Viserys era um homem de paz e, durante esses anos em Porto Real,
aconteceram séries infinitas de banquetes, bailes e torneios,
em que bobos e cantores anunciavam o nascimento de
cada pequeno príncipe ou princesa Targaryen.
A rainha Alicent logo se mostrou tão fértil quanto bonita.
Em 107 DD, deu ao rei um filho saudável,
batizando-o de Aegon, como o Conquistador.
Dois anos depois, deu à luz uma filha para o rei, Helaena;
em 110 DD, deu à luz o segundo filho de Sua Majestade,
Aemond, que diziam ter metade do tamanho do irmão mais
velho mas era duas vezes mais violento.”
Andros AbramivchEnquanto observava os homens no acampamento, Andros logo foi agraciado com a companhia do cavaleiro livre a seu serviço, Tyler. Pelo visto estava entusiasmado demais para conseguir dormir como os outros dois soldados. Ele sentou em um tronco de madeira no chão e ficou amolando sua espada, para recuperar o fio. Tyler não havia dito nada a respeito da declaração de Lord Andros sobre “ele ser da família”, mas parecia que ainda estava digerindo estas palavras ao seu modo.
-Alguns senhores gostam de mostrar seu poderio acima de tudo. Fico grato ao saber que o senhor pensa diferente. – ele assentiu com a ordem recebida e permaneceu onde estava, com a espada apoiada nas pernas.
Andando pelo acampamento, Lord Andros podia perceber que a maioria dos homens acampados eram soldados, homens a serviço de grandes lords, ou lords menores como ele próprio. A todo lugar, pessoas faziam fogueiras, assando carnes, esquentando água, bebendo vinhos baratos e, não raramente, ele via também acompanhantes de acampamentos, mulheres que normalmente se prostituiam por algumas moedas ou apenas em troca de diversão.
É claro, nem tudo era libertinagem no local. Saindo do acampamento destinado aos nortenhos, ele podia ver que a maior parte dos homens buscava se divertir, mas havia aqueles que, como ele, estavam curiosos com a cidade e procurando conhecer mais sobre quem viera para o torneio. As damas de diversas famílias podiam ser vistas por alguns locais, principalmente perto dos pavilhões dos lords e herdeiros das casas, mas nunca estavam totalmente desacompanhadas.
Estava no acampamento das Terras da Tempestade agora. Observando especialmente rapazes e moças com idade para casar, ele percebeu duas escolhas em potencial: uma garota de aproximadamente 17 anos, com cabelos negros e olhos cor de âmbar, acompanhada de alguém que parecia ser sua mãe, ambas estavam próximas a um pavilhão com o estandarte de uma serpente sobre um fundo preto (brasão o qual ele não reconheceu); não muito distante, uma pequena comitiva se aproximava, nela havia um rapaz jovem de 17 anos à frente, montado em um cavalo de batalha sob o estandarte de uma espada/balança dourada sobre fundo verde, que vinha acompanhado de um garoto de 11 anos. Se iria se aproximar, ou talvez se informar sobre quem eram, ele próprio deveria decidir.
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Adrian SharpCom um objetivo muito simples, Adrian Sharp havia ido ao Grande Septo de Baelor: orar ao guerreiro para que lhe lançasse sua bênção no torneio. Mas algo muito maior conseguira: um raro encontro com a Rainha Alicent e sua filha, a princesa Helaena, fora da proteção da Fortaleza Vermelha. A irmã e Cyrena eram as únicas que não estavam com eles no momento em que avistaram ambas, pois haviam escolhido entrar pela porta da Donzela.
-Quantas vezes acha que vai ver a rainha tão perto? Vai lá! – era Tyler quem falava, entusiasmado com o que aquele encontro poderia significar, mas antes que terminasse o herdeiro Sharp já seguia seu caminho. Tyler e Davon (que era, de longe, mais controlado que o primo) seguiram Artas de perto para ir até a rainha. Ela e a princesa deixavam velas no altar da Velha, e agora começavam lentamente a seguir para a enorme estátua da Mãe. Foi no caminho entre as duas que Adrian as alcançou.
-Seja bem-vindo, Adrian da casa Sharp. – a rainha o respondia cordialmente, como seria esperado de alguém em sua posição. Apesar de já ter 4 décadas desde o dia de seu nome e tendo dado a luz a 4 filhos, Alicent era uma mulher magra, alta e bela. -
Espero que esteja aproveitando sua visita na cidade. Vai participar do torneio, imagino. – ela seguia caminhando, obrigando Adrian a acompanha-la. –
Em nome de qual donzela competirá, senhor Adrian?A princesa Helaena, uma jovem de 19 anos mais “pesada” do que a maioria dos Targaryen costumava ser, apenas sorriu de maneira educada, mas concentrava-se em cuidar de seus três filhos. Carregava o mais novo, Maelor, de apenas 1 ano, em seus braços, enquanto tentava controlar os gêmeos Jaehaerys e Jaehaera, de 5 anos, que não pareciam entender muito bem o local santo em que se encontravam. Os plebeus que se encontravam no Grande Septo a auxiliavam com a tarefa, muitas vezes sorrindo e brincando com as crianças. Era uma cena bastante peculiar, tinha que confessar. Logo Darya e Cyrena os alcançaram, também indo em direção às crianças ao invés de participar da conversa entre Adrian e Alicent.
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Artas DarkroadO clima da Mina de Ouro era inebriante. Não apenas as duas presenças femininas eram de tirar o fôlego (cada uma a sua maneira), mas havia algo ali, talvez fossem os suaves perfumes, um dedilhar de harpa da sala ao lado, a decoração cuidadosamente escolhida... Ou talvez os hormônios de Artas, que estavam em seu auge não apenas pela idade, mas pela excitação de estar em Porto Real e em uma das casas de prazeres mais bem quistas da cidade.
Artas viu a si mesmo aproximando-se da garota e a conduzindo para um quarto particular, onde uma banheira de madeira os esperava, com a água morna no ponto ideal, óleos de banho e até mesmo uma atendente a seu dispor. Certificou-se que a menina não fosse uma escrava sexual por detalhes mínimos, como um nervosismo comum do pré-coito. Relaxado em seu banho e em seu jogo de conquista, ele mal percebeu que a recepcionista da Mina de Ouro tocou em seu braço...
Saindo de seus devaneios e delírios, Artas percebeu que ainda estava na recepção, e que tudo o que passou em sua mente não passava de miragem, talvez um forte desejo que parecia, de fato, muito real. Estaria ficando louco, seria a excitação ou algum truque? Fosse o que fosse, ele encontrava-se bem próximo à menina lysena chamada Lazuli, com a outra mulher ao lado dela, seus olhos violeta brilhando à luz do sol que entrava pela janela.
00]-Não tão rápido, querido. – ela sorria, mas de certa forma passava seriedade: não estava brincando de jogos de sedução, embora toda a sensualidade em sua aura fizesse parecer quase como se ela flutuasse. –
A primeira vez na mina de ouro requer o pagamento adiantado de 10 Dragões de Ouro. Ordens da casa...._________________________________________________
Rodrick GarnFeita as inscrições nas competições que lhe interessavam, Rodrick montou em seu cavalo e, acompanhado do irmão e Marcus, voltou para o acampamento. O caminho era curto, embora fosse mais lento do que o normal para a distância, já que havia muita gente no local, e passar com o cavalo entre as pessoas não era tão simples como parecia, principalmente um cavalo de batalha espirituoso como o seu.
Com a noite se aproximando, o acampamento ficava ainda mais agitado. Centenas de homens reuniam-se em volta de fogueiras, cozendo assados e bebendo vinho barato, muitos com a presença de algumas acompanhantes de acampamentos, comuns em torneio e até mesmo em batalhas. Era a hora que a diversão iria começar, ao menos para quem quisesse aproveitar da interação com tantas pessoas, de tantos lugares diferentes.
-Senhor Rodrick, se me permite, eu vou me juntar aos nossos homens. Eles vão precisar de... Hm… Alguém para lhes controlar. – se tinha alguém que poderia fazer aquilo, era o confiável Marcus, embora o herdeiro Garn soubesse bem que ele também apreciava vinho, comida e uma boa companhia feminina.
O barulho era muito grande, Rodrick tinha certeza de que não conseguiria dormir tão cedo.