruins, mas devem estar sujas e um pouco fora do tamanho de vocês, mas os alfaiates podem facilmente fazer pequenos reparos e elas vão ficar como novas por apenas 5Ж.