Capítulo 1 - 7 Dias no Mar

Anêmona tentou outro ataque, um ataque físico para ser mais específico, o poder em volta da Aranha não deixou que sua lâmina a tocasse, a espada atingiu a aura que serviu como um escudo protetor do monstro, a energia concentrada ia se expandir e provocar algo devastador.

Uma explosão que afetou toda a arena, as ondas de energia viajavam em espiral atrás de todos no campo de batalha, Anêmona e os outros estavam em tremendo perigo, aquele golpe já havia derrubado a menina de olhos anômalos antes...


A explosão em onda atravessou o local expulsando os heróis e os lançando longe, por um momento o silêncio imperou no local, as madeiras do navio se partiam em lascas pequenas, o golpe foi feroz e Nathu recebera um ataque quase mortal, seu corpo estava ensanguentado, suas roupas rasgadas, o Dragão Negro jogado no chão, mas já se recuperava, em meio aos danos recebidos.

Nathu percebeu que estava ruim a situação, seu corpo não se mexia, ele estava sendo impedido por uma força externa que veio daquele ataque agora pouco, ele viu que seu dragão se movia normalmente e não foi afetado por esta força, mas a garota de olhos diferentes não teve a mesma sorte que o Dragão, seu corpo também estava paralisado.

Anêmona não saíra tão ferida quanto Nathu, mas seu corpo estava paralisado, e somente conseguia fazer bem poucos movimentos, seria impossível atacar o monstro assim, ela e Nathu estavam em um momento crítico.

Combate:

Mesmo com toda a reviravolta provocada pela explosão de poder vinda da Anêmona, a aranha continuava a mostrar que era um inimigo perigoso e mortal. Agindo mais rápido que o invocador e sua criatura, a monstruosidade lançou uma explosão de energia que lançou longe todos no campo de batalha, ainda por cima deixando os dois humanos que estavam ali paralisados perante tal magia.

Nathu, especialmente, fora o que mais sofrera no ataque. Ao chão, sem conseguir comandar seus músculos e sentindo uma terrível dor que vinha das feridas abertas, o summoner viu o navio rachar e temeu nunca mais sair daquela caverna. Temeu morrer ali naquele lugar, sem nem ao menos conseguir chegar as portas do labirinto que era o verdadeiro desafio, sem nem ao menos ter a chance de salvar seu povo que esperava ansiosamente por seu retorno.

Mas a chama de sua vontade não apagou e sabia que a esperança só poderia morrer no momento que seu próprio coração parasse de bater. Ainda com o rosto rente ao chão, com os olhos fechados e respiração ofegante, Nathu clamou em seus pensamentos, pedindo a ajuda daquele grande espírito que resolveu apoia-lo a tão pouco tempo.

"Ô Lakshimi, grande e esplendido espírito da restauração, peço com toda minha vontade que ajude todos presentes ao meu redor a se restabelecerem em suas melhores condições para que possam derrubar nosso inimigo em comum. Sou muito grato por sua ajuda e darei minha palavra que vou recompensa-la por isso."

Nathu usou toda sua energia física que fora tirada pela paralisia vinda do ataque do monstro para apertar os olhos em seu fervor e canalizou sua energia mágica naquele pedido, desejando que o espírito sagrado ajudasse a todos naquela batalha.

O Dragão Negro já batia as asas com todo fervor, irado pelo ataque recebido e por ver seu novo amigo com as roupas todas rasgadas e meladas de sangue. Soltou um berro de dor e ódio em direção ao aracnídeo e voou em sua direção, com sua boca aberta para morder o rosto do inimigo com toda força conferida por aquele momento de dificuldade.

O Dragão Negro avançou com força em um ataque frontal, ele colidiu com a aranha, medindo forças, garras contra as presas enormes do aracnídeo, enquanto os dois estavam engajados Nathu aproveitou para lançar sua magia de invocação, Lakshimi apareceu com suas vestes azuis como o céu, ela segurou o rosto de Nathu e depois subiu ao céu, pelo menos o mais alto que pôde naquela caverna e lançou sua luz nos aliados do Summoner, a sensação de restauração percorreu o corpo de Anêmona, Nathhu e do Dragão.

A aranha espirrou um spray de teia no Dragão que o jogou longe, a manobra no ar que o filhote fez pareceu foi radical, deu a volta e voou pelo navio, sobrevoando por onde dava. Anêmona não conseguiu se mexer, Nathu também não, apenas o filhote podia com o monstro no momento, e ele já preparava um novo ataque.

Combate:

Nathu soltou agradecimentos e mais agradecimentos ao espirito que manteve todos ali vivos depois do ataque estrondoso da aranha. Vendo o embate feroz entre os dois seres mágicos a sua frente, um misto de curiosidade de aprender mais sobre aquela criatura que parecia tão agressivamente mais forte que tudo que ele enfrentara antes e uma vontade de derrota-la surgia dentro do seu peito. Seu corpo ainda parecia muito abalado pelo impacto sofrido ao ponto de ainda não ter recuperado suas condições de movimento, mas seu vinculo recém criado com aquele dragão devia ser testado ao limíte para, assim como uma fibra muscular, se restruturar de maneira mais firme e poderosa.

Concentrou a energia mágica que lhe restava e tentou conectá-la com seu laço entre invocador e invocação que tinha com o Dragão para que, quem sabe, ele utilizasse para conseguir aguentar mais um pouco até que todos ali recuperassem a possibilidade de batalhar naquele barco.

O dragão negro embate o monstro gigante novamente, com as patas a aranha empurra o filhote que cai no chão sem conseguir ferir o adversário, Nathu ainda preso sente o perigo real daquela criatura, atrás dele surge alguém, Nathu não conseguiu se virar para ver quem era, mas uma música tocava, era a caixinha de música de Anêmona, quem a segurava colocou-a no chão, ele se aproximou da aranha e jogou uma carta debaixo do monstro.

Fez um selo de mão e começou a proferir palavras estranhas, uma língua antiga talvez, mas indecifrável, a garota de olhos lilases voltava ao normal ao ouvir a música de sua caixinha, enquanto Nathu já via o sujeito que se posicionava a sua frente.


Ele desta vez estava com o corpo coberto de maquiagem e uma aura estranha emanava de seu corpo, Nathu reparou também que em sua coxa havia uma flecha, uma flecha que perfurava sua perna, um pouco de sangue escorria por ela, o Summoner notou que o cara estava visivelmente cansado, mas mesmo assim entoava sue espécie de ritual que selava a aranha na carta.

O Aracnídeo se debatia ferozmente, mas o feiticeiro continuava seu ritual, depois ele gritou ferozmente e a aranha acabava por ser presa de vez, sendo selada na carta, o objeto se elevou e foi parar na mão do feiticeiro, com isso o corpo de Nathu e de Anêmona estavam sendo liberados aos poucos, e a menina voltava ao normal.

O cara foi até Nathu:

- Parece que estavam enrolados aqui, eu sou Gama um dos... Ah, meu corpo... - Gama ajoelhou e estava exausto, deixou cair a carta a frente de Nathu.

Carta:

- Eu fui atacado, e quase não sobrevivi, se não fosse minha esperteza, estou tão fraco, por causa deste ritual também...

Nathu lembrou-se da voz, aquele pedido de ajuda antes de entrar no Navio, era essa a voz, uma voz rouca e grave, era Gama que estava pedindo ajuda,, agora ele estava aqui, veio caminhando lentamente até o Estrela Polar, Miew estava desacordado no canto do Navio, na beirada.

Status:

Nathu ficou parado durante todo o "ritual" que aquele desconhecido estava fazendo. Olhava atentamente o que conseguia enquanto chamava seu dragão para junto de si. Ao final, o invocador estava com os olhos arregalados por estar encantado com o poder e com o funcionamento daquela magia, logo conseguindo se levantar e se pondo frente ao homem misterioso que caiu de fraqueza, cuidadosamente pois não sabia de suas intenções.

- S-sim... Começou meio sem jeito. - Estávamos navegando nesse barco e sem motivo aparente acordamos nessa caverna, com essa aranha nos atacando sem tempo para entendermos o que estava acontecendo...

Nathu parou um momento para ler a carta que caiu a sua frente, pegou-a e a devolveu para o homem, logo retomando a conversa.

- Anêmona, você está bem? Se conseguir andar sem problemas, poderia ver como o Miew está e traze-lo para cá? Virou sua cabeça rapidamente para a direção da garota, mas logo retornou ao homem.

- Mas vamos focar em você, parece muito ferido por conta desse ataque, podemos lhe ajudar de alguma forma se quiser... O jovem olha para os olhos do homem esperando uma resposta.

Nathu lembrou-se da voz que pediu ajuda e lembrou-se dos objetos ritualísticos que vira anteriormente, assim como ligara a flecha àquele arqueiro que lhe atacara que até então tinha certeza de ser aquele que matou Charllote. Parece que o desconhecido tinha muito a contar aquela dupla.

A luta contra a aranha monstruosa se mostrava mais dificil do que os herois podiam imaginar e o monstro parecia não se abalar com nada, deixando dançarina e conjurador bastante feridos. Infelizmente Anemona desferiu mais um golpe que não afetou o oponente, nem mesmo o ataque das criaturas mágicas de Nathu surtiram qualquer efeito.
Em mais um investida da aranha, Anemona e Nathu foram arremessados longe, sofrendo alguns ferimento de madeira e o pior, ficaram levemente paralisados. Anemona não sabia mais o que fazer para ajudar. Seus movimentos estavam restritos, mas ao menos estava viva.

Enquanto a batalha rolava entre as ferinhas, o mago e a aranha, a tradicional música que Anemona conhecia bem, de sua caixinha de música. De alguma forma ela revigorava a energia da jovem. Quem portava a caixa era um estranho, parecia um feiticeiro, mas o que importava era que ele aparentava não estar contra eles, pelo contrário, o homem com sinais pelo corpo entoava um ritual para selar a aranha.
Pouco a jovem podia fazer a não ser observar. O homem fez muito esforço e conseguiu selar o monstro, logo desabando diante de Nathu.

- Estou bem, Nathu... e você? - a jovem recuperava seus movimentos e se aproximou deles - está certo, vou procurar por ele - ela foi atrás de Miew para resgatá-lo. Ao encontrar o bichinho, regressaria até eles.

- Moço?... Nathu... vamos ajudá-lo... obrigada, moço! Por sua ajuda... Nathu, temos que cuidar da perna dele... poderíamos leva-lo para a cabine?

Agora, já mais calma, Anemona tentava entender o que tinha acontecido, ela tinha levado um ataque da aranha e tinha caído morta. Será mesmo que tinha morrido? E o que aconteceu depois? E a argola em sua mão? E o sonho? Na hora batalha ela tinha se sentido diferente, como se não fosse ela, mas quem então, se era ela mesma?

- Nathu - olhou confusa para o rapaz enquanto ambos ajudavam Gama - o que aconteceu comigo? E moço... por que estava com minha caixinha de música?

Anêmona pegou Miew em seus braços, o bichinho ainda estava desacordado, mas não havia ferimentos, então parecia estar bem, mas nem Nathu nem Anêmona tinham habilidades médicas para examinar com precisão alguém, Nathu também já havia usado Lakshimi, e sua energia mágica não era suficiente para invocar o ser novamente, haveria de descansar para tal.

Anêmona nota que não era só a caixinha de música que estava com Gama, e sim sua mochila também:

- Eu preciso de muitas coisas, preciso retirar esta flecha e selar o ferimento estancando o sangue, então preciso de vocês para isso, depois preciso descansar, esse então devem ser seus pertences mocinha, eu os encontrei adentro desta caverna, fora do barco naquela direção. - Ele apontou na direção onde Nathu conseguira o poder de Lakshimi.

- Havia uma espécie de altar nas caverna e sua caixinha de música parecia ser a peça central, eu estou muito cansado, preciso descansar, podem retirar a flecha? Mesmo que seja nesta cabine, eu preciso deitar, quando estiver recuperado poderei responder qualquer dúvida de vocês, mas no momento, aaarrrrg... arf arf.

Gama mostrava sinais de muita fadiga e por sinal não conseguiria andar até a cabine, se fossem até lá teriam de carregá-lo, bem pelo menos Nathu teria de fazer isso visto que a garota estava com Miew. Gama pegou a carta de Nathu com muita dificuldade.

- Cuidado com isso, embora tenha usado este poder a aranha ainda é perigosa...

Informação:

- Eu acho que consigo me sustentar por um tempo ainda... Respondeu à Anêmona. - Certo, acho que lá é o local mais próximo e seguro qual podemos ir agora... leve o Miew que eu vou tentar levar o Gama.

Olhou para Gama.

- Vou erguê-lo, certo? Vamos tentar ter cuidado com seus ferimentos e os nossos também.

Enquanto Nathu tenta ajeitar em seus braços o homem que selara a aranha, pensava sobre como devia estar se sentindo aquela garota depois da explosão de poder que ocorrera a pouco tempo no corpo da circense.

Colocou o homem com o tórax apoiado em suas costas e o segurou pelas pernas. Ergueu-o.

- Vamos até a cabine, acredito que lá possamos conversar melhor sobre tudo que ocorreu nessa caverna...

No caminho, Nathu comentou com o homem.

- Sobre o altar que mencionou, eu o encontrei quando estava investigando. Não pude entender muito sobre o que e tratava, nem cheguei a ver essa caixa de música, mas trouxe um orbe vermelho que parecia ser algo importante para aqueles preparativos mágicos... talvez depois você possa dar uma olhada e nos dizer algo sobre isso. Mas respondendo sua pergunta, vamos tentar tirar essa flecha e estancar o sangue. Você vai ficar bem.

Chegando na cabine, o invocador deixou o homem na posição mais confortável que conseguiu encontrar e pôs-se a tentar retirar a flecha com a ajuda da adaga que empunhava.

- Anêmona, veja se consegue encontrar algum lugar confortável para colocar o Miew e por favor me diga que tem alguma experiência com esse tipo de ferimento. Implorou em tom de brincadeira, pois sabia que não seria uma tarefa fácil.

Enquanto faziam o que conseguiam para o homem, o summoner falou repentinamente para a garota, sem tirar os olhos dos curativos que tentava fazer.

- Você não parecia você, agora no final da batalha... Não sei se é tão confuso para você quanto para mim, mas eu senti um poder enorme e descontrolado emanando de você quando se levantou depois do ataque da aranha. Nathu parecia sério, focado no que estava falando e fazendo.

Com o estranhamento da garota sobre os objetos no altar, Nathu apenas ergueu as sobrancelhas e olhou com um rosto que falava "Não faço minimamente a menor das ideias", mas logo voltou a se concentrar no homem ferido.

- Certo, estancar o sangue... costurar.... desinfetar... torniquete... Repetiu as palavras com segurança. ficou um tempo encarando o ferimento enquanto assimilava a ordem que Anêmona tinha falado.

Lentamente virou seu rosto para garota com os olhos arregalados e trêmulos.

- E o que eu faço com essas palavras, Anêmona? Eu não sei nada sobre isso...

Nathu olhou para sue lenço no pescoço e tentou pensar em como podia utilizá-lo naquela hora, olhou ao redor procurando alguma fonte de fogo já que foi algo que a garota dos olhos lilases havia dito ser necessário. O jovem invocador estava tentando não demonstrar seu desespero diante daquela situação.

Enquanto estavam fazendo seu melhor, a conversa sobre o poder oculto demonstrado na luta continuava.

- Dizem que é normal ver toda sua vida quando está perto da morte... mas você voltou de lá... e parece que voltou mais forte, até. Nathu riu com a última pergunta da menina enquanto tentava chamar seu dragão para perto do grupo, para não deixá-lo sozinho na parte de fora do navio e, talvez, ajudar a providenciar o fogo necessário.

- Fez sim, algo bem perigoso... tentou salvar a todos na batalha e derrotar a aranha. Não é você que precisa pedir desculpas, sou eu... acho que se eu tivesse permanecido com você e o Miew... talvez isso tudo tivesse sido diferente. Nathu franziu a testa e apertou o punho como se segurasse um grande arrependimento em seu peito.

Continuou olhando para o ferimento e tentando fazer algo para resolvê-lo.

Nathu demonstrava segurança ao cuidar de Gama, mas logo revelou-se não estar tão confiante assim. E, como ele, Anemona também ficou nervosa.

- Eu também nunca fiz isso... aiaiai... Mas temos que tentar, não é - dizia com a voz um pouco esganiçada. Concordaram que esterilizar a faca era importante - eeeerrr... quem sabe com uma vela? Hey... ouvi dizer que o fogo cauteriza machucados e para de sangrar... talvez a gente... - parecia indecisa demais para terminar sua frase - vamos pelo começo... prender o sangue da perna... aiaiai... e se o sangue jorrar? To com medo, Nathu...

Enquanto cuidavam, ou tentavam, Anemona fica mais tranquila quando o conjurador afirma que a jovem não o tinha ferido e solta um suspiro, para depois sorrir.

- Que bom que não machuquei ninguém.

Nathu e Anêmona estavam um pouco perdidos quanto a como proceder com Gama, primeiro teriam de retirar a flecha, depois de providenciar que a faca fosse esterilizada, o fogo foi feito pelo dragão filhote, esta parte foi fácil, depois arrancariam a flecha foi feito, os dois se atrapalharam no começo, Gama que havia desmaiado de vez talvez não sentiria a dor, os dois tiveram de se concentrar bastante no serviço, no final Nathu usou seu lenço para enfaixar o ferimento, a flecha fora arrancada e o ferimento limpo a maneira da dupla.

O tempo passou, Gama dormia, e a dupla estava cansada, estava frio, e o silêncio do Estrela Polar era mórbido e a sensação de solidão  tomou conta do local, Miew cochilava, dava pra ver que estava dormindo folgadamente, ainda não havia despertado, Nathu e a garota notaram o vidro da cabine quebrada, alguém estava na cabine, o jovem notou uma energia mágica, parecida com a daquele cara esqueleto estranho, mas já não havia mais traço de sua presença.

Os dois estavam na cabine onde o silêncio e o escuro predominava, já era noite avançada, viam isso pelo enorme buraco da caverna por onde o Estrela Polar havia entrado, havia uma entrada e uma saída da caverna, na frente e atrás do navio e ambas mostravam a escuridão lá fora.

Informação importante:

Teste:

Nathu esperava a recuperação de Gama, quieto em um canto, enquanto descansava da luta exaustiva. Pensava em como iriam tirar o barco dali e como iriam saber o caminho para chegar até a ilha.

"Onde o capitão deve estar? O que tudo isso significa?" Pensou o invocador.

Ao sentir a estranha presença, tentou levantar-se e procurar de onde vinha aquela energia.

- Anêmona, você sabe onde foi parar aquela caveira que encontramos a não muito tempo? Sinto como se ele ainda estivesse por aqui... Falou para Anêmona enquanto passeava com o olhar pelos cantos da cabine.

Passou a mão no rosto.

- Acho que depois de tudo hoje, precisamos dormir um pouco... o que acha? Vamos revezar?

Nathu falava, mas ainda permanecia atento à presença que sentiu.

Foi um pouco desesperador cuidar de Gama, já nem Anemona e nem Nathu sabiam o que fazer. Apelaram para o óbvio: tirar a flecha e estancar o sangue, além de torcer para que tudo desse certo. Por sorte Gama já dormia e não tinha sofrido tanto. A garota, exausta, deixa-se cair no chão pesadamente, sentando no chão de madeira do navio e esticando seu corpo, ouvindo os estalos dos ossos que se mexeram à exaustão.
Ficou tranquila ao ver que Miew dormia e Nathu também buscava descansar. Ela foi para junto dele, onde poderia se aquecer e se protegerem em qualquer emergência.

- Esse silêncio está assustador – falou baixo para o rapaz, tentando amenizar aquela sensação ruim de solidão e medo – onde será que foram todos? – tentou manter alguma esperança em sua pergunta, mas era difícil.

A sensação que ela tinha sobre as energias do navio também foi sentida pelo conjurador e Anemona levou alguns segundos para compreender a pergunta dele.

- Que caveira? – piscou algumas vezes até se lembrar do esqueleto que disparava contra o monstro – ah! A caveira das flechas! Eu... não vi mais, ainda mais depois que a aranha me atacou. Você também está com a sensação de que ela está por aqui? O senhor Caveira também desapareceu...

Estavam cansados e ela aceitou revezar o sono.

- Depois você me conta o que aconteceu com você, Nathu.

Os dois dormiram, na verdade se revezando para evitar um possível mal, a energia da caveira ia desaparecendo, era apenas uma sombra que se dissolvia, apenas uma sensação, o dia foi nascendo o Invocador olhava para a abertura da caverna e de lá a luz do sol penetrava, o dia nascia forte, mas ainda frio na caverna.

Gama ainda estava desacordado, o ferimento parecia estar cicatrizando, porém lentamente, devido a falta de movimento do ferido parecia que o sangue havia estancado, Nathu via Anêmona dormindo como se nada tivesse acontecido, ao olhar para Miew viu sua barriga se encher e depois esvaziar devido a respiração.

A energia não estava mais lá, não havia sinal de mais ninguém, apenas uma energia que envolvia o lugar como um todo, dentro da cabine Nathu observava todos ali em volta, para fazer o Navio funcionar precisavam do Capitão e descobrir o que estava acontecendo ali para poderem partir em segurança, alguns já haviam morrido ali, era um local perigoso.

Olhou para fora, pela janela quebrada, e viu o vazio lá e o escuro, apenas quebrando pela luz do sol entrando devagar, Nathu não percebeu mas a criaturinha acordou e foi até perto dele:


- Senhor Cabelão!!! O que aconteceu??? Nossa que soneca que eu tirei... Ah a senhorita dos olhos lilases... Ela está bem??? Cadê o Senhor caveira???

Miew fez a chuva de perguntas e notou que estava dentro da cabine com os outros, viu Gama no chão e ficou pensativo:

- Ei esse cara me da arrepios, estou com medo dele...

Status do Grupo:

Não tão revigorada como deveria estar, mas descansada, Anemona acorda aos poucos e senta-se, coçando os olhos e bocejando para despertar de vez. Seu estômago deu sinal de vida e roncou com fome. Viu que o mago observava pela janela, ao lado Miew, cheio de energia como sempre.

- Nathu? – caminhou até ele – aconteceu alguma coisa? – e olhou para o mesmo lugar que ele. Aos poucos o desespero da missão voltava à mente da menina – hmmm... bom dia... já está claro... poderemos partir... quer dizer... – pôs um dedo na boca – vamos procurar algo para comer e procurar por pistas... e... – olhou para Gama adormecido – como ele está? E você Miew? Dormiu bem? – sorria sempre que via o gatinho bem.

Nathu se envergonhou um pouco com a aproximação da garota, mas tentou acalmar-se repetindo mentalmente que ela deveria estar ali para fugir do frio e nada mais. Ao ouvir a afirmação de Anêmona, o invocador balançou a cabeça para concordar com sua opinião e calou-se por não saber a resposta para sua pergunta.

Nathu continuou procurando e parecia não encontrar nenhum sinal daquela caveira, mesmo que a sensação continuasse a estar ali.

- Sim, é como se eu conseguisse senti-la de alguma forma... isso é estranho. Não podemos ignorar a presença desses seres esqueléticos daqui para frente. Temos que deixar isso em mente para estarmos preparados caso voltem e venham contra nós. Virou sua cabeça para terminar sua frase olhando nos olhos de Anêmona, tentando colocar alguma força no que dizia.

Após desistir da procura e de saber que Anêmona aceitara sua proposta, Nathu voltou para onde estava sentado e empunhou a adaga.

- Da próxima vez que tivermos um momento de quietude, eu prometo que conto. Agora, vamos focar em descansar. Os olhos caídos do Summoner revelam seu cansaço, mas em sua boca surgiu um tímido sorriso para tentar confortar a menina dos olhos lilases.


Depois de uma noite de revezamentos, o sol os convidava para voltar ao mar e seguir sua aventura na nova manhã que nascia. Nathu levantou-se e olhou a situação de todos e viu que ao menos pareciam todos estáveis, o que já era melhor que a situação na noite anterior. Respirou fundo para sentir o ar enchendo seus pulmões de vida e depois soltou sua respiração como se renovasse suas energias. Foi até o dragão negro e se despediu dele, para que depois daquele descanso ele voltasse para suas terras e apenas voltasse quando necessário e, após isso, decidiu averiguar a cabine.

Já lá, foi abordado por Miew.

- Parece que você já está melhor, não é? Fiquei bastante preocupado com você. O invocador se aproximou para dar um carinho na cabeça da criaturinha mágica. - Parece que uma aranha derrubou todos nós, ontem, mas o Gama conseguiu nos salvar.

Nathu sorri para tranquilizá-lo.

- Então não precisa ter medo, até onde sabemos, só estamos vivos por conta dele... Fora interrompido pelas palavras de Anêmona, mas antes de respondê-la, terminou de saciar as dúvidas do pequenino. - E como você pode ver, ela está ótima, bem melhor que ontem ao menos. Mas sobre aquela caveira... não tivemos mais sinal.

Virou-se para a garota.

- Bom dia Anêmona, como está se sentindo? Tentava manter o sorriso para que a situação não parecesse ainda pior. - Não aconteceu nada, apenas vim aqui para pensar um pouco sobre como vamos conseguir sair daqui e acabei conversando um pouco com o Miew.

Ao escutar sobre comida, Nathu lembrou-se que não havia comido havia um tempo e que, sem perceber, seu corpo já demonstrava sinais bem claros de fome em forma de barulhos altos emitidos por seu estômago.

Ele envergonhou-se.

- É... o Senhor Gama parece que está se recuperando bem levando em consideração ao que sofreu e... gostei bastante da sua ideia sobre a comida. Vamos até a cozinha onde o Bravo ficava, talvez possamos encontrar pistas e aproveitar e trazer um pouco de comida para o Sr. Gama antes que acorde. O que acha?

Nathu pôs a mão em sua barriga para tentar diminuir o barulho causado pela fome.

Miew respondeu a Anêmona e a Nathu:

- Estou bem sim senhorita dos olhos lilases e Apoiado... Vamos comer e comer e comer e comer muito, se quiserem eu posso ir até a cozinha e trazer alguma coisa...

Miew se ofereceu caso o grupo não quisesse ir até lá, porém iria seguir as ordens do grupo, o que combinassem ele iria fazer. Ao ver que sem querer ele se aproximou de Gama na euforia de falarem em comer, Miew se assustou e correu para perto da perna de Nathu e se escondeu atrás dela tremendo.

- Tem certeza de que ta tudo bem? Eu não gosto desse cara, ele parece mal, e o senhor Caveira sumiu também, muito suspeito, muito muito, vamos comer então...

Status do Grupo: