Após as peculiaridades de Yrel se seguem os preparativos para a partida à mina, Dracórius dá mais algumas ordens e seus soldados correm para lá e para cá, em prol de obedecê-las, Garry abre seu armário e começa a reunir uma papelada, depois veste um de seus coletes de couro e vai colocando mais alguns apetrechos numa mochila, como comida, itens de cozinha e um saco de dormir, faz tudo enquanto assovia animado.
Minutos depois a comitiva já está partindo do quartel rumo ao norte, Dracórius, Garry, Yrel, Dórin, Ancalagon e oito soldados. Todos caminham vagarosamente pelos ladrilhos da cidade, vez ou outra ouve-se gritos ao longe, barulhos de correria e confusão, e eventualmente, ao passarem na frente de uma casa, conseguem ouvir o som sinistro de grunhidos monstruosos. Pouco a pouco os problemas que aparecem no caminho vão minando os soldados que iam junto, pois Dracórius dá a eles a missão de ajudar as famílias pelo caminho. No trajeto passam pelo templo, mansão do minerador Zemir, que estava fechada sem danos e em absoluto silêncio, mansão do Lord Errich, também em absoluto silêncio, e mais a frente uma bonita construção com telhados circulares, o centro administrativo, estava fechado e silencioso. Caminham mais um pouco, ruas, casas, alguns armazéns, e finalmente podia-se ver um grande portão à frente, fincado sobre muros altos que contornam a região norte. Antes de chegarem perto dos portões, podia-se ver que tais muros se estendiam para o leste escalando um morro, e ainda na parte interior á cidade, sobre o morro, parecia haver uma forte estrutura militar, de uns dois ou três andares quase sem janelas, um robusto forte. Quando estavam quase atingindo os portões, um soldado chega correndo acompanhado por uma nova figura masculina, era o mineiro.
— Iaí rapazes.
Rancis é um homem de pele morena e idade avançada, calvície que avança até metade da cabeça e um rosto cheio de pés de galinha, que expressa o cansaço de uma vida difícil.
— Muito bem, estamos prontos para travessar os portões! Acrescenta Dracórius.
Então a comitiva se aproxima do portão norte, alto e espesso, aparentemente impenetrável. A muralha, como no outro portão, possui uma plataforma coberta sobre o mesmo, uma espécie de posto de vigília. O grupo se aproxima do portão e Dracórius fala em bom som.
— Acordem seus preguiçosos, aqui quem fala é o seu capitão, tratem de abrir esses portões para nós imediatamente!
Por um momento, nenhuma resposta.
— Vou ter que subir aí é?
Finalmente ouve-se um barulho de objetos caindo, e alguns segundos depois uma silhueta surge na sacada acima!
— Capitão!?
— Vamos soldado, abra esse portão, temos uma missão importante!
— Mas capitão, no meio da noite? Além disso, os Orcs atacam pelo norte, pode ser muito perigoso!
— É uma ordem soldado! Abra imediatamente! E sem perguntas!
— Sim capitão!
O guarda da portaria então começa a se apressar, acorda o segundo guarda que dormia, e começam a derrubar coisas atrapalhadamente, e alguns segundos depois o portão já estava se abrindo diante da comitiva: Dracórius, Garry, Dórin, Yrel, Ancalagon, quatro guardas e o mineiro.
Os portões se abrem e o grupo o atravessa, então o mesmo começa a se fechar atrás deles. A frente há uma estrada, que avança na direção de uma floresta esparsa.
— Aqui vamos nós! Acrescenta Garry, engolindo saliva seca.