Salve-se quem Puder! Um mau Presságio.

O anão vai primeiro, e esforça-se para pular a janela. Meio desajeitado passa para o outro lado e aterrissa nas telhas, de imediato ouve um estralo. — Ops. Percebe que o telhado é velho e fraco, então tenta caminhar mais devagar para evitar uma tragédia maior. Um passo aqui, um ali, de repente, paaah! ... Fecha os olhos assustado imaginando que vai cair, mas ao abrí-los novamente, vê que a telha não quebrou, assim olha confuso para traz tentendo entender o que aconteceu, e vê o draconiano pulando a janela as pressas e dizendo. — Anda logo anão, as criaturas arrombaram a porta, vai, vai ... Dórin volta a caminhar rápido e tenso, e as telhas vão estralando mais e mais, e o anão já segura bem firme na corda. Ao chegar na beirada do telhado, o inevitável acontece, e Ancalagon que caminhava logo atrás, engatinhando para distribuir seu peso em quatro e diminuir as chances de espatifar-se lá embaixo junto com as telhas, olha alarmado para frente, e de relance, ouve um som estridente. Prraaaf! As telhas da beira se quebram, e o draconiano vê um anão despencando pela borda das telhas e desaparecendo no precipício. — Cuidado!!! Mas foi inútil. — Morreu... Pensa o meio dragão. Preocupado, Ancalagon engatinha o mais rápido que pode até alcançar um ponto onde pudesse ver o estrago. Ao chegar à beira, olha para baixo esperando o pior, mas suspira aliviado, e até segura-se para não rir. O anão está pendurado na corda, de cabeça para baixo, com um de seus pés enrroscados e os membros arreganhados, e a salvo. Resiliente, o pequeno e robusto vai ajeitando-se como pode, até finalmente conseguir desenroscar seu pé, e apoiar-se firme na corda, então desce por ela, rápido e confiante até pisar firme no chão lá em baixo. O draconiano ouve a corda estralando e à solta para envitar o pior, mais telhas da beirada se quebram com o peso do anão sobre a corda. Ao olhar para traz, Ancalagon vê umas três criaturas debatendo-se na janela do quarto, desorientadas, e emanando gemidos estranhos. Mas são burras, pensa o draconiano, pois ao ver como elas se forçam contra a parede, com apenas suas cabeças àcima da janela, e sem que a possibilidade de escalar pelo batente passe por suas cabeças nem por um instante. A corda então bambeia-se, e ao olhar pra baixo vê que o anão já aterrissou bem. Então o draconiano pega a corda, ajeita-se, segura firme e vai dando uns pequenos saltos e apoiando-se na parede e janelas. Enquanto desce, mais uns pedaços de telhas são arrancados da beira e caem quase acertando cabeças, mas no final tudo corre bem, estão os dois lá em baixo sãos e salvos. E Yrel, antes de descer dá uma última olhada no quarto, e pelo que vê, as criaturas não conseguirão pular aquela janela tão cedo, pelo menos enquanto continuarem com aquela burrice, assim a pixie desce para encontrar os outros.

Lá em baixo, estão pisando em grama verde e mal cortada, ao olharem para a construção da taverna, veem uma alvenaria com grandes tijolos alaranjados, obscurecidos pela noite, com várias janelas acompanhando dois andares e nenhuma porta de entrada. As janelas emanam luzes e  quase todas estão fechadas, pelas quais tais luzes amareladas atravessam vidros translúcidos. Olhando pelo pasto aberto atrás deles e da taverna, veem apenas um matagal baixo que se estende ao longe, sem casas, sem ruas, e o rio passa ali perto. Ao longe, bem no escuro, podem notar barrancos altos, com leves raios de luz escapando do topo deles, o que indica que tal rumo, leva por veredas desabitadas à parte alta da cidade.