Draven, o Arcano Guerreiro

Draven encarou Vorstag sério por alguns momentos, e pensou em uma resposta bem feia, mas achou que não valia a pena. Ele não era muito de brincadeiras, e o mago de combate deixou, propositadamente, um silêncio constrangedor pairar por bons segundos, sem que nada tivesse respondido.

Então, Bors se aproximou e deu a notícia, e o meio drow acenou com a cabeça. Logo ele retornou a atenção para o tiefling e para Malakay, e não conseguiu deixar de pensar que eles poderiam estar envolvidos em algo. Também ficou curioso, queria saber de onde os dois haviam vindo. E o que aconteceu com a passagem que ele havia visto a poucos dias.

- Bem, nós vamos voltar a procurar pela caverna perdida. - Disse sério. - De repente dali de cima eu consigo ver alguma coisa. Não vou mais atrapalhá-los com o que quer que estejam fazendo. Um bom dia aos dois. - Se despediu cordialmente, mesmo querendo socar o tiefling, e caminhou em direção à elevação para ter uma vista melhor daquele local.

- Não, você não vai, conselheiro, diz Vorstag, olhando profundamente nos olhos de Draven. - Você vai voltar por onde veio e nunca mais falara sobre isso com ninguem. Essa área é perigosa e você e seu grupo não deveriam estar aqui. Entenda que so me preocupo com a sua segurança.

A tensão aumenta. Malakay desliza sua mão para próximo de suas duas armas, a espada longa e a machadinha. Isso não era bom...Malakay já possuía uma fama de exímio lutador e tanto os rangers quanto Draven sabiam disso. - Não vale a pena drow, diz Malakay. Os dois rangers que vieram com Draven, Jorindanel e Bors, se posicionam do lado do meio-drow. A distancia entre as duas "equipes" era de aproximadamente 10 metros.

Draven encarou profundamente os olhos de Vorstag após suas palavras, e um novo silêncio se formou. Só desviou os olhos quando ouviu as palavras de Malakay. 

- Não tente me dizer o que fazer. Eu já tomei minha decisão. Não pense que eu não sei que você está tramando algo. Eu não sou tolo, me diga o que está havendo aqui ou o combate que Malakay espera  vai acontecer, e suas atividades serão levadas a conhecimento de Lorde Ulath. - Ele disse sério e sem sutilezas, mas sua voz era calma.

- Então que assim que seja, diz Vorstag com um sorriso diabólico no rosto. Malakay, focava no combate, olhando para os tres adversarios a sua frente.

 

Iniciativa:

Draven moveu as mãos de maneira intricada e proferiu as palavras mágicas, o que culminou em um escudo de energia avermelhada surgindo a sua frente. 

Então falou apenas para os companheiros. - Malakay é um guerreiro formidável. Acredito que o melhor seria focar nossas energias no mais fraco primeiro..sim, o tiefling. Nunca tive notícias dele em combate, mas duvido que suas habilidades com lâminas ou que sua vitalidade sejam superiores a do outro. - Draven então retirou a espada da bainha, decidido. - Vou tentar deter Malakay em combate, tentem derrubar o outro rapidamente, pois não sei se conseguirei. 


O meio-drow deu um passo a frente, se colocando em posição de combate. Ele segura o cabo da espada com ambas as mãos e mira a lâmina aos céus, também levemente inclinada a frente. O escudo de energia se mantém à sua frente e seus olhos estão fixos em Malakay.


Ação livre: Falar; passo de ajuste.
Ação de movimento: Sacar espada.
Ação padrão: Conjurar Escudo Arcano.

O elfo dispara uma flecha em Malakay, que atinge apenas o seu peitoral de aço, não o machucando. Bors avança em uma investida contra Malakay e o acerta no ombro com sua espada longa, fazendo sangue escorrer do experiente guerreiro. Malakay grunhe de dor e responde: - Último erro. Então ele devolve uma chuva de cortes em Bors, com sua espada e machadinha. Os golpes rasgam o corpo de Bors diversas vezes, no ombro, no pescoço, nos braços, nas coxas...e por final da cabeça, a qual Malakay arranca do corpo com um golpe preciso de sua espada.


Draven conjura seu Escudo Arcano, fazendo com que um escudo de luz surja a sua frente e mova-se para protegê-lo. Vorstag revela suas habilidades secretas: Ele conjura palavras em um dialeto infernal e balança as mãos em movimentos precisos, aparentemente nenhum efeito surge.
 

Rodada 1:

Draven tentou alertar os companheiros, mas Bors se precipitou.

- Maldição! - Foi tudo que ele pensou enquanto cerrava os dentes. O que poderia ter sido uma vantagem foi posto a perder pela atitude do humano. - Se ao menos tivessem me ouvido... - Resmungou. 

Ele então percebeu que o tiefling dos diabos era um conjurador. Ele se manteve atento ao encantamento do outro, tentando revelar seus efeitos. 

- Eu havia alertado para os dois atacarem Vorstag. Nossa vantagem é nossa distância. Se não fizermos as coisas direito ambos morreremos. - Disse ao outro. - Agora, não tenho mais certeza. Mas em seus últimos momentos Bors nos deu uma vantagem. Vamos aproveitá-la. Vamos manter o ataque e a distância enquanto for possível. - Dito isso Draven movia as mãos enquanto formulava as palavras mágicas, e a ponta de dois de seus dedos brilham, um brilho branco e sobrenatural, e ele dispara aquela energia em direção à Malakay.

Spoiler:

Ação Livre: Pensar, falar, teste de identificar magias
Ação de Movimento: ---
Ação Padrão: Conjurar Mísseis Mágicos em Malakay

O elfo continua disparando flechas contra Malakay, a distancia, e consegue acertar uma brecha na armadura do guerreiro entre o ombro e o braço. Malakay se enfurece.

Draven conjura Mísseis Mágicos em Malakay, acertando-o em cheio no peito. Uma pequena explosão mágica ocorre no guerreiro, fazendo-o se sacudir em seguida. – Vocês estão me irritando, diz ele.

Draven começa a sentir uma leve tontura, então ele percebe que o tiefling queria conjurar uma magia de sono mais potente que o convencional. Ele força sua mente e resiste ao encanto do mago, surpreendendo Vorstag. – Isso esta ficando interessante, ele é mais poderoso do que parece, diz ele. – Malakay, ele diz, fazendo um sinal para o guerreiro, incompreensível para Draven.

Vortag inicia mais um movimento com as mãos, desta vez mais brusco que o anterior. Uma névoa sai da mão do tiefling e se direciona ate onde o arqueiro e Draven estão. Então uma explosão de névoas ocorre, impregnando-se nos dois. A visão de Draven fica turva e ele se sente confuso. Uma fraqueza toma conta de seu corpo e ele sente sua mente enfraquecer-se.

Malakay guarda suas armas e saca seu arco longo composto preso as costas, disparando uma flecha no elfo. A flecha voa direto no peito do elfo, que sente o impacto da flecha mas continua lutando.

Rodada 2:

Draven foi atingido pela magia mas não desistiria. Percebeu o movimento imprudente de Malakay, de trocar de arma em um distância que o meio-drow poderia alcançá-lo. Melhor do que isso, ele via o caminho livre até Vorstag!

Draven, sem pensar duas vezes, correu. Ele deixou a névoa para trás, segurando a espada com as duas mãos, enquanto sua espada era tomada por uma de suas magias favoritas. A mesma que ceifou a vida daquela aranha monstruosa dias atrás. Uma carga elétrica percorria a espada e o gish se aproximou veloz, erguendo a arma com ambas as mãos, e desceu o ataque com força em Vorstag.

Spoiler:

Ação livre: ---
Ação de movimento: Se locomover com velocidade até Vorstag
Ação padrão: Usar a magia Toque Chocante, modificada pelo talento metamágico: Smiting Spell, para transferir a magia pela lâmina da espada durante um ataque.

Confirmação do Sucesso Decisivo + 4

Bane Reaver efetuou 1 lançamento(s) de dados (d20.) :

11

Dano adicional + 3

Bane Reaver efetuou 1 lançamento(s) de dados (d8.) :

2

Confirmação do Sucesso Decisivo do Toque Chocante + 4

Bane Reaver efetuou 1 lançamento(s) de dados (d20.) :

12

Dano adicional

Bane Reaver efetuou 3 lançamento(s) de dados (d6.) :

1 , 3 , 4

O ágil elfo dispara mais uma flecha em Malakay, embora esteja sobre o efeito da mesma magia que atingira Draven. Malakay se esquiva habilmente da flecha.

Draven sai da névoa gerada por Vorstag, atacando-o com uma combinação da magia toque chocante e de seu golpe de espada. O golpe atinge Vorstag em cheio, atingindo sua barriga. A eletricidade percorre o corpo do arcano com raios azulados e ele grita de dor.

- MALDITO!

Vorstag conjura mais uma magia e seu alvo é Draven. O oponente se afasta do mago de domínio o suficiente para conjurar sua magia a salvo, gesticulando bruscamente com as duas mãos, no final do movimento ele as une a frente do peito. O mago não contava que o efeito da magia lançada pelo tiefling anteriormente fosse prejudicar sua capacidade de resistência. Ele tenta resisitir, mas não consegue: seu corpo começa a endurecer, ficar pesado e de repente ele se vê completamente paralisado.

Malakay se surpreende com o movimento de Draven, disparando duas flechas. A primeira atinge o peito do elfo, o liquidando. Ele para de respirar e tomba no chão. A segunda flecha vai em direção a Draven, atingindo a sua coxa enquanto ele esta paralisado.

Ofegante, Vorstag ordena: - Quase que você me pegou, quase-drow. Deveria ter se esforçado mais, talvez um dia você fique conhecido como “aquele que quase matou Vorstag”! Pretensioso...Malakay, dê nosso “boas vindas” a este “quase-drow”.

- Com prazer, responde Malakay, antes de desferir um poderoso soco na nuca de Draven. Tudo fica escuro e o meio-drow desmaia.

***

Draven acorda em um local escuro, úmido e com o ar pesado. Ele esta com uma dor forte na nuca e dores menores pelo resto do corpo. Ele esta pesado... com dores na cabeça...quando tenta se movimentar, nota que esta preso, seus dois braços e pernas estão firmemente presos em uma estrutura em formato de “X”, dentro de uma cela. Ele tenta gritar, mas sua boca esta tapada firmemente.

Então ele olha para fora da cela...e ve que esta em uma caverna, com grande parte das paredes escavada na própria rocha. Draven não consegue enxergar o teto do local, mas vê algo estarrecedor diante de si: a torre que explorara já faz algumas semanas a cerca de 100 metros de onde ele estava. Sim, ele estava na caverna onde ele e o traidor Malakay estiveram anteriormente e que Vorstag impedira o acesso.

Em volta da torre e embaixo aparentemente, haviam dezenas de humanos escavando. Eles usavam maltrapilhos e roupas sujas, tinham aparência de maltratados e desnutridos. O barulho de suas picaretas ecoavam pela caverna e atrás deles, os chicoteando e ordenando, haviam orcs.

Observando mais um pouco, ele vê ogros em alguns pontos da caverna, fazendo vigilância. Ele contou cerca de 5 ogros, mas não tinha certeza se eram apenas estes. E o mais impressionante: Malakay estava observando tudo e conversando com uma espécie de ogro ao seu lado, mas com uma coloração azul-esverdeada e que tinha um par de chifres na cabeça.

condições:

Draven e seu grupo acabou levando a pior.

Agora, o conjurador estava preso e amordaçado, em uma caverna cheia de escravos e monstros nojentos. Ao ver o traidor Malakay, Draven cerrou os olhos. Mas nutria um ódio ainda maior por Vorstag.

O meio-drow chegou perto de derrotar o oponente, mas o outro era muito forte. Ele lutou como conseguiu, mas aquela havia sido uma batalha perdida desde seu início. O que confortava Draven, pois ele sabia que havia usado o seu máximo, e acreditava que a derrota era necessária para se reerguer com mais força. E assim seria, o guerreiro arcano ainda teria sua vingança.

- Desgraçados..., ele pensou. A raiva ainda forte em seu peito.

Draven passa vários dias preso. Horas viram dias, dias viram semanas e semanas viram meses.

Uma vez por dia ele recebe comida dos escravos que estão presos na sua cela, pessoas de aparência exótica vestidas em farrapos, com ferimentos pelo corpo (geralmente de chicote), alguns muito desgastados. A comida é uma papa grudenta e sem gosto. Em uma semana morrem em media 4 escravos devido a mal tratos ou devido ao esforço extremo e continuo que fazem. Ao todo devia haver uns 50 escravos que passavam o dia trabalhando, quando chegam na cela no final do “expediente” eles estão exaustos e mau se aguentam de pe. E mais escravos chegam com alguma frequência para suprir os mortos, estes sendo carregados por orcs para fora da caverna.

A caverna possuía duas grandes “fendas” no chão. Não se sabia onde davam estas fendas nem o que as tinha causado. Alem da movimentação dos ogros e orcs, Malakay aparecia sazonalmente para falar com a grande figura azulada. Ela possuía uma voz rouca e fazia alguns rosnados vez que outra, principalmente quando comandava os ogros e orcs. Sua sala era um anexo na caverna, parecia algo como uma pequena caverna dentro da caverna, mas Draven cão conseguia enxergar mais. Os orcs dormiam em camas agrupadas umas em cimas das outras em um canto na caverna, os ogros em palhas e capins agrupados do outro lado da caverna no chão. Mas sempre ficavam vários orcs de guarda.

A imensa caverna era iluminada por tochas distribuídas estrategicamente, muitas tochas. Na volta da “torre” haviam mais ainda, mostrando uma maravilha sombria aos olhos de Draven.

Em uma das noites ele escuta dois orcs falando em comum:

- Essa noite foi 3.
- Tres? Tomara que M ache logo o qui ta procurandu aqui. Essa caverna mi da arrepios.
- Eu queria é sabe de onde esses esqueleto sai, das fenda so pode.
- To cansadu disso. Num queru dormi e acorda morto por um monti de osso ambulante.
- Parece um merda dum elfo falando, parece uma donzela. HAHAHA!
- Vá se foder!

E assim termina o dialogo, com o orc ofendido dano um empurrão no outro.

Em um dos dias Malakay segue ate Draven acompanhado de dois orcs. Ele portava seu equipamento de sempre, a “Picada do Escorpião”, sua machadinha, um arco longo composto as costas e uma espécie de mapa nas mãos.

Após entrar na cela vazia, com um pesado som de ferrolho sendo aberto, ele faz sinal para um dos orcs tirar o pano que estava amarrado na boca de Draven, impedindo-o de falar.

- Tenho uma ma notícia drow. Ulath ta morto, diz ele de maneira direta. Se havia alguém curto e grosso em Lua Alta essa pessoa era Malakay. O que Vorstag tinha de conversador, Malakay tinha em rispidez.

- Tu tem uma chance de sair daqui se colaborar comigo. Ta vendo essas runas aqui? Quero que tu decifre pra mim, diz ele, erguendo com as duas mãos um pergaminho contendo várias runas escritas. O texto era difícil e estava escrito em draconico, certamente levaria algumas horas para decifra-los corretamente e exigiria o pleno conhecimento de Draven.

Draven permaneceu muito tempo preso. Ele tentava manter a mente funcionando, ocupava a mente com fórmulas arcanas e teorias que ele mesmo formulava. Evitava pensar no cansaço, apesar do corpo sempre lembrá-lo, do tédio e de seus deveres. Tentava também evitar pensar na maldita torre a sua frente e qual seria sua história.

Recebia a comida nojenta que era preparada e comia por necessidade, a única coisa que conseguia fazer era tecer comentários mentais sobre os guardas de Vorstag e Malakay.

"Gênio", "donzela", "bonitão" e "simpático" eram os mais usados.

Foi então que Malakay se aproximou, e Draven manteve um olhar cheio de ódio no desgraçado.

Ele recebeu a notícia e sentiu a perda do amigo. Ele fechou os olhos com força e abaixou a cabeça por alguns instantes, sem deixar de pensar que se talvez ele tivesse conseguido dar um jeito de avisar ao antigo líder essa tragédia poderia ter sido evitada.

Ele ouviu o que Malakay continuou a dizer, mesmo sem encará-lo. Mas a notícia de um pergaminho enigmático contendo runas o fez dar uma espiada no mesmo, e ele era mais intricado do que o conjurador havia presumido que fosse. Ele então voltou a encarar o traidor com o mesmo semblante fechado.

- Como Ulath morreu? - Foi tudo que ele falou.