“Muito antes de qualquer homem ter tido motivo para duvidar de sua inocência,
a questão da escolha de um consorte adequado para Rhaenyra
foi uma preocupação para o rei Viserys e seu conselho.
Grandes lordes e cavaleiros ousados voejavam ao redor dela
como mariposas ao redor de uma chama, rivalizando por seus favores.
Quando Rhaenyra visitou o Tridente, em 112,
os filhos de lorde Bracken e de lorde Blackwood travaram um duelo por ela,
e um filho mais jovem da Casa Frey ousou pedir abertamente sua mão
(Tolo Frey, ele foi chamado posteriormente).
No ocidente, Sor Jason Lannister e seu gêmeo, Sor Tyland,
competiram por ela durante um banquete no Rochedo Casterly.
Os filhos de Lorde Tully de Correrrio, Lorde Tyrel de Jardim de Cima,
Lorde Oakheart de Carvalho Velho e Lorde Tarly de Monte do Chifre fizeram a corte à princesa,
como fez o filho mais velho da Mão, Sor Harwin Strong.
Quebra-Ossos, como era chamado, era herdeiro de Harrenhal
e diziam que era o homem mais forte dos Sete Reinos.
Viserys chegou ao ponto de prometer Rhaenyra em casamento ao
Príncipe de Dorne, como maneira de trazer os dorneses ao reino.”
Rodrick GarnEm resposta à despedida de Rodrick, Sor Criston apenas acenou com a cabeça e voltou a andar para garantir a segurança da rainha, que continuava a cumprimentar os convidados à sua frente. Ao invés de ir até ela a aproveitar este momento, o rapaz procurou pela princesa Rhaenyra, a qual tinha mais a sua simpatia para a herança do Trono de Ferro. Toda a família real estava presente no salão, exceto pelo rei, que normalmente entraria apenas no início do banquete, ou era o que as pessoas falavam ao seu redor.
A princesa Rhaenyra, conhecida como o Encanto do Reino, também cumprimentava aqueles que dela se aproximavam, e embora fosse cortês e educada sem exceções, parecia haver chamas na grande intensidade de seu olhar. À sua infância, Rodrick ouvira que a princesa era a mais bela mulher de Westeros, e enchia os olhos de quem a vislumbrava, com seios fartos e quadris largos apesar de sua fina cintura. Bem, isso fora há 15 anos ou mais, antes de ter o primeiro de seus cinco filhos. Agora Rhaenyra era uma mulher de pouco mais de 30 anos, rechonchuda e não muito atraente, apesar de seus cabelos louro-platinados e os olhos violetas, típicos dos Targaryen.
Ao lado de Rhaenyra estava seu tio-esposo, o príncipe Daemon, com um olhar tão feroz e intenso quanto o dela, embora as pessoas pouco se aproximassem dele para que Rodrick soubesse o tamanho de sua polidez. Os filhos de Rhaenyra estavam todos próximos, além de sua tia Rhaenys e seu ex-sogro, Lord Corlys Velaryon. Estes eram os “negros”, que apoiavam abertamente Rhaenyra na ascensão do trono. Só de estar próximo deles já era uma oportunidade rara. Conversar e cumprimentar qualquer um da família era uma grande honra.
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Thyr SolaresAliviado em encontrar rostos dorneses em meio a tantas pessoas estranhas, Thyr aproxima-se de Xayah e Shucro sem pestanejar. Xayah era de uma beleza exótica inigualável, misturando o sangue dornês e Targaryen, com a pele mais bronzeada que a maioria dos bastardos de sangue valiriano costumava ter, mas os mesmos cabelos louro-platinados e olhos violetas. Era herdeira das terras de seu pai, Lord Hendricson, e única filha do mesmo, uma bastarda legitimada. Já Shucro tinha seus encantos masculinos, e certamente tinha muitas admiradoras, com seus cabelos loiros e olhos azuis escuros. Era um dos favoritos para herdar a lendária espada de lâmina branca da casa Dayne, Alvorada, e o título de Espada da Manhã, em disputa acirradíssima com o primo, Leon Dayne.
-Boa noite, senhor Thyr. Sou lady Xayah, herdeira da casa Crow. – respondeu Xayah, deixando que ele beijasse sua mão como cumprimento. –
É da casa Solares, não? Pensei que pudesse encontrar sua família em Porto Real, e pelo visto não estava errada. – Ela sorri para Thyr.
-Boa noite. Sou Shucro Dayne, um cavaleiro a serviço dos Crow. – cumprimenta Shucro. Ele não sorri tão abertamente, mas é tão receptivo quanto Xayah. Ambos são bastante jovens, não tem uma idade muito maior que do próprio Thyr. –
Estou ansioso para que termine logo esta noite e eu possa mostrar meu valor em combate nas liças. Pretende participar de quais modalidades do torneio, Thyr? – ele aguarda a resposta dele e, então, Xayah muda de assunto.
-Um povo peculiar, os “nortenhos”, não é mesmo? – obviamente ela se referia a todos aqueles que residiam acima das Marcas de Dorne. –
Sempre há aqueles que torcem o nariz ao virem me cortejar e descobrir que não herdarão minhas terras caso consigam um casamento. – ela ri, acompanhada por Shucro. –
Como se eu quisesse casar com qualquer um deles!________________________________________________
D’artagnan DlowerApesar da Baixada das Pulgas ser um local de muita fofoca, aquela era uma região habitada exclusivamente por plebeus de classe muito baixa, que pouco sabiam sobre a vida na corte ou os acontecimentos de lords e ladies. As únicas coisas que D’artagnan ouviu era sobre o torneio que aconteceria no dia seguinte, coisa que ele já sabia.
A medida que ele avançava na Baixada, os plebeus começavam a olhar mais para ele. Era visível que suas roupas eram de boa qualidade e que sua postura era de um nobre. O que ele fazia ali, afinal?
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Adrian SharpAo ouvir do leste, Lord Dalton dá uma risada curta, seguida dos homens ao seu redor. Ele mexe-se na cadeira e olha diretamente para a estrangeira, que beberica do vinho em sua taça, como se não estivesse interessada em falar. Ele ri mais uma vez e faz um gesto para que Adrian e Darya se sentem no banco à sua frente. A diversão na mesa dos homens de ferro já começou, e certamente é o local mais ruidoso do salão. Ainda assim, é possível que conversem sem precisar levantar a voz.
-O leste, senhor e minha linda senhorita, é certamente muito mais interessante do que aqui. – Ele pisca para Adrian, mas não deixa claro o que esse gesto significa. –
Sinto falta das pilhagens nas Ilhas Basilisco, mas foi na Velha Ghis que encontrei esse tesouro. Yoko Gh’in, vinda diretamente de Yi Ti, minha primeira imediata e, não se deixem enganar pelo vestido, a mulher mais masculina de todo o mundo. – ele faz um sinal com os mãos para mostrar a oriental, que sorri e pousa a taça na mesa.
-Guarde seus encantos para suas esposas de sal, Greyjoy-san! – ela responde, ainda com um resquício do sorriso nos lábios. Seu sotaque oriental é muito forte e faz com que ela fique ainda mais exótica e atraente. Seus olhos negros, agora olhando para Adrian, quase não são visíveis, pois são realmente pequenos. –
O que querem saber do leste? – ela não tinha a polidez de uma nobre em suas palavras, isso era visível. Adrian, contudo, teve sua deixa para falar com ela, que ri com sua primeira pergunta.
-Em que diferem? Em tudo! Tenho uma esposa de sal de cada região, pra me certificar disso. – Os homens ao redor de Dalton riem, mas Yoko apenas revira os olhos e estreita a boca, em desagrado. Adrian aproveita e já emenda outra pergunta. –
Além de Yoko, tenho na minha tripulação Robin, de Amagodouro, que deve estar bebendo no acampamento. – ele dá de ombros. –
Só Yoko conseguiu entrar sem ser de linhagem nobre porque, bem... Porque é ela.-Não preste atenção no que ele diz. – ela beberica o restante do vinho e pousa a taça mais longe, sinal de que não quer mais beber. Darya agora mantém-se calada, esperando que o irmão faça o que veio fazer ali. Aproveitando a deixa, ele faz uma pergunta direta para a oriental. –
Yi Ti é mais ao leste que a Velha Ghis, as ruínas que eu e Dalton nos encontramos. É um lugar estranho e chato, saí de lá assim que consegui subir em um navio e trabalhar para o capitão. – A forma com que ela falava e movia seu corpo e lábios era surreal. Talvez fosse efeito do encanto que estivesse sofrendo, contudo Adrian podia jurar que jamais encontraria mulher como aquela. –
Não que Westeros seja lá muito emocionante, apesar dos dragões. De onde vocês são?